sábado, 27 de dezembro de 2014

Por que a Responsabilidade Fiscal?

A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 04/05/2000) estabelece parâmetros a serem seguidos relativos ao gasto público de cada ente federativo brasileiro como Governo Federal, Estados e Municípios.
A responsabilidade na gestão fiscal (gasto público) pressupõe ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e se corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que se refere à renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, com a seguridade social e outras, como dívida consolidada, dívida mobiliária e operações de crédito, inclusive a antecipação de receita, a concessão de garantias e a inscrição em Restos a Pagar que são as despesas empenhadas (reconhecidas), mas não pagas dentro do exercício financeiro, ou seja, até 31 de dezembro do ano vigente.
Assim, as restrições orçamentárias visam preservar a situação fiscal dos entes federativos, de acordo com seus balanços anuais, com o objetivo de garantir a saúde financeira nas três esferas em relação à aplicação de recursos nos setores adequadas. Entre os itens de responsabilidade fiscal está previsto que cada aumento de gasto precisa vir de uma fonte de financiamento correlata. Os gestores precisam respeitar questões relativas ao fim de cada mandato, não excedendo o limite permitido, a fim de entregar contas saudáveis a seus sucessores.
A Lei de Responsabilidade Fiscal é, portanto, um dos mais fortes instrumentos de transparência em relação aos gastos públicos, indicando parâmetros para uma administração eficiente.
No sentido de atualizar e responsabilizar a administração pública brasileira, a Lei se inspirou em outros exemplos bem sucedidos ao redor do mundo, como nos Estados Unidos e na Nova Zelândia.
Já o Orçamento Público reflete a arrecadação dos impostos pagos pela sociedade e a Despesa Orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa para ser realizada e que não pode ser efetivada sem a existência de crédito orçamentário que a corresponda suficientemente.
A Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe também diretrizes para formação do chamado “superávit primário” que é a economia para o pagamento de juros da dívida pública do Governo Federal, Estados e Municípios, no sentido de não se deixar as dívidas crescerem, dando estabilidade e confiança à economia e aos credores governamentais.
Vindo para a realidade brasileira, com o descontrole total das contas públicas (omitido na campanha eleitoral) o Governo Federal manda e aprova no Congresso Nacional graças a sua base aliada um Decreto Governamental que derruba a meta fiscal e permite ao governo fechar as contas públicas sem a obrigação de cumprir o superávit primário para 2014.
No início do ano, foi estabelecido, pelo próprio Governo Federal um compromisso de um superávit primário de R$ 116 bilhões. Já com a aprovação do projeto, o superávit passou para R$ 10 bilhões, e num passe de mágica “sumiu” R$ 106 bilhões.
É visível a incompetência governamental. Depois de exercer a prerrogativa de fixar a meta de superávit fiscal, o governo federal descumpriu a meta e se absolveu ao arrancar do Congresso uma decisão que o desobriga de cumprir a meta.
Assim, o projeto de Dilma liquida a Lei de Responsabilidade Fiscal em troca de 748 mil reais para cada senador e deputado da chamada base aliada, não havendo assim mais limites para a indecência e a politicagem.
Na prática foi repetida a tática de maquiar as contas públicas no papel, de maneira explicita com entrega de dinheiro público na forma de emendas parlamentares aos Congressistas aliados ao fixar num decreto o valor de cada voto — coisa inédita na história do fisiologismo nacional —, Dilma deixou claro que não faz questão de tirar da nova lei o valor da propina.
Manobra contábil, com dinheiro público é fácil de fazer dentro do atual descalabro da vida política nacional, porém, a realidade é dura, tudo isto vai sobrar para a população brasileira pagar no curto prazo, ou seja, nos próximos quatro anos de mandado da atual presidente.
Como não poderia ser diferente, a oposição classificou o projeto como uma “anistia” à presidente Dilma Rousseff pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, livrando-a de responsabilidades penais. Assim abriu-se a porta para a gastança, para a alegria dos corruptos.
O que aconteceu é como se a “presidenta” que tirou nota 2 em matemática, cuja média de aprovação era 5, portanto, ficou reprovada. Em seguida, assim como num passe de mágica baixa um decreto passando a média para 2. E aí se dá a aprovação, incrível não?
Depois de tirado o que havia de melhor na Administração Pública brasileira, o que resta, onde fica a moralidade e a probidade administrativa?
Por outro lado, é de se supor que qualquer país com leis seja uma “República”, e leis existem em praticamente qualquer comunidade, mas uma República de fato, somente produz leis para o cuidado com a coisa pública.
Na Roma Antiga, era impossível usar fundos públicos para causas pessoais.  As leis eram voltadas para o povo e não para proteção dos senadores. Eles, que tinham de ter honra suficiente para serem ostentados como “O Senado e o Povo Romano”, protegiam a República – não era a República que fabricava leis para protegê-los do povo.
É preciso compreender que a República é uma tecnologia mais avançada do que formas anteriores de governo e não funciona pela força maior. A idéia de República é o governo do povo, mas não o governo da maioria. Assim, não importa quantas pessoas decidam por matar alguém sem julgamento, há uma lei pública que proíbe o assassinato, e esta lei é catedrática, imutável – não é modificada nem com maioria de votos no Senado.
Dilma quebrou o país e por ter conquistado a reeleição pensa em considerar-se lícita e legítima, porém esvai-se o dinheiro do contribuinte, sua moral, sua liberdade e seu futuro.
Assim, se um crime fiscal pode se tornar não apenas legal, mas a própria lei através da compra de votos pode se tornar legal, qual será o próximo crime que se tornará norma legal no Brasil?
Não seria por outras razões que o povo mesmo que timidamente vem saindo às ruas pedindo o “impeachment” da presidente, portanto, com toda a razão do mundo!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Os Males do Populismo

