quinta-feira, 22 de março de 2012

Aos Mestres com Carinho


A profissão de professor é uma das mais antigas e importantes do mundo, pelo simples fato de as demais profissões, na sua maioria, dependerem dela. Platão, em sua obra A República, na Grécia Antiga, já alertava para a importância do professor na formação do cidadão, embora atualmente, aqui no Brasil, poucos se dão conta disto.
Professor,  é uma pessoa que ensina uma ciência, uma arte, uma técnica ou outro conhecimento, o qual traz uma compreensão específica de algo ou mesmo uma compreensão de mundo, ou ainda, um conhecimento para alavancar a carreira de outrem.
Para o bom desempenho do exercício dessa profissão, são requeridas qualificações acadêmicas e pedagógicas, na qual o profissional possa transmitir e ensinar com clareza a matéria de estudo ao aluno.
Aqui Brasil, professor, é o profissional que ministra aulas ou cursos em todos os níveis educacionais, como Educação Infantil, Educação Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior, além do Ensino Profissionalizante e Técnico.
A situação por aqui é marcada por salários humilhantes, desvalorização profissional, ausência de planos de carreira e de estrutura arquitetônica das escolas, o que afasta e desestimula a juventude para se qualificar a uma carreira no ensino. Isso se agrava quando os jovens a par desta situação são inclinados a não serem professores, pois financeiramente, não se torna vantajoso estar em sala de aula, o que contribui para baixar a qualidade dos docentes.
A crença condicionada na cultura brasileira de que “ser professor é uma missão ou vocação – e não uma profissão – acaba contribuindo para a desvalorização do profissional”. Porém, de fato, alguns ainda escolhem essa carreira por amor e dedicação, o que não faz nenhum sentido do ponto de vista do mundo capitalista que, paradoxalmente, valoriza o detentor do conhecimento.
Nos Estados Unidos, o termo Professor é reservado apenas a indivíduos que ministram aulas em instituições de ensino superior – chamados de “College ou University”. Professores do ensino fundamental ou médio são denominados ”Teachers”. Além do ensino propriamente dito, “Professors” nas universidades estadunidenses dedicam-se principalmente a atividades de pesquisa, incluindo  a orientação de alunos em cursos de pós-graduação.
Em geral, o grau acadêmico de doutor - Ph.D ou equivalente - é exigido para ingresso na carreira de professor nas universidades estadunidenses no nível inicial de Professor Assistente – “Assistant Professor”. Após alguns anos, um Professor Assistente pode ser promovido a Professor Associado – “Associate Professor” e, posteriormente, a "Professor Pleno" – ou “Full Professor” ou simplesmente, “Professor”. Um pequeno número de professores plenos que se destacam pelas suas atividades de pesquisa é nomeado “Distinguished Professor” ou “Endowed Professor”. Desta forma, passam a deter uma cátedra pessoal – “Personal Chair” designada por um nome específico, ou, o nome do patrocinador - pessoa física ou jurídica, que financiou ou financia a cátedra.
Professores Plenos, na maioria das vezes, professores associados, possuem a garantia de “Tenure”, isto é, proteção contra demissão sumária. Prerrogativa, semelhante àquela a que têm direito os juízes federais nos Estados Unidos, a qual tem por objetivo garantir a liberdade acadêmica, protegendo professores seniores de pressões de natureza política ou ideológica.
No Reino Unido, particularmente, e na Europa em geral, o processo de valorização e preservação do professor é parecido com o dos Estados Unidos.
Visualizando e compreendendo o processo de valorização dos professores nos países desenvolvidos, podemos compreender as causas da desvalorização do professor brasileiro, o que invariavelmente se reflete na má remuneração do professor brasileiro, expresso literalmente no piso nacional dos professores, agora em R$ 1.451.
É bem verdade, que ao comentar sobre a classe dos professores é necessário lembrarmos que, além do que foi dito, é também motivo de preocupação todo o modelo pedagógico desenvolvido pelo MEC, que se encontra defasado como o tempo, inclusive na modernização da sala de aula através da utilização das chamadas “modernas mídias”, assim como de todo o processo de ensino instituído no modelo brasileiro.
Interessante saber que no Japão, o único profissional que não precisa se curvar diante do imperador é o PROFESSOR, pois segundo os japoneses, numa terra que não há professores não pode haver imperadores.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Aprendendo com a força Econômica de Cidades Paulistas


BARUERI – O PIB da cidade triplicou entre 2003 e 2008 e já supera o de capitais como Belém e Recife. O principal impacto na economia vem do setor de serviços, que cresceu 330%.
