sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Todos somos iguais


O jangadeiro Anselmo, de Fortaleza, olhava para o mar, sentado num casco velho de barco, enquanto a seus pés os netos brincavam, revolvendo-se na areia branca da praia.
- Vovô, perguntou um deles ao velho, em que está pensando?
- Em que já fui assim como vocês são: pequeno, alegre, e que passava as tardes rolando nesta linda areia, enquanto meu avô olhava para o mar. Somente eu não lhe perguntava: - Em que está pensando, vovô?, porque ele era um homem calado e não me dava confiança ...
Os dois meninos tinham saltado para os joelhos do velho e ameigavam-lhe as faces com as mãozinhas gordas.
- Nosso vovô é o melhor do mundo! – exclamou um deles.
O jangadeiro sorriu e continuou:
- Meu avô também era um santo: muito melhor do que eu.
- Isso é impossível!
- Era um cearense de lei, aferrado aos nossos costumes, ousado, forte, simples e amigo da pobreza. Uma vez vi-o tirar o casaco do corpo – e era o único que ele tinha – para dar a um mendigo que vivia a tremer de febre. Dava tudo; como era pescador, atirava-se às vezes por essas ondas bravas, só para ajudar os outros pescadores mais infelizes. Depois, se lhe queriam agradecer, voltava as costas e lá se ia embora.
Não voltava da pescaria que não trouxesse uma porção de peixes para qualquer viúva necessitada ou para qualquer criança sem pai. Da sua rede muita gente comia sem gastar vintém.
Entretanto era um homem calado. Isso não quer dizer nada na gente velha, que é quase sempre triste. Por isso mesmo é que as crianças devem ser meigas e risonhas para nós. Vocês, meus velhacos, parecem ensinados! Quem vos diz que me passeis assim com tanta doçura as mãos pela cara? É a mamãe?
As crianças entreolharam-se admiradas; depois o mais velho disse:
- Mamãe diz muitas vezes: - Vocês respeitem sempre os velhos, não se riam de quem tiver os cabelos brancos. Mas nunca nos recomendou que o abraçássemos.
- Então, por que fazem vocês isso?
- Não sei ...
- Eu sei! – respondeu o mais pequeno, muito ufano.
- É porque dá gosto à gente.
O jangadeiro limpou furtivamente uma lágrima e beijou as duas crianças. Os netos continuaram:
- Vovô já foi mesmo do nosso tamanho?!
- Fui.
- E teve pai?
- E mãe; e gostei de fazer travessuras, como vocês. Eu trazia sempre os bolsos cheios de conchas, por mais que minha mãe dissesse que elas rasgavam as calças. E trepava às árvores, e enterrava-me na areia movediça, e era um diabrete, como vocês. Bom tempo!
Os meninos sorriram e apalparam as algibeiras recheadas de búzios.
- Então, toda gente é igual?
- Como essas ondas. Vocês, que aí estão, pequenos e lépidos, hão de ser, como eu também já fui, moços aventurosos e alegres, até que chegue um dia em que sejam o que eu sou agora – velho e cansado. E é por isso mesmo, meus amores, porque nós todos somos iguais, estando sujeitos às mesmas leis da natureza, que nos devemos respeitar e auxiliar uns aos outros.

Fonte: Júlia Lopes de Almeida. “Histórias da nossa terra”.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ato de Redigir


Falar, todas as pessoas sabem; basta não ser mudo; redigir, todavia, poucos podem dizer que sabem, porque não basta apenas vontade, é preciso ser capaz, é necessário prática. Prática e talento.
Quem não sabe expressar-se, comunicar suas idéias por escrito, não pode considerar-se inteiramente alfabetizado, escolarizado. Pode o indivíduo formar-se em engenheiro, advogado, professor, médico, economista, jornalista (!), etc. Vai sempre, ao longo da vida, revelar inaptidão, incapacidade de expressão e, sem dúvida, será notado por isso. Entre colegas provavelmente será alvo de chacotas, será ridicularizado, quando não desprezado.
O ato de redigir exige mais que simples palavras; exige concatenação de idéias, algum vocabulário, estilo, ordem, correção, etc. Exige cultura.
Sente muita dificuldade em escrever, em discorrer sobre qualquer assunto, aquele que não tem o hábito da leitura. Tal dificuldade vai desde a ortografia até a escolha dos termos adequados. A pouca familiaridade com o vocabulário da língua levará inevitavelmente a equívocos, e o pequeno universo vocabular, que limita o pensamento, não permite redigir com arte, não possibilita desenvolver um trabalho a ponto de despertar interesse de quem lê.
A leitura frequente traz maior facilidade de expressão e comunicação do próprio pensamento. Quem não lê no mínimo uma hora por dia – livros, jornais, revistas – não pode estar sendo muito interessante, até mesmo para os amigos.
A paráfrase de notícias de jornal é ótimo exercício para os que desejam iniciar ou aprimorar o ato de redigir. Após a leitura de uma notícia, tecem-se opiniões sobre o assunto. A freqüência de tal prática, ao cabo de algum tempo, costuma trazer resultados surpreendentes.
Não há profissional sério que não sinta necessidade de utilizar a norma culta; não há profissional respeitado que não tenha suficientes razões para conhecê-la.
Tente, caro leitor! Não custa ser interessante. Até para os amigos...

Fonte: Prof. Luiz Antonio Sacconi. 

sábado, 3 de dezembro de 2011

Os PIIGS e a Crise Européia


Os países europeus gastaram demais nos últimos anos e chegou a hora de pagar a conta. Daí a varredura dos primeiros ministros Europa afora.
Islândia e Irlanda, países seriamente envolvidos com a crise financeira foram os primeiros a terem seus governos substituídos em meio à turbulência na economia. Em seguida a crise varreu o ex- primeiro ministro trabalhista britânico Gordon Brown, substituído por David Cameron do partido conservador.
O mesmo cenário se repetiu em Portugal onde o socialista José Sócrates deu lugar a Pedro Passos Coelho eleito com uma coalizão de centro direita.
Acordos entre os principais partidos levaram a ascensão do economista Lucas Papademus, ex-vice presidente do Banco Central Europeu a tarefa de reconstruir a economia da Grécia através de acordo para implantação do pacote de austeridade imposto pela União Européia, abrindo caminho para um novo empréstimo de € 130 bilhões. Sem esse recurso a Grécia iria à falência arrastando todo o sistema internacional a uma catástrofe financeira.
Na Itália sai Berlusconi e entra Mário Conti na esteira de melhorar as condições da dívida “Made in Italy”. Na Espanha a última eleição destituiu José Luis Zapatero e elegeu com maioria Mariano Rajoy do conservador Partido Popular. No mesmo sentido Nicolas Sarkozi e Ângela Merkel trabalham suas dificuldades.
A curiosidade, por conta dos elevados gastos dos países europeus endividados que superam o PIB da Alemanha é apelido de PIGS (em inglês: porcos), das letras iniciais na língua inglesa para Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain) em razão, claro, da situação nada fácil destas economias.
A Itália lidera o clube dos endividados com € 1.900 (um trilhão e novecentos bilhões), ou seja, 120% de seu PIB (soma de bens e serviços produzidos pelo país), com taxa de desemprego de 8,5%. A segunda maior dívida é da Espanha com € 733 (setecentos e trinta e três bilhões), comprometendo 67% do PIB, com taxa de desemprego de 20% (40% de jovens). Segue a Grécia com € 365 (trezentos e sessenta e cinco bilhões), chegando a 165% do PIB, com 18 % de taxa de desemprego. Portugal com € 181 (cento e oitenta e um bilhões), representando 106% do PIB, com desemprego de 12,5% e a Irlanda com € 155 (cento e cinqüenta e cinco bilhões), 109% do PIB, e desemprego de 15%.
Os problemas da Grécia começaram em 2002 com a entrada do país para a União Européia. Para facilitar a sua entrada no bloco as autoridades gregas manipularam os índices e apresentaram um quadro muito mais favorável da economia do país com o que existia na realidade. Na condição de sócios de novos ricos do continente a Grécia passou a tomar empréstimos gigantescos nos bancos europeus. Logo a dívida do país alcançou índices não proporcionais à economia grega. A situação se agravou a partir de 2004 com os investimentos necessários para as Olimpíadas de Atenas. Pouco tempo depois o país entrou em recessão a exemplo dos demais parceiros do bloco. Na tentativa de reaquecer a economia o governo aumentou o salário do funcionalismo e inchou a máquina estatal, distribuiu benefícios e reduziu impostos. Com o aumento do risco os bancos aumentaram os juros e a dívida grega explodiu. Quando a crise estourou no ano passado, o governo anunciou um pacote de austeridade reduzindo salários e pensões, aumentando impostos. Porém, a situação já era grave. Bancos da Alemanha e da França já estavam carregados de títulos podres do tesouro grego e corriam sérios riscos de falência.
Na intenção de minorar a situação a União Européia aprovou dois pacotes de empréstimos para a Grécia no valor total de € 200 bilhões, onde os bancos tiveram de aceitar uma redução de 50% do valor da dívida.
Diante do quadro econômico na Europa a França anunciou o mais radical corte nas despesas desde o fim da segunda guerra, levando a população, a apertar o cinto para geração de uma economia de mais de € 100 (cem bilhões) através de aumento de impostos, mudanças na idade para aposentadoria, passando de 62 anos para 65 anos, redução dos gastos públicos, congelamento de salários dos ministros e do próprio presidente francês.
Os efeitos desses pacotes normalmente trazem o baixo crescimento econômico para os anos seguintes, rebaixamento da nota da dívida pública dos países envolvidos na crise pelas agencias medidoras, e, o calculo de dez anos como tempo necessário para recuperação da Europa.
A china, porém, acompanha com atenção redobrada a crise européia, pois boa parte de suas reservas monetárias está em Euros e a cada ano o comércio dos chineses com os europeus, da ordem de meio trilhão de dólares em mercadorias, tendem a diminuir.
Por enquanto a economia chinesa não mostra sinais de contaminação e segue crescendo em média 10% ao ano, principalmente, na esteira de uma política cambial que tem o Yuãn (moeda chenesa), desvalorizada artificialmente, tornando os produtos “Made in China” mais baratos que de seus concorrentes, gerando grande desequilíbrio na economia mundial.
Enquanto os líderes buscam uma solução para a crise os efeitos da desaceleração da economia na Europa já começam a afetar a balança comercial brasileira. O ritmo de crescimento das exportações brasileiras para a zona do euro neste ano é de 27%, porém, caiu pela metade nos últimos meses.
Dados do FMI dão conta que os impactos da crise do euro vão elevar a posição do Brasil no ranking das maiores economias do mundo, podendo o Brasil chegar a ocupar a sexta posição possivelmente no próximo ano deixando o Reino Unido para trás. A notícia parece boa, desde que também façamos o nosso dever de casa.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PERSONALIDADES DAS MINAS GERAIS – Literatura e Históricos


