domingo, 9 de dezembro de 2018

O Liberalismo e o Estado Liberal


O liberalismo é uma teoria política e social que enfatiza, fundamentalmente, os valores individuais de liberdade e de igualdade. E de acordo com a filosofia política liberal, a sociedade e o governo devem proteger e promover a liberdade individual de seus cidadãos.
Nesta teoria a pluralidade e a diversidade devem ser encorajadas e a sociedade deve ser igual e justa na distribuição de oportunidades e recursos.
Neste sentido, o liberalismo defende instituições representativas, com autonomia da sociedade civil; defende o espaço econômico - chamado de mercado; defende a cultura que se funde com a opinião pública, frente à presença do Estado.
Normalmente, os sistemas democráticos assumem as premissas básicas do Estado liberal, no qual sua principal função seria o de garantir os direitos do indivíduo contra o autoritarismo político e, para atingir esta finalidade, exige formas, mais ou menos amplas, de representação política.
Já o liberalismo clássico tende a insistir que os direitos civis são fundamentais para os seres humanos, enquanto o liberalismo igualitário contemporâneo concentra-se mais na igualdade e argumenta que o governo ou a sociedade devem aumentar seu alcance de intervenção em áreas como saúde, educação e bem estar social.
Os liberais defendem uma ampla gama de pontos de vista, dependendo de sua compreensão desses princípios, mas em geral, apoiam ideias como eleições democráticas, liberdade de expressão,  direitos civis, liberdade de imprensa, liberdade religiosa, livre comércio, igualdade de gênero, estado laico, liberdade econômica, e a propriedade privada. E se apoia, determinantemente, na democracia representativa e no Estado de direito.
Os liberais entendem um Estado em que os poderes públicos são regulados pelas leis e por uma Constituição e devem ser exercidos no âmbito das leis que o regulam, podendo o cidadão recorrer a um juiz independente para reconhecer e rejeitar o abuso ou o excesso de poder.
Portanto, é uma doutrina que privilegia a superioridade do governo das leis sobre o governo dos homens, assim como a aplicação política da igualdade perante a lei. É um modelo onde as leis pairam, igualmente, acima de todos os grupos da sociedade, independente de cor, sexo ou cargo político, onde não deve representar determinado arbítrio, mas ser objetivamente imparcial.
No âmbito mundial o liberalismo foi responsável pelo estabelecimento de organizações globais, como a Liga das Nações, e, após a Segunda Guerra Mundial, o estabelecimento das Nações Unidas.
O liberalismo é uma proposta destinada a possibilitar que todos alcancem o mais alto nível de prosperidade de acordo com seu potencial, ou seja, em razão de seus valores, atividades e conhecimentos; com o maior grau de liberdade possível, em busca de uma sociedade que reduza ao mínimo os seus inevitáveis conflitos sociais.
O liberalismo se apoia em dois aspectos vitais que dão forma a seu perfil: a tolerância e a confiança na força da razão. Desse modo, os liberais acreditam que o Estado foi criado para servir ao indivíduo, e não o contrário.
Portanto, os liberais também acreditam na responsabilidade individual. Não pode haver liberdade sem responsabilidade. Os indivíduos são (ou deveriam ser) responsáveis por seus atos, tendo o dever de considerar as consequências de suas decisões e os direitos dos demais indivíduos.
Justamente para regular os direitos e deveres do indivíduo em relação a terceiros, os liberais acreditam no Estado de direito. Isto é, creem em uma sociedade governada por leis neutras, que não favoreçam pessoas, partido ou grupo algum, e que evitem de modo enérgico os privilégios.
Os liberais também acreditam que a sociedade deve controlar rigorosamente as atividades dos governos e o funcionamento das instituições do Estado.
Na economia, os liberais, em linhas gerais, não acreditam em controle de preços e salários, nem em subsídios que privilegiam uma atividade em detrimento das demais.
Para os liberais, a principal função do Estado deve ser a de manter a ordem e garantir que as leis sejam cumpridas. A igualdade que os liberais almejam não é a utopia de que todos obtenham os mesmos resultados, e sim a de que todos tenham as mesmas possibilidades de lutar para conseguir os melhores resultados. Nesse sentido, uma boa educação e uma boa saúde devem ser os pontos de partida para uma vida melhor.
Assim, o liberalismo é um modo de entender a natureza humana e uma proposta destinada a possibilitar que todos alcancem o mais alto nível de prosperidade de acordo com seu potencial.
Porém, o fato de que o governo tenha tamanho reduzido não quer dizer que ele deva ser débil. Pelo contrário, deve ser forte para fazer cumprir a lei, manter a paz e a concórdia entre os cidadãos e proteger a nação de ameaças externas.
Nesse sentido, as principais características do Estado liberal são: liberdade individual, igualdade, tolerância, liberdade da mídia, e livre mercado.
Entre os países que adotam o liberalismo estão a Alemanha, o Japão, os Estados Unidos, a Inglaterra e Portugal, dentre outros.
Assim, fica o lema: se você deseja que as pessoas se desenvolvam, deixe que elas mesmas, cuidem de si.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Hora de virar a chave!


