domingo, 17 de fevereiro de 2019

Tecnologia 5G


A quinta geração da telefonia celular chamada de 5G já chegou e veio para mudar as nossas vidas.
Assim, com velocidade de “download” e de “upload” de dados ultra rápidos, essa nova tecnologia proporcionará a seus usuários baixar filmes de elevada definição em exíguos sessenta segundos de tempo, através de conexões, extremamente, estáveis. Isso proporcionará o acompanhamento em tempo real de um jogo de futebol como se estivéssemos no próprio estádio; ou mesmo, assistir ao vivo, em nossas casas, todos os shows da turnê de nossas bandas favoritas, sem o aperto das primeiras fileiras do evento. E as vídeo chamadas se tornarão mais claras e menos irregulares do que acontece hoje.
Interessante nessa inovação é a possibilidade da criação de novos empregos, de novas plataformas de serviços e de novas atividades, as quais, em grande parte, ainda serão criadas e que em seu todo ainda não se pode prever.
Neste contexto, a tecnologia 5G, vai além dos celulares, chegando ao que chamamos de conectividade. Portanto, essa inovação será crucial para que veículos autônomos conversem entre si, leiam mapas e dados de tráfego em tempo real, dentre outros.
Desse modo, a profusão de “drones” é outro ponto interessante, pois eles poderão contribuir em missões de buscas e salvamentos, em avaliações de incêndios e no monitoramento de tráfego das grandes cidades. Com um diferencial: esses equipamentos estarão se comunicando entre si, sem fios, com bases terrestres por meio das redes 5G; onde dispositivos estarão sendo utilizados para monitorar a saúde do ser humano em tempo real, notificando aos médicos qualquer emergência ou anormalidade.
Especialistas apontam que estamos consumindo mais dados a cada ano à medida que vem aumentando a popularidade das transmissões de vídeo e de música. As faixas de frequência existentes estão ficando congestionadas, levando a falhas nos serviços. Não é para menos, pois o mundo está se tornando cada vez mais móvel, dado a eficiência do 5G em lidar, simultaneamente, com milhares de dispositivos de celulares, de sensores de equipamentos, de câmeras de vídeo, e de até mesmo os relacionados às iluminações urbanas inteligentes, etc.
Nessa toada, a tecnologia 5G também chegou aos negócios. A “SPRO It Solutions”, uma empresa especializada em estratégias de negócio e de tecnologia paranaense, instalou sensores para monitorar a ambiência, a temperatura, a umidade, a luminosidade, entre outros itens, em viveiros para aves. Interessante é, que a partir desses dados transmitidos pela rede celular a seus gestores, os ajudarão na tomada de melhores decisões, o que, certamente, acrescentará muito na produtividade e na competitividade dessas empresas.
A velocidade de acesso é sem dúvida o principal chamariz dessa nova tecnologia, mas as possibilidades vão muito além, chegando à internet das coisas. Mas, o que é a internet das coisas?
A chamada internet das coisas trata dos objetos conectados à internet, como hoje conhecemos nos aparelhos de TV e nos relógios inteligentes, que ganharão cada vez mais espaço em nosso cotidiano. Esses equipamentos dispensarão comandos dos usuários e conversarão entre eles, criando casas, prédios e cidades mais inteligentes.
Por exemplo, se o ar condicionado de sua residência estiver conectado à internet, você poderá avisá-lo que está chegando em casa e acionar seu funcionamento. Assim, ao entrar em sua casa, a temperatura ambiente já estará ajustada a seu gosto.
Portanto, veículos, prédios, eletrodomésticos e outros objetos poderão estar conectados à internet e serem acionados remotamente, assim como eles mesmos, remotamente, poderão enviar-lhe informações que lhe sejam úteis.  
