sexta-feira, 31 de julho de 2015

Falando de Política

Nestes tempos de crise política é interessante entendermos como funciona o sistema político brasileiro.
Assim, participar do processo político e poder eleger seus representantes é um direito de todo cidadão brasileiro. No entanto, a grande maioria da população vota em seus candidatos sem a mínima noção de como funciona o sistema político em questão.
Como sabemos, o Brasil é uma república federativa presidencialista. Por que república? Porque o Chefe de Estado é eletivo e temporário. Por que federativa? Porque os Estados são dotados de autonomia política. Por que presidencialista? Porque ambas as funções de Chefe de Governo e Chefe de Estado são exercidas pelo presidente da república, e o poder de Estado é dividido entre órgãos políticos distintos.
A teoria dos três poderes foi desenvolvida por Charles de Montesquieu em seu livro “O Espírito das Leis” (1748). Baseado na afirmação de que “só o poder freia o poder”, o mesmo afirmava que para não haver abusos, era necessário, por meios legais, dividir o Poder de Estado em Executivo, Legislativo e Judiciário. No Brasil, esses são exercidos respectivamente, pelo Presidente da República, Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 
O Executivo possui a função de fazer as leis funcionarem. Desta forma, é o executor das leis. O presidente pode vetar (impedir) ou sancionar (confirmar) as leis criadas pelo Legislativo, editar medidas provisórias, etc.
Por outro lado, o Legislativo é responsável por idealizar as leis e julgar as propostas do presidente, fiscalizando-o. Assim, o parlamento brasileiro é bicameral, ou seja, é composto por duas “casas”: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Qualquer projeto de lei deve primeiramente passar pela Câmara e depois, se aprovado, passa pelo Senado. Caso haja mudanças nos textos o projeto volta à Câmara dos Deputados para nova apreciação.
Já o Poder Judiciário deve interpretar as leis e fiscalizar o seu cumprimento, de acordo com a Constituição brasileira. O mesmo é composto por 11 juízes, escolhidos pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado.
No dia a dia dos mortais é comum ouvirmos menções às palavras, Direita e Esquerda normalmente para designar grupos antagônicos em um jogo político. Mas o que vem a ser, de fato, cada um desses termos?
Tudo começou na França no final do século XVIII. Seu sistema político era composto por três grupos, os chamados “Estados Gerais,” composto: do clero, da nobreza e do chamado terceiro estado, formado pelo “resto da população” (banqueiros, comerciantes, médicos, artesãos, etc.).
O terceiro estado era o único que tinha a obrigação de pagar os impostos, além de terem inúmeras limitações, como o fato de não poder ocupar cargos públicos, por exemplo. Foi assim, em razão da adoção de um modelo político injusto e dos privilégios dados a uma pequena parte da população, que se iniciou a Revolução Francesa. 
Os termos, Direita e Esquerda foram originados do fato de os membros do terceiro estado sentarem à esquerda do rei enquanto os do clero e da nobreza sentavam à direita. Assim se originaram esses conceitos, os quais os da Direita eram chamados de conservador e os da Esquerda era o grupo de oposição. 
De uma forma generalizada e superficial, os conservadores dão ênfase ao liberalismo econômico e a eficiência da economia, enquanto os esquerdistas possuem seu foco nos valores da igualdade e da solidariedade. Porém, o fato de ser da Direita ou da Esquerda é algo relativo e não permanente, uma vez que um partido, por exemplo, pode estar de um lado em um momento e de outro em outra instância, agindo conforme um jogo de interesses. Por isso, muitos consideram estas definições simplificadoras e enganosas, uma vez que os valores de cada grupo podem se tornar bastante contraditórios.
Muito em prática no Brasil a “cleptocracia” é outro termo interessante. Assim, a palavra “cleptocracia” significa “o Estado governado por ladrões”, literalmente. O termo se refere a um tipo de governo no qual as decisões são tomadas com extrema parcialidade, indo totalmente ao encontro de interesses pessoais dos detentores do poder político. 
Na “cleptocracia”, a riqueza é extraída de toda a população e destinada a um grupo específico de indivíduos detentores de poder. Muitas vezes são criados programas, leis e projetos sem nenhuma lógica ou viabilidade, que no fundo, possuem a função de beneficiar certos indivíduos ou simplesmente desviar a verba pública para os bolsos dos governantes. 
Dessa maneira recessão econômica e desintegração dos direitos civis são as principais conseqüências desse modelo de corrupção. Em tese, todos os Estados tendem a se tornar “cleptocratas”. No entanto, isso é evitado através do combate real dos cidadãos a essa situação, ou seja, a “cleptocracia” é eliminada por meio do capital social da sociedade, sempre vigilante.