Depois de treze anos de esquerdismo no Brasil, é hora de virarmos a chave. É hora de fazermos algumas considerações pertinentes, e mesmo, o de considerar um choque de realidade.
Visitando o sociólogo e filósofo francês Raymond Aron em seu livro o “Ópio dos Intelectuais”, publicado há mais de sessenta anos, verificamos que o mesmo conserva uma impressionante atualidade; pois nele se registra que o esquerdismo, também pode ser uma religião e uma igreja que abriga fanáticos e fundamentalistas.
Com uma concepção sistemática da realidade política e histórica, o pensamento de Aron está calcado na realidade, não em abstrações teóricas. Segundo o sociólogo, o conhecimento verdadeiro do passado nos remete ao dever da tolerância, enquanto a falsa filosofia da história dissemina o fanatismo.
Portanto, é nesse atrito deliberado com a realidade tal qual ela é, e não como gostaríamos que ela fosse, que Aron elabora sua defesa da razão, da democracia e da liberdade, onde tece sua crítica lúcida ao autoritarismo, ao fanatismo e à idolatria política.
Sem temer qualquer patrulhamento ideológico, o autor partiu da constatação de que os mesmos intelectuais e acadêmicos que costumavam ser impiedosos em suas análises das falhas da democracia liberal demonstravam uma tolerância infinita diante dos desastres econômicos e das atrocidades políticas cometidas em nome da doutrina que eles consideravam correta. Assim, qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. As mesmas pessoas que fecham os olhos às consequências calamitosas de quase quatorze anos de um projeto de poder fracassado torcem o nariz diante de reformas tornadas urgentes pela irresponsabilidade e pela incompetência inerentes aquele mesmo projeto.
Aron demonstra uma virtude cada vez mais rara, e traz para nossa reflexão a ideia da inteligência do bom senso; onde ao longo de cinco décadas, fez análises certeiras de fenômenos sociais e políticos os mais diversos, enxergando muito mais longe e mais fundo do que outros pensadores de sua época.
Na primeira parte de “O ópio dos intelectuais”, ele se dedica a mapear mitos políticos que ainda estão em vigor: o mito da esquerda, o mito da revolução e o mito do proletariado. Em seguida, faz reflexões sobre o sentido da História, em capítulos como “A ilusão da necessidade” e “Homens de igreja e homens de fé”, nos quais classifica o comunismo como "uma versão aviltada da mensagem cristã", por sacrificar as liberdades e as diferenças humanas no altar da ortodoxia do Estado onipotente.
O autor mostra, ainda, que o desenvolvimento da economia contrariou diversas previsões marxistas aos quais acadêmicos de esquerda ainda teimam em se ancorar. Por fim, ele investiga a relação dos intelectuais com a ideologia, apontando para uma busca inconsciente por uma religião.
Na conclusão, Aron pergunta se é possível vislumbrar o “fim da era ideológica” e o triunfo do poder da razão?
Caso estivesse vivo e visitasse o Brasil, ele veria que as ideologias estão mais fortes do que nunca, e que a atração de intelectuais por projetos autoritários ainda continua.
É uma pena que Raymond Aron seja hoje tão pouco lido. Na verdade, nem Sartre se leem mais. O nível dos pensadores baixou muito, e, infelizmente, o nível do debate político também. 
Voltando para hoje e para o Brasil, podemos dizer que a esquerda caducou e não evoluiu, mas, despudoradamente se infiltrou nos meios acadêmicos, artísticos, culturais, religiosos, nos movimentos sociais, e em grande parte do meio político e do judiciário.
Este é um autor que deveria ser recomendado em todos os cursos de graduação do país e, excepcionalmente, colocado como tema de redação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), lembrando as atividades de nossos estudantes nesses dois finais de semana.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

O País de 2019


Neste domingo, dia 28, iremos às urnas para mudar o Brasil. Isso é um fato. Porém, após esse processo, será indispensável focarmos nas dificuldades que se apresentam para o país, no próximo ano.
Refiro-me, mais precisamente, à reestruturação da nação através das reformas urgentes, as quais não poderão mais ser adiadas.
O Brasil não poderá passar por 2019 sem que haja mudanças importantes e as pessoas já entenderam que as reformas são necessárias.
Precisamos cuidar das contas públicas, manter esse ciclo de juros, estruturalmente baixo, pois, será importante não voltarmos a ter juros elevados, como antes.
De acordo com projeções do FMI, a dívida bruta do país ficou em 84,0% do PIB em 2017, chegará a 88,4% este ano e avançará a 90,5% do PIB em 2019. Caso não se resolva esse problema, a dívida continuará subindo até chegar a representar 98,3% do PIB em 2023.
Para termos uma ideia, antes da recessão de 2015 e 2016, a dívida bruta estava no patamar de 60% do PIB. Assim, pode-se dizer que a dívida bruta brasileira já estava acima da média dos 40 países emergentes, que é de, 50,7%.
Deste modo, quem vier assumir a Presidência da República, haverá de ter clareza da necessidade urgente de resolver o desafio fiscal, que é o de ajustar as contas do governo que convive, de há muito, com uma monumental dívida.
Essa é a premissa inicial, sem a qual, não haverá como o país reverter sua trajetória deficitária que teve início em 2014. Assim, para pensar no futuro, o Brasil precisará rever suas prioridades de gastos para buscar o crescimento no longo prazo.
Historicamente, o Brasil se acostumou a resolver os problemas de crescimento das despesas com aumento de impostos ou com inflação, o que a sociedade mais consciente, não deseja mais.
Estamos, desse modo, diante de um desafio, que traz com ele a oportunidade para a construção de consensos em busca das resoluções de diversos problemas do país, já tão adiados. E, dentre esses consensos a serem construídos, estão as reformas, que possibilitem ao país voltar a crescer sustentavelmente.
Sabemos que as nações desenvolvidas avançaram muito nas últimas décadas em relação ao aumento de produtividade; algo que o Brasil esquerdista deixou passar, para dizer o mínimo. Perdemos esse foco e, literalmente, estamos atrasados em relação ao resto do mundo.
Para buscar o cenário de crescimento, transformador, necessitaremos de reformas fiscais; de crescimento mais expressivo da escolaridade de nossos alunos e de amplas reformas micro e macroeconômicas. Com esse direcionamento, é possível ao Brasil almejar um crescimento médio do PIB próximo a 4%, entre os anos de 2020 e 2031.
Assim, todo esse processo, deverá ser realizado democraticamente, buscando sempre o consenso entre o executivo e a nova casa congressual, porém, sem se furtar aos debates e embates naturais que, certamente surgirão, diante da nova realidade a ser construída.
De outro lado, a sociedade tem um papel fundamental nesta questão: seja compreendendo e apoiando as mudanças, seja fiscalizando a postura dos seus representantes democraticamente eleitos.
Estamos em um outro momento, no qual todos os agentes como sociedade, o meio empresarial e os políticos, precisam participar mais, dialogar mais e, construir mais.
Deste modo, em janeiro 2019 um novo governo tomará as rédeas de uma economia com renda per capita 9% abaixo do nível de 2014; desemprego de 12,1%; déficit elevado; a qual entrega inflação e juros baixos, porém, insuficientes para tirar o país das dificuldades a qual se encontra.
Entre os economistas, constata-se um consenso para a reforma da previdência; reforma tributária; reforma do Estado - onde se inclui a reforma do funcionalismo público; assim como, de um consenso para um programa de privatizações e de estímulo a modernização da infraestrutura, conjuntamente, à ampliação do comércio exterior.
A prioridade do governo no começo de 2019, deverá então ser, a de garantir a aprovação no Congresso, da Reforma da Previdência, que se torna medida essencial para o reequilíbrio das contas públicas no curto, médio e longo prazo.
Registre-se ainda, a possibilidade de se realizar a Reforma da Previdência neste final de ano. Para isto, será necessário um diálogo de consenso entre o atual presidente e o presidente que entra, juntamente, com suas respectivas, equipes de governo.
Na realidade, o Brasil precisa mesmo, é de um projeto de longo prazo, algo que seja preestabelecido para daqui a 50 anos.
Assim, como diria Machado de Assis, aos vencedores as batatas!