Tem havido certo esvaziamento do debate político em todo o mundo. Muito pelo desinteresse de cada um, muito pelo descrédito da classe política e em demasia pela falta de conhecimento das populações, mundo afora, da arte da boa política que, juntamente com as instituições é o ato de um país auto governar-se estabelecendo uma organização que provoque a convivência harmônica de todos no planeta, no seu país, no seu estado, na sua cidade, na sua vila - no sentido de satisfazer as necessidades coletivas, aquelas comuns a todos nós, como escola de qualidade, segurança pública, saúde, educação, infra-estrutura adequada, etc. Além, dos direitos civis às liberdades, como a liberdade de pensamento, a liberdade de imprensa, a liberdade de ir e vir, o livre arbítrio de nossas escolhas como a de um simples tênis, de uma profissão ou de um curso que se queira estudar, a religião que se queira seguir e o partido que se queira acompanhar, seguindo os princípios Democráticos os quais consideramos um dos maiores feitos da humanidade até então, e que estabelecem, de fato, uma convivência saudável, responsável e justa com nossas próprias vidas e com a vida de nossos semelhantes, através do respeito ao estado de direito e ao funcionamento pleno das instituições.
No passado existia com mais freqüência um debate mais acirrado entre esquerda e direita. Esquerda entendida como maior atendimento às necessidades sociais e a Direita entendida como o respeito estrito às leis.
Atualmente os debates sobre esquerdas e direitas tem sido mais utilizado pelos Populistas do que pelas pessoas que estão tentando resgatar as instituições.
O Populismo, praticado aqui no Brasil e, principalmente, na América Latina tem como primeiro princípio acabar pouco a pouco com instituições, como o Congresso Nacional, o Judiciário, desmoralizar o executivo, a família, etc. Outra iniciativa recorrente no Populismo é a ânsia por reescrever constituições, para adequá-las aos desejos de diferentes líderes corruptos existentes no mundo, com ênfase, para a América Latina.
É preciso entender, no entanto, que o Populismo, não existe por casualidade, e cabe a todo cidadão entender isso, e denunciar as atrocidades que o Populismo vem cometendo contra nossas constituições, assim como, reconhecer seu péssimo trabalho como governantes, o que invariavelmente levam a crises absolutas de pessoas e populações inteiras, que em desespero, recorrem a esses mesmos líderes, que podemos denominá-los de negativos.
Muitas vezes, esses falsos líderes, são levados ao poder pelas vias democráticas, e que por isso mesmo, tentam justificar-se em sua permanência no poder.
Assim, antes de confrontar-se na batalha entre esquerda e direita, devemos nos ater a Populismo versus República, por um motivo simples - somente a República é capaz, realmente, de garantir a institucionalidade do Estado.
Desde os tempos da Grécia antiga, filósofos como Sócrates e Aristótoles, perceberam três direitos fundamentais e renunciáveis a cada um de nós. Nossa vida, através da qual podemos exercer nossos projetos. Nossa liberdade, para nos expressarmos, comercializar, trabalhar, nos mobilizar para possuir a crença de nossa preferência, e poder expressar assim também sobre nossos sistemas políticos, e o que esperamos dos governos de plantão. E por último, nossa propriedade privada. Nossa propriedade começa pelo nosso corpo. Pela nossa integridade. Assim, ela se constitui do acúmulo desde o dia em que nascemos, até o dia em que morreremos, e de todas as coisas que conseguimos realizar. Estes três direitos, no entanto, podem coexistir em cada um de nós sem impedir que aceitemos os direitos de nosso próximo.
E quanto aos outros direitos? Como por exemplo, direito à saúde, à educação, ao vestuário, e a uma série de direitos que foram exigidos pelos povos de cada um dos nossos países, e que não foram atendidos.
É preciso entender que, se vamos dar direitos, de onde vamos tirá-los? Com quais recursos vamos pagá-los? Porque se isso não for estabelecido, nossos povos vão seguir interminavelmente vendo nesses líderes negativos, a resposta e a solução.
Segundo especialistas, o Populismo, é um atalho perigoso pelo qual se joga com paixões, ilusões e ideais de um povo, para prometer o impossível a ele, aproveitando-se da miséria e da ignorância das pessoas, deixando de fora, absolutamente, toda a razão e toda lógica na tomada de decisões. Joga-se com a necessidade das pessoas, para em seguida, impor uma ditadura.
Os gregos já previram estas possibilidades ao dizer que haveria três tipos de governo. Um, onde há um governante, que se chama Monarquia, e pode acabar virando Ditadura.  Outro, onde governa um grupo, que se chama Aristocracia, e pode acabar virando Oligarquia (sistema político no qual o poder está concentrado em um pequeno grupo pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou a um grupo econômico), e a América Latina conhece bem isso. Porque nessas aristocracias, as elites, acabaram virando Oligarquias; ou há uma Democracia, onde todos governam e que pode acabar degenerando-se numa demagogia, algo que nós também conhecemos.
Assim, os Gregos perceberem muito bem que somente a República era a resposta para tudo isso, porque, a República nos dá essas três institucionalidades. O Monarca na forma de presidente, a Aristocracia na forma de um parlamento, e a Democracia como veículo e via de comunicação.
A República é a única que anula os vícios de cada uma das três formas de governo, para agrupar as três, e formar a institucionalidade que o Populismo, hoje, está destruindo, pois as mudanças que estão acontecendo no mundo com as novas tecnologias, não estão sendo acompanhadas pela educação necessária.
E o que acontece se eu passo a receber novas formas de tecnologia para me comunicar com o mundo, ao mesmo tempo, que não me educo? Não tenho prioridades claras, o que reflete em nossos parlamentos que já não trocam mais idéias dentro de um processo de razão e lógica, portanto, já perderam a importância que deveriam possuir. Já não há respeito pela discussão, por não deixar de fora as falácias. E nossos líderes populistas anulam toda razão e toda lógica de seus argumentos, aumentando as paixões.
Por outro lado, devemos nos utilizar também das paixões. Da paixão pela educação, pela troca de idéias, pelo conhecimento, por querer sermos pessoas e indivíduos melhores e nos preocupar também com destinos de nossos países.
Lembremos ainda que outra coisa que o Populismo faz, é anular a dignidade das pessoas, fazendo com que elas se sintam incapazes e sem dignidade, no intuito de governar nossas próprias vidas, impondo-nos desnecessariamente a necessidade de um líder, para controlar absolutamente tudo e seguir o seu nefasto projeto de poder.
Assim, é possível deduzir que o Populismo que ama tanto os pobres, é capaz de multiplicá-los, buscando a multiplicação da miséria, para seguir recebendo votos em troca de qualquer objeto material que em dado momento, as pessoas necessitem.
A admiração que o Populismo insemina nas sociedades pelo Regime Cubano, pelo Regime Venezuelano, é absurda. É uma admiração que não é guiada pela razão e pelo conhecimento. Assim, são poucos os brasileiros, os latino-americanos e as pessoas da América Central que reconhecem, por exemplo, que em Cuba, um Engenheiro Civil prefere ser um taxista. São poucos que vêm no Regime “Chavista/Maduro” as atrocidades e as violações dos direitos fundamentais e humanos que estão sendo cometidas, porque tudo que vêm é que lá existe educação de graça, lá existe saúde de graça.
Portanto, nada é de graça! Tudo é pago com algum dinheiro, principalmente, com o dinheiro proveniente dos impostos recolhidos por quem trabalha. E quando não há institucionalidade, é quando começa a corrupção. E quando começa a corrupção todo o sistema perde suas virtudes.
Assim, de esquerda ou de direita, é preciso reconhecer que o Populismo está impregnado em todas as ideologias, e que os mecanismos que os populistas se utilizam é seguir com o discurso que “se você esta mal é porque alguém está bem”. E o que temos de resgatar, é que todos nós podemos estar bem. Não é pelo fato de que uma pessoa acumula riquezas, que ela impede a outra de acumular riquezas também!
Para mudar isso, precisamos de instituições. Precisamos de segurança jurídica. Precisamos de um Estado correto. Precisamos resgatar nos parlamentos, o respeito e a admiração pelo debate de idéias com argumentos baseados na lógica e na razão. Porém, um povo que não tenha educação, não exigirá de seus políticos um debate com lógica e razão, com argumentos, portanto, será facilmente manipulado através das paixões.
Daí se torna necessário extirpar todo tipo de Populismo, simplesmente, pelo que ele é. Uma postergação da pobreza, uma postergação da ignorância, com a idéia fixa em manter os povos submissos e sob a ilusão de que só os bens materiais importam.

