segunda-feira, 21 de março de 2011

2011 - O Ano que Parece já Terminou

Pois é, estamos apenas no início de 2011. Portanto, na segunda quinzena do mês de março e assim como o ano de 1968 que dizem que não terminou, podemos dizer que até aqui, neste ano, já aconteceu de tudo! De tudo mesmo.
Há pouco comemorávamos o dia da Confraternização Universal e a chegada do ano novo, em primeiro de janeiro.
No Brasil, vieram as chuvas. E com elas as velhas tragédias, causadas pelas intensas torrentes que insiste em expor o quanto o país joga com a improvisação, burlando leis, normas, costumes, mostrando o quanto estamos longe de considerarmos como nação que pensa coletivamente e civilizadamente.
O Oriente Médio, sul da Ásia e norte da áfrica estão fazendo história com a sua juventude e milhares de pessoas insatisfeitas com os regimes governamentais ditatoriais que estão, quase sempre, no poder há mais de 30 ou 40 anos. Assim os povos de Egito, Iêmen, Tunísia e Líbia, clamam por direitos humanos básicos. Sendo que Tunísia e Egito já despacharam seus caudilhos.
A Líbia de Khadafi é um caso a parte, chegando a uma intervenção da zona aérea do país com conseqüências ainda por vir, o que podemos chamar de guerra anunciada.
No Japão a força da natureza se impôs a uma sociedade milenar, disciplinada e acostumada à construção e reconstrução de seu país, haja vista a sua localização, um arquipélago, localizado ao longo da costa oriental do continente asiático, formado por quatro ilhas principais: Hokkaidou, Honshuu, Shikoku e Kyuushuu, além de milhares de pequenas ilhas. A maior ilha é Honshuu, onde fica a atual capital, Tóquio.
Um maremoto seguido de um tsunami varreu a cidade de Sendai que fica na costa nordeste do país, a mais atingida pelo fenômeno. Sendai é a maior cidade da região com um milhão e trezentos e treze mil habitantes, que sofre agora com a radiação pelo vazamento dos reatores da Usina Nuclear ali instalada como meio de prover o país de energia elétrica.
De volta ao Brasil, passamos pelo carnaval onde Rio e São Paulo, reverenciaram a música com o rei Roberto Carlos e o maestro José Carlos Martins. Na Bahia e nos arredores do país carnaval de todos os tipos para todos os gostos e necessidades.
A visita de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos ao nosso país marca um novo tempo de relacionamento entre as duas nações que tem muito a se complementarem.
Com o aquecimento global e a mudança de temperatura mundo a fora, vem, muito oportunamente, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) com o belíssimo tema da Campanha da Fraternidade para este ano: “Fraternidade e Vida no Planeta” e que nos chama a conscientização e cujo refrão do Hino da Campanha diz assim: Nossa mãe terra, Senhor, / Geme de dor noite e dia. / Será de parto essa dor? / Ou simplesmente agonia? / Vai depender só de nós! / Vai depender só de nós!
Parece que este ano promete ainda muito mais. Pense nisso!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Salário Mínimo – Quem realmente defende o trabalhador?