Abgar Renault (Sonetos Antigos, A Lápide sob a Lua, Sofotulafai e A outra face da lua); Adélia Prado (O Coração Disparado, O Homem da Mão Seca e outras obras na poesia e em prosa); Affonso Romano de Sant’Anna (A grande Fala do Índio Guarani, O Canibalismo Amoroso, Agosto 1991: Estávamos em Moscou entre outros); Afonso Arinos de Melo Franco (Pelo Sertão, Lendas e Tradições Brasileiras, entre outros); Afonso Arinos de Melo Franco Sobrinho (O Índio Brasileiro e a Revolução Francesa, História das Idéias Políticas no Brasil, entre outros); Alvarenga Peixoto (A Dona Bárbara Heliodora – poesia, A Maria Ifigênia – poesia, Canto Genetlíaco - poesia, Estela e Nize – poesia, Eu Não Lastimo o Próximo Perigo – poesia, Eu Vi a Linda Jônia – poesia, Sonho Poético – poesia); Autran Dourado (Tempo de Amar -1952 – Prêmio Cidade de Belo Horizonte, A Barca dos Homens - 1961 – Prêmio Fernando Chinaglia, Uma Vida em Segredo -1964, Ópera dos Mortos - 1967 - listado na Coleção de Obras Representativas da UNESCO, O Risco do  Bordado - 1970 – Prêmio Pen-Club do Brasil, Os Sinos da Agonia 1974 – Prêmio Paula Brito, Novelário de Donga Novaes -1976, Armas & corações -1978, As imaginações pecaminosas - 1981 – Prêmio Goethe de Literatura e Prêmio Jabuti categoria Contos/Crônicas/Novelas, A Serviço Del-Rei - 1984, Lucas Procópio - 1985, Um cavalheiro de antigamente -1992, Opera dos Fantoches -1994, Confissões de Narciso (1997), Monte da alegria - 2003); Carlos Drummond de Andrade (Itabira é só um retrato na parede, mas como dói); Cláudio Manoel da Costa (Culto Métrico, 1749, Munúsculo Métrico,1751, picédio, 1753, Obras (sonetos, epicédios, romances, éclogas, epístolas, liras), 1768, O Parnaso Obsequioso, 1768, Vila Rica, 1773, Poesias Manuscritas, 1779); Darcy Ribeiro (romances como Maíra, Migo e de diversas obras voltadas à Educação, Antropologia e Etnologia); Fernando Gabeira (O Que É Isso, Companheiro?); Fernando Morais (A Ilha, Olga, Chatô, o Rei do Brasil, entre outros); Fernando Sabino (O Encontro Marcado, O Grande Mentecapto, diversos livros de contos e crônicas); Frei Beto (Hotel Brasil e Entre todos os Homens, Batismo de Sangue, entre outros); Guimaraes  Rosa (Grande Sertão: Veredas, Sagarana); Luiz Ruffato (Eles eram muitos cavalos, As máscaras singulares, os sobreviventes, dentre outros); Mário Palmério (Vila dos Confins e Chapadão do Bugre); Mário Prata (Sem Lenço, sem Documento, Estúpido Cupido entre outros); Maxs Portes (coleções infantis como: Natureza, Itororó, surpresa e outros); Murilo Mendes (autor de importantes obras do Modernismo Brasileiro); Murilo Rubião (O Pirotécnico Zacarias e O Ex-Mágico); Paulo Mendes Campos (Livro de poesias, A palavra Escrita e as traduções de poesia e prosa inglesa e francesa e obras de Júlio Verne, Oscar Wilde, John Ruskin, Shakespeare e Neruda); Pedro Nava (Baú de Ossos, Chão de Ferro, Beira-mar, entre outros); Roberto Drummond (Hilda Furacão, O Cheiro de Deus, Hitler manda lembranças, dentre outros); Rubem Fonseca (Agosto, Bufo & Spalanzani, entre outros); Ruy Castro (Chega de Saudade, O Anjo Pornográfico, Estrela Solitária, além de outras importantes biografias e adaptações de obras estrangeiras); Stella Libânio (Fogão de Lenha, Quentes e Frios, Minas de Fogo e Fogão e Cozinha Popular); Ziraldo (humorista e criador de o Menino Maluquinho); Zuenir Ventura (escreveu 1968: o Ano que Não Terminou) – na literatura.

Ana Jacinta de São José (Dona Beja); Antonio Francisco Lisboa (Aleijadinho); Chica da Silva; Felipe dos Santos; Tiradentes; Tomás Antonio Gonzaga – históricos. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Economia Criativa


Como viventes, desde o nosso nascimento até os dias atuais presenciamos nossa evolução física e os estágios da cronologia das idades em que percorremos e ultrapassamos e, por certo, somos sabedores de que o mundo é uma escola da evolução. Daí o intrigante jargão: as mudanças são permanentes! Em nós e ao nosso redor.
Às vezes, não percebemos, mas a vida nos indica o caminho da evolução constante. Estamos em contato com o novo a cada segundo, a cada momento, a cada instante.
Conscientemente deveríamos perceber e acompanhar todas essas mudanças não somente no plano físico, mas também no intelectual, no espiritual, no moral, no ético. Enfim, em todos os aspectos de nossas vidas.
Do lado da economia não é diferente. Fatores competitivos intrínsecos, como o baixo custo de mão-de-obra ou avanços específicos na tecnologia da informação, somente podem ser superados pela inteligência de novos modelos de negócios, de novos processos, de novas tecnologias e de outros decorrentes da criatividade, imaginação e inovações constantes. Este é o caminho a ser trilhado tanto por países desenvolvidos, quanto por países em desenvolvimento.
Daí, novos conceitos vieram. Dentre eles a Economia Criativa, hoje requisito fundamental para sair do lugar comum da competição predatória para participação de mercado em produtos e serviços existentes.
Considerando o fato de que cada organização ou país desenvolve diferentes amplitudes para o tema, podemos dizer que a visão moderna é a de que “Economia Criativa” deve obrigatoriamente incluir todos os produtos e serviços relacionados ao conhecimento e à capacidade intelectual, não se limitando, apenas, às chamadas “Indústrias Criativas” ou “Indústrias Culturais”, focando a criatividade, a imaginação e a inovação, englobando também processos, modelos de negócios e modelos de gestão, portanto, não se restringindo aos conceitos originais de Direitos Autorais, Patentes, Marcas Comerciais e Design, por exemplo.
Muitos já adotam a Economia criativa como estratégia de desenvolvimento para países em desenvolvimento. Portanto, essa ferramenta trabalha uma produção que valoriza a singularidade, o simbólico e aquilo que é intangível: a criatividade, que são os pilares da economia criativa. Como esse é um conceito que vem sendo discutido, aceitá-lo como um processo em elaboração que envolve contextos culturais, econômicos e sociais diferentes, é o que se espera.
Segundo o autor inglês John Howkins no livro “The Creative Economy”, publicado em 2001, Economia Criativa são atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico e que pode ser definida como processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos.
O conceito de Economia Criativa discutido atualmente nasceu na Austrália no início da década de 90 e ganhou impulso quando o governo inglês no fim da mesma década promoveu de forma estruturada um plano de desenvolvimento estratégico para 13 setores da chamada Economia Criativa.
Os 13 setores na conceituação Inglesa são:
1. Propaganda; 2. Arquitetura; 3. Artes e Antiguidades; 4. Artesanato; 5. Design; 6. Moda; 7. Cinema e Vídeo; 8. Música; 9. Artes Cênicas (Performing Arts – inclui dança, circo, etc); 10. Editoração (Revistas, Livros, Jornais, Web); 11. Softwares de lazer; 12. Rádio; 13. TV.
Notem que há setores com essência eminentemente cultural e setores que se desenvolvem como negócios e indústrias e que, portanto, entrelaçam entre si.
A produção cultural vira negócio, renda e emprego. Transforma-se também no insumo de diversas indústrias bem estabelecidas no mundo, como por exemplo, a do Cinema e a da Moda.
Além de gerar empregos qualificados e renda, os setores criativos, tem a capacidade de irradiar benefícios para outros setores da economia.
Apesar das diferenças metodológicas de medição estatística e das discussões conceituais, cresce a cada dia o reconhecimento de que a criatividade e os setores criativos venham a ter um papel fundamental no desenvolvimento da competitividade econômica de um país.
Estima-se que cerca de 10% do PIB e 8% do emprego nos Estados Unidos estejam ligados às atividades da Economia Criativa e seu conjunto de setores já formam a terceira maior Indústria do mundo, atrás apenas da Indústria do Petróleo e da Indústria de Armamentos.
Calcula-se que no Brasil, a chamada Economia Criativa fature 380 bilhões de reais por ano ou o equivalente a 16,4% do PIB em áreas como arquitetura, cinema, moda, design, cultura popular, turismo e artesanato, embora estando longe de aproveitar todo o potencial criativo de seus cidadãos.