Nos últimos seis anos, o número de alunos matriculados em escolas técnicas aumentou de 2.000 para 12.000. A oferta de mão de obra qualificada atraiu “Call Centers” e puxou a criação de empregos: foram 16.357 em 2010.
BAURU – É procurada por empresas de logística, por causa de sua localização estratégica no estado. O número de empresas no setor cresceu 120% em seis anos. Um novo shopping está em construção, a um custo de 75 milhões de reais.
CAMPINAS – É o coração de uma região metropolitana que produz 3% do PIB do país. Nela, há dezenove municípios, onde vivem 2,6 milhões de habitantes. Lá está instalado o terceiro maior parque industrial do país. O setor de serviços emprega 78% da população.
Em quatro anos, o número de transações imobiliárias em Campinas aumentou 1.300%.
CARAPICUIBA – Antiga cidade-dormitório de São Paulo registrou 2.900 novos empregos em 2010 e dobrou sua produção de riquezas entre 2003 e 2008. A atividade industrial cresceu 48%. Seu parque fabril já emprega 14% da população.
DIADEMA – Tem a segunda maior densidade demográfica do Brasil e um parque industrial de autopeças, máquinas, plásticos e cosméticos que responde por 55% dos empregos locais. A redução de 77% na taxa de homicídios na última década melhorou a qualidade de vida que favoreceu o desenvolvimento do comércio e dos serviços contribuindo com a metade do PIB da cidade.
EMBU DAS ARTES - Conhecida por sua tradicional feira de artesanato, tornou-se um dos maiores centros logísticos de São Paulo.
Perdigão, Renner, Walmart e Decathlon montaram seus centros de distribuição na cidade.
FRANCA – Um em cada oito francanos trabalha nas 467 fábricas de calçados locais, que respondem por cerca de 60% da arrecadação municipal. Juntas, elas exportaram 56 milhões de dólares no ano passado. Desde 2009, Franca tornou-se também a cidade das calcinhas e sutiãs: o número de fabricantes de lingerie passou de 20 para 153.
GUARUJÁ – O turismo atrai cerca de um milhão de visitantes para a cidade a cada verão. Mas são as atividades do Porto de Santos, que mantém boa parte de suas instalações no município, que respondem por 65% da arrecadação de ISSQN . O comércio popular está aquecido: há novas lojas das Casas Bahia, Ponto Frio e Lojas Americanas.
GUARULHOS – Sede do maior aeroporto brasileiro e situada entre as vias Dutra, Ayrton Senna e Fernão Dias, é base para mais de 1.000 empresas de transporte e armazenagem. Juntas elas oferecem mais de 115.000 empregos. Com o segundo maior parque industrial do estado, Guarulhos é responsável por 3,7% das exportações nacionais.
INDAIATUBA – Fechou o ano de 2010 com a criação de 2.500 postos de trabalho no setor de serviços, o mais relevante da economia local. Para atender à demanda de sete distritos industriais – onde há plantas da Toyota, General Motors e Unilever, assim, 5.100 profissionais são formados por ano nos centros de ensino técnico.
ITAPEVI – No ano de 2010, seu posto de Atendimento ao Trabalhador teve o melhor resultado: empregou 6.100 pessoas. Entre 2004 e 2010, o número de indústrias aumentou 45%, o que ajudou a fazer com que a arrecadação do município crescesse 220%.
ITAQUAQUECETUBA – A chegada das pistas do Rodoanel e de um porto-seco aqueceu a economia. Foram criados 2.809 empregos em 2010, 45% deles na indústria. Em 2013, será inaugurado o primeiro shopping, o que aumentará ainda mais o peso do setor de serviços, que atualmente emprega cerca de metade dos trabalhadores locais.
JACAREÍ – Suas 380 fábricas, cujas áreas de atuação vão do setor aeronáutico ao de celulose, respondem por 50% das riquezas produzidas no município. Para atrair mais investimentos, a cidade aposta na melhoria da qualidade da mão de obra.
Tem 4.000 alunos matriculados em quatro faculdades e receberá uma nova unidade do Senai.
JUNDIAÍ – Há 1.300 empresas instaladas no município. Destaca-se a maior engarrafadora da Coca-Cola do planeta.
