Brexit é a palavra mais comentada do mundo na atualidade. Ela é,
portanto, a abreviação das palavras em inglês Britain (Grã-Bretanha) e
exit (saída), a qual designa a saída do Reino Unido da União Europeia, o que se
tornou, pelo menos, no curto prazo um terremoto de
impacto gigantesco na política britânica agora com a intensificação da demanda
por independência na Escócia.
Com a decisão de
não permanência na União Europeia o Reino Unido se mergulhou num cenário de
incertezas e turbulências tão logo foi encerrada a contagem dos 17,4 milhões de
votos que garantiram o histórico rompimento do Reino Unido com a União
Europeia.
Esse resultado, de certa forma, inesperado, deixou a Inglaterra sem
liderança para conduzir o processo de retirada do bloco e assustou o mercado
financeiro a ponto de derrubar bolsas em diferentes continentes e provocar a
desvalorização recorde da libra em relação ao dólar em décadas, embora um
pequeno alívio fosse observado nos pregões das bolsas mundo afora nesta última
terça-feira.
Lá como cá o populismo vendeu facilidades para ganhar o plebiscito e se
aproximar do poder britânico.
Tudo isso trouxe
turbulência de grande escala aos mercados e para agravar ainda mais o cenário
de incertezas, há muitas dúvidas sobre quando começa e de como será o processo
de saída do Reino Unido, mais precisamente, dos britânicos do bloco econômico
mais poderoso do mundo.
Por outro lado,
o Parlamento Britânico precisa referendar o resultado do plebiscito e o
Conselho Europeu, com sede na Bélgica, precisa ser formalmente notificado para
dar início às negociações previstas para durar pelo menos dois anos, embora
grandes países da União Europeia desejem uma saída rápida dos dissidentes para
que não se contamine ainda mais o cenário econômico europeu que já tem lá suas
dificuldades tradicionais.
O que acontecerá
a seguir é a grande pergunta, que ninguém ainda pode responder.
O racha na União Europeia é iminente, uma vez que, Escócia e Irlanda do
Norte votaram maciçamente pela permanência na União Europeia e desejam nela
permanecer.
As dificuldades após o desfecho do referendo são imensas. Assim, as
empresas e os trabalhadores britânicos precisarão de pleno acesso ao mercado
único; grandes incertezas já aparecem com os futuros acordos comerciais
alternativos do Reino Unido, tanto com o restante da Europa quanto com mercados
importantes como os dos Estados Unidos, do Canadá e da China, o que projeta cenários sombrios para os dois anos seguintes segundo instituições
econômicas internacionais.
Um estudo
elaborado pelo banco britânico HSBC prevê uma desvalorização da libra entre 15%
a 20%, uma inflação de 5% e uma perda de 1% a 1,5% do PIB do Reino Unido.
Já o FMI calcula
que o PIB nominal britânico seria entre 1,5% e 9,5% menor que o habitual e que
Londres poderá perder o status de centro financeiro mundial.
Com tantas incertezas o aumento dos prêmios de risco para a concessão de
créditos aos governos e empresas britânicas e europeias se reflete no
rebaixamento das notas de risco do Reino Unido pelas agencias de “rating” como
Fitch e Standard & Poors.
As principais
autoridades financeiras do G-7, grupo formado pelos sete maiores países
industrializados do mundo, divulgou comunicado conjunto fazendo um alerta
contra movimentos cambiais abruptos e desordenados e prometendo garantir
"liquidez adequada" para os mercados, após a decisão esdruxula do
Reino Unido de sair da União Europeia afetando os mercados financeiros globais.
Vejam que a saída do Reino Unido da União Europeia não será indolor para
a economia global e, portanto, também não para a economia brasileira. A
tendência é que o euro se enfraqueça, o que mudará muito o fluxo comercial em
todo o planeta.
No médio e longo prazo, o Brasil poderia se beneficiar com o aumento das
relações comerciais com os britânicos enquanto que no curto prazo, seria
chacoalhado pelo mesmo nervosismo que afetariam outros países.
Por fim, a retirada do Reino Unido da União Europeia dificultará ainda
mais os esforços de retomada da economia europeia, que ainda se ressente da
crise econômica global que eclodiu em 2008, na esteira do estouro da bolha
imobiliária nos Estados Unidos.
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