terça-feira, 23 de outubro de 2018

O País de 2019


Neste domingo, dia 28, iremos às urnas para mudar o Brasil. Isso é um fato. Porém, após esse processo, será indispensável focarmos nas dificuldades que se apresentam para o país, no próximo ano.
Refiro-me, mais precisamente, à reestruturação da nação através das reformas urgentes, as quais não poderão mais ser adiadas.
O Brasil não poderá passar por 2019 sem que haja mudanças importantes e as pessoas já entenderam que as reformas são necessárias.
Precisamos cuidar das contas públicas, manter esse ciclo de juros, estruturalmente baixo, pois, será importante não voltarmos a ter juros elevados, como antes.
De acordo com projeções do FMI, a dívida bruta do país ficou em 84,0% do PIB em 2017, chegará a 88,4% este ano e avançará a 90,5% do PIB em 2019. Caso não se resolva esse problema, a dívida continuará subindo até chegar a representar 98,3% do PIB em 2023.
Para termos uma ideia, antes da recessão de 2015 e 2016, a dívida bruta estava no patamar de 60% do PIB. Assim, pode-se dizer que a dívida bruta brasileira já estava acima da média dos 40 países emergentes, que é de, 50,7%.
Deste modo, quem vier assumir a Presidência da República, haverá de ter clareza da necessidade urgente de resolver o desafio fiscal, que é o de ajustar as contas do governo que convive, de há muito, com uma monumental dívida.
Essa é a premissa inicial, sem a qual, não haverá como o país reverter sua trajetória deficitária que teve início em 2014. Assim, para pensar no futuro, o Brasil precisará rever suas prioridades de gastos para buscar o crescimento no longo prazo.
Historicamente, o Brasil se acostumou a resolver os problemas de crescimento das despesas com aumento de impostos ou com inflação, o que a sociedade mais consciente, não deseja mais.
Estamos, desse modo, diante de um desafio, que traz com ele a oportunidade para a construção de consensos em busca das resoluções de diversos problemas do país, já tão adiados. E, dentre esses consensos a serem construídos, estão as reformas, que possibilitem ao país voltar a crescer sustentavelmente.
Sabemos que as nações desenvolvidas avançaram muito nas últimas décadas em relação ao aumento de produtividade; algo que o Brasil esquerdista deixou passar, para dizer o mínimo. Perdemos esse foco e, literalmente, estamos atrasados em relação ao resto do mundo.
Para buscar o cenário de crescimento, transformador, necessitaremos de reformas fiscais; de crescimento mais expressivo da escolaridade de nossos alunos e de amplas reformas micro e macroeconômicas. Com esse direcionamento, é possível ao Brasil almejar um crescimento médio do PIB próximo a 4%, entre os anos de 2020 e 2031.
Assim, todo esse processo, deverá ser realizado democraticamente, buscando sempre o consenso entre o executivo e a nova casa congressual, porém, sem se furtar aos debates e embates naturais que, certamente surgirão, diante da nova realidade a ser construída.
De outro lado, a sociedade tem um papel fundamental nesta questão: seja compreendendo e apoiando as mudanças, seja fiscalizando a postura dos seus representantes democraticamente eleitos.
Estamos em um outro momento, no qual todos os agentes como sociedade, o meio empresarial e os políticos, precisam participar mais, dialogar mais e, construir mais.
Deste modo, em janeiro 2019 um novo governo tomará as rédeas de uma economia com renda per capita 9% abaixo do nível de 2014; desemprego de 12,1%; déficit elevado; a qual entrega inflação e juros baixos, porém, insuficientes para tirar o país das dificuldades a qual se encontra.
Entre os economistas, constata-se um consenso para a reforma da previdência; reforma tributária; reforma do Estado - onde se inclui a reforma do funcionalismo público; assim como, de um consenso para um programa de privatizações e de estímulo a modernização da infraestrutura, conjuntamente, à ampliação do comércio exterior.
A prioridade do governo no começo de 2019, deverá então ser, a de garantir a aprovação no Congresso, da Reforma da Previdência, que se torna medida essencial para o reequilíbrio das contas públicas no curto, médio e longo prazo.
Registre-se ainda, a possibilidade de se realizar a Reforma da Previdência neste final de ano. Para isto, será necessário um diálogo de consenso entre o atual presidente e o presidente que entra, juntamente, com suas respectivas, equipes de governo.
Na realidade, o Brasil precisa mesmo, é de um projeto de longo prazo, algo que seja preestabelecido para daqui a 50 anos.
Assim, como diria Machado de Assis, aos vencedores as batatas!

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