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Civilidade Política


Estamos na reta final do primeiro turno das eleições. É um momento decisivo para nós e para o país. É hora de escolhermos o país que queremos. Um país que avança ou o país do crime organizado comandado da cadeia? Por isso, o seu voto é muito importante. E a sua escolha pode fazer um Brasil melhor ou um Brasil pior do já está. Perceba que países não quebram como as empresas quebram; porém eles podem piorar e muito. Basta olhar nossos países vizinhos.
Toda essa difícil realidade que vivenciamos nos coloca a possibilidade de respondermos com a responsabilidade necessária de nosso voto. Portanto, não é cabível a incivilidade grosseria, estupida e inconveniente que grassa no mundo virtual. E não somente na virtualidade, mas também nas ruas, com o inconcebível atentado a um dos candidatos à corrida eleitoral deste ano, com a clara intensão de eliminar um dos postulantes à corrida eleitoral. Não nos esqueçamos disso!
As pessoas têm se esquecido de que todos, independentemente de cor, credo, sexo e religião tem o direito de ter opinião própria e, principalmente, o direito de escolha. Afinal estamos em plena democracia, o que pressupõe um mínimo de civilidade política.
Nos últimos anos a sociedade brasileira avançou muito em conceitos básicos como moralidade, ética e bons costumes. O povo brasileiro está mais politizado. Entretanto, ainda falta muito para o nosso ideal.
Até então, temos que lidar com grupos repulsivos que se acham no direito de fazer política como se estivessem chamando, literalmente, seus adversários para uma guerra. Isso não faz sentido algum e não coopera com a nossa precoce democracia.
Estamos em pleno século 21, onde deveria prevalecer os embates no campo das ideias, dos projetos e das plataformas de políticas consistentes para o país.
A esquerda, como sempre, promete tudo, resolve tudo, e quer se livrar da crise que ela mesma gerou para colocar no colo de outrem, apostando no desconhecimento da sociedade que ela mesma abandou nos treze anos de poder; embora o discurso seja o contrário. Mas, quando se pergunta a algum esquerdista sobre ética e a corrupção desenfreada produzida por eles, eles se desconversam e fogem como o diabo foge da cruz!
A direita extremada nada oferece de novo, apenas a possibilidade de frear o esquerdismo massificado nos grupos de menor escolaridade. Sobra então o centro que ainda não mostrou competitividade eleitoral.
Neste contexto, é preciso solicitar aos candidatos postulantes ao Palácio do Planalto a verbalização da verdade, da realidade do país e que discorram sobre o seu posicionamento ético, de dignidade e de cidadania durante os debates eleitorais para que se possa novamente organizar os comportamentos sociais com foco na justiça, na equidade, e no respeito interpessoal. Não dá para ficar ouvindo apenas discursos periféricos, enquanto o país arde em sérios problemas.
Deste modo, que a vitória almejada por todos, uma vez conseguida, possa ser trilhada pelos caminhos da democracia, da dignidade e do respeito aos cidadãos e suas opiniões, para que o país possa se aperfeiçoar e vivenciar um novo momento que contemple a civilidade política; e que essa civilidade possa ser imperativa, estruturada no civismo e que leve em conta o respeito à sociedade, a preservação das leis vigentes e o fortalecimento das instituições, priorizando valores e princípios que orientam o comportamento dos indivíduos, buscando a convivência pacífica e o bem estar dos indivíduos em sociedade.
Será necessário estabelecer um diálogo claro, um debate civilizado sobre as dificuldades as quais o país se encontra, sem se apelar a platitudes, ideologismos partidários em que muitas vezes apenas revelam preconceitos reconditos.
Nesse sentido, que a estrutura e a qualidade do debate político, seja entre cidadãos ou entre políticos, se torne tão importante quanto as resoluções de um governo, onde se deva entender a importancia da política, conectada à tolerancia e aos bons modos de uma sociedade evoluída.
O que nos preocupa, neste momento, é que o nosso solo se tornou fértil para um tipo de discurso político agressivo, aberto ao populismo tanto de direita quanto de esquerda, onde ideologismos se misturam com partidarismo e ofusca os verdadeiros debates das reais necessidades de políticas públicas que o país necessita. Não importa se as medidas sejam amargas ou não.  O que importa é que elas estejam na direção correta e que a sociedade como um todo avance.
Por outro lado, é preciso reconhecer a existência de um argumento histórico a favor deste modelo agressivo e anti-intelectual, que vê a tolerância e a polidez na política como um sinal de fraqueza e de rendição ao sistema.
Consiste em outro grande perigo, a concepção de que todos os indivíduos sejam iguais, isso não é verdade. Ao excluirmos o direito democrático da diferença, eliminamos a possibilidade de pensarmos de maneira diferente, por que nascemos diferentes, vivenciamos realidades diferentes, portanto, nada mais normal do que sermos diferentes. 
Por outro lado, existe o marginalismo político de grande parte da nossa sociedade; ou seja, daquele que não participa, que se preocupa apenas com suas questões particulares e, que portanto, se conforma com qualquer decisão. Isso se torna um problema, à medida que, quanto mais marginalizado, maior é a sua dominação, o que faz prevalecer os interesses de poucos, onde eles são os únicos interessados, surgindo assim, uma sociedade servil.
Desse modo, nem tudo que é imposto como verdade deve ser aceito. Ao contrário, tudo deve ser questionado, pois nenhuma forma de governo opressor funciona com a finalidade do bem para todos.  
Assim, a generalidade da população desconhece a dinâmica legislativa e mostra profundo ceticismo quanto as atividades das legendas partidárias e ao comportamento moral dos políticos. Daí a necessidade do cuidado para não prevalecer a máxima do escritor Júlio Camargo que diz: “Política é a arte de governar com o máximo de promessas e o mínimo de realizações”, a qual parece perfeita a determinados candidatos que se apresentam nos debates e no horário eleitoral.
Outro perigo é a existência de teóricos brasileiros, tanto de esquerda, quanto de direita que flertam com a disrupção política (interrupção do curso normal do processo vigente), o que não faz sentido e traz um verdadeiro descumprimento à Constituição em vigor, e por tabela, à civilidade política.
Podemos dizer que a democracia é o único regime onde nem tudo é permitido daí o desprezo pela disrupção. Pois, isso se tornaria a desconstrução do nosso estado democrático de direito onde as regras vigentes foram votadas livremente, num momento de estabilidade política e segui-las é o caminho como acontece nas grandes democracias mundiais como Alemanha e EUA.
Cabe colocar que os extremos, literalmente, não gostam de democracia, e bem menos dos programas liberais, onde quase sempre, prevalece os regimes autoritários. Pelo menos, isso é o que se registra em experiências internacionais.
Lembremos ainda, que numa democracia quem vota e quem não vota, são igualmente, responsáveis pelo resultado produzido nas urnas, onde a oposição também é votada e eleita e, portanto, legitimada para defender as regras do jogo constantes na Constituição vigente, onde o Congresso Nacional com os deputados e senadores fazem a defesa das regras atuais. Caso contrário, estaríamos diante de um regime absolutista.
Nesse sentido, o ponto de chegada deve ser o Brasil e não os partidos políticos. Ganhar a eleição não é um fim, mas apenas um meio de iniciar quatro anos de administração pública que poderão representar progresso ou retrocesso.
Pense nisso!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O País e a Política como ela é


