quinta-feira, 26 de junho de 2014

O esporte e a política

Uma dupla inglesa de escritores sendo um deles colunista de esportes do jornal Financial Times, e outro um economista especializado em esporte, escreveu um livro com o título “Soccereconomics” que é muito curioso. Os autores partem de uma tese que surpreende nestes tempos de copa. Eles perguntam: é dever de um estadista propor que seu povo fique feliz por um mês que seja? E eles surpreendentemente comentam que sim. É dever de um estadista fazer seu povo feliz por um mês que seja. E a copa do mundo é uma oportunidade para você fazer uma festa e deixar seu povo feliz e orgulhoso por um mês.
Na lógica dos escritores para que isto ocorra, a primeira coisa que o estadista tem o dever de fazer é perguntar para o seu povo se ele quer fazer esta festa e comentar com ele que a festa custará, digamos, R$ 30 bilhões. Nós temos esse dinheiro, porém, teremos que deixar de fazer alguns investimentos, mas, será uma festa! Vocês querem? Queremos! Vamos fazê-la, dividindo responsabilidades com a população. Não, não queremos fazê-la! Então não se faz a festa, como ocorreu em Saint Moritz e Davos (Suiça), em Munique (Alemanha) e em Estocolmo (Suécia) que acaba de dizer, em referendo popular, que não querem receber as Olimpíadas de Inverno do COI de 2022, dentro de um processo civilizado e democrático de consulta ao povo.
O que mais os escritores dizem nesse livro? Dizem que uma copa do mundo assim como nenhum outro mega evento dá lucro aos países que o recebem. Mas, uma copa do mundo é uma oportunidade magnífica que um país tem de fazer um anúncio, um comercial de si mesmo durante um mês. Correndo apenas um risco, o de fazer um mau anúncio. Assim, até o início da copa fizemos apenas um mau anúncio de nós mesmos. Vejam o que a imprensa internacional publicou sobre o Brasil antes de a bola (a Brazuca) rolar, muito embora algumas dessas publicações sejam levianas ou preconceituosas. Mas, a maioria dos comentários estava correta e, como sabemos, não foi nada legal.
Na realidade, o Brasil teve uma crise de megalomania ao fazer uma copa em 12 cidades ao invés de fazê-la em 8 cidades como era a exigência da Fifa.
Os Estados Unidos fizeram uma copa em 1994 construindo apenas um estádio novo, adaptando os estádios de beisebol e de futebol americano para o evento. A França fez uma copa em 1998 e construiu apenas o estádio De France nos arredores de Paris. Em Marseille, os dois jogos da seleção brasileira em 1998 simplesmente ocorreram no mesmo estádio em que o escrete canarinho havia jogado o Mundial de 1938, portanto, 60 anos atrás.
Por que o Brasil, a rigor, precisou fazer 12 novos estádios? Não é somente um absurdo fazer um estádio em Cuiabá que sequer futebol profissional há. É um absurdo fazer um estádio em Manaus onde também não tem futebol profissional. É um absurdo fazer um estádio para 70.000 pessoas em Brasília. É um absurdo fazer um estádio em São Paulo quando se tem o Morumbi em plenas condições de uso. Alguém até poderia dizer: mas o Morumbi não é o estádio ideal. Correto. Não é o estádio ideal. Mas o Brasil tem que fazer idealmente, hospitais, escolas, transportes, educação, infra-estrutura e muito mais para o seu povo! Mas fazer um estádio apenas para um evento de um mês para cinco ou seis jogos seria o natural para um país que ainda precisa se construir. 

