Em seu Relatório Trimestral de Inflação o Banco Central anunciou uma
redução de 0,25 pontos percentuais na Taxa Selic (taxa básica de juros da
economia) a ser referendada na próxima reunião do COPOM (Comitê de Política
Monetária) prevista para este mês de outubro. Porém, um corte na taxa de juros
em outubro depende da evolução da aprovação das medidas fiscais, que precisam
ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
O cenário macroeconômico previsto é o de um corte total na Taxa Selic de
0,75 pontos percentuais em 2016, fixando, portanto, a Taxa Selic em 13,5 pontos
percentuais, iniciando assim uma nova etapa de redução dos juros no país. Porém,
a realização de um ciclo de corte dos juros dependerá,
principalmente, de três condições básicas: que os choques de preços de curto
prazo não seja persistente; que aconteça o progresso nos ajustes e reformas
fiscais no Congresso Nacional; e que a desinflação dos serviços prossiga dentro
de uma velocidade adequada. Isso traz uma concepção de conjuntura que vem se materializando,
qual seja, de uma visão mais positiva da economia
com vistas à retomada de investimentos em todo país.
Assim, para o
setor de bens de capital existe uma expectativa favorável de que 2017 seja um
ano de conexão entre dois anos extremamente fracos (2015 e 2016) para anos
melhores, ou seja, um bom 2018 e um forte 2019 que trarão um potencial de
melhoria nas margens empresariais refletindo em melhor controle das dívidas das
companhias e do setor como um todo.
Por outro lado, a
taxa nacional de desemprego que se registrou em agosto e atingiu 11,8%, veio levemente
acima das expectativas de mercado de 11,7%.
Já o crescimento
nominal de salários foi levemente mais elevado nos últimos dois meses, com
crescimento de 7,1% na comparação ano a ano. E na comparação de julho para
agosto o crescimento foi de 5,8%, apesar da previsão de mercado para o trabalho
ser ainda fraco mostrando que o consumo privado demorará mais tempo para se
recuperar, com estimativas de que a taxa de desemprego deva chegar a 12,5% ao
final deste ano de 2016.
Dados da Secex
(Secretaria de Comércio Exterior) mostram que as exportações brasileiras para o
terceiro trimestre de 2016 tem leitura positiva para as mineradoras e para as
empresas de papel e celulose. Em relação ao minério de ferro, volumes fortes e
preços mais altos devem levar a resultados robustos às empresas.
Já as exportações
de aço permaneceram fracas, com menores margens e competitividade reduzida,
embora os analistas de mercado tenham expectativas de nova rodada de aumento de
preços dos produtos siderúrgicos.
Ainda no setor siderúrgico o destaque é o religamento de um
dos altos-fornos da CSN neste mês de outubro o que evidencia a recuperação da
demanda, ao mesmo tempo em que os preços devam continuar subindo.
As exportações de carnes referentes a setembro mostraram
recuperação de volumes para todas as proteínas (carne bovina, suína e frango).
A carne bovina é o destaque com fortes volumes para exportação, que subiram
12,8% em relação ao mês anterior após dados fracos em agosto e julho.
Para o setor de
petróleo, gás e petroquímicos, os analistas destacam o otimismo das companhias
em relação às mudanças na regulamentação para exploração e produção de petróleo,
enquanto a venda de ativos da Petrobras trazem oportunidades de investimentos. O
dado mais positivo para o setor de petróleo é que a Câmara Federal aprovou semana
passada o texto base do projeto que acaba com a obrigatoriedade de a Petrobrás
ser sócia obrigatória, com ao menos 30% de participação nos investimentos e ser
a única operadora do Pré-Sal. Com a provação do texto base, as emendas
propostas serão votadas nesta segunda feira para depois seguir para a sanção do
presidente da República.
As mudanças são
necessárias e positivas para a Petrobrás e para a indústria de petróleo e gás
brasileira que certamente influenciará na vinda de novos investimentos para o
setor, uma vez que permite a outras companhias a operar no chamado Pré-Sal.
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