domingo, 23 de outubro de 2011

JOGOS PANAMERICANOS

Os Jogos Pan-americanos são uma versão continental dos Jogos Olímpicos, incluindo esportes do Programa Olímpico e outros não disputados em Olimpíadas.
Realizados de quatro em quatro anos, sempre um ano antes dos Jogos Olímpicos, tiveram sua primeira edição em 1951, em Buenos Aires, capital da Argentina. Porém sua origem remete a 1932, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Inspirados pela realização, seis anos antes, dos primeiros Jogos Centro-americanos, daí, representantes de países latino-americanos no Comitê Olímpico Internacional (COI) propuseram a criação de uma competição que reunisse todos os países das Américas, com o intuito de fortalecer o esporte na região.
A idéia deu origem ao primeiro Congresso Esportivo Pan-americano, realizado em Buenos Aires, em 1940. A princípio, o Congresso definiu que os Jogos inaugurais seriam disputados em 1942, na própria capital argentina - planos adiados pela Segunda Guerra Mundial.
Ao fim do conflito, um segundo Congresso Esportivo Pan-americano, em Londres, durante os Jogos Olímpicos de 1948, confirmou Buenos Aires como sede da primeira edição dos Jogos Pan-americanos, marcados, enfim, para 1951.
A competição foi aberta no dia 25 de fevereiro e reuniu 2.513 atletas de 21 países, com 18 modalidades de esportes em disputa.
Ao longo de mais de 50 anos, os Jogos Pan-americanos jamais deixaram de ser disputados e passaram por cidades de todos os cantos do continente.
Desde o extremo Norte, como Winnipeg (Canadá), sede de duas edições do evento, 1967 e 1999; até o Sul, como Mar Del Plata (Argentina), que recebeu os Jogos de 1995. No meio desse caminho, os Jogos Pan-americanos também visitaram a Cidade do México (México), Chicago (Estados Unidos), Cáli (Colômbia), San Juan (Porto Rico), Caracas (Venezuela), Indianápolis (Estados Unidos), Havana (Cuba), Santo Domingo (República Dominicana).
Além disso, já passaram também pelo Brasil. Em 1963, São Paulo recebeu a quarta edição do evento. Os Jogos foram um sucesso, mobilizando a cidade a ponto de reunir cerca de 40 mil pessoas na Cerimônia de Abertura, realizada no Estádio do Pacaembu.
E a cada edição, os Jogos Pan-americanos foram crescendo de tamanho e importância. Em menos de meio século, o evento dobrou em número de países, atletas e modalidades, até tornar-se uma das principais competições do calendário esportivo mundial.
O Termo Pan-americano significa "de toda a América", ou seja, de todo o Continente Americano.
A curiosidade fica por conta da primeira noção de pan americano proposta por Simon Bolívar logo após à Independência das colônias latino americanas.
Bolívar tinha o intuito de impor o Pan-americanismo, que seria a união de todas as Américas (norte, central e sul), com o propósito de facilitar as trocas comerciais e o intercambio de cidadãos. Essa proposta foi derrubada pelos franceses e ingleses que viam nisso uma desvantagem para suas expansões comercias.

domingo, 16 de outubro de 2011

Precariedade Brasileira – Intriga ou Realidade?

Que o Brasil já se distanciou de cinqüenta anos atrás onde se apresentava como um tremendo fazendão ninguém em sã consciência duvida, porém é necessário comentar o sentimento cotidiano de um povo que trabalha, recolhe o pesado fardo dos impostos e não vê em resposta a esse sacrifício, um mínimo de organização social, política e administrativa em harmonia e que seja capaz de recolocar em rumos certos a precariedade e o atraso que ainda permeia a vida do país, e por conseqüência, dos brasileiros.
A precariedade brasileira perpassa pelas más condições da educação e do ensino público e privado, que muito longe de uma qualidade desejada, formam alunos que não sabem ler nem escrever, que trabalha com um professorado mal remunerado, mal formado, com estruturas e instalações deficientes que destitui professores de instrumentos mínimos necessários aos procedimentos professorais em sala de aula para exercer uma aula decente.
A saúde e seus serviços não ficam por menos. Saneamento básico inexistente na quase totalidade das cidades, hospitais à beira da falência exibindo cotidianamente filas imensas, traduzindo o descaso com o cidadão e exibindo assim atendimento ruim, com médicos e enfermeiros com formação duvidosa, com estruturas inadequadas dos locais de atendimento e um constante mau gerenciamento, que avança no descaso da falta de fiscalização de órgãos competentes e das “agências regulatórias” que se deixam levar pela conivência com os serviços públicos e privados de baixa qualidade jogando um jogo contra o povo, que neste fogo cruzado, tenta se socorrer nos planos de saúde privados e por isso se atola em caros planos privados de saúde na esperança de substituírem uma saúde pública deficiente, e paradoxalmente, se depara com a precariedade dos serviços e da administração desses planos que desprezam os pacientes, remuneram mal os agentes de saúde e ficam com os excessivos lucros.
Os serviços públicos de um modo geral, a organização pública, a segurança pública e o judiciário brasileiro, deixam a desejar. Os organismos públicos e os seus serviços prezam por não reconhecer no povo brasileiro - seu patrão direto - aquele que banca o funcionalismo (em todas as esferas de governo) e fica com o resultado de tantos desmandos e que, infortunadamente, recebe em troca um péssimo serviço que desonra qualquer cidadão.
As condições de trabalho nas empresas também deixam a desejar. A precariedade das leis (ainda dos anos 40), a precariedade da segurança, a precariedade dos salários que não garantem uma subsistência mínima que compartilhe a vida moderna, consolidando gastos alimentares, escolares, saúde, seguros de vida e de seus bens materiais, gastos com lazer, computadores, telefonia de um modo geral, assinaturas de TV’s, revistas, livros escolares, etc.
A precariedade se estende a infra-estrutura de portos, estradas de rodagem, aeroportos, sistema habitacional, sistema prisional deprimente e com super lotação, dentre outros.
A precariedade das cidades, da política e dos políticos com uma corrupção deslavada que permeia um desvio de recursos da ordem de R$ 70 bilhões anuais; a precariedade da logística brasileira incapaz de tornar o país e o agronegócio brasileiro mais competitivo.
O descrédito dos serviços de turismo interno, dos parques de diversões e do transporte público faz parte desse mesmo contexto.
A ameaça à liberdade de expressão do povo e dos meios de comunicação é perene, isso nos remete a precariedade da transparência necessária em todos os escalões e níveis governamentais, além da precariedade do processo de planejamento da administração pública do país.
A precariedade das creches, o elevado número de pessoas nas ruas, revelado na última pesquisa um número de 1,8 milhão de pessoas, de ambos os sexos, o que se pode classificar como assustador; o fantasma das drogas e da falta de fiscalização de nossas fronteiras, a dificuldade dos pescadores ainda hoje atuando com um sistema artesanal de pesca.
A precariedade de acesso a informações públicas em órgãos governamentais, o abandono ao idoso, a precariedade dos conselhos tutelares e dos aposentados do país.
Ressalte-se ainda o elevado número de ministérios, 38 que quase se assemelha ao número de 50 ministérios dos áureos tempos do Socialismo Russo, chamado de Comando Central Russo, lembrando que a maior nação do mundo, a norte-americana, se satisfaz com 15 ministérios.
Acrescente-se a tudo isso, a institucionalização da precariedade brasileira levada por muitos, como coisa normal, pois precariedade em bom português significa: caráter de precário, fraco, incerto ou deficiente; que ganha pouco ou vive em extrema precariedade.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Administrando o Desemprego

Em tempos de crise ou mesmo em tempos de bonança perder o emprego é algo desagradável que pode acontecer a qualquer pessoa. Basta estar empregado para que o risco exista. Porém, algumas precauções durante a vida profissional são necessárias e ajudam a resolver essa difícil situação.
Assim, muitos consultores financeiros aconselham a criação de uma poupança equivalente a pelo menos três meses do seu salário, o que deve se transformar em meta que você deve se esforçar para cumpri-la, claro.
Procure separar todos os meses, no mínimo, cerca de 10% de seus ganhos, o que se tornará uma reserva para eventuais dificuldades.
Dependendo do mercado de trabalho e da estabilidade da economia, a busca pelo trabalho pode levar de três a seis meses – ou mais. Se você perder seu emprego, verifique quais benefícios da empresa ou do governo serão disponibilizados. Informe-se a respeito nos sites: Ministério do Trabalho e Emprego (www.mte.gov.br); Justiça do Trabalho da sua região (www.tst.gov.br) ou no Ministério da Previdência Social, (www.mpas.gov.br).
Fique sempre atento! Se você souber que a sua empresa vai reduzir o quadro de funcionários ou fechar as portas, você dever limitar seus gastos e reduzir suas compras, não titubeie.
Não pague suas contas com atraso. Se você não consegue pagar todas as suas contas, chame seus credores antes de qualquer atraso, explique a sua situação e solicite um plano de pagamento que poderá cumprir, embora você esteja sem trabalho e não tenha como pagar multas por atraso.
Caso você seja obrigado a trabalhar ganhando menos do que ganhava em seu emprego anterior, ajuste seus gastos de acordo com os seus novos rendimentos. Crie um plano realista para os gastos incorridos durante o período em que esteja desempregado.
Procure negociar todas as suas dividas em parcelas que você consiga pagar. É importante frear os juros cobrados em cartões de créditos e cheques especiais. Quanto mais rápida for à negociação, melhor.
Corte contas que, em muitos casos, são desnecessárias, como os celulares pós-pagos, por exemplo. A maioria das operadoras no Brasil possui planos econômicos de contas pré-estipuladas.
Atente-se ao novo orçamento e refaça toda a sua planilha financeira, focando o enxugamento de gastos.
Não se desespere. Esse tempo pode ser utilizado para atualizações e reflexões sobre o seu futuro profissional, o que não deixa de ser uma chance para ter certeza do que você realmente quer fazer de agora em diante.
Um dos principais conselhos para quem está em busca de um novo emprego é: esteja sempre preparado para um rápido discurso (uns 30 segundos) sobre suas capacidades e o que procura. E, durante uma entrevista, é importante especificar todas as formas como você pode ajudar a nova companhia a ultrapassar seus obstáculos.

