quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O Ensino Médio nos Estados Unidos da América

Nestes tempos de discussão sobre o ensino médio brasileiro e as suas dificuldades é interessante entender como funcionam as escolas correlatas no chamado primeiro mundo.
EUA, Canadá, Inglaterra e Austrália trabalham com escolas de excelência onde o jovem é o centro de tudo. Essas escolas dão a seus jovens uma base essencial de conhecimento acrescida da possibilidade de o próprio jovem poder escolher a sua trajetória de conhecimento dentro da escola.
Olhemos para o modelo americano que guarda relação com os demais países citados. O que é, de fato, o “High School” americano? O que os alunos estudam e aprendem? Quais as diferenças para o ensino médio brasileiro?
O modelo americano de ensino é bastante flexível e, por isso mesmo, faz com que os alunos tenham liberdade para escolher as disciplinas com as quais tenha mais afinidade. Desse modo, é possível, portanto, estudar Antropologia, Direito Constitucional e Astronomia, dentre outras, focando assim nas matérias às quais o aluno mais goste.
Isso não quer dizer que não existam disciplinas mais específicas que vão muito além das tradicionais Física, Química e Biologia.
Relatos de alunos registram que eles têm a sensação de já estarem cursando uma faculdade, o que eles acham bastante interessante.
No atual modelo brasileiro o aluno não tem flexibilidade nenhuma em seu currículo de formação. Por aqui o aluno passa o ano inteiro estudando de 6 a 12 disciplinas sendo que nenhuma delas tenha sido uma opção do aluno, o que é lamentável. Aliás, isto é o que se deseja corrigir por aqui com as recentes medidas governamentais.
Estudantes que tiveram experiência de estudar nos Estados Unidos acreditam que pelo fato de os alunos terem a possibilidade de escolher as matérias às quais deseja estudar fazem com que as turmas sejam menores, o que facilita bastante o ensino-aprendizagem.
Aqui no Brasil cada turma tem, em média, de quarenta a quarenta e cinco alunos em sala de aula, o que dificulta tremendamente a aprendizagem. Ao contrário dos EUA onde as turmas são de no máximo vinte alunos como exigem os modelos de pedagogia.
Nos EUA não existem as chamadas aulas tipo palestra, a qual o professor fala, fala, fala e os alunos somente escutam. Por lá o aluno participa de vários debates sobre determinado livro lido e sobre assuntos variados dando margem a uma participação maior dos alunos em sala de aula. Assim, as aulas nas escolas norte-americanas são muito mais interativas e dinâmicas do que nas escolas brasileiras. Lá, o aluno é instigado a participar o tempo todo expondo a sua opinião e participando ativamente das discussões.
Outro ponto positivo são as “Viagens Temáticas” onde os alunos podem aprender na prática aquilo que discutiu em sala de aula. Podemos exemplificar viagens que os alunos fizeram à China ou à Galápagos. Na China, os alunos aprendem, por exemplo, a criar a sua própria empresa. Em Galápagos os alunos aprendem de forma prática ciências e biologia.
No modelo americano existe uma preocupação com o ensino seletivo onde os alunos de uma mesma formação são agrupados de acordo com as suas dificuldades de aprendizado. Ou seja, o aluno é encaixado em turmas com graus diferentes de dificuldade. Assim, as turmas de “High School”, em geral são separadas em três níveis: o CP (College Preparatory), que é o nível mais baixo; o Honors, que é o nível intermediário e o AP (Advanced Placement), que é o nível mais avançado. Assim, cada turma tem aula com graus de dificuldades diferentes ajustando os alunos às suas experiências e a seu grau de conhecimento.
Além disso, os “High Schools” oferecem, também, o que eles chamam de “Clubs” que são grupos de encontro de alunos com interesse em temas específicos. De acordo com cada escola, é possível frequentar “Clubs” de idiomas, esportes, artes, culinária, leitura, música, dentre outros. No estado da Carolina do Norte, por exemplo, existem mais de cinquenta “Clubs”.
Alunos que tiveram esta experiência contam que dá para se divertir bastante jogando “Quadribol” (o jogo do Harry Potter), aprendendo Mandarim, participando de Coral ou mesmo aprendendo Esportes Náuticos.
No modelo americano existe também uma preparação intensa para o ingresso do aluno na universidade. Assim, o “High School” tem como atribuição preparar os alunos para entrarem na universidade. No entanto, diferentemente do Brasil, em que os alunos fazem apenas uma prova (vestibular) para, se aprovado, ter ingresso na universidade.
Nos EUA este processo é diferente. É preciso que o aluno pretendente envie a uma instituição de seu interesse uma espécie de “dossiê pessoal do aluno” com cartas de recomendação, notas de provas, redações e o currículo escolar de todo o conteúdo estudado. Veja que a preparação do aluno é totalmente diferente, pois, existe, realmente, uma preocupação com o aprendizado completo e variado do aluno.
As escolas americanas se preocupam ainda em oferecer aplicativos e sites para ajudar os alunos a se prepararem para o processo de “Application” (candidatura) às universidades.  A maioria delas trabalha com o site “Naviance” que tem como objetivo ajudar o aluno a encontrar a melhor universidade de acordo com o seu perfil de aluno.
Como todo aluno possui uma conta no “Naviance” ele pode assim criar uma lista com as faculdades de seu interesse. Para isto, basta digitar o GPA (Média Americana das notas obtidas na escola) e a sua nota no SAT (Prova Padronizada de Ingresso) para que o site mostre suas chances de ser ou não aprovado na escola escolhida.
Como os EUA se tornaram um centro de procura de estudo de alunos de todo o mundo, é possível conviver sadiamente com todos os tipos de credos, cores, raças, etnias e religiões.
Bela experiência!

2 comentários: