Uma série de
estudos denominados de “recompensa retardada” realizados no final dos anos
de 1960 e início dos anos de 1970 liderados pelo psicólogo Walter Mischel, professor
da Universidade de Stanford dos Estados Unidos da América, oferecia às crianças
uma escolha entre uma pequena recompensa entregue imediatamente ou duas
pequenas recompensas se ela esperasse até o retorno do pesquisador, por aproximadamente
15 minutos.
O propósito deste
estudo era entender como o mecanismo de controle da gratificação negada e a
habilidade de esperar para se obter algo que se queira mais adiante, se
manifestaria nas crianças.
O chamado experimento
do marshmallow tomou corpo então na Escola “Bing Nursery” localizada na “Universidade
de Stanford”, com crianças entre quatro e seis anos de idade como
objeto de estudo.
Assim, as
crianças foram deixadas em uma sala, isoladas de distrações, onde a tentação era
escolher
“cookie (bolacha), marshmallow (uma espécie de doce
muito apreciado por lá) ou pretzel stick (um biscoitinho na forma de palito)”.
As guloseimas foram
expostas em uma mesa, com uma cadeira próxima. As crianças podiam comer o
marshmallow, diziam os pesquisadores, mas se elas esperassem por quinze minutos
sem cair na tentação de comê-lo, elas seriam recompensadas com um segundo
marshmallow.
O professor Mischel
observou que algumas crianças queriam cobrir seus olhos com suas mãos ou
virar-se para que não vissem a guloseima, outras começavam a chutar a mesa,
puxar suas tranças, afagar o marshmallow como se ele fosse um pequeno bicho de
pelúcia, enquanto outras queriam simplesmente comer o marshmallow tão logo os
pesquisadores saíssem da sala.
Das mais de 600 crianças que fizeram parte
do experimento, somente a minoria comeu o marshmallow imediatamente. Um terço delas
postergou a recompensa por tempo suficiente para conseguir o segundo
marshmallow, e, verificou-se que a idade foi o maior determinante para a não
obtenção da gratificação.
Nos estudos de follow-up (acompanhamento),
o professor Mischel encontrou inesperadas correlações entre os resultados do
teste de marshmallow e o sucesso das crianças alguns anos mais tarde.
O primeiro estudo de follow-up, em 1988,
mostrou que as crianças da pré-escola que por mais tempo toleraram o
retardamento da recompensa, em um paradigma auto-imposto, foram descritas mais
de 10 anos depois, por seus pais, como adolescentes significantemente mais
competentes.
Um segundo estudo de follow-up, em 1990,
mostrou que a habilidade de retardar recompensas também estava correlacionada
com um melhor desempenho nos exames educacionais padronizados dos EUA.
Assim, a conclusão
do experimento provou que aquelas pessoas que conseguiram controlar o impulso
da sua satisfação imediata, se tornaram em média, pessoas adultas com mais
sucesso, tanto profissional quanto pessoal.
E você? O que
faria? Quanto
tempo você acredita que resistiria a um experimento deste?
Fazendo uma analogia com a atual crise
brasileira qual seria o seu comportamento? Seria o de resistência à crise ou o
de se afundar com ela?
Pense nisso!
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