Boa sorte!

domingo, 25 de setembro de 2011

O Comprador de Macacos e o Mercado de Ações

Uma vez, num vilarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por $10 cada um.
Os aldeões, sabendo que havia muitos macacos na região, foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos.
O homem comprou centenas de macacos à $10 e então os aldeões diminuíram seu esforço na caça.
Aí, o homem anunciou que agora pagaria $20 por cada macaco e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça.
Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca.
A oferta aumentou para $25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.
O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por $50!
Entretanto, teria que ir à cidade grande para resolver negócios urgentes e deixaria seu assistente cuidando do assunto.
Assim que retornasse, na próxima semana pagaria os $50 por cada macaco que eles conseguissem.
Na ausência do homem, seu assistente disse aos aldeões:
- "Olhem todos estes macacos na jaula, que o homem comprou, eu posso vender por $30 a vocês e quando o homem retornar da cidade, vocês podem vender-lhe por $50 cada um."
Os aldeões, "espertos", pegaram todas as suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
Detalhe: eles nunca mais viram o homem ou seu assistente; somente macacos por todos os lados do vilarejo.
Entendeu agora como funciona o mercado de ações na Bolsa de Valores? Cuide-se!

Fonte: Anônima.

domingo, 11 de setembro de 2011

O Fogo Cruzado na Siderurgia Brasileira

Em meio à crise financeira das contas públicas de países periféricos e centrais da Europa e o gigante Estados Unidos, que trazem como pano de fundo a desaceleração da economia mundial, que ameaça países com contas públicas pouco saldáveis e com baixo poder de autofinanciamento, acrescido das dificuldades dos bancos franceses e da gangorra das bolsas mundo afora, ora com suspiros de pânico, ora com normalidade, assim como de tantos outros suspiros de incertezas que nos chegam, surge por aqui um movimento de reposicionamento dos grandes investidores da siderurgia brasileira que naturalmente se esboça no grande xadrez de fusões e aquisições.
Numa discussão perdida no tempo, da junção de CSN e USIMINAS ou vice-versa não importa e que gestaria a Multinacional Brasileira do Aço, agora se apresenta de maneira quase espontânea pelas vias do mercado, através de um posicionamento mais agressivo de CSN na aquisição via mercado de um volume expressivo de ações da USIMINAS, o que tecnicamente coloca a possibilidade de acento da CSN no controle de sua concorrente principal, o que sutilmente provocaria alterações no quadro de controle atual da USIMINAS, em função de um momento de crise onde as empresas detentoras do capital se sintam na percepção de focar mais em seus próprios negócios e de até provocar alterações antes impensadas.
Os principais controladores da USIMINAS, Nippon Steel, Caixa dos Empregados da Usiminas, Votorantim e Camargo Correa se estreitam na insistente investida da concorrente.
Neste ínterim, apresentam-se três distintos cenários, amalgamados por especialistas de mercado.
1 - Nippon Steel que, como controladora, possui direito de preferência na compra das ações da Usiminas, aumenta sua participação na companhia e realiza em seguida uma fusão com os ativos da Gerdau de aço plano e mineração. Cenário considerado mais provável.
2 - Nippon Steel aumenta a participação e não realiza qualquer transação subseqüente.
3 - CSN compra a participação e passa a integrar o bloco de controle da Usiminas.
Matérias recentes no jornal O Estado de São Paulo e na Revista Exame informavam que a CSN teria feito uma oferta de compra da participação de 26% que Camargo Corrêa e Votorantim possuem na Usiminas, o que foi prontamente desmentida pela companhia a pedido da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), através de comunicação ao mercado.
Avaliações recentes dão conta de que um potencial acordo pode estar próximo, considerando que a Nippon Steel, controladora da Usiminas, tende a querer encerrar esses rumores de mercado, que podem estar abalando o clima interno da Usiminas, e a recente volatilidade das ações da companhia indicam o posicionamento de possíveis interessados na compra, assim como os resultados mais fracos da Usiminas, possam forçar seus controladores a procurar alternativas estratégicas para recuperar a rentabilidade.

domingo, 14 de agosto de 2011

Um Pouco de Civilidade Faz Bem

Civilidade é o conjunto de formalidades, observadas pelos cidadãos em sinal de respeito mútuo e consideração. Portanto, polidez, urbanidade, delicadeza, cortesia, são códigos de ouro para uma boa educação e boa convivência.
Honradez, integridade, boas maneiras, tolerância, autocontrole, honestidade, contenção verbal, capacidade de pedir desculpas e decoro, são apontados por especialistas como fatores para transformar relações conflituosas em relações cordiais, que diminuem as tensões, fazendo as pessoas mais tranquilas e felizes.
As convenções sociais são necessárias para administrar conflitos e promover a boa convivência entre os seres humanos. Importante, é reconhecer que a melhoria dos relacionamentos irá resultar em menos brigas e menos stress, melhorando a saúde física das pessoas através do controle de nossos monstros interiores.
Conceitos de civilidade, cidadania e educação deve ser consciência viva de cada um, só assim poderemos pensar em cidadania de forma mais ampla.
A cidadania e a civilidade são idéias fruto do processo de como homens e mulheres vivem juntos em uma sociedade, com autoconsciência do mundo em que vivemos, expressando uma mentalidade que distingue natureza e cultura que se desenvolve paralelamente à consolidação dos diversos tipos de direito e da distinção entre vida publica e vida privada.
Paulatinamente, o modo de vida pautado nessas noções identifica-se como uma boa educação geral. A cidadania e a civilidade, idéias fruto desse processo, passam a ser definidas como a maneira de viver em sociedades civilizadas, conhecedoras das noções e distinções que transcendem o sentido do puramente individual, daquilo que nos é particular. Ou seja, um modo de ser relativo aos nossos papéis sociais no trabalho, na escola, na rua, nos logradouros públicos, enfim, nos encontros e nas situações públicas, assim como nos círculos pessoais e na família.
Para que serve uma norma ou uma lei se uma pessoa, deliberadamente em um semáforo para sobre a faixa de pedestres ao verificar que nas proximidades não existe alguém para puni-lo; se um aluno, através de subterfúgios engana o professor na elaboração de um trabalho ou na feitura de uma prova; se uma escola suprime aulas ou não cumpre o programa escolar; se os governos processam suas transgressões. Mais do que isso, o ser humano rouba, engana, mata, corrompe, é corrompido, mente e tem vivido, como nunca na história, na lei do quem pode mais chora menos.
É preciso não confundir civilidade com cidadania. Civilidade se refere às regras do convívio social diário, a cidadania vai mais além, pois está preocupada com o que nossos governantes, políticos e gestores públicos estão fazendo com o meu, o seu, o nosso dinheiro, e quais ações fundamentais estão sendo tomadas para a nossa segurança, saúde e educação. Por isso, é preciso fiscalizar o setor público, principalmente, se estão cumprindo o dever de agentes multiplicadores de cidadania.
Nos países desenvolvidos, civilidade e cidadania são regras, e somente são regras porque são ensinadas a todos, do ensino fundamental às universidades.
Para falar um pouco de números, eu diria que estudos do professor Piero Massimo Forti, da Universidade Johns Hopkins - USA - calculou o custo da falta de civilidade para os americanos do norte e chegou à cifra de 30 bilhões de dólares. E no Brasil, quanto seria?

domingo, 7 de agosto de 2011

Crise Americana e o Furacão nas Bolsas de Valores

Os movimentos ríspidos das bolsas de valores mundo afora, mostram-nos, o quanto nosso planeta está globalizado, indicando assim que o axioma “aldeia global” deixa de ser uma frase de efeito, para afirmar-se como uma realidade absoluta. Por isso, os humores dos aplicadores em escala global se alteram a cada novo indicador das economias dos Estados Unidos, Europa e de outras economias periféricas e, instantaneamente, são percebidos nas carteiras de aplicadores ao redor do mundo.
Além de pânico, muito comum nestes momentos de aversão ao risco, há o reconhecimento dos especialistas de que os problemas existem e que a capacidade de suas soluções, às vezes, ficam aquém de suas necessidades de resolução. Interferências políticas inadequadas tem sido o grande nó da questão!
A percepção é a de que, num mundo de informações instantâneas, comportamentos sociais e comportamentos políticos de legislativos, executivos e judiciários dos países do globo escancaram deficiências, intolerâncias e mau gerenciamento que teimam em fazer a festa e não se lembrarem dos efeitos no dia seguinte. Ou seja, o mundo fica exposto a medidas não tomadas ou não realizadas no tempo e no momento adequados trazendo atitudes e resoluções desgastadas, provocando resultados tardios e pouco assertivos.
Fica, portanto, evidenciado que as responsabilidades dos mandatários de nações importantes do planeta não podem virar às costas para a ciência e os conhecimentos adquiridos até aqui, e deixarem que as decisões tomem rumos não profissionais. É preciso, muitas vezes, deixar as diferenças à parte e cuidar da viabilização correta da saúde financeira de seus países e, consequentemente, do planeta.
Assim, mandatários mundiais, dirigentes empresariais e dirigentes de qualquer natureza, num mundo globalizado, têm a responsabilidade aumentada, pois suas decisões podem colocar em risco empreendimentos e países ao redor do mundo.
O rebaixamento da classificação de crédito de longo prazo dos Estados Unidos de (AAA) para (AA+) motivado pela preocupação com os déficits orçamentários e o crescente peso da dívida daquele país, é mais um capítulo nesta geléia geral da crise de agora.
Por aqui, o processo de reformas econômicas empacadas no governo anterior deixou para trás importantes passos em direção às atenções ao câmbio supervalorizado, a infra-estrutura deficiente e onerosa, ao gasto público ineficiente, a desoneração da folha de pagamento, as reformas tributária, previdenciária e política, assim como da pouco falada, reforma na gestão pública. Some-se a isso, a desconsideração da educação como processo de libertação da ciência, tecnologia e inovação provenientes do exterior.
Tempos atrás era muito citada uma frase em nosso país: “o Brasil não é para Amadores”. Modestamente a recoloco pouco diferenciada: “O mundo não é para amadores!”

