Com
51,64% dos votos Dilma Rousseff é reeleita presidente do Brasil contra 48,36%
de votos dados a Aécio Neves. A Dilma venceu em 15 estados enquanto o Aécio
venceu em 12 (incluindo o Distrito Federal). A Dilma também ganhou em
Pernambuco com 70,20% contra 29,80% de Aécio, apesar do apoio da Marina e da
família de Eduardo Campos. Em Minas o Aécio também foi derrotado, Dilma ficou
com 52,41% e Aécio com 47,59% dos votos. No Ceará, Maranhão e Piauí a Dilma conseguiu
mais de 75% dos votos. Já o Aécio venceu na região Sul, no Distrito Federal e
em São Paulo.
Olhando
a distribuição regional dos votos. O Aécio ganha na parte mais desenvolvida do
país, do ponto de vista econômico, industrial e social e Dilma ganha na parte
menos desenvolvida do país com destaque para o Nordeste que ainda vive uma fase
anterior a industrialização, sendo que na parte mais desenvolvida do país a presidente
não obteve o mesmo resultado.
Teremos
então mais quatro anos de PT no poder, porém, de um PT que precisa se reformar.
De um PT que está devendo e está em dívida com o país depois de tudo que
ficamos sabendo neste primeiro mandato da Dilma. Assim, o PT vai fazer 16 anos
de governo com dois mandatos de Dilma, dois mandatos de Lula, com uma pá de
coisas a serem explicadas ao povo brasileiro como os fatos de corrupção, dentre
outros.
A
representação popular disse muito nestas eleições. Mas, por outro lado, o PT
foi castigado duramente ao eleger seus deputados que teve sua base reduzida. E
o segundo governo de Dilma vai contar com muita dificuldade na hora de se
entender com o Congresso Nacional. Ela vai ter que tomar providências enérgicas
logo de saída, para ter um mínimo de apoio Congressual.
Especialistas
políticos dizem que realmente o país encontra-se dividido politicamente. São 50
milhões de brasileiros que não querem o PT no governo, não querem a política do
estado que aí está e que foram profundamente esfacelados numa das campanhas
mais sórdidas (contrária a moral, a ética, as
normas e aos bons costumes),
mais baixas, mais mentirosas da história das campanhas políticas no Brasil. O
que foi dito nesta campanha, pela primeira vez, fortemente através das redes
sociais, o que foi desconstruído, o que foi atacado da biografia de adversários
políticos, possivelmente, não tem volta.
Em
seu discurso de vitória a presidente propõe a união dos brasileiros, o que tem
certa lógica, pois ela não iria propor a desunião. Porém, o discurso presidencial
foi um discurso que não bate com o perfil da presidente. Pois a união e o
diálogo fazem parte de personalidades que tem leveza e humildade suficientes
para reconhecer os seus erros e mudar de rumo, caso contrário torna-se impossível
o processo de conciliação. Essas duas qualidades não fazem parte da
personalidade da presidente Dilma Rousseff que tem entre as suas posturas
atuais, juntamente com seus assessores uma postura arrogante.
Por
outro lado especialistas acreditam que a presidente cometeu um erro clássico já
de início. Ela fez uma proposta, não percebida, que detona o diálogo com o
Congresso Nacional com o qual ela teria que estender a mão para negociar, buscando
o grande líder da oposição, seu adversário político, o Senador Aécio Neves, o
qual foi destruído em sua biografia pelo PT através de uma prática proveniente
do fascismo.
A
proposta inicial da presidente de se realizar a reforma política através de um
plebiscito ao país é um gesto, que por si somente, provoca a negação do diálogo
com o Congresso Nacional onde se encontram as forças representativas da
sociedade brasileira. Na realidade os especialistas se perguntam: fazer um
plebiscito para que? Para propor o que? Para manipular uma massa que está
saindo de uma eleição ferida, onde dois blocos estão se odiando e precisa de apaziguamento? Um plebiscito posto neste momento é uma
proposta insana que pode proporcionar mais acirramento à divisão do país.
De
nossa constituição moderna para cá houve apenas um único plebiscito para
decidirmos entre monarquia ou república e entre presidencialismo ou
parlamentarismo? Sabemos, portanto, que não é uma tradição cultural da política
brasileira devolver ao povo o mandato que foi outorgado nas urnas através de
plebiscito.
Por
outro lado, essa eleição foi a mais apertada da historia da republica
brasileira desde 1894, desde o início da república neste país, portanto, a
eleição mais apertada de todos os tempos. E há que se tomar muito cuidado para
que não se transforme em uma fobia daqui para frente, já que vem acontecendo ataques,
sobretudo, nas redes sociais ao Nordeste brasileiro, o que demonstra ânimos ainda
acirrados que ainda não baixou guarda.
É
interessante lembrar que cada um vota de acordo com seus interesses. Isso
acontece em todos os lugares do mundo. Apesar da existência de um voto com
opinião critica mais informada contra um voto de opinião crítica menos
informada dos acontecimentos em nosso país. Porém, ambos são racionais.
Assim, o
mapa eleitoral de 2010 é quase idêntico ao mapa eleitoral de hoje, com uma
única diferença, o Distrito Federal que votou com a Dilma em 2010, votou com
Aécio agora. De resto é a mesma coisa. O mapa é igual. Roraima votou em 2010 com
o PSDB votou de novo agora, com duas distinções somente, o Espírito Santo e
Roraima.
Numa
leitura mais detida das urnas vê-se que o PT ao longo de todas as suas vitórias
vem perdendo espaço. O Lula ganhou com um pouco mais de sessenta por cento em
sua primeira eleição e agora a Dilma ganha com uma diferença apertadíssima de
3% dos votos.
Em
realidade a atual presidente vai pegar um governo muito ruim que é o de seu próprio
governo. Ela vai encontrar uma crise econômica muito grave e vários desacertos
país afora.
Outro
destaque das eleições são os 30 milhões de eleitores que deixaram de ir às
urnas no segundo turno contra quase 28 milhões que no primeiro turno não foram
votar.
A
margem de abstenção é uma margem aproximada da margem histórica. A presidente
Dilma obteve 53 milhões de votos, o Aécio obteve 50 milhões de votos e
registrou-se 30 milhões de pessoas que se abstiveram, votaram em branco ou
anularam o voto. Isso é conseqüência do afastamento das pessoas da política,
portanto, é algo que precisa ser modificado. Uma nova geração de políticos
precisa ser convidada a participar, pois se a gente analisar caso a caso no
Congresso Nacional, mais de 70% dos deputados com menos de 29 anos de idade são
de famílias de pai, tio e avô que são políticos profissionais e isso dificulta
a renovação.
A
questão da rejeição é algo curioso. Existe um movimento que vem crescendo muito
no Brasil que é o movimento Anarquista. Eles têm por base abster-se de votar. Portanto,
não votar é uma característica desse movimento que esteve presente nas ruas com
os “Black blocs”. Eles se recusam a votar e fazem uma oposição a todos os
partidos pela simples causa do “sou contra”. Eles formam um movimento com a
postura de não se identificar com nenhum tipo de representação do que aí está
como forma de participação e de organização de governo e estado.
Como
ficamos 12 anos apenas com assistencialismo e corrupção, não avançamos. Donde
deduzimos que o gigante pela própria natureza continua sendo um grande nanico.
Gostei do seus artigo. A última frase é a síntese desse país.
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