O consumidor brasileiro tem se apresentado voraz ao ir às compras. Não que isso esteja de todo errado, mas ir às compras com tanta avidez retira do consumidor o status de “Rei”, de que “o cliente tem sempre a razão”, de que “o cliente é quem manda”, etc.
É preciso observar que os preços no Brasil estão absurdamente altos. Especialistas estão perplexos e concordam que os preços elevados não se traduzem apenas em inflação, custo Brasil e outras influências, mas sim, em carestia mesmo!
Os preços por aqui estão cinco vezes mais elevados que os da China, três vezes mais que os preços dos Estados Unidos, e assim por diante.
As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro encontram-se entre as dez cidades mais caras do mundo, o que não significa que em outras regiões os preços não estejam absurdamente elevados. Os imóveis chegam às alturas; os restaurantes estão com os preços elevadíssimos; artigos de cama, mesa, banho e móveis, assim como os estacionamentos pagos nas cidades, chegam a ser os mais caros do mundo e a gasolina brasileira atualmente é mais cara do que a dos Estados Unidos. Por sua vez os serviços públicos, a qualidade de vida, o conforto nas cidades de um modo geral são péssimos e os salários - ah! os salários - estão realmente muito baixos!
Muitos perguntam o que poderia estar ocorrendo? Seria a imaturidade dos novos entrantes no mundo do consumo – os consumidores provenientes das classes C e D? Seria o chamado custo Brasil? Seria o dólar em condições muito baixas em relação aos anos anteriores? Ou seria a excessiva carga tributária? Bem, todos esses fatores são componentes fortes no processo, mas não é tudo. Acrescente a isso a indexação ainda existente na economia (não refeitas pelos governos recentes) e o que nos resta identificar como importante: as excessivas margens de lucros do lado dos vendedores.
Cabe então aos consumidores prestarem atenção no dia a dia de suas compras. Perceba que quando você utiliza o seu cartão de crédito e faz o parcelamento de sua compra em três, cinco, dez vezes, você deixa que o vendedor financie a sua compra, porém, você não questiona a ele a que juros a compra foi financiada? Assim, o vendedor fica livre para trabalhar o juro que ele quiser. Imagine que o vendedor trabalhe com juros de 3% ao mês. Parece pouco, mas essa taxa está muito acima da remuneração da caderneta de poupança, por exemplo.
Atenção, portanto! Pois na realidade uma compra de um simples par de calçado ou de tênis, ser financiada em dez vezes sem nenhum juro, não existe!
Por outro lado, os salários nunca estiveram tão baixos. Vejam os sintomas: quando estamos dividindo em muitas parcelas nossas compras é porque algo não vai bem pelo lado da renda. Outro exemplo sintomático é o parcelamento de impostos como IPVA, Imposto de Renda e outros. Isso indica que os impostos assim como os preços estão realmente elevados.
É interessante notar que serviços e produtos básicos no Brasil como telefonia, transportes coletivos, água, energia, combustíveis, alimentos, dentre outros, são extremamente caros, prejudicando maioria da população que não pode usufruir livremente desses benefícios.
Como um país tão grande e tão rico em recursos, como o Brasil, pode em pleno século XXI, não ser capaz de oferecer produtos e serviços básicos a baixo custo ou de acordo com a renda da população?
Um jargão na economia diz que “maior volume de vendas, menores preços unitários”. Mas pelo visto, isto por aqui também não existe! Com essas distorções todas, há uma evidente transferência de renda dos consumidores para os setores produtores e comerciários distorcendo o equilíbrio distributivo.
domingo, 31 de julho de 2011
domingo, 17 de julho de 2011
Rico e Pobre Brasil!
Conversando com uma pessoa apolítica que teve oportunidade de visitar e conviver um pouco nos bastidores de Brasília, certificou-me que a "cultura dos 10%" na Capital Federal já é, infelizmente, algo natural, e faz parte do cotidiano da corrupção desenfreada do nosso país.
Pior, é que Brasília, passou a ser o exemplo daquilo que se repete na maioria dos municípios e estados brasileiros e que, desastradamente, tem por princípio o desvio de erário público. É preciso dizer redundantemente que é desvio de “dinheiro subtraído do povo”, principalmente do cidadão que trabalha honestamente de sol a sol, de domingo a domingo e que enfrenta por isso mesmo, a precariedade dos serviços públicos, para depois ser salteado pela maior carga tributária do mundo que, paradoxalmente, deixa muito, mas muito para trás, o famoso “quinto dos infernos” – cobrança de impostos do tempo do império e que gerou mais tarde a dissidência do Brasil com Portugal, passando pelo esquartejamento de Tiradentes e mais tarde na famosa frase do Príncipe-Regente D. Pedro de Alcântara, às
margens do Ipiranga – Independência ou Morte!