Você já imaginou o quanto o nosso estado é gigante e inoperante? Já se deu conta de que todo o dinheiro utilizado pelos governos saem de nossos impostos. E caso não tenhamos um melhor gerenciamento público, os impostos terão que subir infinitamente e os nossos ganhos terão de se reduzirem infinitamente também.
Já percebeu que, quem nunca frequentou uma faculdade banca as universidades públicas? E que as pessoas que pagam planos de saúde bancam o SUS, assim como quem tem os filhos em escola particular e quem não os tem, pagam pelas escolas públicas?
Então, não tenhamos dúvida. Todos nós, ricos, pobres e classe média, pagamos para manter um sistema ineficiente e caro. Pagamos quando recebemos nossos salários e quando compramos os bens e serviços para satisfação de nossas necessidades. 
Você já se deu conta de que o Brasil está entre os 30 países com a maior carga tributária do mundo; e ainda, que ficamos em último lugar no que se refere a qualidade dos serviços oferecidos em proporção ao que pagamos de impostos?
Já imaginou que o número de analfabetos que o Brasil tem somam as populações de Uruguai, Nova Zelândia e Irlanda, juntas? Pois é! Temos 50 milhões de brasileiros analfabetos ou semi iletrados. Triste não?
Agora imagine: se reuníssemos todas essas pessoas e formássemos um único país, esse país seria o 28º país mais populoso do mundo, com uma população maior do que a vizinha Argentina. 
Você sabia que mais de 35 milhões de brasileiros não possuem acesso, se quer, ao abastecimento de água tratada? É como se tivéssemos um Canadá inteiro sem uma mísera torneira jorrando água dentro de casa.  Você consegue imaginar isso?
Além disso, perto de 100 milhões de brasileiros, quase uma Alemanha, não tem acesso a coleta de esgoto. E outros 17 milhões, uma Holanda inteira, sem acesso a coleta de lixo; e mais de 4 milhões, uma Nova Zelândia inteira, sem um único banheiro em casa.
Mas, acredito que saiba que temos o judiciário mais caro do ocidente, o sistema de saúde pública mais ineficiente do planeta e o segundo Congresso mais oneroso que se tem notícia no mundo. Não bastasse isso, somos o país que oferece o menor retorno de impostos aos nossos cidadãos.
Pois é! O Brasil tem ainda a economia mais fechada do G-20. É o 10º país mais complexo do mundo para se fazer negócios. Somos o líder no ranking global de encargos trabalhistas e de burocracia fiscal; e no ranking de competitividade, entre 63 países em todo o mundo, ficamos 60º lugar. À frente apenas de Croácia, Mongólia e Venezuela. Já no ranking da educação, entre 70 países pesquisados em 2015, o Brasil ficou nas últimas posições, ou seja, na 63ª posição em matemática, na 58ª em leitura e na 65ª em ciências.
Em política, temos um comportamento, no mínimo tupiniquim: abraçamos os que prometem e condenamos os que produzem. O resultado inevitável é: subdesenvolvimento crônico. Infelizmente, somos bons nisso, em sermos subdesenvolvidos. Uma tristeza!
Igualmente triste, é saber que a maioria da população desconhece a realidade brasileira. Se quer sabe que a esquerda em 13 anos de poder produziu mais desigualdades e mais subdesenvolvimento.
Com esse histórico, lamentavelmente, impressionante você ainda continua pedindo que o estado sugue mais de todos nós e forneça serviços precários para a população? Quer mesmo que o pobre continue recebendo atendimento de péssima qualidade?
Os esquerdistas gostam muito de falar em pobreza. Mas o que causa realmente a pobreza?
As respostas progressistas (esquerdistas) seriam, obviamente, os ricos, o capitalismo ou o imperialismo americano. Não será esta uma resposta mentirosa e ridícula para enganar trouxa?
Para o economista sueco “Per Bylund”: o que causa a pobreza não é nada. É o estado original, o padrão e o ponto de partida de cada um de nós. A questão real é: O que causa prosperidade?
A prosperidade acontece por meio da criação de riqueza, que é tão maior quanto mais livres forem as pessoas; livres para abrir e gerenciar empresas; livres para negociar, comprar, vender; livres para trabalhar, contratar e demitir. A prosperidade acontece em países onde a justiça impera, as leis são cumpridas e os contratos respeitados; em países onde o estado não penaliza seus cidadãos com burocracia e impostos desnecessários.
Daí, fica fácil entender porque políticas como o Bolsa Família, o Prouni, o FIES, as cotas, etc., são apenas paliativos com claro intuito eleitoreiro de curto prazo, onde a raiz do problema jamais será resolvida com essas maquiagens.
Ao invés de ficarmos dentro da bolha da alienação debatendo como o governo pode ajudar em determinada área, precisamos discutir o como tirar o governo de determinada área.
Assim, a melhor contribuição que o estado pode dar aos seus cidadãos é não atrapalhar. É criar condições legais para que cada um possa trabalhar e produzir sem interferências. É permitir que diferentes empresas sejam criadas, serviços sejam oferecidos, assim como tudo o que seja pertinente à criação de riqueza no país.
Há menos de 20 dias das eleições o cenário ainda continua indefinido. O cenário é imprevisível por que em eleição e política o dia seguinte é muito tempo.
Nossa base partidária está desfeita. Não existem mais partidos ideológicos e a fragmentação partidária reduziu as chances dos partidos de centro concorrerem competitivamente com a esquerda fraudulenta e mentirosa que transformou o partido em seita, construindo divindades que tenta se colocar acima do bem e do mal. Impressionante!
Desde a época de Getúlio, que se fabricam heróis, os chamados salvadores da pátria que são vendidos como a solução para os problemas do país. Porém, o que o Brasil precisa mesmo, é de um projeto de nação, não de salvadores da pátria. Menos ainda de um presidiário dando as cartas, como acontece com o crime organizado.
Triste é saber que o brasileiro não se indigna com isso. É um convite ao caos supremo!
Neste contexto, é inaceitável dentro e uma postura democracia, e de um estado democrático de direito, que se possa presenciar um ataque a integridade física ou à vida de um candidato. Isso é uma ofensa a democracia e ao processo eleitoral como um todo, onde a sociedade brasileira ficará marcada para sempre como essa nódoa, porque não se pode permitir, a despeito de qualquer coloração partidária, que uma pessoa seja atacada em um ato político de campanha.
Na realidade, a política existe para que o consenso prevaleça sobre a força; e que a força do argumento e da verdade prevaleçam sobre os contrários.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A Revolução Tecnológica do Mercado Financeiro