As indústrias colaboram com 34% da composição do PIB local. A cidade é reconhecida pela variedade de serviços públicos oferecidos pela Internet. Até a abertura de empresas pode ser feita on-line.
LIMEIRA – Situada entre cinco rodovias e uma ferrovia, criou “corredores industriais” e investiu na qualificação profissional, com seis escolas técnicas. Em 2006, a Dooler instalou na cidade a maior fábrica de aromatizantes da América do Sul. No final de 2011 a Ford inaugurou a maior fábrica de escapamentos do mundo. Também tem um brilho particular: produz 60% das bijuterias folheadas do Brasil.
MAUÁ – A construção do trecho sul do Rodoanel, em 2009, agitou a economia local. Antes dependente do Pólo Petroquímico de Capuava, a cidade encontrou um novo caminho. Os serviços ganharam força com o aumento de 30% no número de estabelecimentos.
MOGI DAS CRUZES – Entre 2003 e 2008, seu PIB triplicou. No ano de 2010, foram criados 5.700 postos de trabalho.
A 30 quilômetros do Aeroporto de Guarulhos e a 100 quilômetros do Porto de Santos, Mogi atrai centros de distribuição, concessionárias de veículos e abriga também empresas de “Call Center”, como a Tivit e a Contractos.
OSASCO – Tem o décimo maior PIB do Brasil. Comércio e serviços criam 250 empreendimentos por mês na cidade e fazem girar 21,5 bilhões de reais por ano. No município estão as sedes do Bradesco e Submarino, a maior empresa de comércio eletrônico do país.
PIRACICABA – Como pólo médico teve inaugurado no ano passado, o quarto grande hospital, com 110 leitos. Tem mais de quinze universidades, incluindo um campus da USP e outro da Unicamp. O capital intelectual contribuiu para pesquisas na área de bioenergia, já que a cidade é importante produtora de cana-de-açúcar e equipamentos para o setor sucroalcooleiro.
RIBEIRÃO PRETO – Capital nacional do agronegócio, a cidade concentra indústria e serviços vinculados à produção sucroalcooleira. O que mais chama a atenção, porém, é a força dos setores de educação e saúde. São 60.000 universitáros e uma rede de dezessete hospitais, que atraem gente do Brasil inteiro. A construção civil também está em alta, com empreendimentos como o Shopping Iguatemi e um condomínio Alphaville, como o paulistano.
SÃO BERNARDO DO CAMPO – Décima primeira cidade mais rica do país é responsável por 42% do PIB do ABC paulista, o maior complexo industrial da América Latina. Sua economia se baseia na indústria metal-mecânica e automobilística. Hoje, o incremento do comércio pôs em alta o setor de serviços, principalmente em razão de shoppings, exportações e logística. Por causa da inauguração do Rodoanel e da proximidade das vias Anchieta e Imigrantes passou a atrair centros de distribuição.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – Líder do setor de tecnologia possui, desde 2009, o parque tecnológico mais moderno do país. Em apenas dois anos, conseguiu reunir 27 empresas, entre elas a Embraer e a Vale Soluções em Energia, três universidades e quatro institutos de pesquisa.
SOROCABA – Tem o maior centro de distribuição da General Motors na América Latina, e quatro novos shoppings estão em construção. A região metropolitana da cidade tem o quinto maior mercado consumidor do estado. O turismo de negócios se desenvolve rápido. Sorocaba tem atualmente trinta hotéis e alguns dos melhores “spas” do país.
SUMARÉ – Os principais ramos da indústria de Sumaré são: químico, elétrico, têxtil e metalúrgico. A cidade conta com grandes representantes como Honda, 3M do Brasil, e Pirelli. Em 2009, houve a abertura de um condomínio industrial que está apresentando bons resultados, com implantação de dez empresas de médio porte.
SUZANO – Conhecida pelo ramo de papel e celulose, foi obrigada a investir em infra-estrutura e capacitação da mão de obra local para atender à demanda de suas indústrias. Nos últimos seis anos, usou 70 milhões de reais para dobrar a quantidade de vias pavimentadas.
TAUBATÉ – A indústria automobilística é responsável por 55% da arrecadação municipal e está em franca expansão: a Volkswagen constrói ali atualmente uma das mais modernas cabines de pintura do mundo e a Ford fabricará um novo motor na cidade. No setor de serviços, a Viaport está erguendo um condomínio com empresas, lojas e hotéis, que vai criar 2.000 empregos em oito anos.