domingo, 8 de junho de 2014

O outro lado da Economia

Nestes quase quatro anos de governo federal já se emitiu pela batuta do atual ministro da fazenda brasileiro o Sr. Guido Mantega, perto de 25 pacotes econômicos com a finalidade exclusiva de melhorar o quadro caótico que a Presidente Dilma encontrou a economia, deixada pelo eterno Presidente Lula, quando formalmente “presidiu” o país. 
Porém, curiosamente o Ministro da Economia do presidente Lula é o mesmo da Presidente Dilma, Guido Mantega. A diferença está em que Lula encontrou uma economia saneada, uma doutrina econômica sadia, herdada de seu antecessor. Uma pujante economia internacional, uma efervescência interna onde havia um presidente sério no Banco Central que sabia exercer a sua autoridade. 
Muito se falou da saída do referido ministro por aqui e até mesmo no exterior. Mas, de que vale trocar o ministro se todos sabem que a condução desta barafunda econômica que introduziu o caos no país e na economia é da atual Presidente. O Ministro Mantega, se mantém como simples porta-voz desta hoste. Parece não ter competência para mais do que isto.
Lembremos que é exatamente nos momentos de crise, que surge a oportunidade de se mostrar criatividade e competência, com visão global e os pés na realidade. O que está errado então? Perguntamos todos: tudo. É simples entender, pois, sempre foi parte da visão caolha do Petismo conter a indústria apenas ao mercado interno onde na ótica do partido, se a indústria exportar traria desabastecimento ao mercado interno, e o pior, com a visão de que as empresas se tornariam mais uma força de oposição ao governo. Nada mais equivocado e simplista para o mundo globalizado de hoje!
Nossa agricultura tem sido contida pela falta de estrutura logística. Ou seja, é possível se produzir no Brasil de forma extremamente competitiva, porém com as estradas mal cuidadas e os portos sucateados fazem com que a produção ou não chegue ao seu destino, ou chegue atrasada com um custo elevadíssimo retirando a competitividade do produto nacional.
O PT chegou ao poder com as contas públicas bem estruturadas e tão logo passou a processar o endividamento interno de forma irresponsável e inconseqüente. Daí, passou dos limites e hoje já não há mais espaço para mais irresponsabilidades neste campo. Por outro lado a arrecadação trilhonária de impostos que faz com que o brasileiro trabalhe cinco meses do ano apenas para pagar seus impostos está sendo consumida pela corrupção e pela incompetência das autoridades reinantes. 
As escolas públicas estão um caos, as universidades federais cada vez mais politizadas e menos atenta a pesquisa e ao ensino propriamente, a saúde vive uma calamidade, a segurança um desastre. Chegamos ao cúmulo do absurdo onde a bolsa para “assassino encarcerado” é maior do que os proventos do trabalhador aposentado e do salário de um trabalhador qualificado. Não temos dinheiro para a saúde, para pagar nossos médicos, mas o governo doa $25 milhões para hospital em Gaza, $957 milhões para construir o Porto de Mariel em Cuba; perde $40 milhões em investimento da Petrobrás para a Bolívia de Evo Morales; e se utiliza de 97% do dinheiro público com gastos superfaturados na construção dos estádios para a Copa das Copas...
O trabalhador brasileiro diariamente pena ao tomar um ônibus para ir ao trabalho quando milhões vivem no boteco sem fazer nada graças às distorções do programa bolsa família. Se é que o podemos chamar de programa! Assim, o PT criou uma inversão acentuada nos valores da sociedade brasileira onde são prestigiados os menores assassinos, os preguiçosos de toda ordem, os corruptos, os incompetentes, violentando com isso os direitos de trabalhadores e de cidadãos honestos. Especialistas dizem que dez anos de "emprego" no governo central vale mais pontos do que a qualificação profissional de um cidadão.
Por esta razão e tantas mais que os investidores internacionais se afastam cada vez mais do Brasil fazendo o país perder investimentos externos de qualidade, inteligências e novos empreendimentos saudáveis à economia. O empresariado externo foge da insegurança física e da desbaratada política econômica brasileira. Sabem que o barco está fazendo água e que é preciso encontrar um porto seguro onde possam tranquilamente ancorar seus investimentos.
Desta forma, na 'Nova Ordem Petista', não é preciso trabalhar, estudar e ter uma vida honesta, basta procriar ao máximo e exigir ao extremo. Porém, isto apenas leva ao caos. Assim, nossa economia não aguentará e se explodirá batendo em uma tremenda recessão, pois a distribuição da renda (gerada por poucos) se esgotará, pois, sem a contrapartida produtiva de quem apenas recebe sem trabalhar levará incondicionalmente o Estado à bancarrota. 

