O Brasil,
simplesmente, desandou nestes últimos quatorze anos. É bem verdade. E com isso
se atrasou não somente em relação a seus pares na corrida ao desenvolvimento, como
também se distanciou profundamente dos países considerados de ponta nessa
caminha rumo ao desenvolvimento e à modernização. Desta maneira nos tornamos distante
do centro do mundo desenvolvido e, claro, uma recuperação não será algo fácil,
demandará tempo o qual nos empurra a trabalhar arduamente e corretamente, sem
os erros de hoje.
Em realidade, é como
se estivéssemos em uma maratona a qual estamos quase na rabeira. Para reverter
esta situação e atingir os que estão na ponta, temos duas situações prováveis:
ou os demais se atrasam (alternativa menos provável) ou teremos que correr mais
rápido que os demais concorrentes, sem que nos cansemos durante o percurso da
prova, o que nos coloca em um imenso desafio.
Assim coisas
básicas como saneamento básico, educação, segurança, saúde e tributação civilizada
deveriam ser algo consolidado por aqui.
Por outro lado, precisamos
ter cidadãos com elevado grau de civilização, com elevado grau de maturidade
escolar, além de uma plataforma industrial com elevado grau de industrialização
com potencial de inovação para a economia e para a sociedade em geral onde a pesquisa
e inovações sejam a regra. Precisamos ainda de uma democracia consolidada e de
um capitalismo moderno. Algo que seja entendido pela população como condição
“sine qua non” para o nosso sucesso.
As dificuldades
para vencermos esta maratona aumentam quando verificamos que estamos
sintonizados em práticas envelhecidas, não no novo. Ou seja, estamos focados numa
velharia que tem nos remetido à Coréia do Norte ou até mesmo à Venezuela.
Opostamente a
tudo isto, parece mesmo que o nosso país tem, invariavelmente, é um grande
encontro com o futuro, com o seu futuro, com a sua história e com o seu povo,
longe do buraco negro do atraso, da burocracia, da incompetência.
Nascemos para ser
uma nação grande e forte em todos os sentidos. Temos tudo pela frente. Desde
que tenhamos administrações decente e honesta, bem longe de tudo isto que está
por aí.
Nosso país é um
país que trabalha e faremos com o estoque de nosso trabalho uma geração de riqueza
(a soma das riquezas individuais de cada um) que transformada em poupança se
deslocará honesta e cuidadosamente a nosso projeto de nação através da dotação
de uma infraestrutura adequada, moderna, que vá ao encontro da criatividade brasileira.
Faremos uma nação
que não dependa das falsas benesses governamentais, aquelas que fazem de conta que
resolve o problema, mas que busca mesmo é domesticar a população mais pobre
apenas como massa de manobra eleitoral. Refiro-me aqueles programas que apenas oferecem
migalhas os quais de social e de seriedade quase nada têm, apenas escravismo
que não liberta.
O país tem sede
de futuro, quer e deseja se encontrar num projeto de verdade, de decência, de educação,
de ética e de inovação.
O país se cansou
de ser obeso, de ter um estado demasiadamente grande obsoleto e absolutista que
não cabe em seu orçamento. Muito pelo contrário. O país que ser “slim”, forte e
poderoso com o fruto do trabalho dos brasileiros, bem longe dos ditos,
salvadores da pátria.
Nosso país não
quer ser vermelho. As cores tradicionais de nossa bandeira, simplesmente, não
combinam com o vermelho. Essa não é a
genuína vocação do Brasil e dos brasileiros e invariavelmente não temos vocação
para sermos a Venezuela tal qual ela o é hoje.
O país tem sede
de futuro. Tem sede da boa música que desapareceu, tem sede dos nossos grandes
autores literários, tem sede até mesmo do nosso bom futebol que dispensa os estádios
suntuosos forjados na corrupção.
O país tem sede de
moralidade, de trabalho honesto, de rumo certo e de planejamento que lhe dê
sustentação para crescer na educação, da decência, da saúde, na segurança e em
uma justiça que seja justa.
Não podemos crescer
sem trabalho porque o trabalho é o grande direcionador da humanidade. É através
dele que as melhores cabeças de uma nação se instrumentalizam na busca de modelos
inovadores para a solução de nossos problemas.
Somos um país
naturalmente rico, todos sabemos. Porém, não nos enganemos, a maior riqueza de
um país é naturalmente a qualidade e a educação de seu povo. Não deixemos que
nos roubem isso, a nossa capacidade de sermos povo. De sermos um povo plural,
miscigenado, nessa cultura luso-brasileira, africana, indígena a qual aprendemos
a conviver com as diversidades raciais, de gênero, dentre outras.
Temos um encontro
com o futuro. O futuro da elevada escolaridade, da volta à escola e aos livros,
embora estejamos num mundo cujo ambiente seja o de multimídias. Vamos adiante, formemos
nossos cidadãos adultos com alta escolaridade e que a escola os tenha oferecido
o conhecimento e a absorção necessárias de seus conteúdos e, principalmente, da
clássica literatura mundial e brasileira para que possamos nos conhecer cada
vez mais e melhor para sermos, invariavelmente, cidadãos do mundo.
O criador nos
confiou à diversidade cultural não para dividi-la, mas para somar com cada um de
nós a nossa mistura. Esse é o caldo de uma nova nação ou de uma nação nova, uma
nação de justiça, de amor, de esperança de que todos sejam iguais nas
oportunidades.
Por fim, que cada
um dos nós tenha vergonha do que acontece hoje no Brasil. Vergonha para
entender que pegamos o bonde errado ou nos ofereceram o bonde errado. Ter
vergonha não é pecado. Por isso, é preciso entender que ter vergonha do que
fizemos é o inicio do caminho do recomeço.
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