Estamos na
reta final do primeiro turno das eleições. É um momento decisivo para nós e
para o país. É hora de escolhermos o país que queremos. Um país que avança ou o
país do crime organizado comandado da cadeia? Por isso, o seu voto é muito
importante. E a sua escolha pode fazer um Brasil melhor ou um Brasil pior do já
está. Perceba que países não quebram como as empresas quebram; porém eles podem
piorar e muito. Basta olhar nossos países vizinhos.
Toda essa
difícil realidade que vivenciamos nos coloca a possibilidade de respondermos com
a responsabilidade necessária de nosso voto. Portanto, não é cabível a
incivilidade grosseria, estupida e inconveniente que grassa no mundo virtual. E
não somente na virtualidade, mas também nas ruas, com o inconcebível atentado a
um dos candidatos à corrida eleitoral deste ano, com a clara intensão de
eliminar um dos postulantes à corrida eleitoral. Não nos esqueçamos disso!
As pessoas
têm se esquecido de que todos, independentemente de cor, credo, sexo e religião
tem o direito de ter opinião própria e, principalmente, o direito de escolha.
Afinal estamos em plena democracia, o que pressupõe um mínimo de civilidade
política.
Nos últimos
anos a sociedade brasileira avançou muito em conceitos básicos como moralidade,
ética e bons costumes. O povo brasileiro está mais politizado. Entretanto,
ainda falta muito para o nosso ideal.
Até então, temos
que lidar com grupos repulsivos que se acham no direito de fazer política como
se estivessem chamando, literalmente, seus adversários para uma guerra. Isso
não faz sentido algum e não coopera com a nossa precoce democracia.
Estamos em
pleno século 21, onde deveria prevalecer os embates no campo das ideias, dos
projetos e das plataformas de políticas consistentes para o país.
A esquerda,
como sempre, promete tudo, resolve tudo, e quer se livrar da crise que ela
mesma gerou para colocar no colo de outrem, apostando no desconhecimento da
sociedade que ela mesma abandou nos treze anos de poder; embora o discurso seja
o contrário. Mas, quando se pergunta a algum esquerdista sobre ética e a
corrupção desenfreada produzida por eles, eles se desconversam e fogem como o
diabo foge da cruz!
A direita
extremada nada oferece de novo, apenas a possibilidade de frear o esquerdismo
massificado nos grupos de menor escolaridade. Sobra então o centro que ainda
não mostrou competitividade eleitoral.
Neste
contexto, é preciso solicitar aos candidatos postulantes ao Palácio do Planalto
a verbalização da verdade, da realidade do país e que discorram sobre o seu
posicionamento ético, de dignidade e de cidadania durante os debates eleitorais
para que se possa novamente organizar os comportamentos sociais com foco na
justiça, na equidade, e no respeito interpessoal. Não dá para ficar ouvindo
apenas discursos periféricos, enquanto o país arde em sérios problemas.
Deste modo, que
a vitória almejada por todos, uma vez conseguida, possa ser trilhada pelos
caminhos da democracia, da dignidade e do respeito aos cidadãos e suas
opiniões, para que o país possa se aperfeiçoar e vivenciar um novo momento que
contemple a civilidade política; e que essa civilidade possa ser imperativa,
estruturada no civismo e que leve em conta o respeito à sociedade, a preservação
das leis vigentes e o fortalecimento das instituições, priorizando valores e
princípios que orientam o comportamento dos indivíduos, buscando a convivência
pacífica e o bem estar dos indivíduos em sociedade.
Será necessário estabelecer um diálogo claro, um debate
civilizado sobre as dificuldades as quais o país se encontra, sem se apelar a
platitudes, ideologismos partidários em que muitas vezes apenas revelam
preconceitos reconditos.
Nesse sentido, que a estrutura e a qualidade do debate
político, seja entre cidadãos ou entre políticos, se torne tão importante
quanto as resoluções de um governo, onde se deva entender a importancia da
política, conectada à tolerancia e aos bons modos de uma sociedade evoluída.
O que nos preocupa, neste momento, é que o nosso solo se tornou fértil
para um tipo de discurso político agressivo, aberto ao populismo tanto de
direita quanto de esquerda, onde ideologismos se misturam com partidarismo e
ofusca os verdadeiros debates das reais necessidades de políticas públicas que o
país necessita. Não importa se as medidas sejam amargas ou não. O que importa é que elas estejam na direção
correta e que a sociedade como um todo avance.
Por outro lado, é
preciso reconhecer a existência
de um argumento histórico a favor deste modelo agressivo e anti-intelectual,
que vê a tolerância e a polidez na política como um sinal de fraqueza e de rendição
ao sistema.
Consiste em outro
grande perigo, a concepção de que todos os indivíduos sejam iguais, isso não é
verdade. Ao excluirmos o direito democrático da diferença, eliminamos a
possibilidade de pensarmos de maneira diferente, por que nascemos diferentes,
vivenciamos realidades diferentes, portanto, nada mais normal do que sermos
diferentes.
Por outro lado,
existe o marginalismo político de grande parte da nossa sociedade; ou seja, daquele
que não participa, que se preocupa apenas com suas questões particulares e, que
portanto, se conforma com qualquer decisão. Isso se torna um problema, à medida
que, quanto mais marginalizado, maior é a sua dominação, o que faz prevalecer os
interesses de poucos, onde eles são os únicos interessados, surgindo assim, uma
sociedade servil.
Desse modo, nem
tudo que é imposto como verdade deve ser aceito. Ao contrário, tudo deve ser
questionado, pois nenhuma forma de governo opressor funciona com a finalidade
do bem para todos.
Assim, a
generalidade da população desconhece a dinâmica legislativa e mostra profundo
ceticismo quanto as atividades das legendas partidárias e ao comportamento
moral dos políticos. Daí a necessidade do cuidado para não prevalecer a máxima
do escritor Júlio Camargo que diz: “Política é a arte de governar com o máximo
de promessas e o mínimo de realizações”, a qual parece perfeita a determinados candidatos
que se apresentam nos debates e no horário eleitoral.
Outro perigo é a
existência de teóricos brasileiros, tanto de esquerda, quanto de direita que flertam
com a disrupção política (interrupção do curso normal do processo vigente), o que
não faz sentido e traz um verdadeiro descumprimento à
Constituição em vigor, e por tabela, à civilidade política.
Podemos dizer que
a democracia é o único regime onde nem tudo é permitido daí o desprezo pela
disrupção. Pois, isso se tornaria a desconstrução do nosso estado democrático
de direito onde as regras vigentes foram votadas livremente, num momento de
estabilidade política e segui-las é o caminho como acontece nas grandes
democracias mundiais como Alemanha e EUA.
Cabe colocar que
os extremos, literalmente, não gostam de democracia, e bem menos dos programas
liberais, onde quase sempre, prevalece os regimes autoritários. Pelo menos, isso
é o que se registra em experiências internacionais.
Lembremos ainda,
que numa democracia quem vota e quem não vota, são igualmente, responsáveis
pelo resultado produzido nas urnas, onde a oposição também é votada e eleita e,
portanto, legitimada para defender as regras do jogo constantes na Constituição
vigente, onde o Congresso Nacional com os deputados e senadores fazem a defesa
das regras atuais. Caso contrário, estaríamos diante de um regime absolutista.
Nesse sentido, o
ponto de chegada deve ser o Brasil e não os partidos políticos. Ganhar a
eleição não é um fim, mas apenas um meio de iniciar quatro anos de
administração pública que poderão representar progresso ou retrocesso.
Pense nisso!
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