Com isso, muitas possibilidades poderão ser criadas, embora, muitas sejam ainda impensáveis. Porém, outras delas já podem ser visíveis como, por exemplo, a luz do quarto ir se acendendo, gradualmente, até que seu usuário acorde. Quando isso ocorrer, a lâmpada enviará um comando para a cafeteira começar a funcionar e preparar o seu café.
Dados da empresa de tecnologia Sueca “Ericsson” estimam que, em 2022, 70% dos objetos conectados, ou seja, 1,5 bilhão de aparelhos usarão redes de telefonia para conexão entre si.
Os EUA estão iniciando a utilização da tecnologia 5G por suas residências. Ou seja, o proprietário do imóvel ao invés de contratar uma banda larga fixa, ele agora adquire uma solução 5G, que entrega maior velocidade através de uma tecnologia sem fios, incluídas aí toda a conectividade exigida.  
Do lado financeiro, pesquisa da empresa americana “Qualcomm” aponta que o 5G vai movimentar US$ 3,5 trilhões em 2035 em todo o mundo, com possibilidades de impulsionar essa tecnologia em setores como educação, transporte e entretenimento, permitindo a criação de 22 milhões de novos empregos.
Para o cientista Indiano, “Amol Phadke”, líder global da “Accenture”, uma empresa de Estratégia e Consultoria de Redes, os países da América Latina provavelmente adotarão de maneira mais lenta o novo padrão 5G.
Por outro lado, a maioria dos países não deve lançar a tecnologia 5G antes de 2020, porém, a Coreia do Sul pretende sair na frente e oferecer o serviço a partir deste ano. A China também está correndo para estrear a tecnologia agora em 2019 e já vem testando transmissões em tempo real com “drones” de alta definição usando o 5G.
Deste modo, no curtíssimo prazo, o 5G será, predominantemente, um serviço urbano para áreas densamente povoadas, sendo improvável que os moradores de áreas rurais se beneficiem do 5G no curto prazo.
No Brasil, há muitos desafios e o lançamento do 5G está previsto para 2020. 
Veremos!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

O Brasil, Minas Gerais e a Vale


A Vale, uma das maiores e mais importantes empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova York, controlada por fundos de pensão e bancos públicos e privados brasileiros, bem como de investidores estrangeiros, se meteu, novamente, com problemas de derramamento de barragens causando perdas humanas, biológicas, destruindo biomas e rios por onde passa a lama.
Na realidade, os impactos ambientais da mineração em si são diversos e acontece em variadas escalas visíveis em alterações biológicas, geomorfológicas, hídricas e atmosféricas de grandes proporções. Portanto, conhecer e compreender essas adversidades nos ajudam a buscar meios para minimizar seus efeitos na busca de garantias à preservação dos ambientes naturais aos seres vivos.
As principais alterações nas paisagens e os impactos gerados pela mineração são a remoção da vegetação em todas as áreas de extração; a poluição dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) pelos produtos químicos utilizados na extração de minérios; a contaminação dos solos por elementos tóxicos; a proliferação de processos erosivos, sobretudo em minas antigas ou desativadas que não foram reparadas pelas empresas mineradoras; a sedimentação e a poluição de rios através do indevido descarte dos materiais produzidos e não aproveitados como rochas, minerais e equipamentos danificados; a poluição do ar a partir da queima ao ar livre de mercúrio, muito utilizado na extração de vários tipos de minérios; a mortandade de peixes em áreas de rios poluídos pelos elementos químicos oriundos das minas; a evasão forçada de animais silvestres previamente existentes na área de extração mineral; a poluição sonora gerada em ambientes e cidades localizadas no entorno das instalações, embora a legislação vigente limite a extração mineral em áreas urbanas; a contaminação de águas superficiais tanto doce como salgada pelo vazamento direto dos minerais extraídos.
Estudos ambientais diversos, indicam, que muitos dos materiais gerados pela mineração são rejeitos, os quais muitas vezes são descartados erroneamente. Embora, nos rejeitos da mineração existam materiais nobres como fero, ouro, cobre e níquel, dentre outros, que podem ser reaproveitados, as mineradoras os deixam em barragens, infelizmente, sujeitas a riscos diversos de engenharia.