Notem que no passado o povo pagava 1/5 de imposto à Coroa e inapropriadamente recolhemos hoje aos cofres públicos cerca de 1/3 da renda gerada por aqueles que trabalham rotineiramente no país. Incluímos aí os atuais aposentados que miseravelmente são atendidos com uma parcela mínima do que já recolheu efetivamente para os cofres da nação. Lembremos, de que muitos dos que hoje estão aposentados contribuíram com até 20 salários mínimos e atualmente recebem como benefício, apenas um valor correspondente a 6,7 mínimos, enquanto a corrupção faz minar todo o feito de pessoas e empresas honestas que lutaram e lutam por um país melhor. Preciso é, lembrarmos também, de várias outras categorias que tiveram os seus salários aviltados com o tempo como os professores, por exemplo, e tantas outras.
Desde o descobrimento do Brasil, passando pelo Brasil Colônia, chegando aos anos sessentas com o slogan: "varre, varre vassourinha” da campanha de Jânio Quadros pela presidência da República que teve como símbolo exatamente uma “vassourinha” para varrer os corruptos da política; e mais recentemente, com o “Caçador de Marajás” do ex-presidente Collor de Melo que depois de chegar à presidência teve seu mandato cassado pelo mesmo motivo: corrupção.
Nosso país vem ladeira abaixo deslizando, deslizando, deslizando, contabilizando negativamente a falta de caráter de grande parte do povo e, principalmente, dos políticos brasileiros. Vale ainda lembrar que há pouco tempo o povo se desdobrou para implantar a Lei da Ficha Limpa e foi atropelado pelas burocracias tanto legislativa quanto da ordem jurídica brasileira.
Minha fonte vai mais longe, e diz que ONGs são criadas e desfeitas ao sabor da corrupção. Lavam o dinheiro extraído do erário e depois desaparecem como fumaça no ar. É claro que existem ONGs sérias, que desenvolvem trabalhos sérios, porém é preciso cuidado.
Historicamente, um estado de corrupção política desenfreada é conhecido como uma “cleptocracia”, o que literalmente significa "governado por ladrões".
Um jeito simples de reconhecer corrupção é lembrar-se de uma inofensiva “vista grossa”.
É por essas e outras, que precisamos salvar o país da corruptela, ou se preferirem da cleptocracia, para que os bons filhos nascidos em berços bons passem a entonar diferentemente a expressão: Aprendi Tudo ao Contrário ou me Ensinaram Tudo Errado.
Pior, é que Brasília, passou a ser o exemplo daquilo que se repete na maioria dos municípios e estados brasileiros e que, desastradamente, tem por princípio o desvio de erário público. É preciso dizer redundantemente que é desvio de “dinheiro subtraído do povo”, principalmente do cidadão que trabalha honestamente de sol a sol, de domingo a domingo e que enfrenta por isso mesmo, a precariedade dos serviços públicos, para depois ser salteado pela maior carga tributária do mundo que, paradoxalmente, deixa muito, mas muito para trás, o famoso “quinto dos infernos” – cobrança de impostos do tempo do império e que gerou mais tarde a dissidência do Brasil com Portugal, passando pelo esquartejamento de Tiradentes e mais tarde na famosa frase do Príncipe-Regente D. Pedro de Alcântara, às
margens do Ipiranga – Independência ou Morte!
Notem que no passado o povo pagava 1/5 de imposto à Coroa e inapropriadamente recolhemos hoje aos cofres públicos cerca de 1/3 da renda gerada por aqueles que trabalham rotineiramente no país. Incluímos aí os atuais aposentados que miseravelmente são atendidos com uma parcela mínima do que já recolheu efetivamente para os cofres da nação. Lembremos, de que muitos dos que hoje estão aposentados contribuíram com até 20 salários mínimos e atualmente recebem como benefício, apenas um valor correspondente a 6,7 mínimos, enquanto a corrupção faz minar todo o feito de pessoas e empresas honestas que lutaram e lutam por um país melhor. Preciso é, lembrarmos também, de várias outras categorias que tiveram os seus salários aviltados com o tempo como os professores, por exemplo, e tantas outras.