O mercado de serviços financeiros está mudando de forma profunda e irreversível. E você precisa ficar por dentro disso.
Eficiência, atendimento personalizado e disrupção (interrupção do curso normal do mercado) são alguns dos fatores essenciais dessa transformação. E as principais responsáveis por trazer essas inovações são as Fintechs, que apesar de pequenas, têm incomodado as empresas consolidadas e líderes do mercado.
O termo Fintech (finance and technology) é utilizado para identificar as inovações e o uso de novas tecnologias por empresas do setor financeiro na entrega de serviços novos e na melhoria dos atuais.
Desse modo, as Fintechs são startups (empresas iniciantes) que trazem inovações profundas para o mercado de serviços financeiros, com soluções mais acessíveis e revolucionárias. Ou seja, elas são as novas formas de se lidar com finanças e, por isso, surgem a cada dia, transformando o que antes conhecíamos como convencional.
A comunicação digital começou a ser mais propagada depois da invenção dos computadores pessoais, onde a revolução digital converteu toda a tecnologia analógica existente para o formato digital. Isto aconteceu, graças a Claude Shannon, um matemático americano da Bell Labs, que criou as bases do conceito e da teoria da digitalização em seu artigo pioneiro em 1948, "A Mathematical Theory of Communication".
Mais recentemente, diversas tecnologias estão chegando ao mercado e sendo utilizadas nos aplicativos de finanças, como a Inteligência Artificial (I.A.), que veio, dentre outras coisas, para auxiliar tanto em personalização de serviços, como no big data (análise e interpretação de grandes volumes de dados com grande variedade), entre outros.
As simplificações têm sido interessantes. Para se abrir uma conta em um banco digital, por exemplo, é necessário apenas um celular com câmera e documentos. Caso precise de ajuda para gerenciar o fluxo de caixa de sua empresa, basta baixar mais um aplicativo e tudo se resolve.
Outra tecnologia que cresce é o “blockchain” (tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança), que, entre outras coisas, permitiu o surgimento de moedas digitais criptografadas, cuja primeira versão totalmente descentralizada é a Bitcoin (moeda digital descentralizada).
Assim, os bancos digitais prometem ser o futuro. E não é à toa que os grandes bancos começaram a investir no setor. Um exemplo disso é o Bradesco, que recentemente lançou o “Next”, com funções de como criar objetivos, organizar vaquinhas e até estruturar orçamentos pessoais mensais. Além de fazer frente aos bancos digitais como Banco Original e Neon, o Next também surge para competir com o Nubank (empresa brasileira pioneira em serviços financeiros digitais), antes mesmo que ele se expanda de um serviço de cartão de crédito para um possível banco.
Assim, por meio de inovações disruptivas, as Fintechs estão trazendo um novo mercado de serviços financeiros: mais simples e muito menos burocrático. Um exemplo disso é a mudança na interação com o usuário, que passa a ser o centro do serviço. Diferente de grandes redes, que tendem a ter um atendimento falho e demorado. A promessa das startups é de um atendimento personalizado e veloz como seu principal diferencial.
Essas inovações estão vindo de forma cada vez mais acelerada e prometem deixar para trás – de uma vez por todas – as ideias convencionais de meios de pagamentos, bancos, investimentos, moedas, entre outros.
Para melhor conhecermos os caminhos abertos pelas Fintechs, é preciso começar entendendo o cenário do mercado tanto global quanto nacional.
No mundo todo, os investimentos estão deixando de ser algo complicado e se tornando cada vez mais simples e transparentes para os seus usuários. Neste novo ambiente, podemos dizer que existem várias startups de investimentos interessantes e com focos diferenciados, trazendo desde novas formas de se investir até as melhores alocações para os recursos de seus investidores.
Com foco em descomplicar investimentos e incentivar um público leigo no assunto a investir, o Warren (plataforma online gestora de investimentos) traz a possibilidade de investir em objetivos, com cinco possibilidades de fundos: desde os mais arriscados – com maior porcentagem em ações – até os mais seguros, que tem 100% em renda fixa. Isso tudo é feito com a ajuda de um “chatbot” (um programa de computador que tenta simular um ser humano na interação com as pessoas), o qual conversa com o cliente para ajudá-lo a montar o perfil e os objetivos de investimento o mais condizente com a pessoa cliente, através da inteligência artificial, que aloca investimentos da melhor forma possível dentro do fundo escolhido.
No Brasil, as Fintechs chegaram para varrer para o passado a ineficácia dos bancos atuais. Focadas em serviços como meios de pagamento, empréstimos, financiamento coletivo, investimentos, bitcoins, banco online etc., elas prometem democratizar o acesso a serviços antes protegidos por barreiras burocráticas.
Desse modo, a inovação no setor financeiro se tornou um fenômeno global. De acordo com um relatório produzido pela “Venture Scanner” (empresa americana de pesquisa tecnológica), há registros da existência de cerca de 1.962 Fintechs espalhadas por 57 países, atualmente. 
Divididas em 16 categorias como “back-end” (etapa final de processo) para pagamentos, finanças pessoais, empréstimos, soluções para pequenos negócios etc., onde já conta com cerca de US$ 47 bilhões em investimentos.
Como medida de segurança e por se tratar de um setor onde o dinheiro é a principal mercadoria de negociação, fique atento em seus contatos digitais e certifique-se de que você está tratando com uma empresa correta antes de compartilhar seus dados bancários ou fazer uma transação financeira, evitando fraudes e golpes.
Bem-vindo ao futuro!

