Pesquisas demonstram que disputas entre parentes são responsáveis pelo fim de 65% das companhias familiares no Brasil e no Mundo. Porém empresas brasileiras e exteriores estão escapando a esse destino e se perpetuando através de gerações.
Assim o caminho para sair desta fatalidade é aproximar os mais novos do dia a dia da empresa. Em empresas como a francesa Hermes que atualmente está em sua sétima geração, os jovens começam a visitar as diversas unidades de negócio a partir dos dez anos de idade.
Uma alternativa muito utilizada é estabelecer critérios para a contratação de parentes. No grupo gaúcho de mídia RBS o neto do fundador fez MBA em Harvard e teve dois negócios próprios – uma distribuidora de doces em Porto Alegre e uma agência de publicidade em Nova York, antes de assumir a vice-presidência da empresa.
Outras empresas utilizam-se do expediente de estimular os herdeiros a ganhar experiência em outros negócios. Isso aconteceu com a rede de serviços de São Paulo, a DPaschoal que montou um negócio completamente diferente do seu – uma academia de ginástica – para que descendentes da terceira geração aprendessem gestão na prática. Quando seus membros já estavam prontos para ocupar tanto o conselho de administração como a assembléia de acionistas, a academia foi vendida.
Criar um plano de sucessão para acionistas também é prática recomendada. O grupo mineiro Algar, foi dividido em três holdings para abrigar os três núcleos da família Garcia. As sucessões acontecem sempre dentro das holdings e são feitas cedo – os quarenta integrantes da quarta geração, hoje na idade dos trinta anos, já estão começando a receber suas ações. Fazendo com que se evite disputas pela herança de seus pais.
Uma alternativa interessante e que vem dando muito certo é a de contratar um diretor de relações com a família. Isso aconteceu na americana Brown-Forman, fundada em 1870, fabricante do uísque Jack Daniel’s onde o papel desse profissional é lidar com os familiares – a ele cabe desde organizar cursos para esse pessoal até contratar estagiários para a empresa entre os jovens herdeiros.
No mais é focar as decisões no longo prazo, pelo menos, vinte anos a frente; manter a cultura familiar de qualidade mesmo com a empresa em expansão; para algum membro da família ocupar algum tipo de cargo deve-se estabelecer requisitos como para qualquer outro candidato como ter experiências em outras companhias e conhecimento profundo do setor.
Acredito que cada organização tem seus aspectos distintos, como também a solução a ser dada. O assunto é no mínimo desafiador, levando em questão que os interesses dos herdeiros são genuínos e é de direito. Parto do principio da necessidade de separa o papel do dono e do gestor, o que percebo que nas empresas há uma confusão entre estes papeis, o empreendedor concebe e constrói implementando seu vigor e determinação e assim nasce o império, mas nem sempre deixa estruturada a visão de dono, entendendo que independente da atividade a empresa é um negocio e os proprietários acionistas devem tomar a melhor decisão em detrimento dos interesses pessoais, alias “estamos falando é de dinheiro”. A concepção do negocio já foi executada, o desafio é a continuidade do mesmo e a construção da espinha dorsal do negocio é de fundamental necessidade. Fazendo isto, os herdeiros com uma visão de investidores que tem no seu futuro um negocio, é que conseguem definir os caminhos a ser dados pelos gestores sendo da família ou não. Conservar o negócio e amplia-lo no mercado é mais importante do que sucumbir a gestão. Planejar, acompanhar e cobrar os resultados é o destino e o desafio para os novos proprietários, que no primeiro momento terá que esta inserido no mercado sentindo as nuances, o movimento e o posicionamento da empresa neste mercado. Como tinha dito o assunto é amplo e instigador, e eu como comentarista, sinto na pele os efeitos desta transição. Este é de fundamental importância e devem estar na agenda de todas as famílias que deseja fazer uma transição patrimonial saudável.
ResponderExcluirAntonio Jose Moreira
Diretor Comercial
FACEME
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Realmente a transição de gerações é ampla e gira em torno de diversos fatores, entre eles os interesses pessoais.
ResponderExcluirEm contato com diversas empresas familiares, percebo que há um choque de interesses devido às diferenças de idade e, consequentemente, de idéias. O que foi feito a 20 ou 30 anos não é mais utilizado e a desatualização de processos e procedimentos.
Sábias as palavras de um grande gerente (e líder) que tive em minha carreira profissional: "As empresas são perenes, mas as pessoas se vão". Este é o grande desafio não só das empresas familiares, pois as pessoas não são eternas.
Charles Magalhães
Consultor
Essentiali Consultoria e Treinamento
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(31) 8484-1162