Desde o descobrimento do Brasil, passando pelo Brasil Colônia, chegando aos anos sessentas com o slogan: "varre, varre vassourinha” da campanha de Jânio Quadros pela presidência da República que teve como símbolo exatamente uma “vassourinha” para varrer os corruptos da política; e mais recentemente, com o “Caçador de Marajás” do ex-presidente Collor de Melo que depois de chegar à presidência teve seu mandato cassado pelo mesmo motivo: corrupção.
Nosso país vem ladeira abaixo deslizando, deslizando, deslizando, contabilizando negativamente a falta de caráter de grande parte do povo e, principalmente, dos políticos brasileiros. Vale ainda lembrar que há pouco tempo o povo se desdobrou para implantar a Lei da Ficha Limpa e foi atropelado pelas burocracias tanto legislativa quanto da ordem jurídica brasileira.
Minha fonte vai mais longe, e diz que ONGs são criadas e desfeitas ao sabor da corrupção. Lavam o dinheiro extraído do erário e depois desaparecem como fumaça no ar. É claro que existem ONGs sérias, que desenvolvem trabalhos sérios, porém é preciso cuidado.
Historicamente, um estado de corrupção política desenfreada é conhecido como uma “cleptocracia”, o que literalmente significa "governado por ladrões".
Um jeito simples de reconhecer corrupção é lembrar-se de uma inofensiva “vista grossa”.
É por essas e outras, que precisamos salvar o país da corruptela, ou se preferirem da cleptocracia, para que os bons filhos nascidos em berços bons passem a entonar diferentemente a expressão: Aprendi Tudo ao Contrário ou me Ensinaram Tudo Errado.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
O Trem Bala Brasileiro
Movido à energia elétrica, ele poderá ter um traçado com 518 quilômetros e fazer a viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo em cerca de uma hora e meia. Seu nome oficial é TAV - Trem de Alta Velocidade, mas falta ao governo federal fechar seu projeto definitivo, o que poderia ocorrer até abril deste ano com a realização do leilão para coleta de empreiteiras interessadas ao projeto, porém, o leilão foi adiado por falta de pretendentes. Assim, nova data do leilão foi marcada para o dia 11 de julho para coleta de empreiteiras interessadas, fato que também não ocorreu pelo mesmo motivo – falta de pretendentes, ou seja, nenhum grupo apresentou proposta ao projeto.
Por este motivo o governo notifica a sociedade que decidiu dividir em duas partes a execução da obra do Trem Bala que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, disse que na primeira etapa, ainda este ano, será contratada a empresa que vai fornecer a tecnologia e operar o Trem Bala. Na segunda fase, no início de 2012, será contratada a infraestrutura do projeto. A participação do governo não será alterada. O BNDES financiará cerca de 20 bilhões dos 33 bilhões de reais do orçamento da obra.
Após essa etapa, ainda será preciso abrir os envelopes das construtoras que farão a obra e muita paciência para vê-lo finalmente correndo, pelos trilhos. Na melhor das hipóteses, uma pequena parte do trajeto entrará em operação apenas em 2014. Com base em alguns detalhes divulgados pelo governo e de projetos já estudados pelo Ministério dos Transportes (este mesmo da corruptela), dá para se ter uma idéia de como vai o nosso caríssimo Trem Bala.
O trajeto deve ter sete estações e custo de 11 bilhões de dólares, pelos planos do governo. O Trem Bala iria de Campinas ao Rio de Janeiro, num trajeto total de 518 km. Entre o ponto final e o inicial a idéia é passar por cinco paradas em cidades estratégicas, a principal delas, São Paulo.
Movido a energia elétrica, o Trem Bala é uma variação sofisticada dos trens comuns que já circulam no país. O que o ajuda a ser mais veloz é principalmente um traçado especial e um menor número de paradas.
Para o Trem Bala ser rápido, ele precisa de um traçado o mais reto possível, com curvas mais alongadas. E para conseguir isso é bem provável que haja muitos túneis e pontes. Um dos projetos já estudados prevê que 26% do trajeto será realizado por viadutos ou pontes e 33% por túneis.
A energia elétrica necessária para alimentar a linha do trem viria por subestações elétricas espalhadas ao longo de todo o trajeto. Alguns projetos falam em pelo menos 11 subestações. Além delas, seria preciso uma rede de cabos de alta tensão suspensos.