Vejam como a política brasileira, os políticos brasileiros e os inexpressivos, ineficientes e ridículos sindicatos, pertençam eles a qual central ou ideologia, não têm nenhuma visão de futuro, de cidadania e de compromisso com a população, mais particularmente com os trabalhadores e os aposentados do país.
Todos se lembram que durante a campanha eleitoral o candidato do PSDB defendia um salário mínimo de R$ 600,00 e um aumento de 10% aos aposentados como base para devolver um pouco de dignidade a estas duas classes tão desamparadas pelo poder público.
Pois bem, o comportamento das centrais sindicais é simplesmente ridículo, ou seja, deixa-se de ganhar um mínimo de R$ 600,00 para após as eleições, argumentar com o atual governo para se ter um valor inferior, ou seja, de R$ 545,00. Aliás, a prerrogativa de discussão do mínimo que deveria estar integrada ao conjunto de discussões da economia brasileira é prerrogativa dos parlamentares, que paradoxalmente entregou ao governo atual para que ele, governo, através de decreto-lei possa regulamentar ditatorialmente esta questão – vale dizer - sem uma discussão séria e ampla nas casas do congresso nacional e a sociedade. Pois a definição do salário mínimo e reajuste dos aposentados figuram como base para entonação de governo e estruturação da economia e de modelos econômicos, juntamente com as reformas tributária, previdenciária e trabalhista, que o país tanto necessita e que ficou de lado por oito anos no governo passado que só se fazia para alardear popularidade que não se traduzia em qualidade administrativa e realização de governo.
Recentemente, assistimos ao acinte dos parlamentares brasileiros aumentando os seus próprios vencimentos em 62% e ninguém ou quase ninguém, das instituições constituídas – entenda-se - como entidades de classe, os conselhos regionais ou federais representantes das profissões existentes, os sindicatos, que atualmente, e mais do que nunca são chapa branca, atrelados ao governo e mantidos com felpudos recursos financeiros, assim como, OAB, as Associações de Aposentados, dentre tantas outras.
A legislação trabalhista brasileira data de 1945, portanto, tem 66 anos de vigência e ninguém comenta o descalabro para os trabalhadores e empresários, diante de um mundo novo, globalizado e competitivo.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) estima que o salário mínimo necessário para atender as necessidades do cidadão brasileiro, em dezembro de 2010, seria de R$ 2.227,53.
Agora vejam a tabela do Imposto de Renda. O leão, tributa o cidadão brasileiro a partir de R$ 1.566,59, já atualizada com o reajuste de 4,5% - por sinal abaixo da inflação de 2010 que ficou em 5,91%, isto é, próximo de 6% - a mais elevada em seis anos.
Percebam que a tributação do cidadão brasileiro inicia-se a partir de valores correspondentes a um salário mínimo. Não é risível?
Políticas públicas, bem intencionadas, são estabelecidas em conjunto com os demais setores da sociedade e sua implantação vem a partir de um julgo de conhecimento, bom senso, e de justeza e não apenas de tocar o bonde, sem sequer saber para onde o bonde está se dirigindo. Daí torna-se difícil saber quem realmente defende o trabalhador e o povo brasileiro.
Eu diria, francamente, não estamos diante de um país sério!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Cadê o Fiscal?

Em meio às anunciadas tragédias climáticas aqui no Brasil – mais recentemente nas serras cariocas, no sul de minas, na capital e interior paulista e demais localidades com pouca visibilidade da mídia, há que se perguntar: cadê o fiscal?
Diante do atraso do governo federal em abraçar a causa das calamidades passadas, atuais e futuras, vem o anúncio de programas mirabolantes onde o mundo inteiro se viu pasmado pela demora em colocar um sistema em atividade - o qual levaria apenas seis meses para implantação - em qualquer país sério do mundo, o governo federal brasileiro anuncia à população que o seu programa somente se completa em quatro anos. É duro de ouvir isto, assim como é duro ouvir daqueles políticos que se revezam a vida toda no poder dizer que a culpa é dos antecessores, etc., etc., etc.
Interessante notar que medidas simples, como cumprimento das leis já existentes e da atuação de um simples fiscal poderia evitar tudo isto sem grandes alardes.
Não se esqueçam que o legislativo nos seus vários âmbitos: municipal, estadual e federal com as duas casas a da câmara dos deputados e dos senadores também são fiscais, e que infelizmente nada fazem. Daqui eu pergunto mais uma vez: onde ficaram e onde estão os fiscais mais caros do mundo que são o legislativo (parlamentares, vereadores, etc.) diante da tragédia? Será que não é possível a eles fazerem o mínimo, ou seja, verificar e ajustar leis ultrapassadas, modificá-las e modernizá-las? Afinal para que servem os fiscais mais caros do mundo?
Insistimos em ser um país não civilizado. Um país desatento, injusto e incompetente na aplicação dos fartos recursos públicos. Um país onde os governantes que são levados aos cargos insistem apenas em se fazer, enquanto rechaçam a obrigação que o cargo lhe confere que é o de cuidar das coisas públicas, facilitar e modernizar a vida da população, dentre outras. Governar e não insistir em viagens mundo afora, apenas como turismo, sem quase nenhum resultado prático para o país e sua população. Pois as coisas estão aqui, acontecem aqui e é para aqui que o governante deve deter o seu olhar, os seus trabalhos e suas atenções.
Não precisamos ir muito longe para reconhecer a falta de um simples fiscal. Basta olharmos para as cidades, com mendigos e pedintes em todas as partes, crianças e mesmo marmanjos no sinal de trânsito, a fazer malabarismos em troca de algum dinheiro. A precariedade de ruas, vias e avenidas, cheias de buracos. E mais, ao se refazer os buracos não se utiliza de um mínimo de técnica, ou seja, fazer um quadrado ou um retângulo e recompor as camadas que compõem o asfalto para que o trabalho não gere retrabalho logo adiante, na próxima chuva.
Vejam a precariedade das calçadas, das escolas, dos hospitais, do trânsito, do pessoal em áreas de risco nas encostas, nas ribeirinhas dos rios e das próprias habitações destas populações.
A administração pública não trabalha com planejamento estratégico, planos de contingências, planos preventivos. Não se pensa na cidade hoje, nem se quer daqui a cinco, dez, vinte anos, pelo menos. Não se trabalha com uma simples métrica que é o seu contingente populacional. Talvez seja difícil entender que as cidades precisam ter estruturas em consonância com o seu volume populacional e que as estatísticas de crescimento das cidades são um grande e fácil indicativo do que fazer, do que se estruturar.
É por tudo isso que volto à pergunta inicial: cadê o fiscal?