Fonte: 1º. Encontro Iberoamericano da Juventude. Zaragoza. Espanha.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Os novos nomes da economia

Foram anunciados nesta última quinta-feira dia 27 de novembro os nomes dos novos ministros da área econômica para o segundo governo Dilma Rousseff. Joaquim Levy vai para o Ministério da Fazenda, substituindo o há muito desgastado Guido Mantega. Nelson Barbosa vai para o Ministério do Planejamento, substituindo a apagada Miriam Belchior e Alexandre Tombini, permanecerá como presidente do Banco Central, cargo que tem status de ministro.
Causou estranheza na apresentação dos novos ministros a ausência da presidente ao evento. Politicamente, ela deveria se fazer presente como autora do anúncio, por se tratar da presidente reeleita!
A nova equipe foi bem recebida pelo mercado que aposta em uma maior credibilidade da economia e do país para que os negócios possam voltar a girar sem maiores sobressaltos, embora haja certa confusão entre confiança e credibilidade. A equipe é de confiança, mas a sonhada credibilidade do país só virá com os bons resultados na economia.
Os nomes não são políticos, são técnicos de primeira linha. Joaquim Levi tem uma linha mais ortodoxa (rigidez às regras), mas, na prática, possivelmente terá que adotar uma linha mais pragmática (objetiva, prática, realista). Nelson Barbosa, próximo à presidente, foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos pacotes para combater a crise financeira internacional a partir de 2008, além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o Programa Minha Casa, Minha Vida, de habitação, e Alexandre Tombini é um técnico competente.
O pragmatismo nos diz que hoje a ordem é reequilibrar as contas fiscais do Brasil, cujo equilíbrio foi abandonado nos últimos 2 anos, o que  acabou gerando toda essa onda de pessimismo, perda de credibilidade e até mesmo perda de confiança dos agentes econômicos. A nomeação da nova equipe econômica tende a gerar mais tranquilidade aos mercados e fazer com que o câmbio volte para perto de R$ 2,45.
Com o novo ministro da Fazenda, enterra-se de vez, o que um dia se chamou de “nova matriz econômica” representada por expansão fiscal (gasto público), pela tentativa de redução forçada de juros e câmbio desvalorizado de forma artificial o que levou o país a estagnação. Ou seja, um país que gasta mais do que arrecada tem futuro apenas de curto prazo. Provavelmente ele exigirá uma autonomia que Mantega não teve. Entretanto, somente o tempo dirá se a personalidade forte da presidente e seu controle sobre a política econômica não irão interferir na nova gestão até o ponto que abale a relação funcional. Se cada um desempenhar o seu papel acredita-se que o novo ministro da Fazenda ficará no cargo até final de 2016, quando então um novo Ministro pode assumir para preparar o terreno para a eleição de 2018, que tende a ser muito disputada. Especialistas acreditam que poderemos crescer em 2015 entre 0,5% e 1% e em 2016 entre 0,5% e 1,5% para chegarmos em 2017 próximo de 2,5%. A taxa de juros ainda deve subir um pouco mais e bater na casa de 12,50%.
Neste momento, o principal desafio é o ajuste fiscal. Mas os resultados dependerão do programa de governo que vai ser anunciado ao longo de 2015, que será o ano mais difícil dos últimos dez anos e também ao longo de todo o mandado. O superávit primário vai ter dificuldades de ser elevado em 2015, talvez seja necessário elevar imposto e contingenciar (bloquear) fortemente o orçamento reduzindo o fluxo de recursos para estados, municípios e os chamados programas sociais. São medidas impopulares e que vão demandar do novo Ministro da Fazenda um elevado compromisso para a manutenção dessas diretrizes.
As contas públicas locais e externas estão deterioradas daí ser esperado um ajuste nestes setores para permitir trazer a inflação para um nível um pouco mais baixo e retomar o crescimento.
De imediato, o mercado tende a se tranquilizar, a volatilidade do dólar deve diminuir. E para reequilibrar as contas, cabe a dobradinha, ou se aumenta impostos, ou se corta gastos. Ou se realiza as duas medidas conjuntamente. Daí, feito os planejamentos e as devidas escolhas será hora de se justificar as decisões a sociedade.
Escolhido o novo trio que ele consiga conduzir a economia com responsabilidade, visão de futuro e estímulo aos que querem produzir, trabalhar e fazer o país crescer.
Por fim, fica a lembrança de que esta política anunciada pelos novos ministros era a proposta da oposição e tudo aquilo que a presidente não externava em sua campanha eleitoral e sim a manutenção dos erros de seu primeiro governo.
Nesse contexto cabe realçar que a nova equipe econômica parece ser o remédio de Dilma contra o próprio governo Dilma. Estranho, não?
Por essas e tantas outras, é chagada a hora de se ver um Brasil mais verdadeiro e com atenção redobrada em proporcionar educação de qualidade para o seu povo. 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Trabalhadores do Brasil

Como não bastassem os horripilantes desvios na Petrobrás, os empréstimos secretos a Angola e Cuba, gastos sigilosos das viagens presidenciais e o uso dos cartões corporativos como segredo de estado. Agora é a vez do FGTS.
Com o lançamento em junho do ano passado pela presidente Dilma Rousseff do programa “Minha Casa Melhor” com a intenção de turbinar o programa “Minha Casa Minha Vida”, tem se usado cada vez mais recursos do FGTS para conceder subsídios aos beneficiários desse programa. Assim, todas as famílias cadastradas no “Minha Casa Minha Vida”, têm acesso a uma linha de crédito de R$ 5 mil para financiar — com juros de 0,4% ao mês e prazo de pagamento de quatro anos —, a compra de móveis e eletrodomésticos. Porém, com essa benesse nos juros, certamente haverá necessidade de o Tesouro Nacional entrar com recursos para equalizar a taxa de juros, o que significaria ajudar os Bancos Oficiais (também combalidos) a cobrir o custo dessa operação subsidiada.
Assim, o elevado grau de interferência governamental no FGTS faz com que integrantes do Conselho Curador do próprio FGTS estranhem o uso indevido dos recursos do fundo, representando desvio de finalidade do mesmo para bancar as despesas com o novo programa.
Dados do Conselho Curador mostram que desde março de 2012 o Tesouro Nacional reteve em caixa cerca de R$ 4 bilhões que deveriam ser repassados ao FGTS, relativos a receitas arrecadadas com o adicional de 10% do fundo pagos por demissões sem justa causa pelo empresariado. Adicional este que nasceu para cobrir rombos referentes às perdas inflacionárias com planos econômicos passados.
Por outro lado, o governo não vem honrando sua contrapartida ao “Minha Casa Minha Vida”, por não repassar a parcela do Orçamento da União para ajudar a cobrir os subsídios feitos pelo FGTS. Somente em 2012, de R$ 1,8 bilhão que o Tesouro deveria transferir ao FGTS, não foi realizado. Nesse contexto, o FGTS cobriu toda a parte subsidiada do programa que atende famílias de baixa renda com cerca de R$ 6,5 bilhões, e este ano, dos devidos R$ 1,8 bilhão devidos ao FGTS, a União repassou até agora, apenas, R$ 500 milhões.
É preocupante a falta de transparência nas ações do governo com a destinação dada aos recursos do FGTS que, segundo especialistas em políticas públicas, o governo vem operando na clandestinidade, por não tornar transparente o uso dos recursos dos trabalhadores.
De acordo com informações veiculadas na mídia, os subsídios destinados ao programa “Minha Casa Minha Vida” em 2012 passaram de R$ 6,5 bilhões, superando assim o lucro líquido do Fundo apurado em 2011, que foi de R$ 5,1 bilhões. Nesse ritmo insano, a concessão de subsídios avançará sobre o patrimônio líquido do FGTS, o que não é legal e, certamente, é uma tremenda injustiça para com os trabalhadores do país.
Perto das eleições, o governo aumentou o valor do subsídio dado ao “Minha Casa Minha Vida”, de R$ 23 mil para R$ 25 mil para unidades em Brasília, São Paulo e Rio, valor dado a fundo perdido às famílias, de acordo com a renda percebida do inscrito, o que impacta cerca de R$ 2,3 bilhões, até este ano, medida que foi aprovada pelo Conselho Curador do fundo, onde o governo tem maioria nas decisões.
O governo também briga no Congresso para manter a cobrança da contribuição adicional de 10%, criada há 12 anos no chamado “acordão do FGTS”, para ajudar a pagar a correção dos planos econômicos (Verão e Collor I) nas contas vinculadas, pois existe um projeto na Câmara dos Deputados, aprovado pelo Senado, que elimina a contribuição, sob a argumentação de que o valor devido aos trabalhadores já fora pago e cuja contribuição já atingira seu objetivo em junho de 2012.
Segundo informações e estimativas do próprio governo, o “Minha Casa Melhor” pode envolver financiamentos acima de R$ 15 bilhões. Cálculos para isso, levam em consideração os três milhões de contemplados até hoje no programa, o 1,6 milhão de unidades já entregues e outro 1,4 milhão de pessoas com contratos aprovados e que recorreram a esta linha de crédito.
Dados recentes indicam que o FGTS tem a receber do Tesouro Nacional, R$ 4,4 bilhões relativos à multa adicional por demissões sem justa causa pelo empresariado, e outros R$ 4 bilhões, por antecipações no âmbito do programa habitacional.
Procure sempre conferir o seu saldo de seu fundo junto a Caixa Federal já que houve uma alteração na legislação, a partir de 14/11, que antecipa de trinta para cinco anos o prazo para questionamentos ao fundo.
Assim, por tudo que temos visto nestes tempos bicudos de “super corrupção”, cabe impedir que o governo federal utilize inoportunamente o FGTS, patrimônio exclusivo dos trabalhadores brasileiros.

