A
sociedade moderna foi marcada por inúmeras transformações que impactaram no
modo de vida e de relação entre os indivíduos. A revolução industrial, e a
reorganização do trabalho que ela fomentou, trouxe consigo uma série de
problemas sociais que foram alvo de estudo de vários pensadores.
O aparecimento da modernidade, ou das chamadas
“sociedades modernas”, iniciou-se no século XVI na Europa, intensificando-se
nos séculos XVII e XVIII, consolidando-se no final dos séculos XVIII e XIX.
Trata-se de uma época de muitas mudanças nas esferas política, econômica,
social e cultural, com impacto expressivo sobre a forma como as pessoas viviam,
trabalhavam e se relacionavam. Estamos falando da época do Renascimento, da
Reforma Protestante, da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. Essas
mudanças intensificaram-se e espalharam-se pelo mundo, mantendo-se em
diferentes países, em graus diferenciados.
Já
a pós-modernidade é definida por muitos autores como a época das incertezas,
das fragmentações, das desconstruções, da troca de valores. Às vezes parece que o mundo está de pernas para o
ar. No bombardeio de informações e notícias que chegam à sociedade a cada
instante, seja por meio do rádio, da televisão, de revistas ou da Internet, a
violência, os atos de corrupção, os seqüestros e os crimes requintados de
crueldade ganham cada vez mais destaque.
A educação recebida dos pais e das escolas, os
valores como ética, moral, caráter, a religião, a solidez do casamento e da
família, estão perdendo espaço para novas formas de comportamento regidas pelas
leis do mercado, do consumo e do espetáculo.
Vive-se numa época de grande barbárie e de pouca
solidariedade. São tempos de alta competitividade guiados pela lógica da
acumulação de bens e das aparências. Em nome dessa nova ideologia, os
indivíduos se permitem agir passando por cima de valores que sequer chegaram a
formar. O que importa é ser reconhecido, ser admirado, ter acesso a uma
infinidade de produtos e serviços e usufruir o máximo do prazer.
E para isso, tudo é válido. Age-se de acordo com o
momento e com a conveniência. “Pegar um atalho”, como se diz na linguagem da
informática, tornou-se uma prática comum. Nesse contexto, não há por que
esperar e se sacrificar para adquirir bens e ter sucesso, se existe meios mais
rápidos para conseguir o que se pretende. Mas afinal, que tempos são esses em
que as pessoas passam umas por cima das outras, sem qualquer constrangimento ou
culpa, em busca de dinheiro e poder? Será que é possível encontrar uma luz no
fim do túnel e ter otimismo nesse cenário?
Para
muitos teóricos, filósofos e sociólogos, a época atual é marcada por fenômenos
que representam um divisor de águas com a Modernidade. Chamada e estudada como
Pós-Modernidade, ela é caracterizada por mudanças significativas provocadas e
vividas pelo homem. Entre as mais evidentes, e que desencadearam muitas outras,
pode-se apontar a globalização, unificadora das sociedades do planeta, um novo
modo de cultura e as novas condições que põem em perigo a continuidade da
espécie humana.
Assim,
a Pós-Modernidade desfaz todas as amarras da rigidez que foi imposta ao homem
moderno. Com isso, os três valores supremos, o Fim, representado por Deus, a
Unidade, simbolizada pelo conhecimento científico e a Verdade, como os
conceitos universais e eternos, já estudados por Nietzsche no fim do século
XIX, entraram em decadência acelerada.
Por
conta disso a Pós-Modernidade para a maioria dos autores é traçada como a épica
das incertezas, das fragmentações, da troca de valores, do vazio, do niilismo (ponto de vista que considera as crenças e os valores
tradicionais infundados, não havendo qualquer sentido ou utilidade na
existência), da deserção (despovoação), do imediatismo, da
efemeridade, do hedonismo (o prazer como o bem supremo), da substituição da
ética pela estética, do narcisismo (excesso de apreço por si mesmo), da
apatia, do consumo de sensações e do fim dos grandes discursos.
Fonte: Jussara Malafaia Moraes, formada em Comunicação
Social/Jornalismo.
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