domingo, 16 de janeiro de 2011

A Lâmpada Mágica de Aladim

Imaginem a possibilidade de entender um pouco mais sobre economia através da magia da lâmpada de Aladim. Ficaria um entendimento às avessas, porém, bastante interessante.
Essa hipótese tem fundamento nos ensinamentos do economista Albert L. Meyers, que recorre a interessante hipótese, radicalmente oposta à lei de escassez, para evidenciar a diferença entre a magia de transformar todos os bens econômicos em bem livres e a realidade de buscar a satisfação das necessidades e aspirações sociais pelo emprego oneroso de recursos limitados.
A hipótese mágica consistiria em dotar cada agente econômico de um Lâmpada de Aladim. Bastaria fricciona-la, para que aspirações e necessidades fossem satisfeitas. A limitação dos recursos estaria superada.
A Lâmpada Mágica proveria todos os agentes econômicos de produtos, em diversidade e em quantidade suficientes para saciar plenamente necessidades e aspirações. Todos teriam o que desejassem. O processo produtivo, tal como o conhecemos hoje, complexo e oneroso, não seria mais necessário: o poder mágico de um único instrumento, um “bem de produção por excelência”, supriria cada qual de todas as suas requisições. Divisão do trabalho, especialização, trocas, moeda – tudo isso perderia sentido. Também não fariam mais qualquer sentido as lutas de classe, os conflitos entre agentes econômicos e grupos sociais, a concorrência, a busca por capacitações competitivas e os esforços do empreendedor inovativo. Ciência e tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, materiais, processos e produtos inovadores – tudo isto estaria disponível no interior da Lâmpada Mágica. Bastaria despertar o mago.
Mas a realidade é bem outra. O poder mágico da Lâmpada de Aladim contrasta com a condenação do Velho Testamento – “comerás o pão com o suor de teu rosto”. Ao sonho da magia das mil e uma noites intermináveis, contrapõe-se a realidade bíblica dos seis dias de trabalho e um de descanso. Descanso para recuperação de forças, para mais trabalho e mais suor, se a aspiração for por padrões crescentes de bem-estar material. A condenação bíblica é a que acompanha o homem – desde as primeiras manifestações de vida em sociedade. Nenhum sistema econômico, nenhuma forma mágica de organizar a vida econômica foi capaz de satisfazer plenamente a todas as aspirações individuais e sociais.
Mesmo os grandes impérios que um dia chegaram perto da opulência ruíram antes que conseguissem estendê-la a todos em seus domínios. E talvez mesmo nas sociedades do futuro as questões básicas da economia continuarão de alguma forma, a existir.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Paz

