A Nippon Steel
& Sumitomo Metal, a Usiminas, a cidade de Ipatinga, Minas Gerais e o Brasil
comemoram o pujante Acordo Lanari-Horikoshi por seus 60 anos de existência.
Em realidade, se
comemora seis décadas do convênio de intenções entre Brasil e Japão para a
fundação da Usiminas. Portanto, um acordo muito especial, o qual, simplesmente,
viabilizou a existência da Usiminas, assim como por extensão, a existência da
cidade de Ipatinga, o crescimento do estado de Minas Gerais e de todo o Vale do
Aço.
Esse audacioso e
auspicioso acordo Lanari-Horikoshi que faz a junção dos nomes de Amaro Lanari
Júinior – presidente da Usiminas à época, e de Teizo Horikoshi, Bacharel em
Direito e representante do governo japonês, marcou assim, o início da maior
empresa siderúrgica da América Latina; o início da industrialização brasileira
e o posicionamento do Japão como detentor de tecnologia para produção de bens
de capital, em destaque a siderurgia, com bagagem tecnológica para implantação
das indústrias de base em qualquer lugar do planeta, o que sinalizou,
evidentemente, a inserção japonesa no cenário mundial desse seguimento.
A
confraternização da assinatura do acordo nos evoca a formalização do
compromisso de participação japonesa na construção da Usiminas e ao primeiro investimento externo em grande escala do
Japão a outro país, após a 2ª Guerra Mundial; assim como a concretização do
sonho de industrialização brasileira promovido por Juscelino Kubitschek e
marcou a transformação do país, de simples exportador de minério de ferro para
um grande produtor de aço de competitividade internacional.
Desse modo, profissionais de países distintos, precisaram superar as
barreiras do idioma e da distância, para se unirem num projeto que colocou Minas
Gerais no rol da siderurgia mundial e contribuiu para gerar o embrião de
pesquisa e tecnologia que ainda hoje define a Usiminas.
Assim, a
inicialização da indústria de base brasileira facilitou a produção de produtos indispensáveis para atender a
demanda nacional das indústrias naval, automobilística, petrolífera e mecânica
pesada.
O projeto
Usiminas traz consigo uma circunstancia curiosa, pois ele somente se tornou viável
graças a dois fatores importantes à época: a posse do mineiro Juscelino Kubitscheck
de Oliveira na Presidência da República do Brasil e a participação do Japão,
que percebeu no empreendimento, a possibilidade de fomentar seu parque de
máquinas e equipamentos, o que ajudaria a nação do Sol Nascente a se recuperar
das dificuldades do pós-guerra.
O prosseguimento
do projeto e as atividades na Usiminas nos trouxe um legado diferenciado, caracterizado
pela transferência de tecnologia e a formação de profissionais brasileiros especializados,
que junto aos japoneses imprimiram um padrão de produtividade, de inovação
tecnológica e de qualificação dos produtos aos consumidores diretos da empresa.
Dessa maneira, a
automatização de processos, a prática do “Just in Time” (produção sob
demanda) e o controle de qualidade total (que daria origem aos certificados de
qualidade ISO), se tornaram conceitos, totalmente, absorvidos na Usiminas e
reverberados nas empresas fornecedoras e parceiras do empreendimento; o que
podemos considerar como um modelo para a
nova concepção de indústria 4.0 – as chamadas fábricas inteligentes!
Interessante
notar que muitas pessoas que passaram pela Usiminas e compartilharam a
construção recíproca da Usiminas e da cidade de Ipatinga, não perceberam ou não
conseguiram mensurar a extensão e grandiosidade de tudo isso que aconteceu por
aqui; e que transformou o pequeno vilarejo de Ipatinga na grandiosa cidade de hoje;
assim como, na grandeza da região do Vale do Aço e do próprio estado de Minas
Gerais que teve seu nome destacado, mundialmente, através do aço fabricado na
Usiminas, aqui em Ipatinga; o qual também patrocinou o crescimento de um grande
contingente de pessoas, que direta ou
indiretamente, cresceram junto com esse venturoso projeto.
Diante de um contexto
mundial desafiador e considerando os atuais estágios do
desenvolvimento econômico, industrial e tecnológico das duas nações,
fica evidente a necessidade do aprofundamento das relações nipo-brasileiras como
caminho natural para novos empreendimentos e parcerias, utilizando-se das
expertises presentes em ambas às nações.
Temos ainda muito a aprender com o
conhecimento, o senso de superação e a organização dos japoneses através de sua
cultura milenar inspirada na confiança, no respeito mútuo, na harmonia e no
equilíbrio.
Considerando uma dinâmica de educação e
bons costumes, acredito que seja interessante agradecer ao Japão e aos
japoneses por ter colaborado conosco na construção e funcionamento desse virtuoso
projeto, aqui em Ipatinga, transformando intensões preliminares na maior Usina Siderúrgica
da América Latina. Pois, Brasil e Japão se traduzem em uma história de grandes
encontros.
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