domingo, 1 de junho de 2014

Competitividade Mundial

O Brasil vinha ganhando importância no cenário internacional, porém, mais pelo produto de crises internacionais do que propriamente pelo nosso desempenho competitivo frente ao resto do mundo. Assim, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para disputar os mercados globais de igual para igual com os demais países. 
No ranking de Competitividade Mundial divulgado pelo “International Institute for Management Development” (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral, o Brasil perdeu espaço competitivo, pelo quarto ano consecutivo, no cenário internacional, reflexo da piora de eficiência da economia nacional.
O País caiu três posições no Índice de Competitividade Mundial 2014 (World Competitiveness Yearbook), ficando em 54.º no ranking geral composto por 60 países, à frente apenas da Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela e entre 2010 e 2013, o país saiu da 38.ª posição no ranking para o 51.º lugar. Incrível não?
A produtividade brasileira caiu e o custo de vida aumentou e postos de trabalho foram abertos apenas em setores da economia com mão de obra menos qualificada. Assim, a geração de empregos em setores que criam menor valor para a economia, como a construção civil, foi o principal fator que rebaixou a produtividade do país. 
Há reservas também ao modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil pintando um cenário mais pessimista para os negócios. O crescimento está ancorado no crédito concedido ao consumo, principalmente à nova classe média. Porém, o nível de endividamento das famílias brasileiras já está elevado o que pode se tornar perigoso no longo prazo. Soma-se a isso o câmbio mais valorizado que vem minando o poder de competitividade das exportações brasileiras.
As principais deficiências em competitividade apresentadas pela economia brasileira apontadas pelo ranking são velhas conhecidas dos brasileiros: infra-estrutura básica insuficiente (55ª posição), educação de baixa qualidade (56ª) e baixa eficiência do governo (55ª). De todos os 60 países analisados pelo estudo, o Brasil é o que apresenta a maior diferença entre a competitividade do setor público e o setor privado. 
O Brasil está mal posicionado quando o assunto é regulamentação. Há excesso de burocracia. É difícil abrir e fechar uma empresa por aqui e a legislação é predatória e policialesca afirmam especialistas.
Da parte do governo, há ainda desperdício de gasto público. Diminuir esses gastos seria, inclusive, uma maneira de conseguir baixar os juros, o que ajudaria a economia como um todo.
Apesar de conhecidos, a resolução para esses problemas de décadas não vem progredindo e o Brasil não tem avançado. Existem problemas institucionais que são resolvidos em outras partes do mundo, mesmo na América Latina, mas, por aqui, não evoluem. Temos visto, na realidade, pioras institucionais com uma administração pública cara e ineficiente. 
A competitividade da economia brasileira está sendo afetada pelo aumento significativo dos preços e baixa participação do país no comércio internacional. A infra-estrutura defasada, que inclui estradas, portos, aeroportos e energia, continua sendo um ponto crítico. E o custo da energia deverá trazer mais impactos negativos ao Brasil, que deverá perder posições no ranking em 2015. O País está em 51.º em custo de energia, com custo médio de US$ 0,18 por quilowatt, enquanto a média dos outros países fica em US$ 0,12.
Outro fator que pesa contra o país é a ineficiência empresarial. A baixa produtividade é alarmante. Nesse item, o Brasil fica em 59.º, à frente somente da Venezuela. O Brasil gera emprego, mas de menor valor agregado, com mão de obra pouco qualificada, fruto de deficiência educacional, não gerando riquezas na mesma proporção.
O país vem de um longo processo de desindustrialização. Alguns setores mais intensivos em mão de obra perderam espaço. O mundo ideal seria exportar produtos agrícolas e também produtos industrializados. A alta carga tributária e os elevados custos de produção nos empurra para forte risco de contração do PIB industrial.
Entre os Brics, que incluem também Rússia, China, Índia e África do Sul, o país também está na lanterna. No ano passado, o Brasil estava à frente da África do Sul. Na comparação com os países da América Latina, o Brasil é o que apresenta maiores oscilações negativas.
No topo da lista dos países competitivos, estão os EUA, Suíça, Cingapura e Hong Kong. O alto desempenho em tecnologia e infra-estrutura, aliado à geração de emprego, refletem a força da economia dos países melhores colocados no ranking.
É duro lembrar que o Brasil optou por realizar a copa...