Paz: artigo de luxo. Desde 11 de setembro de 2001, paz é o que mais se quer, o que mais se procura. Pessoas se vestem de branco, empunham cartazes e pedem paz no morro, paz no Oriente Médio, paz nas escolas, paz em todo lugar onde haja possibilidade de conflito ou onde o conflito já dê as cartas.
A utilidade disso tudo? Relativa. As manifestações são muito bem intencionadas, por vezes emocionantes, mas a opinião pública infelizmente não tem poder de veto, apenas pressiona. Sei que pressionar é importante, mas a coletividade não tem conseguido provocar grandes comoções em quem realmente decide as guerras. Se a gente quer mesmo ser útil, poderíamos começar tentando ficar em paz consigo mesmo e com os outros, uma coisa que parece tão comum e que na verdade é tão rara.
Paz se pratica no dia a dia, dentro da família, com os amigos, no local de trabalho, na beira da praia, nas filas, no trânsito. Não adianta vestir branco numa passeata e depois soltar os cachorros em quem lhe cruzou a frente do carro. Grande porcaria empunhar um cartaz dizendo "Fora Bush" se meia hora depois este pacifista estará sendo prepotente dentro do escritório em que trabalha. O que mais vejo é gente que se diz do bem, mas que no cotidiano abusa da grosseria.
Quer fazer alguma coisa pelo mundo? Comece deixando os outros em paz. Não os iraquianos ou uma tribo indígena, mas os outros coladinhos em nós: Paulos, Flavias, Rodrigos, Silvanas. Nós sempre temos uma alfinetadinha guardada na manga, uma fofoquinha aparentemente indolor para passar adiante, uma criticazinha construtiva pra doar generosamente. Se fôssemos pacifistas mesmo, saberíamos que nem toda intromissão é bem-vinda e seríamos parceiros apenas de risadas, confidências, dores e entusiasmos, o que já é bastante coisa.
E trate de cuidar da sua paz também. Quantos, numa passeata em “Trafalgar Square” ou na Avenida Paulista, estão em paz? Você se sente em casa dentro do seu próprio corpo? Muitos não passam de hóspedes de si mesmos. Estar em paz é aceitar serenamente que você não tem todas as armas para conquistar o que deseja, não tem munição suficiente para levar todos os seus planos adiante e não
possui um exército que diga amém para todos os seus delírios.
Você está só e é um sujeito heróico dentro do possível. Costuma ir à luta por um emprego, por um amor, por grana, por objetivos razoáveis, e quando não dá certo, não dá, e quando se erra, paciência, e quando acerta, oba, e quando está cansado, se recolhe, e quando está triste, chora, e quando está alegre, vibra, e quando enxerga longe, vai em frente, e quando a visão embaça, freia, e quando está sozinho, chama, e quando quer continuar sozinho, não chama.
Primeiro passo para a paz: reconciliar-se consigo próprio. É o que a gente pode fazer de mais concreto, por mais abstrato que pareça.

Fonte: Martha Medeiros.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Administração Eficiente para Pequenas Empresas

Inúmeros são os objetivos das empresas. De um modo geral, podemos dizer que elas precisam atender metas de produção, comercialização e vendas, montar e executar um bom planejamento de marketing, dentre outros. Entretanto, nada disso é possível se não houver uma administração eficiente por trás, que possa monitorar todas as outras atividades ditas burocráticas de maneira rigorosa. Nessa ótica, as empresas estão cada vez mais apostando na administração multifuncional com domínio de fluxo de caixa, controle de custos e despesas, construindo um planejamento orçamentário com base nos dados contábeis da empresa.
A competitividade entre as empresas micro, pequenas e médias tem sido grande e garantir a sobrevivência das empresas chega a não ser uma tarefa assim tão fácil como se possa imaginar. Daí a busca por maior administração dos processos internos através do tripé – Contabilidade, Custos e Finanças.
Conhecer e entender os números gerados pela contabilidade e elaborar um bom planejamento financeiro é fundamental para alcançar as estratégias de curtíssimo, curto, médio e longo prazos, com projeções de investimentos e financiamentos. O setor contábil é estratégico. Se bem estruturado, é capaz de proporcionar ganhos no desempenho das áreas administrativa, financeira e tributária. Assim, o planejamento financeiro dentro da empresa é essencial, com os recursos bem dimensionados darão sustentabilidade aos negócios. Falta de capital e descontrole financeiro tem vitimado empresas há muito tempo.
Para atingir esse estágio as empresas precisam contar com profissionais que tenham conhecimentos em contabilidade, administração, economia, tributos, finanças, matemática financeira, orçamento. Além de focar em custos e formação de preços, deverá ter visão sistêmica, equilíbrio emocional e extrema atualização tecnológica. Ou seja, buscar profissionais polivalentes para combater a polivalência do mercado e da concorrência.

