A
cooperativa Consul que veio no bojo da estruturação da Usiminas e da cidade, e
que surgiu há um ano após o nascedouro da Usiminas, tem agora, o desafio de
firmar-se sozinha no mercado, após a solicitação por parte da Usiminas de área,
no Shopping do Vale, onde se encontra instalada.
Nascida
em 1962 com apenas 2.700 cooperados, hoje a cooperativa conta com
aproximadamente 77 mil associados, com 715 colaboradores diretos e
aproximadamente 1.500 empregos indiretos. Seu faturamento é da ordem de R$ 200
milhões anuais e se distingue como a maior recolhedora de impostos (ICMS), no
ramo supermercadista, para o município, com R$ 2,7 milhões, enquanto os demais
concorrentes juntos, recolhem aproximadamente, R$ 1,6 milhão aos cofres públicos
estaduais.
Mercadologicamente,
podemos dizer que a Consul é um sucesso e, dentro do espírito cooperativista,
preserva eficientemente o balizamento de preços na região e detém o importantíssimo
papel de provedora de produtos a todo o Vale do Aço, constituindo-se em a maior
cooperativa de consumo de Minas Gerais e ranqueada como a quinta cooperativa de
consumo do Brasil.
Seu
comodato com a Usiminas, assinado no passado, assegura-lhe 99 anos de
atividade, ou seja, estabelece uma concessão de funcionamento e atuação até o
ano de 2090. Como todo contrato possui uma cláusula de desistência coube
legalmente a empresa Usiminas solicitar o imóvel de volta, portanto, 76 anos
antes do vencimento do acordo, com a intenção de vendê-lo a terceiro pelo valor
de R$ 30 milhões, considerando os juros.
Assim,
a Usiminas pede o recolhimento do imóvel concedido à Consul, direito que lhe
cabe. Por outro lado, cabe à Consul buscar seus direitos junto ao comodato
firmado, pelo fato de ter disponibilizado imóveis que foram objeto de permuta
para viabilização da construção da Consul na área estabelecida à época da
concessão.
Interessante
perceber que a Consul possui condições econômico/financeiras plenas para
adquirir o imóvel em questão, porém, é compreensível que alguém que tenha
documentação proba e assinada pelas autoridades da Usiminas no passado, não
queira dispor de recursos financeiros para aquisição do imóvel.
Outro
fato interessante é o espírito de proximidade entre os empreendimentos Usiminas
e Consul desde as suas constituições e que R$ 30 milhões não chegam a ser um
recurso financeiro determinante para o Grupo Usiminas cujo faturamento anual ultrapassa
R$ 12 bilhões.
Olhando
mais à distância, acredito que uma solução viável ao impasse seria a volta ao
diálogo, passar a limpo a questão e utilizar-se deste momento para dar
contornos mais adequados e atuais à documentação existente, mesmo que haja
algum tipo de negociação dentro do contexto, dotando a Consul do direito
natural de preferência do espaço questionado.
De
certa forma não é salutar a geração de incertezas à região, à cidade, aos
empregados, aos fornecedores e ao ente público, que em realidade são as partes mais
interessadas deste embate e sim procurar fazer com que a marca Consul, já identificada
com o público da região possa seguir seu processo de bem atender ao Vale do Aço
e que a maior holding do setor siderúrgico brasileiro, a Usiminas, possa seguir
o seu foco principal atendendo a toda a América Latina e a mercados como o
japonês, o americano e o europeu.
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