domingo, 31 de julho de 2011

Alerta ao Consumidor Brasileiro

O consumidor brasileiro tem se apresentado voraz ao ir às compras. Não que isso esteja de todo errado, mas ir às compras com tanta avidez retira do consumidor o status de “Rei”, de que “o cliente tem sempre a razão”, de que “o cliente é quem manda”, etc.
É preciso observar que os preços no Brasil estão absurdamente altos. Especialistas estão perplexos e concordam que os preços elevados não se traduzem apenas em inflação, custo Brasil e outras influências, mas sim, em carestia mesmo!
Os preços por aqui estão cinco vezes mais elevados que os da China, três vezes mais que os preços dos Estados Unidos, e assim por diante.
As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro encontram-se entre as dez cidades mais caras do mundo, o que não significa que em outras regiões os preços não estejam absurdamente elevados. Os imóveis chegam às alturas; os restaurantes estão com os preços elevadíssimos; artigos de cama, mesa, banho e móveis, assim como os estacionamentos pagos nas cidades, chegam a ser os mais caros do mundo e a gasolina brasileira atualmente é mais cara do que a dos Estados Unidos. Por sua vez os serviços públicos, a qualidade de vida, o conforto nas cidades de um modo geral são péssimos e os salários - ah! os salários - estão realmente muito baixos!
Muitos perguntam o que poderia estar ocorrendo? Seria a imaturidade dos novos entrantes no mundo do consumo – os consumidores provenientes das classes C e D? Seria o chamado custo Brasil? Seria o dólar em condições muito baixas em relação aos anos anteriores? Ou seria a excessiva carga tributária? Bem, todos esses fatores são componentes fortes no processo, mas não é tudo. Acrescente a isso a indexação ainda existente na economia (não refeitas pelos governos recentes) e o que nos resta identificar como importante: as excessivas margens de lucros do lado dos vendedores.
Cabe então aos consumidores prestarem atenção no dia a dia de suas compras. Perceba que quando você utiliza o seu cartão de crédito e faz o parcelamento de sua compra em três, cinco, dez vezes, você deixa que o vendedor financie a sua compra, porém, você não questiona a ele a que juros a compra foi financiada? Assim, o vendedor fica livre para trabalhar o juro que ele quiser. Imagine que o vendedor trabalhe com juros de 3% ao mês. Parece pouco, mas essa taxa está muito acima da remuneração da caderneta de poupança, por exemplo.
Atenção, portanto! Pois na realidade uma compra de um simples par de calçado ou de tênis, ser financiada em dez vezes sem nenhum juro, não existe!
Por outro lado, os salários nunca estiveram tão baixos. Vejam os sintomas: quando estamos dividindo em muitas parcelas nossas compras é porque algo não vai bem pelo lado da renda. Outro exemplo sintomático é o parcelamento de impostos como IPVA, Imposto de Renda e outros. Isso indica que os impostos assim como os preços estão realmente elevados.
É interessante notar que serviços e produtos básicos no Brasil como telefonia, transportes coletivos, água, energia, combustíveis, alimentos, dentre outros, são extremamente caros, prejudicando maioria da população que não pode usufruir livremente desses benefícios.
Como um país tão grande e tão rico em recursos, como o Brasil, pode em pleno século XXI, não ser capaz de oferecer produtos e serviços básicos a baixo custo ou de acordo com a renda da população?
Um jargão na economia diz que “maior volume de vendas, menores preços unitários”. Mas pelo visto, isto por aqui também não existe! Com essas distorções todas, há uma evidente transferência de renda dos consumidores para os setores produtores e comerciários distorcendo o equilíbrio distributivo.

domingo, 17 de julho de 2011

Rico e Pobre Brasil!

Conversando com uma pessoa apolítica que teve oportunidade de visitar e conviver um pouco nos bastidores de Brasília, certificou-me que a "cultura dos 10%" na Capital Federal já é, infelizmente, algo natural, e faz parte do cotidiano da corrupção desenfreada do nosso país.
Pior, é que Brasília, passou a ser o exemplo daquilo que se repete na maioria dos municípios e estados brasileiros e que, desastradamente, tem por princípio o desvio de erário público. É preciso dizer redundantemente que é desvio de “dinheiro subtraído do povo”, principalmente do cidadão que trabalha honestamente de sol a sol, de domingo a domingo e que enfrenta por isso mesmo, a precariedade dos serviços públicos, para depois ser salteado pela maior carga tributária do mundo que, paradoxalmente, deixa muito, mas muito para trás, o famoso “quinto dos infernos” – cobrança de impostos do tempo do império e que gerou mais tarde a dissidência do Brasil com Portugal, passando pelo esquartejamento de Tiradentes e mais tarde na famosa frase do Príncipe-Regente D. Pedro de Alcântara, às
margens do Ipiranga – Independência ou Morte!
Notem que no passado o povo pagava 1/5 de imposto à Coroa e inapropriadamente recolhemos hoje aos cofres públicos cerca de 1/3 da renda gerada por aqueles que trabalham rotineiramente no país. Incluímos aí os atuais aposentados que miseravelmente são atendidos com uma parcela mínima do que já recolheu efetivamente para os cofres da nação. Lembremos, de que muitos dos que hoje estão aposentados contribuíram com até 20 salários mínimos e atualmente recebem como benefício, apenas um valor correspondente a 6,7 mínimos, enquanto a corrupção faz minar todo o feito de pessoas e empresas honestas que lutaram e lutam por um país melhor. Preciso é, lembrarmos também, de várias outras categorias que tiveram os seus salários aviltados com o tempo como os professores, por exemplo, e tantas outras.
Desde o descobrimento do Brasil, passando pelo Brasil Colônia, chegando aos anos sessentas com o slogan: "varre, varre vassourinha” da campanha de Jânio Quadros pela presidência da República que teve como símbolo exatamente uma “vassourinha” para varrer os corruptos da política; e mais recentemente, com o “Caçador de Marajás” do ex-presidente Collor de Melo que depois de chegar à presidência teve seu mandato cassado pelo mesmo motivo: corrupção.
Nosso país vem ladeira abaixo deslizando, deslizando, deslizando, contabilizando negativamente a falta de caráter de grande parte do povo e, principalmente, dos políticos brasileiros. Vale ainda lembrar que há pouco tempo o povo se desdobrou para implantar a Lei da Ficha Limpa e foi atropelado pelas burocracias tanto legislativa quanto da ordem jurídica brasileira.
Minha fonte vai mais longe, e diz que ONGs são criadas e desfeitas ao sabor da corrupção. Lavam o dinheiro extraído do erário e depois desaparecem como fumaça no ar. É claro que existem ONGs sérias, que desenvolvem trabalhos sérios, porém é preciso cuidado.
Historicamente, um estado de corrupção política desenfreada é conhecido como uma “cleptocracia”, o que literalmente significa "governado por ladrões".
Um jeito simples de reconhecer corrupção é lembrar-se de uma inofensiva “vista grossa”.
É por essas e outras, que precisamos salvar o país da corruptela, ou se preferirem da cleptocracia, para que os bons filhos nascidos em berços bons passem a entonar diferentemente a expressão: Aprendi Tudo ao Contrário ou me Ensinaram Tudo Errado.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Trem Bala Brasileiro

Movido à energia elétrica, ele poderá ter um traçado com 518 quilômetros e fazer a viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo em cerca de uma hora e meia. Seu nome oficial é TAV - Trem de Alta Velocidade, mas falta ao governo federal fechar seu projeto definitivo, o que poderia ocorrer até abril deste ano com a realização do leilão para coleta de empreiteiras interessadas ao projeto, porém, o leilão foi adiado por falta de pretendentes. Assim, nova data do leilão foi marcada para o dia 11 de julho para coleta de empreiteiras interessadas, fato que também não ocorreu pelo mesmo motivo – falta de pretendentes, ou seja, nenhum grupo apresentou proposta ao projeto.
Por este motivo o governo notifica a sociedade que decidiu dividir em duas partes a execução da obra do Trem Bala que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, disse que na primeira etapa, ainda este ano, será contratada a empresa que vai fornecer a tecnologia e operar o Trem Bala. Na segunda fase, no início de 2012, será contratada a infraestrutura do projeto. A participação do governo não será alterada. O BNDES financiará cerca de 20 bilhões dos 33 bilhões de reais do orçamento da obra.
Após essa etapa, ainda será preciso abrir os envelopes das construtoras que farão a obra e muita paciência para vê-lo finalmente correndo, pelos trilhos. Na melhor das hipóteses, uma pequena parte do trajeto entrará em operação apenas em 2014. Com base em alguns detalhes divulgados pelo governo e de projetos já estudados pelo Ministério dos Transportes (este mesmo da corruptela), dá para se ter uma idéia de como vai o nosso caríssimo Trem Bala.
O trajeto deve ter sete estações e custo de 11 bilhões de dólares, pelos planos do governo. O Trem Bala iria de Campinas ao Rio de Janeiro, num trajeto total de 518 km. Entre o ponto final e o inicial a idéia é passar por cinco paradas em cidades estratégicas, a principal delas, São Paulo.
Movido a energia elétrica, o Trem Bala é uma variação sofisticada dos trens comuns que já circulam no país. O que o ajuda a ser mais veloz é principalmente um traçado especial e um menor número de paradas.
Para o Trem Bala ser rápido, ele precisa de um traçado o mais reto possível, com curvas mais alongadas. E para conseguir isso é bem provável que haja muitos túneis e pontes. Um dos projetos já estudados prevê que 26% do trajeto será realizado por viadutos ou pontes e 33% por túneis.
A energia elétrica necessária para alimentar a linha do trem viria por subestações elétricas espalhadas ao longo de todo o trajeto. Alguns projetos falam em pelo menos 11 subestações. Além delas, seria preciso uma rede de cabos de alta tensão suspensos.
O custo da obra, na previsão oficial é de 11 bilhões de dólares, ou cerca de 25 bilhões de reais, embora o mercado projete um valor de 33 bilhões de reais. Para se ter uma idéia, esse valor ultrapassa o PIB anual do Mato Grosso do Sul, ou seja, tudo o que o estado produz de bens e serviços em um ano.
Comparativamente, 27 bilhões de dólares foi o custo da Usina Hidro-droelétrica de Itaipu; 11 bilhões de dólares é o custo do Trem Bala; e 2,1 bilhões de dólares é o custo de 12,8 km de metrô em São Paulo.
Ainda estão sendo estudados os modelos de Trem Bala de vários países. O japonês N700, um dos mais modernos em operação, tem média de velocidade de 270 km/h. Mas os planos do governo são ambiciosos: fala-se em pelo menos 285 km/h em média.
Dependendo do tipo de trem escolhido pelo governo, e, tomando como exemplo o modelo japonês, o N700, cada trem seria capaz de levar 546 passageiros em oito vagões, três vezes a capacidade do avião mais usado no Brasil.
Quanto ao preço da passagem, por enquanto, só dá para estimar usando um projeto – da empresa Italplan – aprovado pelo Ministério dos Transportes em 2004, mas depois deixado de lado. Por esse projeto, a passagem sairia por 120 reais, o que não é ainda realidade.
O cronograma do projeto tinha como previsão o primeiro trimestre de 2009 para final dos estudos técnicos; em abril de 2009 – divulgação do projeto definitivo; segundo semestre de 2009 – licitação da obra; início das obras em 2010 e conclusão da primeira fase da obra em 2014.
Interessante para o leitor compreender é que o Trem Bala, não é estratégico para um governo sério. Aeroportos, mobilidade humana com a expansão de metrôs nas grandes cidades brasileiras, modernização dos portos, implantação de ferrovias setoriais para escoamento dos produtos de nosso agronegócio e a recuperação permanente de nossas estradas são mais importantes e criaria alinhamentos modais no curto e médio prazo. Portanto, o Trem Bala atualmente só faria concorrência com a Ponte Aérea Rio x São Paulo, já existente, o que de fato não chega a ser estratégico.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Custo Brasil ou Lucro Brasil?