Fonte: Revista Veja.

domingo, 4 de março de 2012

Aos Aposentados Privados: Pão e Água


Analistas indicam que o déficit da Previdência Social vem das aposentadorias do setor público.
Os aposentados, no Brasil, somam 25 milhões de pessoas. E daqui a menos de quarenta anos, em 2050, o país terá 64 milhões de idosos. E, estatisticamente, sabemos que a cada ano a Previdência acolhe milhão de idosos.
Dados de 2010 mostram que os pagamentos com benefícios, pensões e aposentadorias registraram R$ 93 bilhões, acima de sua arrecadação. Destes gastos, R$ 51 bilhões, refere-se a 950.000 servidores públicos que percebem aposentadoria integral, e pasmem, são financiados pelos aposentados da iniciativa privada com seus míseros valores de aposentadoria. Ou seja, tiram dos menos favorecidos para inchar a renda dos favorecidos. Pior, esse encargo tem crescido estatisticamente a razão de 10% ao ano.
Cabe ao governo aprovar o projeto que transforma a previdência do setor público federal ao mesmo teto do INSS, fazendo com que os funcionários públicos federais constituam uma aposentadoria complementar com suas próprias expensas como acontece no setor privado. Importante salientar que existe como sempre, aquelas manobras, fazendo com que o governo arque com um percentual de participação amenizando a carga dos ilustres servidores públicos, que, além de ser evidentemente um enorme dispêndio para a população (leia-se nas contas do governo), não estanca o problema, apenas troca de nome ou de rubrica dos gastos que praticamente permanece o mesmo, o que é injusto para com os aposentados da iniciativa privada, privados de toda sorte de reajustes anuais com base na inflação ou mesmo no salário mínimo.
Vale lembrar que estas mudanças nas aposentadorias dos servidores públicos passam por resistências dos sindicatos (normalmente pelegos e conservadores) e pelos parlamentares ligados a esses mesmos sindicatos.
A tendência é a de que as mudanças dos aposentados da esfera pública atuais não sofram nenhuma conseqüência apenas para os novos contratados. Afora a isto, quem realmente olha para os aposentados da iniciativa privada? O vento?
O detalhe é que o governo federal somente olha para de si mesmo. Existem 27 milhões de brasileiros sem cobertura da previdência como donas de casa de baixa renda, domésticas, borracheiros, barbeiros, e tantos outros. É chegada a hora de se ajustar uma idade mínima para se aposentar no país.
Depois de um ano de governo federal, percebe-se nas entrelinhas das medidas governamentais a falta de comprometimento com os problemas brasileiros, dentre eles a vergonhosa situação dos aposentados provenientes da iniciativa privada.   
Falta aos governos petistas uma postura salutar de atualizar o Brasil fazendo as reformas polítca, tributária e previdenciária, deixando de subtrair recursos da educação, saúde e segurança pública, como nas medidas atuais do Ministério da Fazenda.
Quanto ao parlamento brasileiro, esse já perdeu substância e se encontra totalmente submisso ao governo federal, pois, não legisla e nem fiscaliza, apenas obedece.
A situação dos aposentados brasileiros é crítica e preocupante: 70% dos aposentados (18,3 milhões) recebem apenas um salário mínimo e com o andar da carruagem em 2020 serão 26,5 milhões dos aposentados a ganharem menos que o salário mínimo.
Cálculos atuais realizados dentro do próprio governo revelam que as perdas acumuladas das aposentadorias e pensões, entre 2004 a 2009 chegam a 78,84%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente, um terço dos aposentados permanece no mercado de trabalho por ter uma aposentadoria insuficiente para manter um padrão de vida razoável. Além disso, dados do advogado Ives Gandra da Silva Martins, nos diz que dos cerca de 25 milhões de aposentados no Brasil, apenas 600 mil ganham acima do limite mínimo. Para Ives Gandra, os privilegiados é quem obstruem, sistematicamente, qualquer possibilidade de reforma do sistema previdenciário, ou seja, puro corporativismo. Lembrando ainda, que os aposentados, querem dos governos apenas e tão somente dignidade com o trato dos recursos que recolheram por mais de trinta e cinco anos de trabalho, os quais perfazem o benefício que hoje reivindicam, portanto nenhum dinheiro público a mais, apenas o trato correto e justo daquilo que foi sistematicamente e compulsoriamente recolhido.