quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A Economia Mundial e os Efeitos no Brasil

A economia brasileira vem balançando há tempos. Nada foi feito para direcionar o país dentro de um contexto favorável em que o mundo passou desde os idos de 2003.
Agora, a situação que já não era boa ficou ainda pior com a recuperação da economia americana.
O Brasil ainda é muito dependente da poupança internacional, o que pode não parecer ao cidadão comum. Assim, os recursos que aportavam por aqui já não o fazem mais com tanta abundância e agora retorna à sua fonte mais segura, os Estados Unidos, a maior economia do planeta.
As dificuldades brasileiras começaram no ano passado já nas primeiras expectativas de os americanos reduzirem por lá os estímulos fiscais, fazendo a nossa moeda o Real a ter um resfriado e se enfraquecer diante do Dólar em 14,36%.
Porém, agora é prá valer. O Banco Central Americano o FED reduziu os estímulos fiscais da economia americana em US$ 10 bilhões em janeiro e repetiu a dose agora em fevereiro baixando mais US$ 10 bilhões, assim, os estímulos totais para a economia americana ficaram em US$ 65 bilhões, o que traz a expectativa se, realmente, o FED vai tomar esta medida a cada mês, sugando a abundância de dólares ao redor do mundo, fazendo com que a moeda dólar fique mais valorizada mundo a fora.
Em outras palavras o FED gastará US$ 65 bilhões ante US$ 85 bilhões mensalmente para comprar títulos do governo americano emitidos desde a crise do “Sub-prime” em 2007/2008. Assim governos e investidores acompanham a saída de capitais das economias emergentes, Brasil, no meio.
A justificativa para as medidas americanas vem da melhora nas taxas de desemprego, inflação baixa do país e melhora na economia em geral.
A previsão é de que com ganhos maiores para os investidores nos EUA atraia capital estrangeiro estacionado hoje nas economias emergentes.
O Brasil faz parte dos cinco grandes emergentes rotulados de Cinco Frágeis, juntamente com Turquia, Índia, África do Sul e Indonésia, ou seja, dos países em que os economistas consideram em situação mais desvantajosa para enfrentar um novo impacto externo, após sobreviverem à crise de 2007/2008.
Os principais dilemas que afligem os emergentes, Brasil no meio, são o que os investidores estrangeiros terão em mente ao reavaliar os seus portfólios de investimentos a partir de dessa retirada gradual dos estímulos monetários nos Estados Unidos.
Em uma primeira rodada os investidores irão retirar dinheiro de todos os países emergentes. Em uma segunda rodada, vão começar a diferenciar entre as economias emergentes que estariam em melhores condições e com mais credibilidade, dizem especialistas.
O recente descontentamento nos mercados, causado pela redução do programa de estímulo monetário pelos Estados Unidos, deixou claro a necessidade de governos de economias emergentes levarem a sério a urgência de reformas internas.
Com a redução dos estímulos monetários, o fluxo de liquidez fácil para o mercado mundial, que de algum tempo atrás propeliu queda recorde nas taxas de juros brasileiras (hoje elas retornaram a dois dígitos), afetará países devedores como o Brasil dentre outros.
Os problemas dos mercados em 2013 expuseram os desequilíbrios que estão se acumulando na economia brasileira, porém, não levou Brasília a resolvê-los. Os problemas variam de um crescente déficit no orçamento do governo a tentativas oficiais de conter a inflação por meio de contenção de aumentos em produtos e serviços administrados pelo próprio governo como os combustíveis.
Agora será necessário permitir que os preços se corrijam, o que provavelmente, conduzirá a uma queda no câmbio, alta na inflação e das taxas de juros.
Um segundo problema é que o Brasil está a caminho de um novo rebaixamento em sua classificação de crédito, além de enfrentar prováveis protestos políticos durante a Copa do Mundo.
Outra dificuldade é que muitas corporações brasileiras emitiram papéis denominados em dólar, portanto, fazendo dívida em dólar e o governo brasileiro vem perdendo ‘superávits’ em conta-corrente (comércio internacional) gerando ‘déficits’ por conta dos baixos preços das ‘commodities’ brasileiras no mercado internacional, dificultados ainda pela necessidade crescente de financiamento externo.
Quando se olha para os números de longo prazo do Brasil, é assustador. Ou seja, durante a bonança por que passou o mundo, o Brasil foi um dos países que mais negligenciou a sua infra-estrutura na América Latina, e onde o investimento relativo ao PIB avançou menos.