domingo, 30 de novembro de 2014

Negócios da República

Lidar com pessoas ignorantes, e que pensa que sabe, dá uma mão de obra sem tamanho! Acredito que você já tenha vivido essa experiência.
Assim, em seu famoso discurso “Oração aos Moços”, Rui Barbosa um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, um dos organizadores da República e co-autor da constituição da Primeira República referindo-se a Sócrates, filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga, que em certo dia, deu grande lição de modéstia a Alcebíades, órfão, que foi educado por Péricles, um célebre e influente estadista, orador e general da Grécia Antiga, um dos principais líderes democráticos de Atenas e a maior personalidade política do século V (a.C.), a quem disse:
“A pior espécie de ignorância é cuidar uma pessoa saber o que não sabe... Tal, meu caro Alcebíades, o teu caso. Entraste pela política, antes de a teres estudado. E não és tu só o que te vejas nessa condição; é esta mesma a da maior parte dos que se metem nos negócios da república. Apenas excetuo exíguo número, e pode ser que, unicamente, a Péricles, teu tutor; porque tem cursado os filósofos”.
Veja como ainda hoje, poucos são Péricles, na administração da coisa pública!
Em mesmo sentido, a sabedoria árabe tem provérbio delicioso a respeito do saber e não-saber.
Usando estilística dourada, ensina que, são quatro os homens: aquele que não sabe e não sabe que não sabe: é um tolo, evita-o; aquele que não sabe e sabe que não sabe: é um simples, ensina-lhe; aquele que sabe e não sabe que sabe: está dormindo, acorda-o; aquele que sabe e sabe que sabe: é sábio, segue-o.
E, na poeira deste ensinamento, V. Beda ou Venerável Beda, um monge inglês que viveu em mosteiros de São Pedro, em Monkwearmouth, e São Paulo, na moderna Jarrow, no nordeste da Inglaterra, dá também a sua penada sobre três classes de pessoas que são infelizes: a que não sabe e não pergunta; a que sabe e não ensina; e a que ensina e não o faz.
Para alguns, a ignorância deveria conduzir à humanidade, mas por vezes isto não acontece. Tinha razão, pois, o “Fortes”, quando na placa que punha todas as manhãs na porta do seu boteco, em Formiga, MG, que dizia: Toda ignorância é atrevida. Lembra, um pouco, a fúria de um touro miúra..., um touro bravo espanhol criado a partir da linhagem do rancho de gado Miura (Ganadería Miura), localizado na província de Sevilha, Espanha.

Voltemos a Rui Barbosa que ainda dizia:

“Não subestime a ignorância dos outros, pois eles podem piorar ainda mais a situação”.

“A chave misteriosa das desgra­ças que nos afligem, é esta, e só esta: a ignorância popular, mãe da servilidade e da miséria”.

E ainda...


"Vós, os que vos tendes entregado às artes, às letras, às ciências, não esqueçais que de todas elas a mãe é a liberdade, e que sem esta o desenvolvimento daquelas é uma quimera fatal. "

Ipatinga também deseja mudanças

Usando a velha máxima em política, de que “em mineração e eleição, somente depois da apuração” eu acrescentaria que, além dessa verdade, as urnas também falam e cabe aos agentes políticos interpretarem os significados dados pela sociedade.
Assim, creio que a cidade de Ipatinga como toda a região do Vale do Aço está sedenta por mudanças, embora somente a cidade de Ipatinga, com o maior colégio eleitoral da região tivesse dado o seu recado no Segundo Turno: Aécio Neves 53,06% e Dilma Rousseff 46,94% dos votos válidos.
Em realidade, temos presenciado em nossa região mais do mesmo. Não temos avançado enquanto região metropolitana, enquanto colar metropolitano, enquanto volume populacional, seguidos dos chavões já conhecidos das dificuldades na educação, no transporte, na saúde pública, segurança pública, etc.
Indústria e comércio locais estão em baixa. A dependência das grandes empresas ainda persiste na região. O que pulsa nas economias locais provém um pouco do comércio, ressentido pelo baixo desenvolvimento regional e da carência de novos empregos e de um pouco da indústria que precisa de novos ares com foco na diversidade para sobrevivência.
O setor de serviços que cresce em todas as partes do país e do mundo também sofre pela falta de renda da população.
Associemos a tudo isso o elevado grau de descontrole da economia brasileira, a elevada taxa de juros, a elevada inflação, a elevada carga tributária, a logística desfavorável da região e os aumentos dos preços administrados pelo governo federal que, erroneamente, ficaram represados nos últimos quatro anos. Desta maneira, presume-se, que a situação regional não é nada favorável.
Cabe então ao setor público como agente de organização e reorganização local dar as diretrizes para o desenvolvimento da região onde o turismo pode ser uma grande saída, dentre outros.
É preciso revigorar as escolas da região, em todos os níveis, trabalhando-as com alto padrão de ensino e que esse ensino se transborde para toda a sociedade regional no sentido de que ao se visitar o Vale do Aço, o visitante se sinta acolhido em um ambiente diferenciado, numa região diferenciada, onde se trabalha para o bem estar de toda a sociedade e quer ver isto reverberado e ampliado para todo o estado mineiro e para o país como um todo.
A política regional também não tem produzido nada de interessante. Falta-nos renovação aos quadros partidários e responsabilidades aos partidos políticos para apresentarem candidaturas que correspondam aos verdadeiros anseios da sociedade que tem ficado sem opção séria e adequada para direcionar o precioso voto e contar com o vigoroso empenho do eleito em prol das grandes causas da região, que se confundem com as grandes causas do país.
Assim, os acontecimentos mais importantes em nossa região ficaram por conta da iniciativa privada, e nesta visão, praticamente, o último acontecimento importante, reconhecido pela população, foi a construção do “Shopping do Vale do Aço” no ano de 2000, e que passa agora por um revigoramento e ampliação.
Por outro lado, é preciso desaparelhar e diminuir as folhas de pagamento (inchadas) das prefeituras locais, trazendo ética, probidade e qualidade administrativa aos setores públicos locais para que se possa realizar mais, proporcionando orgulho aos cidadãos e previsibilidade aos agentes econômicos, com administrações transparentes e inovadoras que venham ao encontro dos reais anseios da sociedade regional.