Certamente o leitor já deve ter ouvido alguém falar sobre Custo Brasil - aquele que encarece o produto brasileiro por meio, não somente da falta, como também da inadequação da infra-estrutura e logística para que os produtos produzidos no país circulem normalmente pelos estados e municípios, chegando até aos compradores locais ou até mesmo aos portos brasileiros e daí direcionados a outros países.
Pois bem: este nome bonito sintetiza na linguagem dos economistas o que seja a penúria das estradas brasileiras, a precariedade de nossos portos e aeroportos, assim como toda a inadequação de nossa estrutura viária para atender um país continental como o Brasil que deveria transportar seus produtos até os consumidores finais através de meios mais baratos como os trens, o transporte de cabotagem (via mares e rios), dentre outros.
Porém, estudos revelam que existe, no caso dos automóveis, o então chamado Lucro Brasil.
O Lucro Brasil, é aquele que registra lucros exorbitantes no segmento automotivo, onde o mesmo carro fabricado aqui no Brasil e vendido internamente é, em certos casos, de até doze vezes mais caros que os vendidos em outros países, como Argentina, México, Estados Unidos, e outros países.
Consultores registram vários motivos para tal discrepância de preços. O Custo Brasil, que não explica tudo, a carga tributária brasileira, a mais cara do mundo e a falta de competitividade no segmento automotivo.
Na formação do preço: ao lançar um carro, o fabricante verifica a concorrência. Caso não tenha referência no mercado, posiciona o preço num patamar superior. Se colar, colou. Caso contrário passa a dar bônus para a concessionária até re-posicionar o produto num preço que o consumidor está disposto a pagar. É o que dita a estratégia de Marketing e na realidade, vale para qualquer produto, de qualquer setor.
As fábricas automotivas, de um modo geral, reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas e o governo reduz impostos como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado consumidor e o sexto maior produtor. E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.
O Lucro Brasil não fica somente na montadora, mas em toda a cadeia produtiva. Estudos feitos pela ACARA, (Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina), divulgou no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos, em São Francisco, em fevereiro deste ano, os valores comercializados do Corolla em três países: no Brasil o carro custa US$ 37.636,00, na Argentina US$ 21.658,00 e nos EUA US$ 15.450,00. Outro exemplo de causar inquietude: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil e no Brasil por R$ 65,7 mil.
O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil, fica por não menos de R$ 46 mil por aqui.
O Corolla não é exceção. O Kia Soul, fabricado na Coréia, custa US$ 18 mil no Paraguai e US$ 33 mil no Brasil. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.
Especialistas comentam que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de vendas e na lealdade do consumidor à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.
O que faz uma fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultores, é o fato de o México ter um mercado mais competitivo.
E por que o consumidor brasileiro paga mais pelo carro que em outros países?
A realidade é que o Brasil tem um custo de vida muito elevado. Comparativamente, os sanduíches do McDonalds aqui são os mais caros do mundo. O sanduíche custa US$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui.
Outro comparativo é a China onde o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística e os salários dos engenheiros e dos operários chineses não são menores do que os dos brasileiros.
Há algo errado no Brasil, não somente o preço do carro é mais elevado. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil o metro quadrado custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai a Pequim custa US$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.
As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência “fora de estrada”. São os derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva, onde o vendedor puxa exageradamente no preço.

domingo, 26 de junho de 2011

Ser Mineiro é Bão Dimais!!!

Durante escavações no estado do Rio de Janeiro, arqueólogos fluminenses descobriram, a 100 m de profundidade, vestígios de fios de cobre que datavam do ano 1000 d.C.
Os cientistas cariocas concluíram que seus antepassados já dispunham de uma rede telefônica naquela época.
Os paulistas, para não ficarem para trás, escavaram também seu subsolo, encontrando restos de fibras óticas a 200 m de profundidade.
Após minuciosas análises, concluíram que elas tinham 2000 anos de idade.
Os cientistas paulistas concluíram, triunfantes, que seus antepassados já dispunham de uma rede digital a base de fibra ótica
quando Jesus nasceu!
Uma semana depois, em Belo Horizonte, foi publicado por cientistas
mineiros o seguinte estudo: "Após escavações arqueológicas no subsolo de Contági, Patinga, Timoti, Fabri, Betim, Barbacen, Passa-Quato, Pós di Carda, Jijifó, Sans Dumont, Pôso Alegre, Santantoin do Monte, Varginha, Nanuque, Águas Formosas, Moncarmelo, Carnerim, Lagoa Dorada, Sanjão Del Rei, Beraba, Berlândia, Belzonte, Bosta do Raguari, Divinópis, Pará de Mins, Furmiga, Vernador Valadars, Tiófi Otoni, Piui, Carmo do Cajuru, Lagoa Santa, Morro do Ferro, Biraci e diversas outras cidades mineiras, até uma profundidade de 500 metros não foi encontrado absolutamente nada.
Concluindo então que os antigos mineiros já dispunham há 5000 anos
de uma rede de comunicações sem-fio: "wireless".
Nota dos arqueólogos: Por isso se pronuncia "UAI" reless.
Esse trem de ser mineiro é bão dimais, sô!!!

Fonte: Anônima.

sábado, 18 de junho de 2011

Ser Mineiro

Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer.
É fingir que não sabe aquilo que sabe, é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, é vender queijos e possuir bancos.
Um bom Mineiro não laça boi com embira, não dá rasteira no vento, não pisa no escuro, não anda no molhado, não estica conversa com estranhos, só acredita na fumaça quando vê fogo, só arrisca quando tem certeza, não troca um pássaro na mão por dois voando.
Ser Mineiro é dizer UAI, é ser diferente e ter marca registrada, é ter história.
Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza, humildade e modéstia, coragem e bravura, fidalguia e elegância.
Ser Mineiro é ver o nascer do sol e o brilhar da lua, é ouvir o cantar dos pássaros e o mugir do gado. É sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida.
Ser Mineiro é ser religioso, conservador, é cultivar as letras e as artes, é ser poeta e literato, é gostar de política e amar a liberdade, é viver nas montanhas, é ter vida interior.
Ser Mineiro é ter a alma em eterna primavera. É ouvir até o canto das pedras.
Já a alma de um Mineiro é como o fundo de um oceano. Há coisas que somente ele sabe.
Se você é capaz de enxergar o fundo das grotas, de ouvir o apito do trem, de sentir o cheiro do gado, então você é um Mineiro.
Ser Mineiro é um estado de espírito. É ser gente.
E para falar das coisas de Minas - basta ser um bom mineiro.
Cargos talhados, exclusivamente, para o Mineiro: gerente de banco e primeiro ministro.

Fonte: Poeta José Batista de Queiroz.

domingo, 5 de junho de 2011

Água de Beber Camará

A fonte da vida a nossa água de beber já não é mais a mesma! Insípida, incolor e inodora. Essas características não são mais suficientes para qualificar o requintado mercado das águas chamadas “gourmet”.
Na pequena cidade de Evianles-Bains, às margens do Lago Lemano, na França, uma fonte de água foi descoberta durante a Revolução Francesa em 1789, que se origina na chuva e na neve que cai dos altos dos montes Chablais, nos Alpes Franceses, é filtrada naturalmente por meio de camadas de areia glacial em um processo que demora cerca, de 15 anos. A sua composição é considerada uma obra-prima, com minerais exclusivos, “ph” neutro balanceado e, o principal, não passa por nenhum processo industrial. A água em questão é a Evian, famosa na França e já muito vendida em todo o mundo. Assim como esta, muitas outras marcas conquistaram paladares apurados e apostam num mercado exigente e em busca de produtos diferenciados.
Há tempos que a água deixou de ser apenas com ou sem gás. As “saborizadas” já mostraram o quanto é possível criar com um líquido simples e vital a todos. As águas gourmet trouxeram à tona características que vão muito além da simples função de matar a sede. Elas unificam o paladar e limpam as papilas dos resíduos dos sabores das comidas. Ganharam status e até carta de águas em alguns restaurantes. Atualmente, já existem degustações de água, assim como são comuns as de vinho.
Entre tantas opções e variações de preço, como escolher uma água gourmet?
Umas são ricas em bicarbonato e favorecem a digestão, são conhecidas como carbogasosas. Outras diminuem a acidez do estômago e tem alto poder de hidratação. As oligominerais possuem grande quantidade de sais minerais e são indicadas para sucos e cafés. Para o dia a dia, dê preferência para as do tipo levíssima, que são menos encorpadas e servem apenas para hidratar.
Aqui no Brasil, a referência é a cidade de Caxambu, no estado de Minas Gerais. Em Caxambu, encontra-se o maior complexo hidromineral do mundo. O Parque das Águas de Caxambu com suas 12 fontes de águas minerais gasosas e medicinais que jorram ininterruptamente. E o mais surpreendente é que a água de cada uma das 12 fontes apresenta propriedades físico-químicas diferentes.
Suas águas são indicadas para tratamentos de diversos males: problemas digestivos, hepáticos, de vesícula, respiratórios, de alergias, rins, pressão arterial, de pele, sistema cardiovascular, debilidade do organismo, anemia, reumatismos, gota, seqüelas reumáticas, sistema nervoso. Infelizmente, não são comercializadas como em outros países. Porém, Caxambu é uma cidade que merece ser conhecida e visitada. Todavia, tem uma curiosidade sobre as águas de Caxambu: uma história bastante interessante envolve a Princesa Isabel que em 1868, junto com seu marido, o Conde d’Eu, foram atraídos para a cidade de Caxambu pela enorme fama de suas águas curativas. A princesa queria ser curada de sua infertilidade. Como algumas das Fontes de Água Mineral são ricas em ferro, a princesa curou sua anemia, conseguiu engravidar e presenteou a cidade com a Igreja de Santa Isabel.

