Foram anunciados nesta última
quinta-feira dia 27 de novembro os nomes dos novos ministros da área econômica para
o segundo governo Dilma Rousseff. Joaquim Levy vai para o Ministério da
Fazenda, substituindo o há muito desgastado Guido Mantega. Nelson Barbosa vai
para o Ministério do Planejamento, substituindo a apagada Miriam Belchior e
Alexandre Tombini, permanecerá como presidente do Banco Central, cargo que tem
status de ministro.
Causou estranheza na apresentação dos novos ministros a
ausência da presidente ao evento. Politicamente, ela deveria se fazer presente
como autora do anúncio, por se tratar da presidente reeleita!
A nova equipe foi bem recebida pelo mercado que aposta em uma
maior credibilidade da economia e do país para que os negócios possam voltar a
girar sem maiores sobressaltos, embora haja certa confusão entre confiança e
credibilidade. A equipe é de confiança, mas a sonhada credibilidade do país só
virá com os bons resultados na economia.
Os nomes não são políticos, são técnicos de primeira linha. Joaquim
Levi tem uma linha mais ortodoxa (rigidez às regras), mas, na prática, possivelmente
terá que adotar uma linha mais pragmática (objetiva, prática, realista). Nelson Barbosa, próximo
à presidente, foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos pacotes para
combater a crise financeira internacional a partir de 2008, além do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), e o Programa Minha Casa, Minha Vida, de habitação,
e Alexandre
Tombini é um técnico competente.
O pragmatismo nos diz que hoje a ordem é reequilibrar as
contas fiscais do Brasil, cujo equilíbrio foi abandonado nos últimos 2 anos, o
que acabou gerando toda essa onda de pessimismo, perda de credibilidade e
até mesmo perda de confiança dos agentes econômicos. A nomeação da nova equipe
econômica tende a gerar mais tranquilidade aos mercados e fazer com que o
câmbio volte para perto de R$ 2,45.
Com o novo ministro da Fazenda, enterra-se de vez, o que um
dia se chamou de “nova matriz econômica” representada por expansão fiscal
(gasto público), pela tentativa de redução forçada de juros e câmbio
desvalorizado de forma artificial o que levou o país a estagnação. Ou seja, um
país que gasta mais do que arrecada tem futuro apenas de curto prazo.
Provavelmente ele exigirá uma autonomia que Mantega não teve. Entretanto,
somente o tempo dirá se a personalidade forte da presidente e seu controle
sobre a política econômica não irão interferir na nova gestão até o ponto que
abale a relação funcional. Se cada um desempenhar o seu papel acredita-se que o
novo ministro da Fazenda ficará no cargo até final de 2016, quando então um
novo Ministro pode assumir para preparar o terreno para a eleição de 2018, que tende
a ser muito disputada. Especialistas acreditam que poderemos crescer em 2015
entre 0,5% e 1% e em 2016 entre 0,5% e 1,5% para chegarmos em 2017 próximo de
2,5%. A taxa de juros ainda deve subir um pouco mais e bater na casa de 12,50%.
Neste momento, o principal desafio é o ajuste fiscal. Mas os
resultados dependerão do programa de governo que vai ser anunciado ao longo de
2015, que será o ano mais difícil dos últimos dez anos e também ao longo de
todo o mandado. O superávit primário vai ter dificuldades de ser elevado em
2015, talvez seja necessário elevar imposto e contingenciar (bloquear)
fortemente o orçamento reduzindo o fluxo de recursos para estados, municípios e
os chamados programas sociais. São medidas impopulares e que vão demandar do novo
Ministro da Fazenda um elevado compromisso para a manutenção dessas diretrizes.
As contas públicas locais e externas estão deterioradas daí
ser esperado um ajuste nestes setores para permitir trazer a inflação para um
nível um pouco mais baixo e retomar o crescimento.
De imediato, o mercado tende a se tranquilizar, a volatilidade
do dólar deve diminuir. E para reequilibrar as contas, cabe a dobradinha, ou se
aumenta impostos, ou se corta gastos. Ou se realiza as duas medidas
conjuntamente. Daí, feito os planejamentos e as devidas escolhas será hora de
se justificar as decisões a sociedade.
Escolhido o novo trio que ele consiga conduzir a economia com
responsabilidade, visão de futuro e estímulo aos que querem produzir, trabalhar
e fazer o país crescer.
Por fim, fica a lembrança
de que esta política anunciada pelos novos ministros era a proposta da oposição
e tudo aquilo que a presidente não externava em sua campanha eleitoral e sim a
manutenção dos erros de seu primeiro governo.
Nesse
contexto cabe realçar que a nova equipe econômica parece ser o remédio de Dilma
contra o próprio governo Dilma. Estranho, não?
Por
essas e tantas outras, é chagada a hora de se ver um Brasil mais verdadeiro e com
atenção redobrada em proporcionar educação de qualidade para o seu povo.
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