Pensem nisso!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Contrafluxo

Buscar o contrafluxo pode ser uma boa forma de se lidar bem com a vida. Sabemos que não é fácil bancar esse movimento, pois, a pressão da corrente é pra que nós nademos junto com todos, entretanto, pode-se conseguir extrair muito mais sentido para as nossas existências quando seguimos pelo contrafluxo.
Conhecedores do assunto comentam que enumeraram esses movimentos contra a corrente e tentam segui-los com esforço e coragem. Às vezes, se vai adiante, outras, não, mas sempre parando muito, mas muito mesmo, para refletir sobre esses momentos.
Assim quando se vê crianças ganhando de presente celulares caríssimos e ficando cada vez mais hipnotizadas e alienadas em seu entorno, caberia então o uso do contrafluxo, que seria então parar um pouco e pensar, que cabe segurar ao máximo a entrega desses aparelhos para os pimpolhos. A mente infantil precisa do contato humano para se desenvolver com mais saúde; as crianças constroem jogos mentais muito mais interessantes do que o viciante “Angry Birds” (jogo disponível nos smartphones), o que é um desperdício do tempo de infância.
Nunca houve tanta pressão em cima da vida acadêmica das crianças de 3, 4, 5 anos. O sucesso delas é a meta buscada por milhões de pais, perdendo-se assim, muitas vezes, a primeira infância que vai de zero a 6 anos. Queremos que elas sejam felizes, porém, o método  escolhido pode trazer graves repercussões psicológicas. O contrafluxo seria entender que brincar é mais importante que estudar na primeira infância. As crianças pequenas precisam de espaços que proporcionem socialização e contato com diversas manifestações artísticas para formar o cérebro delas, assim brincar é fundamental.
Vivemos num mundo de abundâncias. Nunca foi tão fácil  comprar objetos de consumo infantil. Já o contrafluxo seria lembrar-se sempre do filósofo Sócrates que todos os dias ao visitar o mercado de Atenas, há mais de dois mil e quinhentos anos, olhava os produtos e não comprava nada. Um dia um vendedor parou e perguntou ao Filósofo (ele era muito conhecido em sua época), por que o Sr. vem todo dia, olha os produtos e não compra nada? E ele respondeu: “que chegava ali, olhava tudo para descobrir quanta coisa existe no mundo que ele não precisa para ser feliz”. É claro que podemos presentear nossos filhos, mas deixá-los completamente saciados é criar uma infância insaciável.
A abundância também está nos deslocamentos humanos, nunca se viajou tanto no mundo, principalmente, a parques temáticos. Buscar o contrafluxo seria entender que é maravilhoso poder levar nossos filhos a parques temáticos que antes pareciam um sonho distante, mas é também interessante proporcionar passeios que envolvam a natureza e viagens culturais, além dos parques temáticos que são muito bacanas. Mas, procurar levá-los a praias, cachoeiras, a museus, coisas que eles podem nunca ver na vida deles.
Pais que tem meninas percebem como a questão da beleza estética toma cada vez mais conta das crianças pequenas. Festas de aniversário em salões de beleza, spas infantis, depilação precoce, etc. O contrafluxo aí seria entender que o momento da não preocupação exagerada com a estética é o da infância. Só nesse período elas poderão ficar com as unhas sujas de terra, correr sem medo de cair por causa do salto, deixar o cabelo armar-se e rir desse acontecimento. A beleza desse momento é a primeira infância. Nada contra as crianças ficarem bonitas, mas deixem isto para a hora certa. A beleza verdadeira está no pleno aproveitamento da infância.
Um dos grandes filósofos e pensador da educação do Século 16 chamado Erasmo de Rotterdam, tem uma frase do ano de 1500, que diz assim: “não tem nada mais monstruoso do que pegar uma criança e fazer com que ela se pareça a um adulto”.
Nas grandes cidades é comum a gente ver as pessoas se dirigirem ao litoral, pegar aqueles congestionamentos imensos e ficarem horas e horas trancadas dentro de um carro, sem sair do lugar, às vezes viagens que demorariam 3 horas se estenderem para 8 horas, 9 horas e ao chegar ao destino final percebe-se que a praia está lotada. O antídoto seria então utilizar-se do contrafluxo e viajar à vontade não nesses momentos em que o masoquismo é o seu companheiro, mas, deixar passar o feriadão e viajar em momentos mais tranqüilos e agradáveis com a família.

Fonte: Ilan Brenman – Doutor em Educação.