Estudos qualificados no Brasil e no exterior demonstram a existência de práticas obsoletas e mais modernas no armazenamento de rejeitos da mineração. Neste sentido, e diante dos desastres de Mariana e Brumadinho, cabe à empresa Vale admitir que está atuando com procedimentos e armazenamentos ultrapassados.
Neste particular é preciso considerar uma nova filosofia de trabalho; o planejamento dos procedimentos; uma estrutura qualificada de pessoal; critérios de contratação e de elaboração de projetos; controle e acompanhamento da construção; controle da operação do sistema de disposição dos rejeitos; um programa de monitoramento e de inspeções; um programa de auditorias e de avaliações de segurança; um plano de atendimento a emergências; critérios de desativação e de armazenamento de rejeitos; estrutura para evacuação de pessoal nas proximidades das barragens; dispositivos de alarme para alerta de pessoal, etc.
Por outro lado, as leis brasileiras precisam acompanhar os protocolos internacionais de segurança e se tornarem rígidas o suficiente na aprovação e controle de projetos de risco. Mais importante do que leis, é fazer com que elas sejam rigorosamente cumpridas sob pena de paralisação  da produção empresarial, até que o evento esteja de acordo com as normas estabelecidas.
Agora, depois dos trágicos acontecimentos em Mariana e Brumadinho, fica patente que punições rigorosas devam ser estabelecidas, logo após severas investigações que constatem crimes à vida humana e ao meio ambiente.
Embora, sejamos um país terceiro mundista, não aceitamos e não aceitaremos procedimentos obsoletos de mineração, seja de empresas nacionais privatizadas ou não, seja de empresas multinacionais que procedam em desacordo com a legislação vigente.
Cabe perguntar: os procedimentos adotados no Brasil estão de acordo com os procedimentos nos países de origem das empresas, ou mesmo, de acordo com as normas e os protocolos internacionais? As legislações municipais, estaduais e federais estão atualizadas e ajustadas às modernizações tecnológicas atuais, atendem às normas de segurança pretendidas atualmente?
Todos sabemos que as atividades mineradoras são importantes para as sociedades. Porém, isso não pode significar um manejo realizado de maneira não planejada, obsoleta e desprovida de fiscalização competente das instalações empresariais por parte do setor público brasileiro.
Neste cenário, cabe às empresas mineradoras promover medidas para o correto direcionamento do material descartado e a contenção da poluição gerada pelos elementos químicos do processo e fazer uma utilização sustentável dos recursos minerais a fim de garantir a sua existência para as gerações futuras. 
Dados internacionais, mostram que uma mina que tenha sido desativada por trinta anos tem seu risco aumento por vinte vezes, o que se registraria um risco anual cumulativo de 0,666%. Diante dessa informação podemos concluir então que uma barragem que apresente melhor custo-benefício é aquela que não se rompe.
Diante de tantas dificuldades, países como o Canadá vêm adotando procedimentos na forma de “dry stacking” (empilhamento a seco), o que dispensa o uso de barragens.
E mais, considerando a finitude dos minerais se tornou consenso nos meios da mineração que os rejeitos de hoje poderão ser o minério de amanhã. Isso reintroduz mais rigor nos procedimentos de geração e armazenagem de rejeitos, o que pode ser traduzido na otimização dos processos, já que os rejeitos possuem aplicabilidades variadas para os setores da agricultura, indústria cerâmica, indústria do vidro, construção civil, dentre outras. Tudo isso nos coloca diante de uma mineração sustentável com procedimentos de “compliance and commitment”, ou seja, conformidade e compromisso.
Afinal, o Brasil, Minas Gerais, Mariana e Brumadinho não podem se transformar no quintal das mineradoras, sejam elas de capitais nacionais ou internacionais!