Vejam como a política brasileira, os políticos brasileiros e os inexpressivos, ineficientes e ridículos sindicatos, pertençam eles a qual central ou ideologia, não têm nenhuma visão de futuro, de cidadania e de compromisso com a população, mais particularmente com os trabalhadores e os aposentados do país.
Todos se lembram que durante a campanha eleitoral o candidato do PSDB defendia um salário mínimo de R$ 600,00 e um aumento de 10% aos aposentados como base para devolver um pouco de dignidade a estas duas classes tão desamparadas pelo poder público.
Pois bem, o comportamento das centrais sindicais é simplesmente ridículo, ou seja, deixa-se de ganhar um mínimo de R$ 600,00 para após as eleições, argumentar com o atual governo para se ter um valor inferior, ou seja, de R$ 545,00. Aliás, a prerrogativa de discussão do mínimo que deveria estar integrada ao conjunto de discussões da economia brasileira é prerrogativa dos parlamentares, que paradoxalmente entregou ao governo atual para que ele, governo, através de decreto-lei possa regulamentar ditatorialmente esta questão – vale dizer - sem uma discussão séria e ampla nas casas do congresso nacional e a sociedade. Pois a definição do salário mínimo e reajuste dos aposentados figuram como base para entonação de governo e estruturação da economia e de modelos econômicos, juntamente com as reformas tributária, previdenciária e trabalhista, que o país tanto necessita e que ficou de lado por oito anos no governo passado que só se fazia para alardear popularidade que não se traduzia em qualidade administrativa e realização de governo.
Recentemente, assistimos ao acinte dos parlamentares brasileiros aumentando os seus próprios vencimentos em 62% e ninguém ou quase ninguém, das instituições constituídas – entenda-se - como entidades de classe, os conselhos regionais ou federais representantes das profissões existentes, os sindicatos, que atualmente, e mais do que nunca são chapa branca, atrelados ao governo e mantidos com felpudos recursos financeiros, assim como, OAB, as Associações de Aposentados, dentre tantas outras.
A legislação trabalhista brasileira data de 1945, portanto, tem 66 anos de vigência e ninguém comenta o descalabro para os trabalhadores e empresários, diante de um mundo novo, globalizado e competitivo.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) estima que o salário mínimo necessário para atender as necessidades do cidadão brasileiro, em dezembro de 2010, seria de R$ 2.227,53.
Agora vejam a tabela do Imposto de Renda. O leão, tributa o cidadão brasileiro a partir de R$ 1.566,59, já atualizada com o reajuste de 4,5% - por sinal abaixo da inflação de 2010 que ficou em 5,91%, isto é, próximo de 6% - a mais elevada em seis anos.
Percebam que a tributação do cidadão brasileiro inicia-se a partir de valores correspondentes a um salário mínimo. Não é risível?
Políticas públicas, bem intencionadas, são estabelecidas em conjunto com os demais setores da sociedade e sua implantação vem a partir de um julgo de conhecimento, bom senso, e de justeza e não apenas de tocar o bonde, sem sequer saber para onde o bonde está se dirigindo. Daí torna-se difícil saber quem realmente defende o trabalhador e o povo brasileiro.
Eu diria, francamente, não estamos diante de um país sério!
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