Lidar
com pessoas ignorantes, e que pensa que sabe, dá uma mão de obra sem tamanho! Acredito
que você já tenha vivido essa experiência.
Assim,
em seu famoso discurso “Oração aos Moços”, Rui Barbosa um dos intelectuais mais
brilhantes do seu tempo, um dos organizadores da República e co-autor da constituição da Primeira República referindo-se a Sócrates, filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga, que em certo dia, deu grande lição de modéstia a Alcebíades,
órfão, que foi educado por Péricles,
um célebre e influente estadista,
orador e general
da Grécia Antiga, um dos principais líderes democráticos de Atenas e
a maior personalidade política do século V (a.C.), a quem disse:
“A
pior espécie de ignorância é cuidar uma pessoa saber o que não sabe... Tal, meu
caro Alcebíades, o teu caso. Entraste pela política, antes de a teres estudado.
E não és tu só o que te vejas nessa condição; é esta mesma a da maior parte dos
que se metem nos negócios da república. Apenas excetuo exíguo número, e pode
ser que, unicamente, a Péricles, teu tutor; porque tem cursado os filósofos”.
Veja
como ainda hoje, poucos são Péricles, na administração da coisa pública!
Em
mesmo sentido, a sabedoria árabe tem provérbio delicioso a respeito do saber e
não-saber.
Usando
estilística dourada, ensina que, são quatro os homens: aquele que não sabe e
não sabe que não sabe: é um tolo, evita-o; aquele que não sabe e sabe que não
sabe: é um simples, ensina-lhe; aquele que sabe e não sabe que sabe: está dormindo,
acorda-o; aquele que sabe e sabe que sabe: é sábio, segue-o.
E,
na poeira deste ensinamento, V. Beda ou Venerável Beda, um monge inglês
que viveu em mosteiros de São Pedro, em Monkwearmouth,
e São Paulo, na moderna Jarrow, no nordeste da
Inglaterra, dá também
a sua penada sobre três classes de pessoas que são infelizes: a que não sabe e
não pergunta; a que sabe e não ensina; e a que ensina e não o faz.
Para
alguns, a ignorância deveria conduzir à humanidade, mas por vezes isto não
acontece. Tinha razão, pois, o “Fortes”, quando na placa que punha todas as
manhãs na porta do seu boteco, em Formiga, MG, que dizia: Toda ignorância é
atrevida. Lembra, um pouco, a fúria de um touro miúra..., um touro bravo
espanhol criado a partir da linhagem do rancho de gado Miura (Ganadería Miura),
localizado na província de Sevilha, Espanha.
Voltemos
a Rui Barbosa que ainda dizia:
“Não
subestime a ignorância dos outros, pois eles podem piorar ainda mais a situação”.
“A
chave misteriosa das desgraças que nos afligem, é esta, e só esta: a
ignorância popular, mãe da servilidade e da miséria”.
E
ainda...
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