domingo, 9 de novembro de 2014

Petróleo e Gás na Noruega

Por muitas décadas, a Noruega tem sido a força motriz por trás do sucesso do setor de petróleo e gás da Europa e certamente continuará sendo referência, pelo menos, pelos próximos 10 anos.
A Noruega, país com melhor funcionamento e estabilidade do mundo, soube lidar com a crescente demanda de energia desde os anos setentas, enfrentando regulamentos ambientais restritivos e métodos cada vez mais desafiadores de prospecção de recursos profundos.
A necessidade de formação de profissionais altamente qualificados foi um dos desafios enfrentados, já que a necessidade de profissionais na área crescia exponencialmente. Com a escassez de mão de obra qualificada em todo o setor petroleiro, não somente para o início das operações como também para atender a demanda futura foi imprescindível desenvolver pessoal para garantir o crescimento da indústria norueguesa de petróleo e gás.
Deste modo, tanto lá como cá se registrou o aumento de demanda por profissionais altamente qualificados como engenheiros e profissionais com experiência em GGRE (geologia, geofísica e engenharia de reservatórios) e nas áreas de SSMA (saúde, segurança e meio ambiente), finanças e TI (tecnologia da informação).
Como não poderia deixar de ser o crescimento e o aumento da demanda por profissionais qualificados que são atribuídos a vários fatores, tem como principal deles o avanço tecnológico.
A Noruega é reconhecida mundialmente por sua capacidade de desenvolvimento de novas tecnologias no setor de petróleo e gás, não apenas em relação aos projetos locais no Mar do Norte, mas também relacionados aos mercados emergentes e internacionais, como Brasil e Rússia. À medida que os países buscam o que há de mais avançado e melhor em tecnologia, eles procuram cada vez mais as empresas norueguesas para o fornecimento de equipamentos e talentos. Assim, quanto mais recursos petrolíferos são descobertos em ambientes inóspitos, a demanda por novos equipamentos especializados certamente aumentarão, o que coloca a Noruega em uma posição privilegiada.
Por outro lado, a competição por melhores talentos no setor também é um fator fundamental à medida que as empresas começam a planejar incursões futuras no mercado de energias renováveis incluindo o desenvolvimento de energia ondomotriz (energia proveniente do aproveitamento das ondas oceânicas)  e a eólica (proveniente do vento).
A descoberta recente de reservas no norte do país vem oferecendo novas oportunidades para muitas organizações, ao mesmo tempo em que gera demanda por profissionais qualificados como geólogos, geofísicos, engenheiros e especialistas em saúde e segurança.
Suprir a demanda por mão de obra qualificada para o setor tem sido um estímulo para que algumas empresas comecem a buscar no exterior os melhores candidatos para suprir a escassez de recursos humanos na área.
Em “Aberdeen”, na Escócia, diversos profissionais qualificados foram transferidos com sucesso do setor automotivo para os setores aeroespacial e de mineração - preenchendo cargos estratégicos na indústria de petróleo e gás, trazendo com eles novas idéias e habilidades.
Com o crescimento da indústria norueguesa de petróleo e gás e a falta de recursos humanos para o setor significou olhar para as próximas gerações e conscientizá-las das oportunidades futuras no setor petrolífero, incentivando cada vez mais estudantes a escolher cursos que embasem uma carreira no setor petrolífero.
Não foi à toa que uma grande delegação de empresários mineiros e representantes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Sebrae, participaram recentemente da maior feira mundial do setor de petróleo e gás em “Stavanger”na Noruega.
Minas Gerais não tem mar, mas possui o maior parque industrial metal mecânico do Brasil, (parte dele aqui em Ipatinga), com capacidade para atender o crescimento das encomendas da Petrobras na exploração dos campos submarinos do pré-sal. 
O resultado da experiência de empresários, liderados pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), foi o aprendizado durante a feira e o estabelecimento de contatos que possibilitem importar a experiência dos noruegueses em áreas de exploração de camadas profundas de petróleo em alto-mar. 
A tecnologia desenvolvida pelos nórdicos pode garantir mais competitividade e geração de empregos em Minas e também aqui em Ipatinga. 
A mudança que os Noruegueses promoveram nos últimos 40 anos aconteceu quando eles começaram a exploração de petróleo. Inicialmente se valeram de empresas estrangeiras, passaram por agregação de valor aos equipamentos de prospecção, desenvolveram as empresas locais e criaram novas tecnologias que trouxe todo esse desenvolvimento que eles possuem hoje.
Com um dos índices de qualidade de vida mais altos do mundo e pacotes de benefícios competitivos aos participantes das prospecções, a Noruega tem oferecido oportunidades atraentes para os talentos mais brilhantes do setor que através da ampliação das exportações de petróleo e gás para o mundo, da sua economia saudável e com uma substancial riqueza acumulada, nos levam a crer que a Noruega irá permanecer entre os países mais ricos do mundo por muito tempo, o que os contemplam com um futuro favoravelmente próspero e previsível.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

zaibatsum: O Gigante nanico

zaibatsum: O Gigante nanico

O Gigante nanico

Com 51,64% dos votos Dilma Rousseff é reeleita presidente do Brasil contra 48,36% de votos dados a Aécio Neves. A Dilma venceu em 15 estados enquanto o Aécio venceu em 12 (incluindo o Distrito Federal). A Dilma também ganhou em Pernambuco com 70,20% contra 29,80% de Aécio, apesar do apoio da Marina e da família de Eduardo Campos. Em Minas o Aécio também foi derrotado, Dilma ficou com 52,41% e Aécio com 47,59% dos votos. No Ceará, Maranhão e Piauí a Dilma conseguiu mais de 75% dos votos. Já o Aécio venceu na região Sul, no Distrito Federal e em São Paulo.
Olhando a distribuição regional dos votos. O Aécio ganha na parte mais desenvolvida do país, do ponto de vista econômico, industrial e social e Dilma ganha na parte menos desenvolvida do país com destaque para o Nordeste que ainda vive uma fase anterior a industrialização, sendo que na parte mais desenvolvida do país a presidente não obteve o mesmo resultado. 
Teremos então mais quatro anos de PT no poder, porém, de um PT que precisa se reformar. De um PT que está devendo e está em dívida com o país depois de tudo que ficamos sabendo neste primeiro mandato da Dilma. Assim, o PT vai fazer 16 anos de governo com dois mandatos de Dilma, dois mandatos de Lula, com uma pá de coisas a serem explicadas ao povo brasileiro como os fatos de corrupção, dentre outros.
A representação popular disse muito nestas eleições. Mas, por outro lado, o PT foi castigado duramente ao eleger seus deputados que teve sua base reduzida. E o segundo governo de Dilma vai contar com muita dificuldade na hora de se entender com o Congresso Nacional. Ela vai ter que tomar providências enérgicas logo de saída, para ter um mínimo de apoio Congressual.
Especialistas políticos dizem que realmente o país encontra-se dividido politicamente. São 50 milhões de brasileiros que não querem o PT no governo, não querem a política do estado que aí está e que foram profundamente esfacelados numa das campanhas mais sórdidas (contrária a moral, a ética, as normas e aos bons costumes), mais baixas, mais mentirosas da história das campanhas políticas no Brasil. O que foi dito nesta campanha, pela primeira vez, fortemente através das redes sociais, o que foi desconstruído, o que foi atacado da biografia de adversários políticos, possivelmente, não tem volta.
Em seu discurso de vitória a presidente propõe a união dos brasileiros, o que tem certa lógica, pois ela não iria propor a desunião. Porém, o discurso presidencial foi um discurso que não bate com o perfil da presidente. Pois a união e o diálogo fazem parte de personalidades que tem leveza e humildade suficientes para reconhecer os seus erros e mudar de rumo, caso contrário torna-se impossível o processo de conciliação. Essas duas qualidades não fazem parte da personalidade da presidente Dilma Rousseff que tem entre as suas posturas atuais, juntamente com seus assessores uma postura arrogante.
Por outro lado especialistas acreditam que a presidente cometeu um erro clássico já de início. Ela fez uma proposta, não percebida, que detona o diálogo com o Congresso Nacional com o qual ela teria que estender a mão para negociar, buscando o grande líder da oposição, seu adversário político, o Senador Aécio Neves, o qual foi destruído em sua biografia pelo PT através de uma prática proveniente do fascismo. 
A proposta inicial da presidente de se realizar a reforma política através de um plebiscito ao país é um gesto, que por si somente, provoca a negação do diálogo com o Congresso Nacional onde se encontram as forças representativas da sociedade brasileira. Na realidade os especialistas se perguntam: fazer um plebiscito para que? Para propor o que? Para manipular uma massa que está saindo de uma eleição ferida, onde dois blocos estão se odiando e precisa de apaziguamento?  Um plebiscito posto neste momento é uma proposta insana que pode proporcionar mais acirramento à divisão do país.
De nossa constituição moderna para cá houve apenas um único plebiscito para decidirmos entre monarquia ou república e entre presidencialismo ou parlamentarismo? Sabemos, portanto, que não é uma tradição cultural da política brasileira devolver ao povo o mandato que foi outorgado nas urnas através de plebiscito.
Por outro lado, essa eleição foi a mais apertada da historia da republica brasileira desde 1894, desde o início da república neste país, portanto, a eleição mais apertada de todos os tempos. E há que se tomar muito cuidado para que não se transforme em uma fobia daqui para frente, já que vem acontecendo ataques, sobretudo, nas redes sociais ao Nordeste brasileiro, o que demonstra ânimos ainda acirrados que ainda não baixou guarda.
É interessante lembrar que cada um vota de acordo com seus interesses. Isso acontece em todos os lugares do mundo. Apesar da existência de um voto com opinião critica mais informada contra um voto de opinião crítica menos informada dos acontecimentos em nosso país. Porém, ambos são racionais.
Assim, o mapa eleitoral de 2010 é quase idêntico ao mapa eleitoral de hoje, com uma única diferença, o Distrito Federal que votou com a Dilma em 2010, votou com Aécio agora. De resto é a mesma coisa. O mapa é igual. Roraima votou em 2010 com o PSDB votou de novo agora, com duas distinções somente, o Espírito Santo e Roraima.
Numa leitura mais detida das urnas vê-se que o PT ao longo de todas as suas vitórias vem perdendo espaço. O Lula ganhou com um pouco mais de sessenta por cento em sua primeira eleição e agora a Dilma ganha com uma diferença apertadíssima de 3% dos votos.
Em realidade a atual presidente vai pegar um governo muito ruim que é o de seu próprio governo. Ela vai encontrar uma crise econômica muito grave e vários desacertos país afora.
Outro destaque das eleições são os 30 milhões de eleitores que deixaram de ir às urnas no segundo turno contra quase 28 milhões que no primeiro turno não foram votar.
A margem de abstenção é uma margem aproximada da margem histórica. A presidente Dilma obteve 53 milhões de votos, o Aécio obteve 50 milhões de votos e registrou-se 30 milhões de pessoas que se abstiveram, votaram em branco ou anularam o voto. Isso é conseqüência do afastamento das pessoas da política, portanto, é algo que precisa ser modificado. Uma nova geração de políticos precisa ser convidada a participar, pois se a gente analisar caso a caso no Congresso Nacional, mais de 70% dos deputados com menos de 29 anos de idade são de famílias de pai, tio e avô que são políticos profissionais e isso dificulta a renovação.
A questão da rejeição é algo curioso. Existe um movimento que vem crescendo muito no Brasil que é o movimento Anarquista. Eles têm por base abster-se de votar. Portanto, não votar é uma característica desse movimento que esteve presente nas ruas com os “Black blocs”. Eles se recusam a votar e fazem uma oposição a todos os partidos pela simples causa do “sou contra”. Eles formam um movimento com a postura de não se identificar com nenhum tipo de representação do que aí está como forma de participação e de organização de governo e estado.
Como ficamos 12 anos apenas com assistencialismo e corrupção, não avançamos. Donde deduzimos que o gigante pela própria natureza continua sendo um grande nanico. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A Economia Brasileira em 2015