domingo, 29 de maio de 2011

A Carga Tributária na Telefonia Brasileira

A carga tributária sobre serviços de telecomunicações no Brasil é uma das mais altas do mundo. As Unidades da Federação tributam os serviços de telecomunicações com alíquotas que vão de 25% a 35%. Porém a coisa não funciona exatamente assim. As alíquotas cobradas são bem superiores ao que os consumidores imaginam, porque o tributo está incorporado à chamada base de cálculo do imposto.
Assim, as companhias telefônicas, processam o cálculo do imposto acrescendo ao valor da fatura ou da conta telefônica, o valor do imposto.
Por exemplo: no caso da menor alíquota, 25%, para uma conta telefônica de valor total de R$ 100, o imposto devido é de R$ 25 de ICMS. Essa seria a base correta de imposto. Como as telefonias incorporam o valor do imposto na base de cálculo, imagine que neste mesmo exemplo, a despesa líquida da conta seja de R$ 75, ou seja, 25% de R$ 75,00 são R$ 18,75 de imposto devido e não R$ 25,00 - o que corresponde a uma alíquota real de 33,33%. Utilizando os mesmos cálculos para a alíquota de 35%, a mesma conta nos leva a uma alíquota real de 53,84%.
Vejam que se considerarmos a aplicação dos encargos com PIS e a COFINS, a carga será ainda maior, pois o PIS e a COFINS incidem sobre o ICMS, e vice-versa. Dessa maneira, quando se combinam as alíquotas desses três tributos, o resultado real sobre o valor líquido dos serviços varia de 40,15% (nos estados onde o ICMS é de 25%) a 63% (onde o ICMS é de 35%).
Se você ainda não se sensibilizou, veja que, além desses impostos existe ainda uma carga representada pelos fundos setoriais específicos de telecomunicações: o FISTEL (Fundo de Fiscalização), o FUST (Fundo de Universalização) e o FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico), que representam cerca de 5% da receita líquida anual das empresas de telecomunicações.
Essa elevada carga tributária teve origem ainda na década de 1960, quando foi instituída a sobre-tarifa do FNT – Fundo Nacional de Telecomunicações, que chegava a 30% do valor das chamadas interurbanas e internacionais. Na década seguinte, os recursos do FNT passaram a ser desviados para o FND (Fundo Nacional de Desenvolvimento), e algum tempo depois o FNT foi extinto. Mas a tributação continuou sob o título de ISSC (Imposto Sobre Serviços de Comunicações), e com a Constituição de 1988, com o ICMS.
Essa é uma triste realidade que afasta grande parte da população dos benefícios do telefone e impede uma ampla universalização dos serviços telefônicos para toda a sociedade. Vejam ainda, que o Brasil tributa os serviços de telecomunicações com alíquotas iguais ou superiores às aplicadas destinadas a compra de armas e munições, perfumes e cosméticos, bebidas alcoólicas, embarcações esportivas e de recreação, cigarros e charutos, por exemplo.
A taxação média da telefonia brasileira é de 48% de impostos, enquanto na Malásia é de 6%.
O preço que o brasileiro paga pelos serviços de telecomunicações (internet banda larga, telefonia fixa e celular) caiu no ano passado em relação a 2008. Mesmo assim, o Brasil ainda tem um dos custos mais altos do mundo para esses serviços e o acesso ao celular no Brasil ainda está uma década atrasado em comparação aos países lideres no uso da tecnologia.
O Brasil vem perdendo competitividade no uso de telecomunicações e está abaixo das 50 economias mais competitivas nesse setor. O motivo da queda seria a relativa baixa educação da população, que prejudica o uso de novas tecnologias.
No geral, um brasileiro gasta 4,1% de sua renda para pagar por tecnologias de comunicação, taxa superior à de 86 outros países. A taxa é a pior entre os países do BRIC, e perde também para Argentina e Irã, por exemplo. Proporcionalmente, um brasileiro gasta mais de dez vezes o que um cidadão europeu ou canadense gasta para se comunicar.

sábado, 21 de maio de 2011

Pobre, Rica Língua Portuguesa!

O povo que respeita sua língua ainda é capaz de sustentar certos valores e defender certos princípios. Quando a língua é maltratada, com vem acontecendo, a própria comunicação das idéias, das informações e do sentido das coisas começa a se alterar. Quando o povo começa a usar o onde e o aonde nos lugares mais esquisitos ; quando começa a usar o de que em todas as posições possíveis e imagináveis, é porque a língua já perdeu muito de sua força de expressão.
O estudante de português tem um álibi: esta é a língua que eu falo, com ela consigo me comunicar, com ou sem erros. E acha então que pode desleixar. Estuda, quando estuda, porque o vestibular cobra, o concurso público cobra. Já ao estudar uma língua estrangeira, o cidadão procura domina-la ao máximo e da melhor forma. As pessoas não gostam de ser apanhadas em erro de inglês, francês, alemão. Podem passar uma imagem de ignorância . Já o português...
Quando a lingüística vem e diz que o erro não existe, reforça o álibi. A lingüística no ensino secundário deu apoio às pessoas que estavam já maltratando o português desde há muito tempo, ou que começaram a maltrata-lo. Por que o professor não de dizer “não vou ensinar nada, o erro não existe”? Até que chegamos a esta coisa que existe aí, de querer salvaguardar, segundo dizem eles, a linguagem falada pelas pessoas mal-informadas da periferia. Como se democratizar a ignorância fosse democracia, quando é exatamente o oposto. Então para que a escola?
A escola serve exatamente para ensinar a língua que não é a falada pelos que não tem escola. Ensinar a língua que está nos livros dos maiores de sua literatura – a língua, enfim, que está nos depósitos de cultura. A escola tem de dar ao estudante a chave desses patrimônios da língua. Se não for isso, para que ensinar o português no Brasil, o inglês na Inglaterra, o francês na França? A progressiva deterioração da língua portuguesa no Brasil tende a levar à descaracterização, à perda da própria identidade.
Outro álibi: dizer que o português que se fala em Portugal é outra coisa, a nossa é a língua brasileira. Eles não admitem que isto aqui seja um dialeto do português de Portugal, mas um única língua. Não, é outra coisa, dizem eles, e essa outra coisa acaba sendo esse português abastardado de todos os dias. Aí entra a lei do mínimo esforço. Não há erro, é outra língua. Ora, então os professores de Português podem acomodar-se. Ganham uma miséria mesmo... É um círculo vicioso. Mas o professor de verdade deve prosseguir na luta.
Esta luta está, sim, consumindo todas as energias dos professores. E, o que me parece pior: está consumindo todo o seu ideal.

Fonte: Prof. Massaud Moisés. USP.

domingo, 15 de maio de 2011

Plano Diretor

É uma aposta no futuro das cidades. É um plano que trata do diagnóstico científico da realidade física, social, econômica, política e administrativa das cidades e do município como um todo. Esse plano deve conter o conjunto de propostas para o desenvolvimento socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano, das redes de infra-estrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, com propostas bem definidas para curto, médio e longo prazo. É um instrumento, portanto, que deverá ser apreciado e aprovado por lei municipal.
O plano deve ser discutido democraticamente e buscar o consenso entre as partes envolvidas na discussão. Deve haver uma participação da comunidade, através de suas entidades representativas na elaboração do plano. É bastante usual um Conselho de Planejamento, no qual terão assento, representantes de entidades de classe, universidades, associações de moradores, representantes do poder público, dentre outros.
A diversidade das cidades faz com que seja normal a existência de objetivos conflitantes e, por isso, discutir sobre os objetivos pode ajudar a encontrar soluções que contemplem mais de um ponto de vista.
Na realidade, não existe plano pronto, ele terá que ser construído. E para isso’, é importante buscar o que se quer para o município, pelo menos, para daqui a vinte anos. Essa é a tarefa.
O plano deve estabelecer princípios, diretrizes e normas, assim como orientações para as ações que, de alguma maneira, influenciam no desenvolvimento urbano. Essas ações podem ser desde a abertura de uma nova avenida, até a construção de uma nova residência, ou a implantação de uma estação de tratamento de esgoto, ou a reurbanização de uma favela. Essas ações, no seu conjunto, definem o desenvolvimento da cidade, portanto é necessário que elas sejam orientadas segundo uma estratégia mais ampla, para que todas possam trabalhar em conjunto na direção dos objetivos pré-estabelecidos no plano.
Assim, o zoneamento é um instrumento importante, já que impõe limites às iniciativas privadas ou individuais, mas não deve ser o único. É importante também que estratégias de atuação sejam definidas para as ações do Poder Público, já que essas ações são fundamentais para qualquer cidade. A escolha do local de abertura de uma via, por exemplo, pode modificar toda a acessibilidade de uma área e, por conseguinte, alterar o valor imobiliário de uma região.
Cabe lembrar que antes da vigência do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor era obrigatório para municípios cuja população ultrapassasse 20 mil habitantes. Agora é exigido também para as regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e cidades integrantes de áreas especiais de interesse turístico, bem como as que possuem em seus limites territoriais empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental.
O plano diretor é um instrumento eminentemente político, cujo objetivo deverá ser o de dar transparência e democratizar a política urbana do município. Para isso, devem ser observadas as discussões com a sociedade, persistir na transparência e buscar uma visão democrática.
O plano diretor, como o próprio nome indica, é um plano de direção e, como tal, deve estabelecer diretrizes, metas e programas de atuação do poder público nas diversas áreas atinentes à sua atribuição, ficando a posteriori a elaboração dos projetos e leis ordinárias decorrentes dessas diretrizes.
O plano deve ser pensado de maneira integrada numa perspectiva de médio e longo prazo, dentro de uma escala de prioridades. Portanto, é necessário romper com as práticas “clientelistas ou eleitoreiras” que infelizmente caracterizam o processo de tomada de decisão em todos os setores da administração pública.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cenário Econômico Atual

