A Usiminas
anunciou a troca de seu representante maior na semana passada. Sérgio Leite de
Andrade substitui Rômel Erwin de Souza na presidência da empresa. É uma solução
caseira, podemos dizer. Rômel mais voltado para dentro da empresa e Sérgio
Leite voltado também para dentro da empresa, porém com um viés mais para fora
do empreendimento.
Isso é bom num
momento em que a empresa precisa dialogar tanto internamente quanto
externamente com seus Stakeholders, principalmente
seus credores e financiadores.
Assumir a
presidência de uma empresa do porte da Usiminas não é algo fácil por si
somente. Acrescente-se a isso a atual conjuntura para do aço no mundo e a atual
conjuntura interna do país as quais não são favoráveis, o que adiciona mais
dificuldades ao principal gestor da empresa.
O mandato
estabelecido para dois anos é curto. Neste período o novo presidente terá que
solucionar os problemas internos relacionados às intenções de mando de seus
acionistas majoritários, que ainda não se entendem, revigorar a empresa, trazer
mais modernidade a ela, equacionar o grau de endividamento da empresa que não é
pequeno, trazer melhorias no processo produtivo e adequar a gestão para os
novos tempos visando o futuro da empresa.
Será preciso não
somente reinventar a dupla “baixos custos e qualidade de produtos” que levou ao
auge da empresa no passado, mas também será preciso buscar uma liderança
atrativa de seus principais acionistas para levar a empresa a outros patamares.
Será preciso
maior ousadia para ir mais longe, e ampliar a solução do aço no Brasil. Qual
seja contrapor-se a avalanche do aço da China em nosso mercado interno e para
isso a solução mais consistente para a siderurgia brasileira seria a junção de
CSN, USIMINAS e GERDAU.
Essa é uma
discussão que precisa ser feita no meio empresarial e no país. Ou seja, grandes
“players” precisam de grandes “players” para sua contraposição, sendo que o
CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) precisa pensar globalmente.
É preciso
defender o setor de aço brasileiro e para isso precisamos pensar grande, pois não
somente o Vale do Aço, o Estado de Minas, mas o Brasil precisa de uma
siderurgia mais forte e competitiva, apesar das dificuldades internas e
externas do momento.
Formar opinião às
vezes se torna difícil, pois é duro ver as dificuldades com que passam nossos
principais empreendimentos.
Assim, lamentamos
a situação deplorável do setor de Petróleo, da siderurgia e outros
empreendimentos seja no Estado de Minas Gerais seja em outros estados da
federação.
Por outro lado
para se combater a entrada do aço da China em nosso país, mais do que uma ajuda
governamental na redução do Custo Brasil e em restringir a entrada de aço de
fora, passa pela solução de competitividade, pela melhoria da gestão
empresarial e pela atualização do processo produtivo e de sua força de
trabalho.
De outro modo, não
seria prudente esperar apenas pelos movimentos do cambio, ou seja, pela
desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar e ao euro. É preciso
buscar novos mercados internacionais, talvez mais longínquos; buscar a
diversificação de produção com a fabricação de aços “ultra-leves” para atender
segmentos diversos contrapondo a indústria pesada e a automobilística que passam
por dificuldades.
Neste mesmo
contexto a simplificação do processo produtivo também pode ser uma alternativa
viável com a implantação do sistema “COREX” de fusão redutora desenvolvido
pelos asiáticos.
Sérgio Leite
certamente é o último dos moicanos na solução caseira de gestão, cabendo,
portanto, à Usiminas desprendimento na formação de novos gestores de alto
padrão para atender ao futuro da empresa.
Sucesso aos novos
gestores!
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