Pois é, são temas relativos à educação, infra-estrutura, investimentos, etc. E sob estes aspectos o Brasil não teve, infelizmente, um bom desempenho.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Dia Nacional do Aposentado

No último dia 24 de janeiro aconteceu sem muita vibração pelos brasileiros, especialmente, pela classe política detentora do poder desde 2003, o Dia Nacional do Aposentado.
A data do dia do aposentado foi escolhida porque nesse mesmo dia, em 1923, ocorreu a assinatura da Lei Eloy Chaves, criando, na época, a caixa de aposentadorias e pensões para os empregados de todas as empresas privadas das estradas de ferro existente no país. Assim, este episódio se tornou o marco histórico da Previdência Social, que até então atendia apenas os funcionários do governo federal. E é por isso, que no Dia do Aposentado também se comemora o Dia da Previdência Social.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constam que no Brasil o número de idosos acima de 60 anos supera o de crianças de menos de 5 anos de idade em 17,9%. Nas Regiões Sul e Sudeste esse percentual ficou em 47%. Já nas demais regiões, o grupo etário desses idosos ainda é menor do que o de crianças.
Segundo cálculos do IBGE, há um aumento médio de 144 dias na expectativa de vida para trabalhadores que hoje têm entre 40 e 80 anos. Esse resultado indica uma perda média de 1,67% no valor da aposentadoria por tempo de trabalho em relação ao benefício solicitado até novembro de 2013.
Envelhecer faz parte do jogo da vida, mas o grande mérito da vida é viver e conviver com dignidade todas as suas fases e ter bons motivos para comemorar cada acontecimento, com alegria com energia e equilíbrio.
Embora esquecidos, seria muito justo homenagear quem durante muito tempo lutou por si e pelos seus, produzindo e consumindo, participando ativamente da vida econômica e social do país.
O Dia do aposentado é também dia de histórias sempre contadas para lembrar que a vida é reciclada a cada dia. É dia de falar dos amigos. Dos companheiros de todas as batalhas, dos cúmplices de todos os sonhos, de quem ficou pelo caminho, de quem deixamos pela estrada, de quem nos ligamos pelo cimento da união.
Aposentado é aquele que merece olhar sossegado tudo o que ajudou a construir ao longo da vida – filhos, netos, casas, praças, parques, avenidas, igrejas, empresas, bancos, estradas, bares, até satélites.
Seria justo uma comemoração verdadeira a esses gigantes porque ainda há força e alegria. Força para provar que ainda há muita vida, força para lutar pela garantia das conquistas, e alegria para compartilhar com as novas gerações a experiência e a memória dos anos vividos.
Assim, seria dia de homenagear a todos que se permitem sair para pescar, caminhar, visitar amigos e parentes, viajar, ou mesmo ficar sentados em uma cadeira de balanço observando o mundo a seu redor.
Infelizmente os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) não tiveram o que celebrar em 2014. O reajuste de 5,56% concedido recentemente pelo governo está aquém das expectativas daqueles que trabalharam durante toda a sua vida, não cobrindo a inflação e nem mesmo as perdas do poder de compra da classe.
Deste modo o Senado e a Câmara dos Deputados têm a obrigação de discutir e votar um projeto que ponha fim as dificuldades com que passa esta classe tão importante da sociedade e apresentar alternativas que possam assegurar uma reposição justa e verdadeira para todos os beneficiários do sistema previdenciário, pois, os aposentados têm sido sistematicamente desrespeitados e tratados com descaso pelas autoridades vigentes.
O país conta com 30 milhões de aposentados sendo 72% deles com ganho de apenas um salário mínimo de R$724,00. Os reajustes não acompanham a inflação para aqueles que ganham acima do salário mínimo e nos últimos 18 anos, já se contabiliza 76% de perdas nos salários e benefícios.
Existe um projeto de lei, PL 4434 que prevê a recuperação dessas perdas salariais que, lamentavelmente, ainda não entrou em pauta, pois dados de especialistas consideram perdas relacionadas a 10 anos de trabalho duro.
Pesquisa divulgada em janeiro realizada pela consultoria global “Natixis Global Asset Management” mostra o ranking de como os países trata os seus aposentados.
Longe de alcançar as primeiras posições entre os 150 países estudados, o Brasil ficou em 40º lugar. A pesquisa considerou indicadores de saúde, finanças, qualidade de vida e bem estar material.
Assim, o país que concede as melhores práticas para os aposentados é a Noruega, seguida de Suíça e Luxemburgo.