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O Promissor Recrutamento às Cegas


Muito utilizado na Europa e nos Estados Unidos, a seleção às cegas é um método de recrutamento, que visa diminuir as chances das empresas e recrutadores de discriminar os candidatos de maneira consciente ou inconscientemente, por preconceitos, ou mesmo, por falta de foco em seus aspectos profissionais.
Assim, para acabar com a seleção padronizada e evitar contratações baseadas no nome da faculdade ou na idade do postulante, foi criado na Europa o modelo de recrutamento às cegas.
Este tipo de seleção está associado a modelos de empresas que prezam pela diversidade e inclusão no ambiente de trabalho; os quais contemplam outros valores associativos como a ética e a justiça na contratação de profissionais, a fidelidade aos aspectos profissionais definido no perfil do candidato e a busca pelas necessidades da empresa.
A seleção às cegas oferece grandes vantagens às empresas, já que visa aumentar o rendimento do processo seletivo, permitindo que o candidato seja avaliado de forma anônima, o que ajuda a eliminar vícios e preconceitos entre os recrutadores como também dos requisitantes na busca de novos talentos.
As empresas que adotam este modelo se utilizam de plataformas de vagas com critérios de seleção que eliminam informações do currículo que possam caracterizar discriminação. O candidato entra em uma plataforma ou site, acessa o anúncio e cadastra o seu currículo. A plataforma apresenta aos recrutadores os candidatos mais adequados à vaga de acordo com o seu currículo, seus aspectos profissionais e os resultados de todas as avaliações. As informações referentes a gênero, idade, estado civil, endereço, cidade, se possui filhos, sua etnia ou outros aspectos pessoais não são repassadas.
A seleção às cegas é uma metodologia de recrutamento utilizada por empresas que possuem valores norteadores pautados na diversidade, integridade, sustentabilidade e na gestão de alta performance, dentre outros, onde  os valores fazem parte da sua cultura organizacional.
Desta forma, antes de adotar o método de seleção às cegas, é importante que a cultura e ambiente corporativo estejam alinhados com esta nova proposta.
O foco, na realidade, é no perfil profissional. Se os aspectos pessoais ficam de lado na hora da seleção, é importante focar no que realmente importa na seleção às cegas, ou seja, nos aspectos profissionais. Assim, todos os profissionais envolvidos no recrutamento e seleção devem considerar características técnicas, competências, habilidades e tendências comportamentais do postulante. Em todas as fases do processo seletivo são estes os critérios que devam ser considerados.
As vantagens deste modelo são a produtividade industrial; a diversidade de colaboradores; a melhoria da imagem da empresa entre o público interno e a comunidade ou país onde atua; a identificação dos valores empresariais; a antevisão do comportamento do candidato; a redução de custos com recontratações e com o próprio processo seletivo e a valorização do profissional. Portanto, um processo mais assertivo de seleção.
Por outro lado, a seleção às cegas não impede a empresa de realizar entrevistas presenciais posteriores, nas fases finais do processo seletivo, o que é positivo no reforço da cultura praticada pela empresa.
Esse modelo vem ganhando corpo no Brasil. Aliás, o Brasil tem um cenário perfeito para este tipo de seleção, uma vez que a nossa diversidade cultural e social é um grande atrativo e não um obstáculo a esta nova modelagem contratual.
Assinalemos ainda a existência de registros de que esse modelo vem beneficiando também trabalhadores seniores, que de certa forma, também sofrem com preconceito e discriminação.
Estudo realizado em 2016 pelo “Peterson Institute for International Economics” e pela auditoria “Ernst & Young” que analisou quase 22 mil empresas de capital aberto de 91 países, revelou que as companhias com pelo menos 30% dos cargos de liderança ocupados por mulheres tiveram rentabilidade de até 15% superior às concorrentes. E pesquisas diversas reforçam que empresas com maior diversidade profissional têm conseguido melhores retornos financeiros.
Assim, investir na diversidade não é algo apenas politicamente correto, mas uma necessidade na melhoria de resultados e na busca de inovação.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

