A civilidade se manifesta externamente no respeito ao próximo. Em
realidade, a civilidade consiste em um conjunto de normas relacionadas à
convivência social evitando incômodos entre as pessoas quando se relacionam
entre si.
Segundo o escritor espanhol “Azorín”, a civilidade é o conjunto de
preceitos exteriores que regulam o trato de pessoas civilizadas. Esses
preceitos estendem-se às nossas saudações, às nossas conversas, às nossas
visitas ou encontro com alguém, ao nosso comportamento ao alimentar-se, à nossa
postura na redação de cartas, mensagens, etc. Porém, a civilidade por si só não
basta. É preciso complementá-la. Assim, no palco da vida social a civilidade é
uma parte que se completa com equidade e a liberalidade, onde equidade deve ser
entendida como justiça e tolerância; e liberalidade como generosidade.
Desta forma, nossos filhos devem conhecer bem essas normas de civilidade
para saber pô-las em prática em sua vida social, já que eles frequentam outras
famílias, se alimentam na escola, viajam em transportes públicos, cumprimentam
os pais de seus colegas de classe, assistem a espetáculos externos diversos e
deve, por isso mesmo, saber comportar-se de maneira correta em qualquer lugar,
em qualquer situação, sempre.
Assim, civilidade
é uma questão de atualidade. Embora haja condutas para todos os gostos onde,
frequentemente, notamos jovens e adultos alardeando suas grosserias em palavras
e atos, por todos os lados, constatamos,
contrariamente, um ressurgimento do interesse pelas normas de civilidade.
Em sociedades avançadas notadamente por seu nível cultural, é comum observamos
quão valioso é o respeito aos costumes sociais tornando mais agradável a
convivência entre os seres. Assim, é preciso que nós os terceiro-mundistas nos
monitoremos para perseguirmos as maneiras corretas do agir em diferentes ambientes
os quais freqüentamos em nosso dia a dia.
A civilidade não é algo que cai, simplesmente, do céu. Ela tem haver em
como devemos nos comportar para não incomodar as pessoas e como podemos
facilitar a vida uns dos outros sem causar maiores dificuldades.
Não precisamos ir longe para estabelecer a civilidade, basta
sermos correto e agradável no trato com todos que nos rodeiam.
Civilidade não é
hipocrisia. Podemos
cumprir perfeitamente os costumes corteses e sermos, ao mesmo tempo, sinceros,
espontâneos e naturais.
De fato, a pessoa
que sabe o que deve fazer em cada ocasião pode agir com uma enorme margem de
espontaneidade, e, quanto mais assimilados esses costumes, mais naturalidade
ela terá.
Não podemos dizer ou fazer tudo o que espontaneamente nos venha à cabeça,
senão a sociedade voltaria à barbárie. Desse modo, nos humanizamos à medida que
controlamos nossa espontaneidade.
A pontualidade é outra forma de cortesia que, em certas circunstâncias,
tendemos facilmente a esquecer. A impontualidade prejudica aos demais e
significa um desprezo por aqueles que se esforçam para ser pontuais. Assim, a falta
de pontualidade sempre prejudica alguém.
Quando a civilidade se torna hipocrisia, vê-se ao longe; o que, nesse
caso, não é civilidade, e sim, simplesmente, mímica.
Quem quer viver em uma cidade, junto com os demais viventes, com os
benefícios e os deveres que isso acarreta, deve estar de acordo em seguir as
normas (leis, costumes e regras) de comportamentos que são próprias de toda
comunidade humana, desde sempre.
Respeitar as leis e as normas estabelecidas por uma maioria para a
melhor convivência em um núcleo urbano, ou em uma grande comunidade, não é hipocrisia,
é querer viver e conviver bem, ou seja, em sociedade.
A civilidade e a
hipocrisia são faces opostas, do contrário, estarão vestidas com diferentes
roupagens.
Não confundamos
civilidade com hipocrisia.
A CIVILIDADE
|
A HIPOCRISIA
|
|
|
Respeita
|
Adula
|
Ajuda
|
Incomoda
|
Pensa no outro
|
Pensa em si
mesmo
|
Melhora a
convivência
|
Entorpece a
convivência
|
Sempre cai bem
|
Desgosta
quando se descobre
|
Agradece
|
Recusa
|
Melhora nosso
caráter
|
Nos envilece
(perder a honra)
|
É verdadeira
|
É falsa
|
Mostra-se
|
Oculta-se
|
É um vestido
|
É um disfarce
|
É jóia que
enfeita
|
É bijuteria
que engana
|
É delicada
|
Parece
delicada
|
No fundo, é
uma forma de amor
|
É uma péssima
imitação do amor
|
Por sorte, é
útil
|
Por desgraça,
é útil
|
O ser humano, tem-se degenerado nos últimos anos. As
leis, os princípios, a moral, os bons costumes, o respeito pelo outro ser
humano, o amor ao próximo, a solidariedade, a caridade e muitas outras coisas
básicas, têm sido deixados de lado. O ser humano rouba, engana, mata, corrompe,
é corrompido e mente, utilizando–se da lei do quem pode mais chora menos, como
nunca na história.
É preciso ter inteligência para perceber que: "tudo posso, mas nem
tudo
me convém".
Quando analisamos que "nem tudo me convém", então estamos
sendo inteligentes, estamos procurando discernir entre o bom e o ruim.
Não entre o que é do bem ou do mal, mas o que é bom ou mau para nós
Não entre o que é do bem ou do mal, mas o que é bom ou mau para nós
mesmos.
É interessante termos sempre em mente que temos deveres e direitos para com a sociedade. Todavia, devemos primeiro em qualquer circunstancia, cumprir com nossos deveres para podermos depois, plenamente tomar posse de nossos direitos.
É interessante termos sempre em mente que temos deveres e direitos para com a sociedade. Todavia, devemos primeiro em qualquer circunstancia, cumprir com nossos deveres para podermos depois, plenamente tomar posse de nossos direitos.
Fonte:
Esteve Pujol i
Pons – Professor da Universidade da Catalunha (Espanha).