A Penúria das Prefeituras ante a Crise

É sabido por todos que tornaram o gigante Brasil doentio, debilitado, mórbido. Porém a situação é mais profunda e, por conta disto, as prefeituras brasileiras, não estão de fora e, por isso mesmo, estão à míngua.
A situação financeira das prefeituras se deteriorou com a recessão econômica profunda a que se encontra o país.  E some-se a isso, o atraso no recebimento de verbas, o aumento de encargos com a manutenção da iluminação pública e maiores despesas com a folha de pagamento diante do encolhimento das receitas. E como não poderia ser diferente, o balanço da AMM (Associação dos Municípios Mineiros) prevê rombo nas contas públicas municipais.
Com recursos financeiros historicamente limitados, os municípios mineiros já sentem os efeitos dessa previsão e amargam uma de suas piores crises financeiras, agravada não somente pelo aumento da folha de pagamento, como também pelo ganho de novas competências, como a responsabilidade pela manutenção da iluminação pública agora com tarifaço, fazendo com que gestores municipais considerem a atual conjuntura como “assustadora”.
Para se ter uma idéia, somente em janeiro deste ano o Ministério da Saúde finalizou a transferência de recursos de outubro, novembro e dezembro do ano passado para procedimentos de média e alta complexidade nos hospitais. Segundo a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o atraso correspondeu a R$ 168 milhões, se considerados apenas os 746 municípios mineiros que recebem a verba federal por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES). As queixas de atrasos se estendem também a outros repasses da saúde, além de recursos relativos aos royalties do petróleo e de fomento às exportações a municípios vinculados a esses repasses.
Estudo da AMM aponta ainda que o aumento da principal fonte de renda da maior parte das cidades, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), não vai representar ganho real nas receitas, frente ao peso da inflação, do aumento do salário mínimo e do piso salarial dos professores. A entidade prevê também que a manutenção da iluminação pública, que passou este ano a ser de responsabilidade das prefeituras, vai trazer impacto de 30% nos orçamentos municipais.
Os municípios não têm crescimento de receita na mesma proporção das despesas dizem os especialistas. E levantamento da AMM mostra que o valor estimado pelo governo federal para o FPM dos municípios mineiros é de R$ 9,5 bilhões, apenas 3,5% maior em relação à estimativa do ano passado, que foi de R$ 9,2 bilhões onde o percentual repassado é quase a metade da variação no período entre 2013 e 2014, que foi de 7,7%.
Outro agravante, segundo a AMM, é o fato de o governo não cumprir com as estimativas iniciais do FPM, previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA). Apesar de ter sido anunciado no ano passado FPM de R$ 9,2 bilhões, o repasse aos municípios foi, na verdade, de apenas R$ 8,4 bilhões. O que significa que o governo federal não vem cumprindo com o que fora previsto na lei orçamentária da união, o que traz uma perda próxima de 10% aos municípios.
Por outro lado, houve aumento nos preços da gasolina, dos alimentos, dentre outros itens que oneram as prefeituras, o que na prática faz com que as prefeituras convivam com um congelamento nos repasses da merenda e do transporte escolar.
Gestores públicos consideram a situação como “caótica” e afirmam “estamos numa situação de dificuldade que nunca se viu antes. As responsabilidades estão cada vez maiores e não há transferências adequadas de recursos aos municípios”.
Especialistas comentam que os agravantes da crise, vão além do atraso nos repasses do FPM, pois a queda de arrecadação dos municípios, já se verifica na arrecadação do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e somente a elevação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis significou um incremento de R$ 113 milhões nas contas das municipalidades mineiras.
Segundo a coordenação do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça e Defesa da Saúde de Minas, pela primeira vez, houve atraso considerável no pagamento dos repasses do SUS aos municípios levando hospitais a suspenderem serviços de atendimento, o que dá a dimensão da situação delicada que atravessa também a área da saúde dos municípios. 

