Nestes tempos de
discussão sobre o ensino médio brasileiro e as suas dificuldades é interessante
entender como funcionam as escolas correlatas no chamado primeiro mundo.
EUA, Canadá, Inglaterra
e Austrália trabalham com escolas de excelência onde o jovem é o centro de
tudo. Essas escolas dão a seus jovens uma base essencial de conhecimento acrescida
da possibilidade de o próprio jovem poder escolher a sua trajetória de
conhecimento dentro da escola.
Olhemos para o
modelo americano que guarda relação com os demais países citados. O que é, de
fato, o “High School” americano? O que os alunos estudam e aprendem?
Quais as diferenças para o ensino médio brasileiro?
O modelo americano
de ensino é bastante flexível e, por isso mesmo, faz com que os alunos tenham
liberdade para escolher as disciplinas com as quais tenha mais afinidade. Desse
modo, é possível, portanto, estudar Antropologia, Direito Constitucional e Astronomia,
dentre outras, focando assim nas matérias às quais o aluno mais goste.
Isso não quer
dizer que não existam disciplinas mais específicas que vão muito além das
tradicionais Física, Química e Biologia.
Relatos de alunos
registram que eles têm a sensação de já estarem cursando uma faculdade, o que eles
acham bastante interessante.
No atual modelo
brasileiro o aluno não tem flexibilidade nenhuma em seu currículo de formação. Por
aqui o aluno passa o ano inteiro estudando de 6 a 12 disciplinas sendo que
nenhuma delas tenha sido uma opção do aluno, o que é lamentável. Aliás, isto é o
que se deseja corrigir por aqui com as recentes medidas governamentais.
Estudantes que
tiveram experiência de estudar nos Estados Unidos acreditam que pelo fato de os
alunos terem a possibilidade de escolher as matérias às quais deseja estudar
fazem com que as turmas sejam menores, o que facilita bastante o ensino-aprendizagem.
Aqui no Brasil
cada turma tem, em média, de quarenta a quarenta e cinco alunos em sala de aula,
o que dificulta tremendamente a aprendizagem. Ao contrário dos EUA onde as
turmas são de no máximo vinte alunos como exigem os modelos de pedagogia.
Nos EUA não existem
as chamadas aulas tipo palestra, a qual o professor fala, fala, fala e os
alunos somente escutam. Por lá o aluno participa de vários debates sobre
determinado livro lido e sobre assuntos variados dando margem a uma
participação maior dos alunos em sala de aula. Assim, as aulas nas escolas
norte-americanas são muito mais interativas e dinâmicas do que nas escolas brasileiras.
Lá, o aluno é instigado a participar o tempo todo expondo a sua opinião e
participando ativamente das discussões.
Outro ponto
positivo são as “Viagens Temáticas” onde os alunos podem aprender na prática
aquilo que discutiu em sala de aula. Podemos exemplificar viagens que os alunos
fizeram à China ou à Galápagos. Na China, os alunos aprendem, por exemplo, a
criar a sua própria empresa. Em Galápagos os alunos aprendem de forma prática
ciências e biologia.
No modelo americano existe uma preocupação com
o ensino seletivo onde os alunos de uma mesma formação são agrupados de acordo
com as suas dificuldades de aprendizado. Ou seja, o aluno é encaixado em turmas com graus diferentes
de dificuldade. Assim, as turmas de “High School”, em geral são
separadas em três níveis: o CP (College Preparatory), que é o nível mais baixo;
o Honors, que é o nível intermediário e o AP (Advanced Placement), que é o
nível mais avançado. Assim, cada turma tem aula com graus de dificuldades
diferentes ajustando os alunos às suas experiências e a seu grau de
conhecimento.
Além disso, os “High Schools” oferecem, também,
o que eles chamam de “Clubs” que são
grupos de encontro de alunos com interesse em temas específicos. De acordo com
cada escola, é possível frequentar “Clubs” de idiomas, esportes, artes,
culinária, leitura, música, dentre outros. No estado da Carolina do Norte, por
exemplo, existem mais de cinquenta “Clubs”.
Alunos que tiveram esta experiência contam
que dá para se divertir bastante jogando “Quadribol” (o jogo do Harry Potter),
aprendendo Mandarim, participando de Coral ou mesmo aprendendo Esportes Náuticos.
No modelo americano existe
também uma preparação intensa para o ingresso do aluno na universidade. Assim, o “High School” tem como atribuição
preparar os alunos para entrarem na universidade. No entanto, diferentemente do
Brasil, em que os alunos fazem apenas uma prova (vestibular) para, se aprovado,
ter ingresso na universidade.
Nos EUA este processo é diferente. É
preciso que o aluno pretendente envie a uma instituição de seu interesse uma
espécie de “dossiê pessoal do aluno” com cartas de recomendação, notas de
provas, redações e o currículo escolar de todo o conteúdo estudado. Veja que a
preparação do aluno é totalmente diferente, pois, existe, realmente, uma
preocupação com o aprendizado completo e variado do aluno.
As escolas
americanas se preocupam ainda em oferecer aplicativos e sites para ajudar os
alunos a se prepararem para o processo de “Application” (candidatura) às
universidades. A maioria delas trabalha com o site “Naviance” que tem
como objetivo ajudar o aluno a encontrar a melhor universidade de acordo com o
seu perfil de aluno.
Como todo aluno possui
uma conta no “Naviance” ele pode assim criar uma lista com as faculdades de seu
interesse. Para isto, basta digitar o GPA (Média Americana das notas obtidas na
escola) e a sua nota no SAT (Prova Padronizada de Ingresso) para que o site
mostre suas chances de ser ou não aprovado na escola escolhida.
Como os EUA se
tornaram um centro de procura de estudo de alunos de todo o mundo, é possível conviver sadiamente com todos os tipos
de credos, cores, raças, etnias e religiões.
Bela experiência!
Excelente comparação. Aguardamos ansiosos pela mudança
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Muito importante e instrutivo!
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