O setor siderúrgico vem sendo muito penalizado nos últimos anos. Assim, Gerdau, CSN e Usiminas, as principais empresas brasileiras no setor sofrem com a atual conjuntura, principalmente, as empresas cujo principal produto de comercialização é a de aços planos, CSN e Usiminas. Mais particularmente a Usiminas, com desempenho econômico-financeiro muito fraco nos dois últimos anos, apresentando neste primeiro trimestre do ano prejuízo, mesmo que seja, numa tendência progressiva de menores resultados ruins.
A CSN é um pouco mais protegida e preservada porque tem uma atuação mais abrangente. Trabalha um bom volume de vendas de minério de ferro que vem ajudando a conservar margens ainda satisfatórias, se desdobra em área de cimento e alguns outros segmentos com maior volume de valor agregado.
Por outro lado a CSN tem sido impactada por alguns fatores extra-empresa como um anúncio nesta semana do consórcio de japoneses que pretende deixar o negócio onde atua, o qual possui 40% da Namisa, uma empresa de mineração de ferro que pertence ao grupo, o que faz com que a direção da CSN se movimente para evitar que isto aconteça. Perder um conjunto de sócios japoneses, não seria um bom negócio empresarialmente, além disto, a notícia trás turbulência para a ação da empresa.
Outra questão para a CSN, que vem se arrastando, é a participação, não se sabe em que proporção, na CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), com instalações muito próximas ao porto da MMX, onde CSN e Usiminas possuem porto e abriga várias atividades ligadas a área portuária de empresas siderúrgicas, em uma região costeira do Rio de Janeiro.
A compra pela CSN ou entrada na CSA, não é vista com bons olhos pelo mercado, pois implicaria para a CSN se alavancar mais, contraindo dívidas, supostamente ao BNDES. Em banho-maria, fica esta questão pendente, o que não tem feito muito bem para as ações da CSN, que perdem mais de 30% no acumulado deste ano de 2013.
Já a Gerdau que é uma empresa que se diferencia das demais pelo seu próprio segmento de atuação em aços não planos é focada na construção civil dentre outros segmentos. É, portanto, a maior empresa no setor no Brasil com atividade nos Estados Unidos. Como a economia americana tem mostrado recuperação ficam então as expectativas positivas para a Gerdau.
A Gerdau é incontestavelmente uma multinacional brasileira e tem uma boa geração de valor, embora tenha também passado por algumas situações de fragilidade por conta direta do setor siderúrgico como um todo, com produção industrial muito fraca no ano passado e ainda no primeiro trimestre deste ano.
Voltando um pouco mais para a Usiminas que tem sido realmente muito penalizada, cabe dizer que além das turbulências dos mercados a empresa teve também como distorção a falta de um planejamento adequado e competente para nortear as mudanças de gerações no comando da empresa, acrescido de uma obsolescência significativa dos equipamentos de produção e de uma alteração de gerações também em seu corpo de trabalhadores desde o chamado chão de fábrica até os cargos executivos de destaque.
Cabe dizer ainda que a entrada fulminante da China no mercado de aço brasileiro poderia ter sido combatida atuando no caminho natural de junção de Gerdau, CSN e Usiminas, mesmo agora com o comando da Usiminas, majoritariamente, com os Argentinos.
Pelo menos, esta é a minha opinião!
A CSN é um pouco mais protegida e preservada porque tem uma atuação mais abrangente. Trabalha um bom volume de vendas de minério de ferro que vem ajudando a conservar margens ainda satisfatórias, se desdobra em área de cimento e alguns outros segmentos com maior volume de valor agregado.
Por outro lado a CSN tem sido impactada por alguns fatores extra-empresa como um anúncio nesta semana do consórcio de japoneses que pretende deixar o negócio onde atua, o qual possui 40% da Namisa, uma empresa de mineração de ferro que pertence ao grupo, o que faz com que a direção da CSN se movimente para evitar que isto aconteça. Perder um conjunto de sócios japoneses, não seria um bom negócio empresarialmente, além disto, a notícia trás turbulência para a ação da empresa.
Outra questão para a CSN, que vem se arrastando, é a participação, não se sabe em que proporção, na CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), com instalações muito próximas ao porto da MMX, onde CSN e Usiminas possuem porto e abriga várias atividades ligadas a área portuária de empresas siderúrgicas, em uma região costeira do Rio de Janeiro.
A compra pela CSN ou entrada na CSA, não é vista com bons olhos pelo mercado, pois implicaria para a CSN se alavancar mais, contraindo dívidas, supostamente ao BNDES. Em banho-maria, fica esta questão pendente, o que não tem feito muito bem para as ações da CSN, que perdem mais de 30% no acumulado deste ano de 2013.
Já a Gerdau que é uma empresa que se diferencia das demais pelo seu próprio segmento de atuação em aços não planos é focada na construção civil dentre outros segmentos. É, portanto, a maior empresa no setor no Brasil com atividade nos Estados Unidos. Como a economia americana tem mostrado recuperação ficam então as expectativas positivas para a Gerdau.
A Gerdau é incontestavelmente uma multinacional brasileira e tem uma boa geração de valor, embora tenha também passado por algumas situações de fragilidade por conta direta do setor siderúrgico como um todo, com produção industrial muito fraca no ano passado e ainda no primeiro trimestre deste ano.
Voltando um pouco mais para a Usiminas que tem sido realmente muito penalizada, cabe dizer que além das turbulências dos mercados a empresa teve também como distorção a falta de um planejamento adequado e competente para nortear as mudanças de gerações no comando da empresa, acrescido de uma obsolescência significativa dos equipamentos de produção e de uma alteração de gerações também em seu corpo de trabalhadores desde o chamado chão de fábrica até os cargos executivos de destaque.
Cabe dizer ainda que a entrada fulminante da China no mercado de aço brasileiro poderia ter sido combatida atuando no caminho natural de junção de Gerdau, CSN e Usiminas, mesmo agora com o comando da Usiminas, majoritariamente, com os Argentinos.
Pelo menos, esta é a minha opinião!
Sérgio, muito boa a tua análise, sempre concisa, objetiva e competente. Permita-me abordar dois pontos: 1) Quando focas a questão das gerações substituídas na força de trabalho da Usiminas, consideras que não houve uma preparação adequada para a transição nas equipes diversas no âmbito da empresa? 2) Na "junção" que mencionas para Gerdau, CSN e Usiminas como alternativa para o enfrentamento do problema atual seria considerada a fusão das empresas ou te referes a alguma outra coisa? Grato. Um abraço. João Alves/CNPSo/Londrina
ResponderExcluirOlá João Alves!
ResponderExcluirNa realidade a Usiminas completou 50 anos em 2012. Após todo esse tempo era momento de fazer a alternância natural de comando da empresa. Mas isso não ocorreu de maneira profissional, o que provocou um vácuo de poder e logo após a esse período a empresa acabou por ficar nas mãos dos Argentinos.
Normalmente as empresas procuram estratégias de alternância de poder no tempo. Algumas preparam seus sucessores por décadas. Além disso, com o passar do tempo, o corpo de funcionários (praticamente em todos os níveis) foi substituído por novas gerações. Infelizmente as novas gerações estão menos capacitadas no conhecimento siderúrgico do que a geração que saiu. Some-se a isso a atual substituição da geração X para a geração Y.
Quanto à junção de UIMINAS, CSN e GERDAU ela pode ser feita por aquisição e incorporação ou pela formação de um holding do aço, digamos.
Grande abraço! Sérgio Pires.
Meu amigo Sergio, um abraço. Realmente estas alternâncias no comando (três num curto espaço de tempo) foram feitas mesmo de improviso. Isto não poderia dar bom resultado. Mais próximo ao chão de fábrica, cada cérebro que saiu, grandes conhecimentos acumulados ao longo do tempo foram juntos, sem falar do comprometimento destas pessoas. Quanto à holding do aço, creio que esbarraria numa não permissão pelo CADE, pois criaria-se um monopólio USIMINAS/COSIPA/CSN,as tres produtoras nacionais de aços planos.
ExcluirJOSÉ FARAGE BATISTA - IPATINGA
Olá José Farage!
ResponderExcluirConcordo com você quanto ao CADE. A situação é que o CADE precisa evoluir para pensar globalmente, ou seja, pensar em players globais, caso contrário seremos engolidos, como já está acontecendo.
Grande abraço! Sérgio Pires.