domingo, 19 de julho de 2015

O Tarifaço da Energia Elétrica

O atual tarifaço da energia elétrica brasileira teve seu começo não numa festa de São João, como em uma famosa canção do compositor carioca Noel Rosa, mas num pronunciamento em cadeia de rádio e televisão pela Senhora Presidente da República do Brasil em janeiro de 2013, o qual diz:

“Na próxima terça-feira (…) vou ter o prazer de anunciar a mais forte redução de que se tem notícia, neste país, nas tarifas de energia elétrica das indústrias e dos consumidores domésticos. A medida vai entrar em vigor no início de 2013. A partir daí todos os consumidores terão sua tarifa de energia elétrica reduzida, ou seja, sua conta de luz vai ficar mais barata. Os consumidores residenciais terão uma redução média de 16,2%. A redução para o setor produtivo vai chegar a 28%, porque neste setor os custos de distribuição são menores, já que opera na alta tensão. Esta queda no custo da energia elétrica tornará o setor produtivo ainda mais competitivo. Os ganhos, sem dúvida, serão usados tanto para redução de preços para o consumidor brasileiro como para os produtos de exportação, o que vai abrir mais mercados, dentro e fora do país. A redução da tarifa de energia elétrica vai ajudar também, de forma especial, as indústrias que estejam em dificuldades, evitando as demissões de empregados.

Pois é, diante de tanta arrogância, mentiras e falta de espírito público a Senhora Presidente fez apenas o que não convém a nenhum dirigente público. Fez uma redução do preço de energia elétrica por decreto, não levando em consideração as condições mercadológicas das empresas do setor, o que nos custou e ainda nos custa R$ 105 bilhões.
Para se ter uma idéia o rombo causado pelo apagão de 2001 custou aos cofres públicos R$ 25 bilhões e o rombo de agora corresponde a quatro vezes mais o de 2001. E o ajuste fiscal de arrocho aos brasileiros, tenta arrecadar R$ 66 bilhões e gerar um superávit fiscal de 1,2% do PIB brasileiro.
A baixa forçada do preço da energia elétrica deixou as empresas do ramo, sem margem de lucratividade, trazendo um rombo para o caixa das mesmas. As empresas tiveram então que se socorrer no setor bancário solicitando um papagaio (dinheiro emprestado) para suprir a lacuna de seus caixas. Mas o besteirol da tal medita continuou fazendo estragos, baixando os preços através de subsídios aos consumidores, tanto para as indústrias quanto para as residências através de recursos do Tesouro Nacional, ou seja, do dinheiro recolhido dos impostos pagos pela população, fazendo assim uma redução artificial de preços.
Resultado, as empresas se endividaram com os empréstimos bancários para fazer frente a seu caixa, o setor se desorganizou e a conta veio agora para todos nós. Bacana, não?
Atualmente a nossa conta mensal de energia elétrica é um cabide de impostos e taxas embutidos para cobrir os empréstimos bancários das empresas, além de um valor para cobrir a utilização de energia proveniente das chamadas Termoelétricas (geração de energia à base de óleo diesel, de alto custo), cujo sistema foi implantado nos anos noventas para operar apenas como um “buffer” (reserva), em momentos de dificuldades na geração de energia através de turbinas movidas a água, as chamadas hidroelétricas.
Diante de tanta lambança, caso estivéssemos num Sistema Parlamentarista de governo, essa pérola administrativa, por si somente, já fazia cair a tal “presidente” juntamente com todos os seus ministros.
Assim, o tarifaço incluiu na conta de energia elétrica para o consumidor, além dos aumentos habituais concedidos às operadoras do sistema, o repasse do aumento de preço da eletricidade de Ipaipú (concedido ao governo de Fernando Lugo do Paraguai pelo então presidente brasileiro, o Sr. Luiz Inácio LULA da Silva); a cobrança dos subsídios dados antes da eleição de 2014, pela atual presidente, o qual ficou conhecido como redução na conta de energia elétrica dos brasileiros, que nos custa agora, R$ 9 bilhões. E para algumas empresas este tarifaço pode chegar a 60% de aumento na conta de energia elétrica.
Segundo especialistas,         à época do anúncio da redução de energia, o país já necessitava de se organizar para um racionamento de energia elétrica, porém, a redução do preço da energia trouxe aumento de consumo que disparou nas residências, e criou um buraco no caixa das empresas que tiveram que se socorrer aos bancos e também ao Tesouro Nacional, ou seja, tudo o que agora vemos repassado aos consumidores na forma de aumento da energia.
É preciso ainda lembrar que o alto custo da energia no país chega a compor até 45% do custo das indústrias, o que diminui sobremaneira a lucratividade empresarial.
Precisamos entender e, principalmente, o governo que o setor energético precisa deixar de ser visto como um mero coletor de impostos, e sim como um setor fundamental ao crescimento da economia brasileira.
É preciso tornar as nossas indústrias mais competitivas, e para isso é fundamental que pensemos em uma grande reformulação no quadro tributário e de encargos ao setor elétrico, antes que nos cobre até pela
luz do sol.

