O mundo vem
mudando e com ele também a economia e por associação os negócios.
Assim tanto
empreendedores privados como empreendedores públicos conhecidos como
presidentes, governadores e prefeitos precisam se sintonizar com a nova economia,
se ligando ao novo vocabulário de consultores, mentores e investidores para que
entendimento e relacionamento fluam uniformemente.
A economia
criativa abrange, portanto, todo o ambiente de negócios que existe em torno da
indústria criativa, ou seja, aquela indústria baseada em bens e serviços
criativos. Desse modo, para estar dentro do novo conceito econômico, o produto
criativo precisa gerar valor, produzir riqueza.
Desta forma,
tocar violão nas horas vagas ou fazer um filme com os amigos, apesar de
atividades criativas, só vão fazer parte da economia criativa quando alguém
estiver lucrando diretamente com estas atividades ou pelo menos tentando
iniciar esse processo.
Dois conceitos
chaves como o “intangible assets” (bens intangíveis) e propriedade intelectual
ajudam a entender melhor a economia criativa. O primeiro diz respeito
a obras que não podem ser tocadas fisicamente, como o conteúdo de um
livro, softwares, músicas ou filmes, mas que podem ter alto valor intelectual e
comercial. Por exemplo, a marca “Coca-Cola” (não o refrigerante, mas a marca em
si) é só um desenho associado a um nome, mas é também um dos bens mais valiosos
do mundo. Já a propriedade intelectual é o conjunto de proteções que podem ser
dadas a esses bens intangíveis, como copyrights (direitos autorais) e patentes os
quais ajudam a identificar o valor comercial das obras.
A economia
criativa teve seu início no Reino Unido onde se observou a necessidade de se
implantar uma economia que fosse criativa dedicando mais atenção a políticas
públicas que fossem diferentes das outras e também de outros setores.
Dessa maneira é
do autor britânico John Howkins o mérito de condensar todas as discussões que
vinham surgindo naquele momento e explicar o termo ao mundo, no best seller “The
Creative Economy – How People Make Money From Ideias” (Economia Criativa – Como
Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas), de 2001.
Por outro lado, em
um relatório de 1983, publicado pela primeira-ministra Margaret Thatcher, pela
primeiríssima vez se reconheceu oficialmente a importância de áreas ligadas à
tecnologia e à criatividade para o crescimento econômico do Reino Unido. Quase
dez anos depois, em 1994, o então primeiro ministro Australiano Paul Keating
publicou políticas públicas voltadas para a cultura, em um documento chamado “Creative
Nation” (nação criativa), que já trazia o termo economia criativa. Logo depois,
o primeiro ministro britânico Tony Blair incluiu o assunto em sua plataforma de
governo durante sua campanha para o cargo de primeiro ministro britânico. Era
um momento de grandes mudanças, de tentar entender um mundo que ia se tornando
cada vez mais digital, mais rápido e competitivo, além de haver um grande
pânico em torno da globalização. Nesse contexto, foi ficando claro que, de duas
uma: ou a economia se basearia nos melhores preços ou na diferenciação através
do valor agregado. Mas, para fazer serviços e bens diferentes, era preciso
reconhecer o talento humano, que é a peça mais importante nessa nova economia e
para estimular a economia criativa, investimentos em educação passaram a
ser vistos como essenciais.
A economia
criativa responde hoje por boa parte da geração de renda e empregos em vários
países. Porém, como a lógica dos bens criativos é diferente da indústria
tradicional que segue um modelo de produção e distribuição, fica o desafio de entender
como funciona a economia criativa para ajudar na criação de políticas
públicas, na organização de redes de inovação, na proteção de propriedades
intelectuais e no estimulo ao mercado em torno delas.
Assim, a economia
criativa traz a ideia de gerar atividades alternativas ao modelo vigente, que
aumentem o fluxo de inteligência dos negócios, incentivem a geração de
networking (relacionamento) entre diferentes áreas, unam grupos criativos
dispersos e promovam talentos individuais.
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