domingo, 10 de outubro de 2010

A Fisionomia do Brasil na Ótica das Eleições

Há poucos dias, em três de outubro tivemos um espetáculo de democracia no país.
Pois bem, será que apenas ir às urnas cumprir uma legislação que nos obriga a comparecer aos escrutínios para sacramentar a “nossa vontade” seria mesmo um ato de espetáculo democrático? Ou ao contrário, se prestarmos a devida atenção nos fatos que ocorreram durante a campanha em nossa pátria amada nos anima mesmo a festejar uma verdadeira democracia? Ou será que uma democracia plena não seria algo completamente diferente. Algo muito mais sério, muito mais honesto, muito mais público, muito mais livre, do que isto que muitos insistem em chamar de espetáculo da democracia.
Lembram-se? Não faz muito tempo prometeram-nos o espetáculo do crescimento, a erradicação da fome ou da miséria, a melhoria dos serviços de segurança pública, a melhoria na educação, a melhoria na saúde, etc.
Para os atuais governantes tudo estava errado. E para que tudo virasse da cor vermelha ou cor de rosa como a Ex-ministra Marina gosta de salientar, era somente votar num determinado partido, num determinado presidente sem instrução suficiente que tudo se tornaria cor rosa para não dizer vermelho mesmo e que assim todos os problemas dos brasileiros iriam chegar ao fim. Na realidade as coisas não acontecem assim!
Mas, voltemos à democracia. O brasileiro, mesmo alguns mais letrados, não sabe e não entende o que seja realmente democracia. Falamos muito aqui em baixo que democracia é quando o direito de um termina enquanto o direito do outro começa. Verdade ou mentira?
Nem uma coisa nem outra. A verdade é que uma democracia é muito mais que uma frase feita. Democracia é cumprir as Leis, por mais simples ou mais complexas que sejam. Democracia é saber que existem regras e que elas são escritas para o desfrute e o alcance a todos nos momentos de direito e nos momentos em que o direito agora é de outro, ou está do outro lado, desde que seja realmente escrito dentro do sentido e dos preceitos realmente democráticos.
Tentar ou mesmo querer se perpetuar no poder seja ele de natureza público ou privado, não faz parte do processo democrático. Leis mal elaboradas, mal escritas ou viciadas para favorecer algum tipo de segmento da sociedade, não fazem parte da democracia. E tudo isso, para dizer que a democracia está junto de nós em nosso dia a dia, dentro de nossas casas (o estado em miniatura), na rua em que moramos (o estado um pouco mais ampliado), na cidade em que vivemos (o estado ampliado) e no país em que vivemos ou nascemos (o estado na sua essência, na sua plenitude).
Democracia, é ser colaborativo em todos os sentidos. É cumprir com nossas obrigações de cidadãos. É estudar, trabalhar, cumprir as regras da casa, da escola, do trânsito, etc. Respeitar o professor nas escolas, respeitar os pais dentro de nossas casas, respeitar os mais velhos, respeitar as crianças, fazer valer a dignidade humana em toda a sua dimensão. Vale o homem, vale o consumo não exagerado, pois estamos numa sociedade dita moderna onde o consumo é inerente a este tipo de sociedade em que vivemos, porém, com a devida parcimônia. Democracia é reconhecer que um cidadão pode ter recursos financeiros quando é algo digno, proveniente de seu trabalho honesto e não proveniente de fontes escusas.
Mas democracia é, antes de tudo, uma boa educação, que não seja partidária ou sectária, mas que seja plural e verdadeira deixando que o próprio aluno tire suas próprias conclusões diante da pluralidade das informações e do conhecimento adquirido.
Estar sintonizado ou conectado nas tecnologias e ter acesso a elas também é democracia e também é um direito como o de respirar, por exemplo, desde que o ar não esteja poluído. E a daí surge a democracia ecológica. Não podemos democraticamente permitir que o planeta seja destruído. Apesar de o planeta ter a proeza de regenerar-se, não o podemos maltratar a ponto de destruí-lo, porque nos destruímos também. Temos o dever de proporcionar-lhe a chance de auto-regenerar-se.
Vendo o que acontece em nosso país, e o que ocorreu nesse primeiro embate eleitoral e considerando tudo o que foi dito acima. Vejo com muita tristeza que temos ainda um país com uma fisionomia muito feia, tosca ainda, e tentam nos dizer que está tudo muito bem e que é somente ir em frente que tudo dará certo.
A vida passa, assim como passam os governantes e como fato contínuo no processo dos mortais, de que tudo passa, de que tudo muda a cada instante, é que precisamos entender que mudar sempre será preciso e que por isso mesmo, teremos que nos preparar para isso. E diante disso: como nos preparar?
Certamente pelo processo colaborativo da educação, pois sem educação não há mudança, não há progresso, não há estratégia, não há o sentimento de saber qual o momento da mudança e se a mudança está no compasso e na direção certa, sem que ninguém nos diga qual é o nosso momento e qual é o momento da sociedade fazer a mudança.
Assim, através de uma boa estrutura educacional saberemos individualmente para onde deveremos caminhar e para onde e para quem estamos construindo o caminho. Ou seja, para alguns de agora ou para as gerações futuras, que precisarão dar continuidade ao que realmente estivermos fazendo de bom hoje. Construindo assim uma sociedade para a qual as próximas gerações não tenham o fardo de se ajustar nas mudanças de seu tempo e ainda carregarem o fardo que por nossa ignorância ou incompetência deixaremos a eles construírem.
Democracia é isso. É pensar na gente. Mas, principalmente, pensar no próximo e no que deixaremos para o futuro.