sábado, 5 de fevereiro de 2011

Cadê o Fiscal?

Em meio às anunciadas tragédias climáticas aqui no Brasil – mais recentemente nas serras cariocas, no sul de minas, na capital e interior paulista e demais localidades com pouca visibilidade da mídia, há que se perguntar: cadê o fiscal?
Diante do atraso do governo federal em abraçar a causa das calamidades passadas, atuais e futuras, vem o anúncio de programas mirabolantes onde o mundo inteiro se viu pasmado pela demora em colocar um sistema em atividade - o qual levaria apenas seis meses para implantação - em qualquer país sério do mundo, o governo federal brasileiro anuncia à população que o seu programa somente se completa em quatro anos. É duro de ouvir isto, assim como é duro ouvir daqueles políticos que se revezam a vida toda no poder dizer que a culpa é dos antecessores, etc., etc., etc.
Interessante notar que medidas simples, como cumprimento das leis já existentes e da atuação de um simples fiscal poderia evitar tudo isto sem grandes alardes.
Não se esqueçam que o legislativo nos seus vários âmbitos: municipal, estadual e federal com as duas casas a da câmara dos deputados e dos senadores também são fiscais, e que infelizmente nada fazem. Daqui eu pergunto mais uma vez: onde ficaram e onde estão os fiscais mais caros do mundo que são o legislativo (parlamentares, vereadores, etc.) diante da tragédia? Será que não é possível a eles fazerem o mínimo, ou seja, verificar e ajustar leis ultrapassadas, modificá-las e modernizá-las? Afinal para que servem os fiscais mais caros do mundo?
Insistimos em ser um país não civilizado. Um país desatento, injusto e incompetente na aplicação dos fartos recursos públicos. Um país onde os governantes que são levados aos cargos insistem apenas em se fazer, enquanto rechaçam a obrigação que o cargo lhe confere que é o de cuidar das coisas públicas, facilitar e modernizar a vida da população, dentre outras. Governar e não insistir em viagens mundo afora, apenas como turismo, sem quase nenhum resultado prático para o país e sua população. Pois as coisas estão aqui, acontecem aqui e é para aqui que o governante deve deter o seu olhar, os seus trabalhos e suas atenções.
Não precisamos ir muito longe para reconhecer a falta de um simples fiscal. Basta olharmos para as cidades, com mendigos e pedintes em todas as partes, crianças e mesmo marmanjos no sinal de trânsito, a fazer malabarismos em troca de algum dinheiro. A precariedade de ruas, vias e avenidas, cheias de buracos. E mais, ao se refazer os buracos não se utiliza de um mínimo de técnica, ou seja, fazer um quadrado ou um retângulo e recompor as camadas que compõem o asfalto para que o trabalho não gere retrabalho logo adiante, na próxima chuva.
Vejam a precariedade das calçadas, das escolas, dos hospitais, do trânsito, do pessoal em áreas de risco nas encostas, nas ribeirinhas dos rios e das próprias habitações destas populações.
A administração pública não trabalha com planejamento estratégico, planos de contingências, planos preventivos. Não se pensa na cidade hoje, nem se quer daqui a cinco, dez, vinte anos, pelo menos. Não se trabalha com uma simples métrica que é o seu contingente populacional. Talvez seja difícil entender que as cidades precisam ter estruturas em consonância com o seu volume populacional e que as estatísticas de crescimento das cidades são um grande e fácil indicativo do que fazer, do que se estruturar.
É por tudo isso que volto à pergunta inicial: cadê o fiscal?

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