A visita da Presidente brasileira aos Estados Unidos

A visita da presidente brasileira nesta última quarta-feira aos Estados Unidos foi caracterizada pela retomada das relações bilaterais entre as duas nações e trouxe outras questões em destaque.
O meio ambiente ganhou um compromisso conjunto de ampliação da participação de fontes renováveis em suas matrizes elétricas num percentual de 20% de participação até 2030. Atualmente os Estados Unidos têm uma participação de 12,9% dos recursos renováveis e o Brasil possui apenas 7,8% de participação.
No Comércio ambos os governos anunciaram a intenção de assinar um memorando para harmonizar normas técnicas, o que deve facilitar a entrada de produtos brasileiros no mercado americano.
No setor pecuário, especificamente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos publicou a chamada "decisão final", um comunicado que reconhece o “status sanitário” do rebanho bovino brasileiro, abrindo, potencialmente, as portas do mercado do país à carne “in natura” do Brasil, encerrando uma negociação de mais de 15 anos.
Já a tão desejada isenção de visto para turistas brasileiros ainda não foi alcançada. Porém, os governos se comprometeram a tomar as medidas necessárias para que o Brasil entre no programa "Global Entry" até a primeira metade de 2016, facilitando os viajantes frequentes de entrar em filas ao passar pelos postos de imigração na chegada aos Estados Unidos.
Assim como já ocorre entre várias nações foi assinado um acordo de previdência social que vai permitir que cidadãos brasileiros que trabalhem nos Estados Unidos (e vice-versa) tenham suas contribuições à previdência reconhecidas em ambos os países, evitando dupla contribuição, trazendo economicidade a ambos os países.
Por outro lado a viagem ocorreu em meio a uma grave crise econômica e política por aqui, e a visita da presidente Dilma Rousseff ao chefe do Executivo americano, Barack Obama, contribuiu para atenuar o desgaste gerado com a baixa popularidade da petista neste momento de fragilidade política.
A visão do lado americano é a de que os avanços nessa retomada das relações ainda são tímidos, e o sucesso da viagem vai depender de como
as relações avançarão daqui para frente.
Assim, a disposição dos dois governos de superar as turbulências do passado, que era o principal objetivo da viagem, foi clara.
No entanto, especialistas consideram que apesar de anúncios conjuntos importantes sobre compromissos para combater mudanças climáticas e acordos de defesa, as principais questões da relação bilateral não foram contempladas na viagem.
Não se viu grandes decisões sobre como aumentar as relações comerciais entre os dois países e se chegar a um patamar de aproximação tal como acontece com o México ou China, por exemplo.
Não se tocou em declarações públicas sobre assuntos de política externa, como o que acontece na Venezuela, Síria e Irã, onde prevalecem discordâncias.
Se no campo político o principal objetivo da viagem era o reaquecimento das relações, na área econômica a missão foi a de reconquistar a confiança de investidores e empresários americanos no Brasil.
A viagem, invariavelmente, teve a pecha de ser realizada em meio à crise econômica e ao agravamento da crise política por aqui, com novas denúncias dentro das investigações da “Operação Lava Jato” envolvendo o financiamento da campanha à reeleição da presidente.
Segundo analistas foi bem recebida a sinalização do governo brasileiro de mostrar disposição para maior abertura para investimentos no Brasil e para dialogar com o setor privado americano e percebeu-se boa vontade em relação às iniciativas do governo brasileiro de correção dos rumos da economia e na política fiscal. Porém, a deterioração da economia brasileira e o agravamento da crise política provocados pelas revelações da “Operação Lava Jato” provocam dúvidas no curto prazo.
Os americanos, por outro lado, não colocam dúvidas a vontade do governo brasileiro de melhorar as relações, mas sim a capacidade do governo brasileiro de fazer isso realmente acontecer, apesar de considerarem os investimentos no Brasil algo interessante.
Considerar os americanos como parceiros é salutar, porém, o Brasil encontra-se em frangalhos, com um custo Brasil considerável, com marcos regulatórios insuficientes para aportar o capital externo e o ambiente negocial brasileiro é ruim. A tributação brasileira é exagerada e um ambiente cartorial e burocrata não ajudam.  
Não seria melhor colocarmos rumo ao país, sairmos da improvisação de sempre, e arrumarmos primeiro a casa, ajustarmos o país para atuar numa plataforma com recursos externos, do que apenas salvar as contas públicas em estado de penúria?
Fica a sensação de que tivemos 12 anos perdidos com o “lulopetismo” no poder com a demonização das privatizações e concessões do passado, e do próprio Imperialismo Americano que agora batemos à porta, numa espécie de réu confesso, recorrendo às mesmas práticas deixadas de lado por longo tempo.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Olhando para 2022