O Brasil não é tão ruim assim…


Todos os países têm seus pontos positivos e negativos e com o Brasil, não é diferente. Como sabemos, temos muitos pontos negativos, aqueles os quais comentamos em nosso dia a dia, em qualquer roda de amigos, numa fila bancária, etc.
Porém, existe uma característica básica que nos persegue: por aqui ressaltamos muito os pontos negativos, enquanto nossos concorrentes fazem questão de enfatizar os pontos positivos. Assim, nosso comportamento reflete um lado passional, motivado pelo sentimento excessivo de paixão, e nos colocamos nos extremos. Caso algo vá mal com o país, tudo se torna mal; refletindo um comportamento infantilizado, o qual não aprendeu ainda distinguir uma coisa da outra para preservar tudo o que temos de bom e trazer o que está ruim ou errado ao mesmo patamar daquilo que esteja bom.
Temos muito do que nos orgulhar do nosso  Brasil: somos o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma; somos a 9ª maior economia do mundo; temos o mais moderno sistema bancário do planeta, a frente dos Estados Unidos e Reino Unido; somos o 3º maior exportador agrícola do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e União Europeia; no mercado externo temos 25% das exportações mundiais de açúcar bruto e açúcar refinado; somos o líder mundial nas exportações de soja e somos responsáveis por 80% do suco de laranja do planeta; somos o quinto maior credor externo dos Estados Unidos, atrás de China, Japão, Grã-Bretanha e um grupo de países exportadores de petróleo; somos o 3º maior produtor de frutas; o terceiro maior fabricante de avião; inventamos o avião com Santos Dumont; somos o 13º maior produtor mundial de conhecimentos científicos e nos situamos acima de produtores importantes como a Holanda, Rússia, Suíça, Turquia, Taiwan, Irã e Suécia; somos o país mais poderoso da América do Sul e possuimos o segundo maior parque industrial nas Américas; temos o segundo mercado de telefones celulares do mundo; somos o país mais bem situado na certificação de qualidade ISO 9000 entre os países em desenvolvimento; somos o segundo maior mercado mundial de jatos e helicópteros executivos; nossas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais; somos a terceira maior democracia do mundo; temos o maior rebanho bovino do mundo; o país tem a 6ª maior reserva internacional do mundo com US$ 370 bilhões; ocupamos o oitavo lugar no ranking mundial de produção de energia eólica; lideramos a produtividade agropecuária mundial; somos  líder mundial na exploração petróleo em águas profundas e apesar da forte crise econômica pela qual o Brasil passa, o país aparece em 5º lugar no ranking de empreendedorismo, numa lista de 15 países, quando o assunto são os empreendedores mais determinados do mundo.
Somos o quinto maior país do mundo em área territorial;  o sexto em população; somos o único país na América onde se fala majoritariamente a língua portuguesa e o maior país lusófono (língua oficial dominante) do planeta; somos uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas, em decorrência da imigração oriunda de variados locais do mundo.
O Brasil é também o lar de uma diversidade de animais selvagens, de ecossistemas e de vastos recursos naturais com grande variedade de habitats protegidos.
O país é um dos principais celeiros do planeta, sendo o maior produtor de café dos últimos 150 anos. Somos classificados como uma economia de renda média alta pelo Banco Mundial e um país recentemente industrializado, que detém a maior parcela de riqueza global da América Latina.
Como potência regional e média, a nação tem reconhecimento e influência internacional, sendo que também é classificada como uma potência global emergente e como uma potencial superpotência por vários analistas. Somos membro fundadores da Organização das Nações Unidas (ONU), do G20, dos BRICS, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da União Latina, da Organização dos Estados Americanos (OEA), da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul Americanas (Unasul). – Não é pouca coisa!
O pesquisador indiano “Parag Khanna” da Fundação Nova América e especialista em política externa  define como segundo mundo os países que estão sabendo como lidar e se beneficiar com as crises globais. E comenta que “os países de Segundo Mundo são os que têm divisões internas, com características de Primeiro Mundo e de Terceiro Mundo, como China e Brasil”. E diz ainda: a força do Brasil está em sua economia diversificada, não só baseada nos recursos naturais, mas também muito industrializada e com inovações em alguns setores.
O pesquisador comenta ainda que, o que diferencia o Brasil da China, é que os chineses têm ambição de se tornarem superpotência, e  o Brasil não. Porém, a importância do Brasil se deve ao fato de o país ter se tornado um país chave para o sucesso de qualquer país desenvolvido. 
Daí, podemos concluir que o Brasil não é somente o caos decantado por todos, todos os dias...

terça-feira, 17 de julho de 2018

O Mercado e a Conjuntura Política


É comum, em discussões corriqueiras quanto em discussões mais refinadas à pergunta: o que é o mercado? Quais são os agentes econômicos que formam esse Mercado?
O mercado, tão falado nas diversas mídias, e também na TV está ligado aos tomadores de decisão quanto a investimentos; ao fluxo de dinheiro, tanto aquele entra, quanto aquele que saí da economia brasileira; assim como do dinheiro que vai para os títulos públicos para financiar essa enorme dívida, que é a dívida pública brasileira; do dinheiro que vai para a bolsa de valores para financiar as empresas produtivas como os setores do agronegócio; da construção civil, da infraestrutura e da indústria como um todo, etc.  
Já o mercado financeiro, especificamente, onde o bem negociado é o próprio dinheiro, é aquele que se configura como o combustível de todo esse sistema produtivo; ele faz o capital girar para financiar as atividades produtivas que vai gerar os empregos, gerar os impostos e, portanto, fazer o país crescer.
Assim, a participação no mercado financeiro, juntamente com as decisões de investimentos se transformam em créditos que estão, intimamente, ligados às expectativas quanto a maior ou menor performance da economia do país, através das decisões, ou de como os candidatos à presidência da república, irão estabelecer as suas relações com a sociedade e com os mercados, já que serão os futuros ocupantes de cargos vitais para o destino da nação e, portanto, para o planejamento econômico das instituições.
Neste sentido, quando os presidenciáveis sinalizam regras claras; estabilidade; previsibilidade; eles apontam para o funcionamento da economia; da economia de mercado, da lei de oferta e procura; para a preservação da livre iniciativa que está prevista em nossa constituição. Esses sinais e essas orientações dos candidatos facilitam os direcionamentos de capitais e investimentos a virem ou não para o Brasil e permanecerem ou não por aqui. Portanto, sinalizam o bom e eficaz funcionamento do mercado financeiro.
No entanto, quando há notícias ou sinais que haverá mais intervenção na economia; mais imprevisibilidade, o mercado tende a reagir retirando o dinheiro do país e redirecionando-o para outras praças. Daí as consequências aparecem na alta do dólar; na queda da bolsa de valores; na alta da taxa de juros de referência como a taxa Selic. E tudo isso descreve a lógica do mercado.
Quando os candidatos sinalizam: seguirei as regras, não causarei nenhuma surpresa, isso se torna um alívio para o mercado e para os investidores.
É preciso que os papéis do executivo, do legislativo e do judiciário, plataformas da democracia, funcionem e que cada um deles se comprometa com o seu papel institucional.
Não existe mais espaço para aventureiros diante da atual legislação brasileira que prevê o controle do gasto público através da Lei de Responsabilidade Fiscal, do Teto de Gastos do executivo, que dificultam manobras e espertezas, como a que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma.
Por outro lado, é fundamental a existência de uma agenda de justiça social e de desenvolvimento sustentável. Para isso, serão necessários recursos financeiros para construir mais escolas e dotar o país da infraestrutura que o país necessita. Porém, diante de um estado quebrado, com um gasto público que mal dá para custear a máquina com o pagamento do salário dos servidores, do pagamento do salário da previdência pública, etc.
Diante desse quadro, a gente precisará de dinheiro privado, do dinheiro do mercado, seja através de concessões; de parcerias público-privadas; de investimentos diretos, etc. Para isso, é essencial que as regras sejam claras. Caso contrário, não teremos investimentos suficientes.
Desse modo, qualquer candidato que seja eleito terá que enfrentar uma agenda que não vai escapar de determinados assuntos como a Reforma da Previdência, a reorganização fiscal e a abertura da economia ao comércio internacional.


