A visita da
presidente brasileira nesta última quarta-feira aos Estados Unidos foi
caracterizada pela retomada das relações bilaterais entre as duas nações e trouxe
outras questões em destaque.
O meio ambiente ganhou um compromisso
conjunto de ampliação da participação de fontes renováveis em suas matrizes
elétricas num percentual de 20% de participação até 2030. Atualmente
os Estados Unidos têm uma participação de 12,9% dos recursos renováveis e o Brasil
possui apenas 7,8% de participação.
No Comércio ambos os governos anunciaram a intenção de assinar
um memorando para harmonizar normas técnicas, o que deve facilitar a entrada de
produtos brasileiros no mercado americano.
No setor pecuário, especificamente, o Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos publicou a chamada "decisão final", um comunicado que
reconhece o “status sanitário” do rebanho bovino brasileiro, abrindo,
potencialmente, as portas do mercado do país à carne “in natura” do Brasil,
encerrando uma negociação de mais de 15 anos.
Já a tão desejada
isenção de visto para turistas brasileiros ainda não foi alcançada. Porém, os
governos se comprometeram a tomar as medidas necessárias para que o Brasil
entre no programa "Global Entry" até a primeira metade de 2016,
facilitando os viajantes frequentes de entrar em filas ao passar pelos postos
de imigração na chegada aos Estados Unidos.
Assim como já
ocorre entre várias nações foi assinado um acordo de previdência social que vai
permitir que cidadãos brasileiros que trabalhem nos Estados Unidos (e
vice-versa) tenham suas contribuições à previdência reconhecidas em ambos os
países, evitando dupla contribuição, trazendo economicidade a ambos os países.
Por outro lado a
viagem ocorreu em meio a uma grave crise econômica e política por aqui, e a
visita da presidente Dilma Rousseff ao chefe do Executivo americano, Barack
Obama, contribuiu para atenuar o desgaste gerado com a baixa popularidade da
petista neste momento de fragilidade política.
A visão do lado americano é a de que os
avanços nessa retomada das relações ainda são tímidos, e o sucesso da viagem
vai depender de como
as
relações avançarão daqui para frente.
Assim, a disposição dos dois governos de
superar as turbulências do passado, que era o
principal objetivo da viagem, foi clara.
No entanto, especialistas
consideram que apesar de anúncios conjuntos importantes sobre compromissos para
combater mudanças climáticas e acordos de defesa, as principais questões da
relação bilateral não foram contempladas na viagem.
Não se viu
grandes decisões sobre como aumentar as relações comerciais entre os dois
países e se chegar a um patamar de aproximação tal como acontece com o México
ou China, por exemplo.
Não se tocou em declarações
públicas sobre assuntos de política externa, como o que acontece na Venezuela,
Síria e Irã, onde prevalecem discordâncias.
Se no campo político o principal objetivo
da viagem era o reaquecimento das relações, na área econômica a missão foi a de
reconquistar a confiança de investidores e empresários
americanos no Brasil.
A viagem, invariavelmente, teve a pecha de ser realizada em meio à crise econômica e ao agravamento da crise política por aqui, com novas denúncias dentro das investigações da “Operação Lava Jato” envolvendo o financiamento da campanha à reeleição da presidente.
Segundo analistas foi bem recebida a sinalização do governo brasileiro de mostrar disposição para maior abertura para investimentos no Brasil e para dialogar com o setor privado americano e percebeu-se boa vontade em relação às iniciativas do governo brasileiro de correção dos rumos da economia e na política fiscal. Porém, a deterioração da economia brasileira e o agravamento da crise política provocados pelas revelações da “Operação Lava Jato” provocam dúvidas no curto prazo.
A viagem, invariavelmente, teve a pecha de ser realizada em meio à crise econômica e ao agravamento da crise política por aqui, com novas denúncias dentro das investigações da “Operação Lava Jato” envolvendo o financiamento da campanha à reeleição da presidente.
Segundo analistas foi bem recebida a sinalização do governo brasileiro de mostrar disposição para maior abertura para investimentos no Brasil e para dialogar com o setor privado americano e percebeu-se boa vontade em relação às iniciativas do governo brasileiro de correção dos rumos da economia e na política fiscal. Porém, a deterioração da economia brasileira e o agravamento da crise política provocados pelas revelações da “Operação Lava Jato” provocam dúvidas no curto prazo.
Os americanos, por outro lado, não colocam
dúvidas a vontade do governo brasileiro de melhorar as relações, mas sim a
capacidade do governo brasileiro de fazer isso realmente acontecer, apesar de
considerarem os investimentos no Brasil algo interessante.
Considerar os americanos como parceiros é salutar, porém, o Brasil encontra-se em frangalhos, com um custo Brasil considerável, com marcos regulatórios insuficientes para aportar o capital externo e o ambiente negocial brasileiro é ruim. A tributação brasileira é exagerada e um ambiente cartorial e burocrata não ajudam.
Considerar os americanos como parceiros é salutar, porém, o Brasil encontra-se em frangalhos, com um custo Brasil considerável, com marcos regulatórios insuficientes para aportar o capital externo e o ambiente negocial brasileiro é ruim. A tributação brasileira é exagerada e um ambiente cartorial e burocrata não ajudam.
Não seria melhor
colocarmos rumo ao país, sairmos da improvisação de sempre, e arrumarmos
primeiro a casa, ajustarmos o país para atuar numa plataforma com recursos
externos, do que apenas salvar as contas públicas em estado de penúria?
Fica a sensação de
que tivemos 12 anos perdidos com o “lulopetismo” no poder com a demonização das
privatizações e concessões do passado, e do próprio Imperialismo Americano que
agora batemos à porta, numa espécie de réu confesso, recorrendo às mesmas práticas
deixadas de lado por longo tempo.
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