Os economistas vêm apontando para um momento de dificuldades para o ano que vem. Assim, quem vencer as eleições de outubro precisará iniciar reformas severas para conter uma crise desnecessária plantada nesta última década.
Os motivos são muitos. Em­presários, economistas e pensadores da economia estão ligados aos equívocos cometidos pelo governo federal, resultado da “nova matriz econômica” — co­mo ficou conhecida a política econômica adotada pela presidente Dilma Rousseff, em 2011.
Os sinais são sentidos por profissionais, investidores, economistas, empresários, e população em geral, visto que quem sente os efeitos mais severos do mau momento econômico é o povo.
O consumo das famílias vive um momento de desaceleração, tanto pelo fim dos programas de incentivo ao consumo quanto pela menor oferta de crédito. Provém daí parte da insatisfação que gerou os protestos iniciados no ano passado e endossados pelo início da Copa mais cara do Mundo. Isso acontece porque temos uma população até então acostumada a deter o poder de consumo que fazia girar a economia do país. O governo criou essa prerrogativa e reside aí uma parte dos equívocos dessa “nova matriz econômica”.
Aliado à retração da indústria, à inflação e à baixa taxa de investimentos, criou um cenário de crescimento baixo. Em 2013, por exemplo, o Brasil cresceu 2,5%. Média menor do que a apresentada pelo mundo (3%), pelos países emergentes (4,7%) e pela própria América Latina (2,7%). Não obstante, as projeções do último Boletim Focus apontam que o Brasil crescerá apenas 0,79% em 2014, fechando o governo Dilma com um crescimento médio de 1,5%, menor resultado dos últimos 20 anos.
Para o final deste ano, as previsões também não são animadoras, devido ao cenário pessimista demonstrado pelo setor de serviços, em função do comércio e de serviços da informação. Afora isso, a indústria também deve recuar ainda mais, em virtude da indústria de transformação (que transforma matéria-prima em produto final) e da construção civil, que sofre, entre outros motivos, com a desaceleração do crédito imobiliário.
A inflação fechou 2013 em 5,9%, bem acima da meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional de 4,5% e acima também da “meta informal” do Banco Central (BC), que foi de 5,84%. Em maio, a inflação (em 12 meses) foi de 6,4%, e, segundo o último relatório Focus, deve encerrar este ano em 6,5%, no topo do intervalo de tolerância.
O controle de preços governamental fez com que a inflação dos preços administrados fosse de “apenas” 1,5%, enquanto a inflação dos preços livres está acima de 7%. A título de comparação, em 2012, a inflação dos administrados foi de 3,7%, e dos livres foi de 6,6%. À primeira vista, esse controle parece benéfico. Contudo, a redução drástica do preço de alguns produtos, como aconteceu com a energia elétrica, cria uma bola de neve que irá estourar no futuro, pois cria dívidas que serão pagas pelo povo e tudo indica que essa bolha estourará no ano que vem. É simples entender: compare com uma empresa, “se ela começar a vender produtos abaixo do preço de custo ela quebra. Já o governo não quebra, ele emite moeda e títulos das suas dívidas, que o povo irá pagar no futuro.” Um dos problemas da inflação alta é que ela aumenta a incerteza de longo prazo e dificulta a obtenção de financiamento em condições adequadas para toda a economia.
Além da inflação a falta de confiança na economia brasileira faz com que a taxa de investimentos seja menor. Sem investimentos não há melhorias no parque industrial e setores vitais da economia. Em comparação com outros países da América Latina, por exemplo, o Brasil está muito abaixo quando o assunto são investimentos. Em 2013, a taxa de investimentos brasileira foi de aproximadamente 18% do PIB. Em contrapartida, o mundo investiu 24,5%, os países emergentes 32,2% e a América Latina 21,3%. Países como Chile (24%), Colômbia (24,2%), México (22,2%) e Peru (27,6%), têm níveis bastante superiores aos brasileiros.
Outro fator que prejudica o crescimento econômico é a dificuldade para se negociar no Brasil que limita os mecanismos de investimento. É preciso recuperar a confiança do empresariado com regras mais claras que não mudem frequentemente.
A alta tributação é outro fato que traz dificuldades para a poupança interna brasileira que é baixíssima, (12,7%), o que também influencia nos investimentos. Por que, então, a nossa poupança é tão baixa? Porque a tributação no México é de 23%, na Colômbia de 28%, no Peru de 21%, no Chile de 24%. Uma média de 24,4%. No Brasil é de 37,7%. A média do PIB per capita nesses países é de 13,7% e no Brasil é de 11,7%. Ou seja, não sobra nem para as empresas nem para os indivíduos a capacidade de poupar.
A falta de crescimento brasileira é gritante. Por exemplo, a participação no PIB da previdência na China é de 2%. No Brasil, é de 12%.
O chamado Custo Brasil — um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas prejudica o investimento no Brasil e é um dos fatores que comprometem a competitividade e a eficiência da indústria nacional, dificultando o comércio exterior.
A política protecionista do governo caracterizada como “nacional-desenvolvimentismo” gera efeitos negativos, já que torna as empresas menos competitivas e ineficientes, provocando distorções na economia e gastos públicos desnecessários. Assim, os gastos do governo brasileiro, em relação ao PIB, ficam na casa dos 19%, enquanto os investimentos estão em 1,3%.
O Brasil ainda é um país muito fechado, o que traduz um erro ideológico do governo central. Proteger a indústria e o trabalhador nacionais é uma largada para o atraso. Para se ter uma idéia, o nível de abertura do Brasil é de 21%, enquanto em países como o Peru é de 44%; no Chile é de 57%; na Colômbia é de 32% e no México é de 63%. Em realidade há muita ideologia e pouca criatividade.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Empreender ou concursar?