sexta-feira, 29 de junho de 2018

Revolução em 3D


Estamos vivenciando o início de uma nova era através da Impressão em 3D. Embora a fase atual seja ainda considerada como semi embrionária, as novidades virão, e com elas, as tecnologias de criação, as quais farão mudanças reais no mundo o qual conhecemos hoje.
Assim, fundamentado nas tecnologias disruptivas, de inovações tecnológicas, vislumbramos um momento de corrida tecnológica, a qual antecede a uma fase de amadurecimento das tecnologias transformadoras, as quais tangencialmente, podem favorecer áreas como o design, a moda, a arquitetura e a medicina, dentre outras.
Com o crescimento dessa tecnologia em 3D, considerada simples pelos especialistas, e com a possível queda de seus preços no médio e curto prazo, provocará, como primeiro grande passo, a fabricação de componentes em proximidade ao seu ponto de compra ou de consumo; o que facilitará a criação de diversos produtos, bastando apenas, que se pague pela matéria prima para o produto a ser desenvolvido e pela criação dos arquivos de softwares; o que facilitará a centralização da produção e trará benefícios a quem investir nesse processo. Porém, caso o custo por unidade seja elevado, ele acabará por ser compensado pela eliminação do transporte e da formação de estoques.
Um exemplo prático vem da fabricação de automóveis. Os carros são fabricados, atualmente, em apenas algumas centenas de localizações pelo mundo, sendo que um dia, serão fabricados em qualquer região metropolitana onde as peças serão construídas e revendidas em concessionárias, favorecendo as montadoras e trazendo a eliminação de importação de produtos. Tudo isso desencadeará numa nova forma de pensar os setores de suprimento, mão de obra e varejo.
Embora embrionária, já se constata uma profusão gigantesca de novos materiais sendo criados e utilizados. Assim, surgem, quase que instantaneamente, novos materiais com propriedades incríveis como resinas fotopolimerisáveis (composição dentária); filamentos metálicos; filamentos flexíveis; filamentos ultraleves; filamentos que transmitem a luz e, assim por diante.
A primeira ponte de aço feita com uma impressora em 3D no mundo parece ter saído de uma nave alienígena. Ela se apresenta com um design completamente inovador e foi desenvolvida pela equipe MX3D, em Amsterdã, na Holanda. E para que o desenvolvimento da ponte fosse possível, foram utilizadas técnicas com materiais diferentes. A ponte mede 12 metros de comprimento, e será instalada no distrito de “De Wallen”, um dos mais conhecidos da capital holandesa, e promete se tornar, rapidamente, uma atração turística para o visitante de Amsterdã.
Há que se destacar ainda, que essa é a primeira vez que se constrói uma ponte utilizando-se apenas as impressoras em 3D. Por isso, testes de segurança foram executados para estabelecer padrões de qualidade e segurança a serem seguidos pela equipe da MX3D.
Dados indicam que o valor gasto para construção da ponte foi exatamente o mesmo se comparado ao que se gastaria para criar uma ponte tradicional.
Para quem visitar Amsterdã, a ponte ficará sobre o canal Oudezijds Achterburgwal, no famoso “Red-Light District”. No local hoje há uma ponte comum, que logo deverá se tornar uma recordação do passado.
As impressoras em 3D estão entre o que há de mais promissor na tecnologia atual. Esses equipamentos têm impressionado pela sua versatilidade e alto nível de detalhamento na produção de moldes, para as mais variadas áreas. Mas, os desafios prosseguem.
Dois anos atrás, Bart Prorok, professor de engenharia na Universidade de “Auburn”, nos Estados Unidos, decidiu que seus alunos precisavam aprender sobre impressão em 3D, para garantir a eles que estivessem sido preparados para lidar com os empregos do futuro.
A solução que Bart e seus colegas, Louis Payton e Tony Overfelt, encontraram foi construir um protótipo de impressora capaz de imprimir produtos camada por camada. Foi então que, em 2017, Bart e Tony se inscreveram no “Programa de Manufatura Aditiva” da GE, um projeto que fornece impressoras em 3D para escolas a fim de acelerar o uso da tecnologia no mundo. Com isso, “Auburn” se tornou uma das oito universidades a receber uma máquina de fusão a laser, uma moderna impressora em 3D desenvolvida pela “Concept Laser”, uma empresa do grupo GE. Essa impressora consegue construir peças personalizadas a partir de projetos feitos no computador utilizando o laser para fundir finas camadas de metal em pó.
A GE também distribuiu 400 impressoras em 3D para escolas do ensino fundamental e médio em todo o mundo, garantindo que cerca de 180 mil estudantes tivessem acesso a essa tecnologia. Com isso, a GE planeja investir cerca de US$ 10 milhões nesse programa.
Espera-se que isso seja somente o começo, pois a GE já produziu inteiramente um motor de avião através da impressão em 3D.
Neste contexto, a impressão em 3D também chega à educação onde as salas de aula são consideradas ultrapassadas e com métodos de ensino exatamente iguais ao de 100 anos atrás. Assim, o sistema de ensino, mundo afora, necessitará se modernizar com a chegada das impressoras em 3D, que, provavelmente, se tornarão o estopim dessa mudança em todas as etapas de ensino, desde o ensino fundamental até as faculdades e universidades. Matérias como biologia, química e geografia se tornarão muito mais atrativas e com elevado índice de prática em salas de aula. Nas universidades, as matérias mais afetadas serão aquelas voltadas para o desenho.
Imagine um estudante de arquitetura podendo desenvolver a maquete de seus desenhos em três dimensões? Isso trará um profissionalismo às salas de aula, assim como o que encontramos no mercado de trabalho. O mesmo ocorrerá com os engenheiros, nas faculdades de engenharia, onde o aluno poderá desenhar e produzir novas peças na prática.
Na medicina não será diferente. Modelos de órgãos, com os mínimos detalhes, estarão na palma da mão dos alunos. Assim, estudar o corpo humano se tornará algo fácil, o que trará uma revolução para alunos e professores.
Cabe observar, que neste novo desenho tecnológico, o risco é algo fundamental. Porém, o brasileiro carrega traços de aversão ao risco e sem risco,  nada se constrói.  Sobra apenas a mediocridade. Daí faz todo o sentido uma nova reorientação aos brasileiros onde a economia de mercado é crucial.