Muitas pessoas se intrigam com as
oscilações ocorridas com a moeda norte-americana em nosso país. Mas, o que
temos a ver com isso, quais as causas e os efeitos na economia?
Vamos a algumas definições: o dólar só
aumenta ou diminui devido a uma lei que ocorre em qualquer negociação
empresarial e econômica - a lei da oferta e procura - ou seja, quanto mais
procura uma moeda tem, maior será o valor dela no mercado. Em contrapartida, se
há mais dólares no mercado do que as pessoas estão procurando por ele, o dólar
baixa, porém, há outras considerações para que estas oscilações ocorram.
O risco-país ou risco-Brasil é um deles. A expressão
risco-país ou risco-Brasil é um indicador denominado “Emerging Markets Bond
Index Plus” (índice vinculado ao mercado emergente - ou simplificadamente, EMBI+),
que procura definir o grau de instabilidade econômica de um país, no caso o
Brasil, indicando aos grandes investidores de fora como anda a nossa economia e
qual o “perigo” de se investir por aqui.
Quanto maior for
este índice, menor será a capacidade do país de captar investimentos de fora.
Por outro lado, quanto menor o índice, maior a atração dos investidores a
injetarem dólares em nossa economia.
Assim, com mais dólares
na economia, o valor da moeda dólar tende a baixar. Desse modo a queda do
risco-país reflete, entre outros fatores, o maior interesse dos investidores
estrangeiros pelo Brasil, registrando a sensação de confiança do investidor no
Brasil.
Antes do Plano
Real o EMBI+Brasil estava em 1.689 pontos para logo depois do Plano, atingir,
337 pontos. Já o menor índice alcançado pelo Brasil foi de 137 pontos em maio
de 2007. Em janeiro deste ano o índice ficou em 316 pontos. Em agosto de 2015 o
índice registrou 340 pontos e em 03 de setembro de 2015, chegou a 366 pontos.
As influências do governo é outro
fator que afeta o dólar. Um mau governo traz pressão ao dólar. Assim o
desajuste da economia brasileira, apesar da tentativa de ajuste pelo ministro
Levy, pressiona o dólar. A possível perda do grau de investimento (crédito da
economia brasileira) é outro componente a pressionar o dólar para cima, assim
como a baixa perspectiva de crescimento da economia, os sucessivos déficits das
contas externas brasileiras (sai mais dinheiro do país do que entra) e a
instabilidade política com mudanças constantes nas regras da política
econômica.
Por outro
lado, o governo brasileiro, tenta artificialmente conter a onda de crescimento
do valor do dólar atuando no mercado vendendo ou comprando dólar, porém, é uma
operação muito cara e sem resultados no longo prazo.
Para que o
Real se valorize com consistência, seria necessário resolver os problemas
estruturais do país, como crescimento do PIB, diminuição do déficit externo para
atrair investimentos que permaneçam no país em forma de infraestrutura.
Mas, quem ganha e perde, com as oscilações do dólar?
A queda do dólar
em relação ao real facilita viagens ao exterior e a compra de produtos de fora,
tanto para o cidadão comum quanto para as empresas que adquirem equipamentos
industriais e matérias primas externas, tendo ainda impacto favorável na
inflação, pois com a concorrência de produtos externos as empresas nacionais
tendem a reduzir os preços de itens similares produzidos aqui.
A elevação do
preço do dólar é boa para as empresas exportadoras, pois os produtos
brasileiros ficam mais baratos e competitivos no exterior fazendo com que um
importador estrangeiro gaste menos dólares para comprar um produto brasileiro.
Com o dólar elevado os produtos importados ficam mais caros fazendo com que os
consumidores internos tendam a comprar produtos nacionais. Assim, o dólar mais
elevado faz com que as viagens internacionais fiquem muito caras e menos
atraentes fazendo com que os turistas brasileiros tendam a optar por passeios
dentro do território nacional.
Mas há uma taxa
de câmbio ideal?
Os economistas
não falam em valores ideais. O dólar alto tem impactos inflacionários, porém,
um câmbio baixo prejudica as exportações. A incerteza e o sobe e desce é que
são negativos para a economia, pois não permitem que as empresas e as famílias
façam planos de investimentos de longo prazo.
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