Existe uma idéia generalizada no Brasil de que prestar concurso público seria uma melhor opção para a solução financeira ou profissional dos indivíduos. Porém, não é bem assim.
O que se percebe neste contexto é uma persistência exagerada do estado em estimular seus jovens e a elite universitária a prestar concurso público, fazendo com que o país plante, para si mesmo, um problema que, certamente, interferirá no futuro da nação mais adiante.
É preciso entender que o serviço público não gera receita, é simplesmente, um custo para o país. Isso não impossibilita que os grandes cérebros possam e devam buscar o serviço público, pois, a nação precisa de bons cérebros.
Por outro lado vem aumentando, cada vez mais, a percepção da importância do empreendedorismo e a vontade dos jovens em se tornar empreendedores, enfrentando as imensas dificuldades, fazendo com que perto de 50% dos jovens brasileiros que se dizem interessados em empreender, não o fazem, pela adversidade burocrática existente.
Além das dificuldades predadoras, presenciamos um avanço muito forte do estado brasileiro na economia e uma péssima tendência da população em acreditar que o estado deva empreender em quase tudo, o que se torna um desastre ao país. Enquanto nos países importantes e de economia avançada, do mundo todo, já se abandonou esse dilema entre quem vai empreender, se é a sociedade civil ou o estado? Nós aqui ainda estamos gastando energia preciosa a esse embate. Na realidade, o estado nunca teve condições de empreender; ele é mau empreendedor, mau administrador, e infelizmente, corrompe.
Dessa forma, ainda não nos libertamos dessa concepção envelhecida e não deixamos a sociedade civil agir como ela deva agir, pois, é a sociedade civil a única que sabe empreender e a única que possui recursos financeiros para isso, e a falta desse entendimento prévio do cidadão tem trazido um problema adicional ao país.
Cabe então o questionamento: por que empreendemos tão pouco no Brasil?
A realidade nos mostra que não temos prática em empreender. A história econômica do Brasil nos diz que quando houve a revolução industrial, era proibido abrir indústria por aqui. O comércio era exclusividade daqueles nascidos em Portugal. No século 19 o próspero empreendedor Barão de Mauá foi detonado pelo estado de então e no século passado não houve estimulo concreto à inovação no Brasil.
O Brasil sempre importou tecnologia. As empresas nacionais e as multinacionais, sempre tiveram como fonte de tecnologia um braço que vem de fora. Assim, ou as empresas nacionais compravam tecnologia ou as empresas multinacionais estrangeiras traziam essa tecnologia para cá. Com isso, a universidade ficou distante da atividade empreendedora.
Nós temos essa raiz de distanciamento do empreendedorismo. Nosso marco regulatório é construído tendo em vista as grandes empresas, com participação exagerada do governo.  O país não tem um acolhimento decente e saudável a quem deseja empreender. O Brasil é um dos piores lugares do mundo para quem deseja empreender segundo pesquisa do Banco Mundial (Doing Business/2014) que coloca o Brasil em posição desconfortável, (116 entre 189 países).
É preciso entender que quem gera riqueza é o empreendedor e que o empreendedorismo é a única forma de construir justiça social; a única forma de se passar de uma economia de dependência para uma economia sustentável e a única forma de fazer o PIB crescer com geração de empresas, renda e empregos.
De outro modo, é preciso dar mais atenção às pequenas e médias empresas, pois são elas que inovam e possuem uma taxa de geração de emprego positiva, enquanto as grandes empresas, por sua lógica, tendem a ter uma taxa de geração de emprego negativa. Elas demitem. Essa é a tendência. A margem de lucro das mega-empresas, de grande escala é reduzida. A competição é muito elevada, elas ganham com apoio de processos de automatização e de eliminação de mão de obra.
Já a pequena empresa é essencial, gera emprego, gera inovação, gera um movimento de destruição criadora que, ao inovar, faz com que a economia se dinamize eliminando as empresas obsoletas do mercado.
Um ambiente economicamente saudável não pode prescindir das pequenas e médias empresas. Ou seja, não se faz um grande país apoiado apenas nos grandes empreendimentos.
As alternativas existem e esse atraso do empreendedorismo nacional pode ser contornado e resolvido com soluções brasileiras.
O professor Fernando Dolabela, coordenador da Oficina do Empreendedor e especialista do Instituto Millenium, desenvolveu na Universidade Federal de Minas Gerais um projeto denominado “Oficina do Empreendedor” acoplado ao CNPQ, o qual possui ótima metodologia e, que por sua natureza, vem mudando o perfil de nascimento do empreendedorismo em diversas universidades brasileiras.
O professor tem desenvolvido seminários para professores de filosofia, odontologia, de música, de balé, de engenharia, os quais foram preparados para trabalhar com seus alunos no sentido de mudar o paradigma brasileiro, seguindo a tese: “Pare de ser empregado; existem outras opções; há outra coisa a fazer no mundo. Abra a sua empresa”.
Atualmente, o trabalho do professor é desenvolvido com crianças, a partir de quatro anos na educação básica, pois o jovem que entra na universidade com 17 ou 18 anos de idade, já está culturalmente completo. Ou seja, coletar cerca de 5% dos alunos que desejam empreender é muito pouco e não muda o Brasil.
É preciso trabalhar a educação agricultora, a educação que trabalha na base, que é a grande transformadora do país. Trabalhando as crianças que estão nas escolas públicas teremos condições de dar um novo vetor cultural para elas, desenvolvendo a sua auto-estima para que ela se sinta protagonista do processo através de duas perguntas importantes: qual é o seu sonho? E o que você vai fazer para transformar o seu sonho em realidade?
Tudo isso para desmistificar o diagnóstico escolar que traz um comportamento desalentador ao aplacar e inibir a criatividade, inibir a ousadia, inibir a rebeldia que é, em síntese, o motor do empreendedor. O empreendedor é alguém absolutamente rebelde que contesta os padrões existentes. E o único modo de se romper com os padrões vigentes é através da inovação.
Assim, empreender não é somente abrir empresas. E preparar os alunos ao empreendedorismo, não é apenas uma questão de QI ou de inteligência, mas sim, de uma questão de cultura como acontece nos países desenvolvidos onde, principalmente, Estados Unidos e Europa ensinam o empreendedorismo nas escolas, diferentemente do Brasil.