quinta-feira, 9 de junho de 2016

Novo Chairman na Usiminas

A Usiminas anunciou a troca de seu representante maior na semana passada. Sérgio Leite de Andrade substitui Rômel Erwin de Souza na presidência da empresa. É uma solução caseira, podemos dizer. Rômel mais voltado para dentro da empresa e Sérgio Leite voltado também para dentro da empresa, porém com um viés mais para fora do empreendimento.
Isso é bom num momento em que a empresa precisa dialogar tanto internamente quanto externamente com seus Stakeholders, principalmente seus credores e financiadores.
Assumir a presidência de uma empresa do porte da Usiminas não é algo fácil por si somente. Acrescente-se a isso a atual conjuntura para do aço no mundo e a atual conjuntura interna do país as quais não são favoráveis, o que adiciona mais dificuldades ao principal gestor da empresa.
O mandato estabelecido para dois anos é curto. Neste período o novo presidente terá que solucionar os problemas internos relacionados às intenções de mando de seus acionistas majoritários, que ainda não se entendem, revigorar a empresa, trazer mais modernidade a ela, equacionar o grau de endividamento da empresa que não é pequeno, trazer melhorias no processo produtivo e adequar a gestão para os novos tempos visando o futuro da empresa. 
Será preciso não somente reinventar a dupla “baixos custos e qualidade de produtos” que levou ao auge da empresa no passado, mas também será preciso buscar uma liderança atrativa de seus principais acionistas para levar a empresa a outros patamares.
Será preciso maior ousadia para ir mais longe, e ampliar a solução do aço no Brasil. Qual seja contrapor-se a avalanche do aço da China em nosso mercado interno e para isso a solução mais consistente para a siderurgia brasileira seria a junção de CSN, USIMINAS e GERDAU.
Essa é uma discussão que precisa ser feita no meio empresarial e no país. Ou seja, grandes “players” precisam de grandes “players” para sua contraposição, sendo que o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) precisa pensar globalmente.
É preciso defender o setor de aço brasileiro e para isso precisamos pensar grande, pois não somente o Vale do Aço, o Estado de Minas, mas o Brasil precisa de uma siderurgia mais forte e competitiva, apesar das dificuldades internas e externas do momento.
Formar opinião às vezes se torna difícil, pois é duro ver as dificuldades com que passam nossos principais empreendimentos.
Assim, lamentamos a situação deplorável do setor de Petróleo, da siderurgia e outros empreendimentos seja no Estado de Minas Gerais seja em outros estados da federação.
Por outro lado para se combater a entrada do aço da China em nosso país, mais do que uma ajuda governamental na redução do Custo Brasil e em restringir a entrada de aço de fora, passa pela solução de competitividade, pela melhoria da gestão empresarial e pela atualização do processo produtivo e de sua força de trabalho.
De outro modo, não seria prudente esperar apenas pelos movimentos do cambio, ou seja, pela desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar e ao euro. É preciso buscar novos mercados internacionais, talvez mais longínquos; buscar a diversificação de produção com a fabricação de aços “ultra-leves” para atender segmentos diversos contrapondo a indústria pesada e a automobilística que passam por dificuldades.
Neste mesmo contexto a simplificação do processo produtivo também pode ser uma alternativa viável com a implantação do sistema “COREX” de fusão redutora desenvolvido pelos asiáticos.
Sérgio Leite certamente é o último dos moicanos na solução caseira de gestão, cabendo, portanto, à Usiminas desprendimento na formação de novos gestores de alto padrão para atender ao futuro da empresa.
Sucesso aos novos gestores!

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