quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Transformação Digital

A Transformação Digital tem como significado o uso de tecnologias para aumentar de forma significativa, o desempenho e o alcance das empresas por meio de mudanças que façam as pessoas entenderem de qual maneira os novos negócios serão realizados diante das chamadas plataformas digitais.
Desse modo, podemos perceber que a tecnologia não tem neutralidade; e, toda vez que ela surge no mundo ela vem também para nos transformar.  
Assim, o ser humano é uma “tecno-espécie”, que se transforma diante da tecnologia e, ao mesmo tempo, processa transformações nessa mesma tecnologia. Esse comportamento acontece desde o início dos tempos, na história da humanidade.
Nos dizeres de Marshall MacLuhan: “Os homens criam as ferramentas, e as ferramentas recriam os homens”. Ou seja, quando muda a tecnologia o homem também muda.
Sabemos que o mundo passou por várias mudanças: a Era Agrícola; a Era  Industrial; a Era do conhecimento; e agora a Era Cognitiva, à qual constatamos a potencialização da interação do homem com a máquina.
A era agrícola só foi possível por causa da tecnologia da oralidade. A escrita estruturou a hierarquia e a humanidade de um jeito que durou séculos até chegarmos à era industrial através da escrita.
Atualmente as mudanças acarretam, não somente, uma mudança na tecnologia, mas também uma mudança de  mentalidade.
Dentro deste contexto, as tecnologias digitais estão fazendo para o cérebro humano hoje, o que a máquina a vapor fez com as tecnologias mecânicas para o musculo humano no passado.
As discussões de emprego no século retrasado é a mesma que temos hoje. Porém, a diferenciação do ontem para o hoje se dá ou acontece num nível mais elevado. Ou seja, agora estamos discutindo a substituição não mais apenas de músculos, mas a substituição de cérebros. O que reabre a discussão sobre a ética de humanos e da própria máquina com a inteligência artificial.
A transformação digital não se trata, apenas, da transformação de instrumentalização, mas da busca de uma nova mentalidade através de uma transformação mental. E esse é um dos grandes desafios para as empresas, para as sociedades e para a política. Pois, rever a tecnologia parece algo mais simples do que rever ou mudar a cultura das pessoas.
Estamos vivenciando o cibridismo que é o estar ON ou OFF (line) ao mesmo tempo e isto tem trazido uma mudança no comportamento dos consumidores, pois nos replicamos e nos expandimos pelo meio digital.
Por outro lado, nosso cérebro cresceu e se expandiu para fora de nossas cabeças com o apoio da inteligência artificial, das conexões e acelerou os processos empresariais, individuais, etc. E diante dessa aceleração, parece que não daremos conta de tudo, sem a ajuda dos computadores, sem os assistentes digitais. Assim seremos cada vez mais dependentes de nossas máquinas.
Mr. Filer, um arquiteto visionário norte americano foi uma das primeiras pessoas a perceber que o mundo estava se acelerando. Isso aconteceu no século passado e ele começou então a medir quanto tempo demorava para o conhecimento dobrar no mundo. Ele, então começou seus estudos no ano 1 da era Cristã e aí ele viu que a primeira dobrada de conhecimento foi no ano de 1500, depois a segunda dobrada foi à 250 anos depois. Em 1900 seus registros somaram 100 anos para dobrar o conhecimento no mundo. Em 1945, demorava-se 25 anos. Em 2015 dobramos o conhecimento da humanidade a cada 13 meses. Já a previsão para 2020 é a de que a dobra do conhecimento se dará a cada 12 horas. O que chega a ser espantoso!
Outro aspecto a perceber é o de que a transformação digital não acontece igualmente para todos. Segundo William Gibson o futuro já chegou, mas ele não está igualmente distribuído. Ele não acontece igualmente para todos.
Desse modo, a tecnologia vem mudando, exponencialmente tudo, ou quase tudo, num ritmo bem maior do que o da sociedade, do que o da cultura, do que os negócios e a política.  
Outro ponto a considerar é que estamos nos tornando quase todos conectados. O que parece mais caos do que inteligência (smart).
Veja que, não é porque uma pessoa esteja conectada que ela se tornou inteligente automaticamente. Note que para se tornar inteligente (smart) é preciso colocar uma camada de inteligência acima das conexões e dos dados. E isso é uma discussão interessante.
Assim, com toda essa atualização da digitalidade, com toda essa aceleração do cotidiano, cabe outro questionamento: qual seria então o futuro da humanidade? Para onde estamos caminhando? Sabemos apenas que esta é uma discussão acadêmica a qual ainda não temos resposta.  

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