O Vale do Aço já
não é mais o mesmo!
Diante da crise
política, econômica e moral por que passa o país, aprofundado pela a crise na
siderurgia mundial desde 2009 advinda da crise norte americana do “sub-prime” em
2008, acrescido do desmanche da Petrobrás praticado por um governo central
desastroso e corrupto coloca o Vale do Aço de joelhos diante de sua maior crise,
deixando a sociedade, simplesmente, atônita e impotente.
Sem perspectivas para
o curto prazo a sociedade do Vale do Aço assiste perplexa a ensossa
participação da atividade política da região, sem respostas concretas a uma
sociedade acostumada a grandes desafios e que sempre teve como seu ponto forte o
enfrentamento ao trabalho árduo, não se importando se ele acontece nas
proximidades de um Alto Forno com temperaturas elevadas ou na árdua utilização
dos neurônios em salas com ar condicionado, procurando dar sempre o melhor de
si para as empresas da região.
É naturalmente fácil
dizer agora diante das crises que atravessa o Vale do Aço que a cidade tem uma imensa
dependência das grandes empresas, mais particularmente, a dependência do aço
produzido por elas.
Mas o que se
observa mesmo é a inabilidade dos políticos de plantão sem nenhuma visão de
futuro para a região, uma vez que, nada fizeram e nada produziram nos tempos de
absoluta bonança, pois, é da natureza política se pensar o futuro seja de uma
sociedade, seja de uma região, seja de um empreendimento, seja de uma família
nos momentos de tranquilidade.
Neste contexto,
as cidades do Vale do Aço veem a arrecadação de impostos minguarem nas
prefeituras em função da fraca atividade das empresas principais e regionais. O
comércio assiste a queda nas vendas e o aumento dos inadimplentes. Lojas abrem
e fecham outras nem conseguem abrir. O turismo de negócios cai fazendo a
hotelaria regional transformar-se em espaços para atividades diversas. As pessoas que trabalham na
prestação de serviços como taxistas e restaurantes, dentre outros, sentem o
peso da crise.
A construção
civil vê a queda nos negócios. O nível de emprego se torna reduzido e chega a
bater mais de 9% da população ativa. Diante das incertezas reduzem-se os investimentos.
As prefeituras se fartam de dívidas e buscam o objetivo míope da rolagem de suas
dívidas, escalonam-se salários, suspendem-se a complementação de aposentadorias
de servidores e, por outro lado, creches são fechadas.
Nesta toada, empresas locais veem cortando empregos e
algumas já fecharam as portas. Investimentos foram engavetados, a arrecadação
pública caiu e a companhia que sempre foi o motor da região, a Usiminas, coloca
a população em suspense.
A siderurgia que se tornou atrativo maior para o surgimento
de uma variedade de empresas do setor metal mecânico e que, portanto, prosperou
junto com ela, padece agora as suas dificuldades.
Em Timóteo a situação não é diferente, a Aperam, maior
produtora de aço inox da América Latina, com sede em Luxemburgo, também tenta
absorver os efeitos da apatia da economia do país e dos mercados internacionais.
O grupo X, de Eike Batista, também deixou marcas na
região. Com o fim de suas empresas alimentadas com dinheiro do BNDES, pedidos
empresariais ficaram nos pátios das empresas locais que se debatem com a
segunda onda da Operação Lava Jato que vem desbaratando o mega esquema de
corrupção e propinas que envolvem as grandes construtoras do país e a
Petrobrás, onde as empresas do setor metal mecânico se ancoravam para fugir um
pouco da siderurgia em decadência.
Porém, a dinamização do setor metal mecânico prossegue
com vistas a oferta de serviços ao mercado da agroindústria e do setor de
energia elétrica, mais precisamente a indústria eólica e na busca da criação de um
centro de engenharia no Vale do Aço.
Mas, a solução para a região passa mesmo
por estabelecer um centro de excelência educativa nas escolas regionais, desde
o ensino básico até às universidades. Sem isso nada acontecerá de criativo por
aqui.
Será também necessário a construção de um
exemplar sistema de logística que passa por duplicações das BR 381 que liga
Belo Horizonte a Governador Valadares e da BR 458 que liga Ipatinga à estrada
Rio Bahia, no município de Inhapim, além da dinamização do transporte de carga
pela via ferroviária.
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