Lembram-se da máquina de escrever? Há pelo menos duas décadas, os computadores roubaram o espaço das máquinas de escrever e o último modelo foi fabricado em 2011.
Pois é! Assim como esse tipo de indústria, outros negócios podem desaparecer até 2022. É o que diz uma pesquisa realizada pela YEC – “Young Entrepreneur Council”, dos Estados Unidos. 
Assim, as empresas de táxis podem desaparecer. Aplicativos que localizam, chamam ou agendam um táxi podem fazer com que as empresas administradoras de frotas desapareçam nos próximos anos. De acordo com estudos e registros “apps” (aplicativos) como “Uber” (aplicativo para dispositivo móvel) e “Lyft” (contato direto a aplicativos), já começaram a desintegrar esses serviços nos Estados Unidos.
Os telefones residenciais tendem a desaparecer com o tempo. Ou seja, ter um telefone fixo em casa pode se tornar obsoleto antes mesmo de 2022 e a razão para isso são os telefones móveis que estão por toda parte. Nos Estados Unidos, o número de “smartphones” (telefones inteligentes) já ultrapassou os telefones fixos como também aqui no Brasil. E lembrar que o primeiro telefone fixo chegou ao Brasil como presente para Dom Pedro II, e então as centrais telefônicas começaram a ser instaladas principalmente no sudeste e sul brasileiro.
Outra indústria que pode estar com os dias contados é a de cartões de plástico. Isso porque, de acordo com pesquisas, cedo ou tarde, eles deverão ser substituídos por meios de pagamentos móveis. 
Os cinemas também entram para a lista. Para os pesquisadores, os cinemas também tendem a desaparecer até 2022. Hoje, tecnologias como HDTV e sistemas digitais de som têm feito com que muita gente prefira ver filmes em casa.  
CDs, DVDs, cartões de memória e outros, também não se sustentam. Com o aumento da presença de armazenamento de dados em nuvem e serviços de “streaming” (transmissão) e muitas outras formas de guardar informações farão o fim dos CDs e DVDs.
TV a cabo é outro dilema. A internet tem mudado a maneira de como assistimos vídeos. De acordo com a pesquisa, como a internet de alta velocidade atinge muitos lugares e lares, não haverá daqui a algum tempo a necessidade de se pagar por um serviço a cabo. 
As carteiras de couro que normalmente acomodam dinheiro e cartões, também devem se tornar acessórios dispensáveis nos próximos anos. Em um futuro próximo, as pessoas terão tudo que precisam para pagar uma conta em seus “smartphones”.  
Os atendentes de “fast food” (alimentação rápida) que se cuidem. A pesquisa mostrou que os atendentes de redes como “McDonald’s e Burger King” também podem desaparecer nos próximos anos. De acordo com o levantamento, os clientes não estão interessados na maneira como eles são atendidos, mas sim em conseguir o lanche que desejam com rapidez.
Já as profissões que devem desaparecer no futuro são muitas. A de carteiro, por exemplo, vem impactada pela tecnologia. E a carreira de repórter de jornal impresso também não tem futuro nada animador.
Os Caixas de Banco também vêm entrando em dificuldades. Com o dinheiro cada vez mais eletrônico e processos automatizados mesmo para procedimentos de reconhecimento do cliente, como identificação biométrica, vai ficar cada vez mais difícil encontrar caixas nos guichês dos bancos.
Atendentes de Telemarketing entram em rota de queda, pois o atendimento via máquinas que imitam um atendente simpático já faz parte da realidade. Por meio da inteligência artificial, os robôs saberão identificar os problemas e propor soluções, colocando assim, fim aos serviços de atendentes.
Os Metalúrgicos devem se atentar para os novos momentos. Assim, os que não forem substituídos pela atividade robótica provavelmente estarão localizados em países de mão de obra barata como hoje já acontece como Índia e China, e mais adiante no Vietnã.
Os Recepcionistas que fiquem de olho. Algumas empresas, como a Microsoft, já estudam a instalação de recepcionistas virtuais na entrada dos seus edifícios. Segundo o futurólogo “Ian Pearson” ao se automatizar a rotina se humaniza as pessoas, deixando que as máquinas façam o que cabe a elas fazerem para que os homens façam o que cabe a eles fazerem.
Outras profissões desgastadas com o tempo e sendo substituídas pela tecnologia são: agricultor, leitor de medidor, agente de viagem, lenhador, comissário de bordo, operador de furadeira, funcionário de gráfica e fiscal de impostos.
Lembre-se. Nada do que foi dito acima tem o intuito de desanimar qualquer profissional que seja, mas sim o de fazer com que os ocupantes dos cargos se posicionem melhor dentro das novas perspectivas do chamado mundo moderno.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Vai um pouco de Marshmallow, aí?

