Em
meio à maior crise da história do Brasil governos e empresas haverão de buscar
investimentos para a estruturação de seus negócios ou mesmo para o
desenvolvimento do país. Porém, isto pode se tornar uma árdua tarefa em função
das variáveis envolvidas. Digo isto porque existem variáveis controláveis e
variáveis incontroláveis na atração de investimentos que podem estar dentro de
um contexto maior ao qual escapa ao controle estrito de um administrador seja
ele público ou privado.
Assim,
para atuar na atração de investimentos é preciso conhecer a ambiência
macroeconômica a qual se encontra o empreendimento e verificar se a situação
econômica é estável e se há estabilidade política; será preciso observar a existência
de um sistema legal eficiente ou mesmo de um sistema fiscal competitivo e ainda
apurar a existência de uma legislação de trabalho flexível; certificar se
existem baixos níveis de burocracia e se existem ausência de barreiras
alfandegárias ou de medidas protecionistas, ou mesmo, de incentivos públicos à
atividade econômica.
Por
outro anglo é preciso conhecer as características do mercado em geral, como propriamente,
a dimensão do mercado, a qualidade das instalações, a centralidade geográfica,
a facilidade de acesso a outros mercados, a dimensão das empresas, a presença
de concorrentes nacionais e internacionais, a existência de empresas
complementares e a existência de recursos naturais.
Outro
conhecimento interessante é a infraestrutura que pode ser dimensionada pela qualidade
das vias rodoviárias, das vias férreas, das vias aéreas, marítimas e fluviais; conhecer
qual a intermodalidade entre os meios de transporte; quais as infraestruturas
tecnológicas e de comunicação e qual a sua ligação aos principais mercados
existentes.
Será
imprescindível conhecer as condições do capital humano e de bem estar que
favorece a atração de investimentos como qualificação acadêmica e profissional
dos trabalhadores e qual a qualidade do sistema de ensino; qual a qualidade de
vida da região estudada e verificar a existência de acesso a bens básicos, a redes
sociais interempresariais e se o desenvolvimento local é sustentável.
Necessário
se torna ainda saber como se processa a inovação do meio empresarial; se há ligação
do sistema de ensino à inovação; se existe ligação do meio empresarial ao
sistema de ensino; se há efetivamente empresas de inovação e desenvolvimento;
se existem polos tecnológicos; se existem centros tecnológicos e de
desenvolvimento e qual o grau de registro de patentes.
Porém,
apenas isso não basta é preciso conhecer os estudos de Shumpeter, economista e
cientista político austríaco, um dos primeiros a considerar as inovações tecnológicas como motor do
desenvolvimento capitalista empresarial. Ele criou o circulo onde a inovação
gera lucros extraordinários, que gera difusão tecnológica, ao contrário de
baixos lucros que levam às crises.
De
forma complementar será necessário conhecer os estudos de Kondratieff,
economista russo que nos fala das ondas cíclicas da economia que envolve o
mundo empresarial, onde a primeira onda de 1785 se deu pela força da água, pelo
início da indústria têxtil, pela utilização do ferro, pela mecanização de
processos e pelo avanço do comércio.
Já
a segunda onda em 1845 trouxe a introdução do vapor, da ferrovia, do aço e do
algodão.
A
terceira onda em 1900 nos deu a eletricidade, a química e o motor de combustão
interna.
Em
1950 veio a quarta onda com a introdução da petroquímica, da eletrônica, da aviação
e da navegação espacial.
A
quinta onda em 1990 nos trouxe as redes digitais, os softwares, a biotecnologia
e as novas mídias.
Já
a sexta onda prevista para 2020 viria com a tecnologia ambiental; com a energia
renovável; com a química verde; com a biomimética (estudo das melhores ideias da natureza para depois
imitá-las);
com o design de sistemas e com a nanotecnologia verde.
Daí, a máxima,
conhecimento para atração de investimentos!
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