Acompanhamos o crescimento da economia brasileira no ano passado que registrou um índice recorde de 7,5% do PIB (produção gerada por um país num determinado período de tempo). Financeiramente o PIB atingiu a marca de R$3,4 trilhões, gerando uma renda “per capita” (por pessoa), de R$ 10 mil.
Para que tudo isto acontecesse registra-se um excelente cenário internacional favorável aos países emergentes, onde se destaca a entrada em massa de consumidores asiáticos no mercado o que virou o jogo em favor de países como o Brasil. Este movimento gerou um salto nos preços de commodities (materiais básicos da economia) impulsionando a produção e as exportações brasileiras, proporcionando, que empresas como a Vale, Petrobrás, BRF, JBS-Friboi, Marfrig e Cosan se consolidassem como multinacionais líderes em seus setores.
Assim, países como a China estão de olho em nosso país. Mais precisamente em nossas fazendas, minas e empresas da cadeia de recursos naturais, o que, economicamente, não nos é conveniente, claro.
Porém, a economia, a ciência da escassez, nos cobra por isso. Não basta apenas pisar no acelerador. Temos que cuidar de dosar a aceleração. Ajustar nossos gargalos e trilhar o caminho dentro de nossas condições. Dentro de nosso contexto não desenvolvido como infra-estrutura, custo Brasil, educação, saúde, etc.
Sendo assim, é preciso fazer revisões. A primeira delas é no crescimento da economia, considerada em 4,5% para 2011 agora com previsão de apenas 3,6% em 2011 e de 3,8% em 2012.
Outro curso que preocupa é a escalada da inflação que infelizmente saiu de controle e está chegando aos salários, nos serviços e nos itens básicos de consumo como o pão de queijo, por exemplo. A previsão dos analistas para a inflação brasileira é de 6,3% para este ano, batendo no topo da meta que é de 6,5%. Para 2012 sugerem uma inflação de 5% com tendência de alta, ou seja, acima do mínimo da meta de 4,5%.
A taxa de juros é um capítulo à parte. Sendo a mais elevada do mundo, atrai como um imã, dólares que não encontram remunerações tão elevadas em seus países de origem e aportam por aqui à busca de ganhos elevados. Isso pressiona a nossa moeda que se valoriza em relação ao dólar e destrói nossa indústria que fica sem competitividade para exportação e pressiona nossa balança comercial gerando déficits no confronto entre recursos que entram com as exportações e recursos que saem com nossas importações, que em longo prazo pode se refletir no nível de empregos. Além de provocar desindustrialização em várias cadeias produtivas como as de eletroeletrônicos e têxteis, principalmente. A previsão para a taxa selic é de 12,5% até o fim do ano e de 11,75% para 2012.
Cabe aos empresários brasileiros sem guarida, buscarem um controle adequado dos custos empresariais para sobreviverem, já pensando no longo prazo quando da exploração do Pré-sal, onde a entrada de dólares será maior tornando o real ainda mais valorizado.
O câmbio tem previsão de R$1,55 por dólar para o final deste ano e de R$1,65 por dólar para 2.012, já que o governo parece estar mais condescendente com a valorização do real. No início se trabalhou com um dólar a R$1,70 – depois o governo tentou defender um dólar de R$1,65 e agora nas últimas semanas o governo aparentemente deixou escapar um pouco a taxa de câmbio e não parece que a taxa vá voltar imediatamente a um nível mais forte.
Para resolver todas essas questões é preciso saber qual o papel que o Brasil quer desempenhar no mundo e construí-lo. Sem rumos não é possível. Porém, esse debate parece longe de acontecer por aqui, enquanto a China se destaca por ter rumo e planejamento de longuíssimo prazo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Restos a Pagar

O serviço público brasileiro sofre de um grande mal de gestão. Sãos os restos a pagar. Poucos sabem, mais os restos a pagar são gastos em excesso dos governos federal, estadual e municipal, que ficam para serem pagos ou realizados no exercício seguinte.
A situação é crítica no Brasil porque esses tais restos a pagar, em muitas pastas ou secretarias de governos, já ultrapassam o orçamento previsto para o ano causando uma paralisia nos governos que só fazem para pagar dívidas de seus antecessores, e por isso nada realizam. Aliás, não realizam também pela aviltante incompetência administrativa, não só dos titulares executivos, como também de todo, ou quase todo o corpo do funcionalismo público (trabalhadores que estão nas entidades públicas Brasil afora).
Assim, para que saibamos melhor o resultado de governos desastrados ou mesmo populistas, cabe destacar que o antecessor do atual governo federal deixou apenas a bagatela de R$ 128 bilhões de restos a pagar em seus diversos ministérios. Destes, R$ 28 bilhões são devidos aos municípios, ou seja, não foi devidamente repassado ao outro ente da federação – os municípios. O restante fica por conta de obras inacabadas ou que ficaram apenas no papel, referentes a estudos ambientais, de viabilidade técnica, etc.
O Ministério das Cidades é o que concentra a maior parte dos recursos de restos a pagar, cerca de R$ 7 bilhões. A lista inclui ainda os ministérios da Saúde (R$ 3 bilhões), do Turismo (R$ 3 bilhões), da Integração Nacional (R$ 3 bilhões) e dos Esportes (R$ 1,2 bilhão).
Some-se a isso, a distorção administrativa e a estrutura orçamentária do país, que é caótica, funciona apenas como carta de intenções e não de compromisso com realizações, além da aberração, que somente existe no Brasil, referente às emendas parlamentares que distribui aos parlamentares 5% da previsão orçamentária, que na prática funciona para que os parlamentares façam política em seus estados, como construção de pontes, doação de ambulâncias, etc. – coisas que cabem ao executivo.
Isso tudo criou um sério problema de gestão fiscal que não aparece no orçamento da união. E que, por extrapolação, maquia todo o chamado sucesso da economia, com crescimento econômico maquiado, realizações maquiadas, obras do PAC maquiadas e assim por diante.
Lembremos os princípios constitucionais básicos da Administração Pública que diz assim: impessoalidade, moralidade, publicidade (transparência) e eficiência.
Podemos assim concluir que a Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê gastar apenas o que se arrecada, infelizmente, foi para o lixo.
Penso nisso!

segunda-feira, 21 de março de 2011

2011 - O Ano que Parece já Terminou

Pois é, estamos apenas no início de 2011. Portanto, na segunda quinzena do mês de março e assim como o ano de 1968 que dizem que não terminou, podemos dizer que até aqui, neste ano, já aconteceu de tudo! De tudo mesmo.
Há pouco comemorávamos o dia da Confraternização Universal e a chegada do ano novo, em primeiro de janeiro.
No Brasil, vieram as chuvas. E com elas as velhas tragédias, causadas pelas intensas torrentes que insiste em expor o quanto o país joga com a improvisação, burlando leis, normas, costumes, mostrando o quanto estamos longe de considerarmos como nação que pensa coletivamente e civilizadamente.
O Oriente Médio, sul da Ásia e norte da áfrica estão fazendo história com a sua juventude e milhares de pessoas insatisfeitas com os regimes governamentais ditatoriais que estão, quase sempre, no poder há mais de 30 ou 40 anos. Assim os povos de Egito, Iêmen, Tunísia e Líbia, clamam por direitos humanos básicos. Sendo que Tunísia e Egito já despacharam seus caudilhos.
A Líbia de Khadafi é um caso a parte, chegando a uma intervenção da zona aérea do país com conseqüências ainda por vir, o que podemos chamar de guerra anunciada.
No Japão a força da natureza se impôs a uma sociedade milenar, disciplinada e acostumada à construção e reconstrução de seu país, haja vista a sua localização, um arquipélago, localizado ao longo da costa oriental do continente asiático, formado por quatro ilhas principais: Hokkaidou, Honshuu, Shikoku e Kyuushuu, além de milhares de pequenas ilhas. A maior ilha é Honshuu, onde fica a atual capital, Tóquio.
Um maremoto seguido de um tsunami varreu a cidade de Sendai que fica na costa nordeste do país, a mais atingida pelo fenômeno. Sendai é a maior cidade da região com um milhão e trezentos e treze mil habitantes, que sofre agora com a radiação pelo vazamento dos reatores da Usina Nuclear ali instalada como meio de prover o país de energia elétrica.
De volta ao Brasil, passamos pelo carnaval onde Rio e São Paulo, reverenciaram a música com o rei Roberto Carlos e o maestro José Carlos Martins. Na Bahia e nos arredores do país carnaval de todos os tipos para todos os gostos e necessidades.
A visita de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos ao nosso país marca um novo tempo de relacionamento entre as duas nações que tem muito a se complementarem.
Com o aquecimento global e a mudança de temperatura mundo a fora, vem, muito oportunamente, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) com o belíssimo tema da Campanha da Fraternidade para este ano: “Fraternidade e Vida no Planeta” e que nos chama a conscientização e cujo refrão do Hino da Campanha diz assim: Nossa mãe terra, Senhor, / Geme de dor noite e dia. / Será de parto essa dor? / Ou simplesmente agonia? / Vai depender só de nós! / Vai depender só de nós!
Parece que este ano promete ainda muito mais. Pense nisso!