Uma série de estudos denominados de “recompensa retardada” realizados no final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970 liderados pelo psicólogo Walter Mischel, professor da Universidade de Stanford dos Estados Unidos da América, oferecia às crianças uma escolha entre uma pequena recompensa entregue imediatamente ou duas pequenas recompensas se ela esperasse até o retorno do pesquisador, por aproximadamente 15 minutos.
O propósito deste estudo era entender como o mecanismo de controle da gratificação negada e a habilidade de esperar para se obter algo que se queira mais adiante, se manifestaria nas crianças.
O chamado experimento do marshmallow tomou corpo então na Escola “Bing Nursery” localizada na “Universidade de Stanford”, com crianças entre quatro e seis anos de idade como objeto de estudo.
Assim, as crianças foram deixadas em uma sala, isoladas de distrações, onde a tentação era escolher “cookie (bolacha), marshmallow (uma espécie de doce muito apreciado por lá) ou pretzel stick (um biscoitinho na forma de palito)”.
As guloseimas foram expostas em uma mesa, com uma cadeira próxima. As crianças podiam comer o marshmallow, diziam os pesquisadores, mas se elas esperassem por quinze minutos sem cair na tentação de comê-lo, elas seriam recompensadas com um segundo marshmallow.
O professor Mischel observou que algumas crianças queriam cobrir seus olhos com suas mãos ou virar-se para que não vissem a guloseima, outras começavam a chutar a mesa, puxar suas tranças, afagar o marshmallow como se ele fosse um pequeno bicho de pelúcia, enquanto outras queriam simplesmente comer o marshmallow tão logo os pesquisadores saíssem da sala.
Das mais de 600 crianças que fizeram parte do experimento, somente a minoria comeu o marshmallow imediatamente. Um terço delas postergou a recompensa por tempo suficiente para conseguir o segundo marshmallow, e, verificou-se que a idade foi o maior determinante para a não obtenção da gratificação.
Nos estudos de follow-up (acompanhamento), o professor Mischel encontrou inesperadas correlações entre os resultados do teste de marshmallow e o sucesso das crianças alguns anos mais tarde. 
O primeiro estudo de follow-up, em 1988, mostrou que as crianças da pré-escola que por mais tempo toleraram o retardamento da recompensa, em um paradigma auto-imposto, foram descritas mais de 10 anos depois, por seus pais, como adolescentes significantemente mais competentes.
Um segundo estudo de follow-up, em 1990, mostrou que a habilidade de retardar recompensas também estava correlacionada com um melhor desempenho nos exames educacionais padronizados dos EUA.
Assim, a conclusão do experimento provou que aquelas pessoas que conseguiram controlar o impulso da sua satisfação imediata, se tornaram em média, pessoas adultas com mais sucesso, tanto profissional quanto pessoal.
E você? O que faria? Quanto tempo você acredita que resistiria a um experimento deste?
Fazendo uma analogia com a atual crise brasileira qual seria o seu comportamento? Seria o de resistência à crise ou o de se afundar com ela?
Pense nisso!