As
Olimpíadas constituem um dos maiores eventos de massa do mundo e a sua origem
remonta à Antiga Grécia, quando eram praticados jogos esportivos na cidade de
Olímpia.
Com o declínio da civilização grega, as competições
esportivas tornaram-se esparsas nas civilizações subsequentes. A proposta de
resgatar a prática das olimpíadas e o seu sentido principal, a
celebração da paz entre as nações por meio do esporte, só aconteceu no fim do
século XIX, por intermédio de uma personagem histórica singular, o Barão de Coubertin.
Coubertin era
membro da aristocracia francesa e pretendia instituir um Comitê Internacional
de Jogos Esportivos, órgão que realizaria eventos competitivos periodicamente
no continente europeu.
No contexto da
época do Barão se vivia uma intensa competitividade industrial e política das
potências imperialistas do século XIX, o que culminou na Primeira Guerra Mundial em 1914, o que veio a ser uma das
razões para a criação de um Comitê Internacional de Jogos Esportivos; e isso se
deu pela vontade justamente de produzir uma atmosfera amistosa entre as nações
europeias.
Assim a proposta
do Barão de Coubertin foi apresentada na União das Sociedades Francesas de
Esportes Atléticos (USFSA)
em 1892. Nessa proposta, estava a pretensão de criar um Comitê Olímpico Internacional
inspirado nos antigos jogos realizados na cidade de Olímpia. Todavia, a criação
efetiva do comitê ocorreu apenas dois anos depois, em 23 de junho de 1894,
sendo que esse comitê teve como secretário-geral Coubertin e, como presidente,
o grego Demetrius Vikelas.
Por intermédio de
Vikelas, os primeiros jogos olímpicos foram realizados em Atenas, na Grécia,
entre os dias 06 e 15 de 1896. Apesar das muitas interrupções em virtude das consequências
geradas por guerras, os jogos olímpicos acabaram consolidando-se ao longo do
século XX, gerando uma especialização de esportistas nunca antes vista o que tornou
as Olimpíadas um dos mais expressivos eventos de massa do mundo.
Atualmente o maior
evento esportivo do mundo transformou-se também no maior espetáculo televisivo
dos nossos tempos. A espetacularização do esporte impulsionada pela TV traz
sempre a discussão se a mídia é positiva para manter vivos os ideais olímpicos.
No passado os corredores na
realidade eram pessoas ricas, portanto, da elite da época. Houve momentos também
em que os atletas participantes das Olímpiadas eram apenas amadores, hoje não.
Por outro lado, existiam aqueles que
assistiam aos jogos onde se traduz o esporte também como entretenimento.
O esporte é considerado um fenômeno
cultural muito vasto e das várias dimensões que o esporte possui uma delas é a
de entretenimento.
Como bom entretenimento o esporte vai
cada vez mais em direção à qualidade do atleta buscando ou desenvolvendo
atletas cada vez mais rápidos, hábeis, fortes e competitivos que se traduzem
hoje nos atletas de alto rendimento ou de elevada performance, e para que isso
seja possível, o atleta precisa de muito treinamento para seu desenvolvimento.
Como tudo isso veio num crescendo a
profissionalização do esporte proporcionou a entrada de todos nas competições,
ou seja, a entrada dos melhores, independentemente de classe social.
Para que isso tudo seja possível alguém
precisa financiar o espetáculo e quem põe dinheiro nas Olímpiadas hoje é a TV,
é a mídia e os estados patrocinadores que infelizmente cobra a conta da
sociedade através de impostos ou deixando de atender parte das necessidades
coletivas da população em questão, hoje no caso no Brasil, a população
brasileira.
Já para quem pratica o esporte, para
o atleta em si, ele normalmente fica focado nos treinamentos e numa série de
valores como capacidade e qualidade para atender às diversas modalidades de
competições seja eles talentos natos ou não, ou talentos desenvolvidos através
da persistência, da disciplina, da ética que evita o “dopping”, etc.
Já para quem assiste ao espetáculo,
o que conta é a história tanto dos jogos quanto dos atletas, é o estilo do
atleta que revela o contexto da sociedade em que vive e também a história de
superação do atleta onde entra o lado emocional, onde se encaixa a mídia com a
espetacularização dos jogos.
Falando um pouco das estatísticas
iniciais da competição podemos dizer que os gastos com as Olimpíadas no Brasil
já somam mais de R$ 36 bilhões. Por outro lado, somente em direitos de
transmissão o Comitê Olímpico Internacional já arrecadou mais de R$ 10 bilhões.
E as principais emissoras de TV do Brasil compraram os direitos de transmissão
com centenas de milhões de dólares.
As emissoras estão investindo alto
na cobertura dos jogos. A “NBCUniversal” que transmite em TV aberta, paga e
internet para os EUA conta com 3.000 profissionais ocupando um edifício inteiro
no Rio de Janeiro. O grupo Globo tem 2.000 funcionários envolvidos na cobertura
Olímpica e o canal fechado Esporte TV conta com 16 canais transmitindo as
Olímpiadas.
A internet também traz a sua
transmissão deixando o público mais solto em relação aos horários televisivos.
O maior evento esportivo do mundo os
jogos olímpicos serão disputados aqui no Rio de Janeiro este ano onde será a
primeira vez em que a América do Sul sedia os jogos.
As olimpíadas de 2016 contarão com
mais de 10.000 atletas, 42 modalidades esportivas, 204 países e bilhões de
espectadores em todo o mundo. Estima-se que somente pela televisão cerca de 4
bilhões de pessoas acompanharão os jogos.
A primeira vez em que as Olimpíadas
foram transmitidas pela TV aconteceu em 1936 em Berlim, na Alemanha.
Depois de uma interrupção de 12 anos
por causa da Segunda Guerra Mundial as Olimpíadas aconteceram em 1948 na cidade
de Londres, sendo as primeiras a serem transmitidas ao vivo em TV aberta.
Já os jogos Olímpicos de Tóquio em
1974 foram os primeiros transmitidos via satélite pela televisão e de lá para
cá, as Olimpíadas se tornaram além de um espetáculo esportivo um grande
espetáculo comercial e financeiro.
Voltando ao Barão de Coubertin,
dizia ele que o importante era competir, porém hoje, além de competir podemos
dizer que é o mais importante é faturar.
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