Como viventes, desde o nosso nascimento até os dias atuais presenciamos nossa evolução física e os estágios da cronologia das idades em que percorremos e ultrapassamos e, por certo, somos sabedores de que o mundo é uma escola da evolução. Daí o intrigante jargão: as mudanças são permanentes! Em nós e ao nosso redor.
Às vezes, não percebemos, mas a vida nos indica o caminho da evolução constante. Estamos em contato com o novo a cada segundo, a cada momento, a cada instante.
Conscientemente deveríamos perceber e acompanhar todas essas mudanças não somente no plano físico, mas também no intelectual, no espiritual, no moral, no ético. Enfim, em todos os aspectos de nossas vidas.
Do lado da economia não é diferente. Fatores competitivos intrínsecos, como o baixo custo de mão-de-obra ou avanços específicos na tecnologia da informação, somente podem ser superados pela inteligência de novos modelos de negócios, de novos processos, de novas tecnologias e de outros decorrentes da criatividade, imaginação e inovações constantes. Este é o caminho a ser trilhado tanto por países desenvolvidos, quanto por países em desenvolvimento.
Daí, novos conceitos vieram. Dentre eles a Economia Criativa, hoje requisito fundamental para sair do lugar comum da competição predatória para participação de mercado em produtos e serviços existentes.
Considerando o fato de que cada organização ou país desenvolve diferentes amplitudes para o tema, podemos dizer que a visão moderna é a de que “Economia Criativa” deve obrigatoriamente incluir todos os produtos e serviços relacionados ao conhecimento e à capacidade intelectual, não se limitando, apenas, às chamadas “Indústrias Criativas” ou “Indústrias Culturais”, focando a criatividade, a imaginação e a inovação, englobando também processos, modelos de negócios e modelos de gestão, portanto, não se restringindo aos conceitos originais de Direitos Autorais, Patentes, Marcas Comerciais e Design, por exemplo.
Muitos já adotam a Economia criativa como estratégia de desenvolvimento para países em desenvolvimento. Portanto , essa ferramenta trabalha uma produção que valoriza a singularidade, o simbólico e aquilo que é intangível: a criatividade, que são os pilares da economia criativa. Como esse é um conceito que vem sendo discutido, aceitá-lo como um processo em elaboração que envolve contextos culturais, econômicos e sociais diferentes, é o que se espera.
Segundo o autor inglês John Howkins no livro “The Creative Economy”, publicado em 2001, Economia Criativa são atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico e que pode ser definida como processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos.
O conceito de Economia Criativa discutido atualmente nasceu na Austrália no início da década de 90 e ganhou impulso quando o governo inglês no fim da mesma década promoveu de forma estruturada um plano de desenvolvimento estratégico para 13 setores da chamada Economia Criativa.
Os 13 setores na conceituação Inglesa são:
1. Propaganda; 2. Arquitetura; 3. Artes e Antiguidades; 4. Artesanato; 5. Design; 6. Moda; 7. Cinema e Vídeo; 8. Música; 9. Artes Cênicas (Performing Arts – inclui dança, circo, etc); 10. Editoração (Revistas, Livros, Jornais, Web); 11. Softwares de lazer; 12. Rádio; 13. TV.
Notem que há setores com essência eminentemente cultural e setores que se desenvolvem como negócios e indústrias e que, portanto, entrelaçam entre si.
A produção cultural vira negócio, renda e emprego. Transforma-se também no insumo de diversas indústrias bem estabelecidas no mundo, como por exemplo, a do Cinema e a da Moda.
Além de gerar empregos qualificados e renda, os setores criativos, tem a capacidade de irradiar benefícios para outros setores da economia.
Apesar das diferenças metodológicas de medição estatística e das discussões conceituais, cresce a cada dia o reconhecimento de que a criatividade e os setores criativos venham a ter um papel fundamental no desenvolvimento da competitividade econômica de um país.
Estima-se que cerca de 10% do PIB e 8% do emprego nos Estados Unidos estejam ligados às atividades da Economia Criativa e seu conjunto de setores já formam a terceira maior Indústria do mundo, atrás apenas da Indústria do Petróleo e da Indústria de Armamentos.
Calcula-se que no Brasil, a chamada Economia Criativa fature 380 bilhões de reais por ano ou o equivalente a 16,4% do PIB em áreas como arquitetura, cinema, moda, design, cultura popular, turismo e artesanato, embora estando longe de aproveitar todo o potencial criativo de seus cidadãos.
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