O custo da obra, na previsão oficial é de 11 bilhões de dólares, ou cerca de 25 bilhões de reais, embora o mercado projete um valor de 33 bilhões de reais. Para se ter uma idéia, esse valor ultrapassa o PIB anual do Mato Grosso do Sul, ou seja, tudo o que o estado produz de bens e serviços em um ano.
Comparativamente, 27 bilhões de dólares foi o custo da Usina Hidro-droelétrica de Itaipu; 11 bilhões de dólares é o custo do Trem Bala; e 2,1 bilhões de dólares é o custo de 12,8 km de metrô em São Paulo.
Ainda estão sendo estudados os modelos de Trem Bala de vários países. O japonês N700, um dos mais modernos em operação, tem média de velocidade de 270 km/h. Mas os planos do governo são ambiciosos: fala-se em pelo menos 285 km/h em média.
Dependendo do tipo de trem escolhido pelo governo, e, tomando como exemplo o modelo japonês, o N700, cada trem seria capaz de levar 546 passageiros em oito vagões, três vezes a capacidade do avião mais usado no Brasil.
Quanto ao preço da passagem, por enquanto, só dá para estimar usando um projeto – da empresa Italplan – aprovado pelo Ministério dos Transportes em 2004, mas depois deixado de lado. Por esse projeto, a passagem sairia por 120 reais, o que não é ainda realidade.
O cronograma do projeto tinha como previsão o primeiro trimestre de 2009 para final dos estudos técnicos; em abril de 2009 – divulgação do projeto definitivo; segundo semestre de 2009 – licitação da obra; início das obras em 2010 e conclusão da primeira fase da obra em 2014.
Interessante para o leitor compreender é que o Trem Bala, não é estratégico para um governo sério. Aeroportos, mobilidade humana com a expansão de metrôs nas grandes cidades brasileiras, modernização dos portos, implantação de ferrovias setoriais para escoamento dos produtos de nosso agronegócio e a recuperação permanente de nossas estradas são mais importantes e criaria alinhamentos modais no curto e médio prazo. Portanto, o Trem Bala atualmente só faria concorrência com a Ponte Aérea Rio x São Paulo, já existente, o que de fato não chega a ser estratégico.
Por este motivo o governo notifica a sociedade que decidiu dividir em duas partes a execução da obra do Trem Bala que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, disse que na primeira etapa, ainda este ano, será contratada a empresa que vai fornecer a tecnologia e operar o Trem Bala. Na segunda fase, no início de 2012, será contratada a infraestrutura do projeto. A participação do governo não será alterada. O BNDES financiará cerca de 20 bilhões dos 33 bilhões de reais do orçamento da obra.
Após essa etapa, ainda será preciso abrir os envelopes das construtoras que farão a obra e muita paciência para vê-lo finalmente correndo, pelos trilhos. Na melhor das hipóteses, uma pequena parte do trajeto entrará em operação apenas em 2014. Com base em alguns detalhes divulgados pelo governo e de projetos já estudados pelo Ministério dos Transportes (este mesmo da corruptela), dá para se ter uma idéia de como vai o nosso caríssimo Trem Bala.
O trajeto deve ter sete estações e custo de 11 bilhões de dólares, pelos planos do governo. O Trem Bala iria de Campinas ao Rio de Janeiro, num trajeto total de 518 km. Entre o ponto final e o inicial a idéia é passar por cinco paradas em cidades estratégicas, a principal delas, São Paulo.
Movido a energia elétrica, o Trem Bala é uma variação sofisticada dos trens comuns que já circulam no país. O que o ajuda a ser mais veloz é principalmente um traçado especial e um menor número de paradas.
Para o Trem Bala ser rápido, ele precisa de um traçado o mais reto possível, com curvas mais alongadas. E para conseguir isso é bem provável que haja muitos túneis e pontes. Um dos projetos já estudados prevê que 26% do trajeto será realizado por viadutos ou pontes e 33% por túneis.
A energia elétrica necessária para alimentar a linha do trem viria por subestações elétricas espalhadas ao longo de todo o trajeto. Alguns projetos falam em pelo menos 11 subestações. Além delas, seria preciso uma rede de cabos de alta tensão suspensos.
O custo da obra, na previsão oficial é de 11 bilhões de dólares, ou cerca de 25 bilhões de reais, embora o mercado projete um valor de 33 bilhões de reais. Para se ter uma idéia, esse valor ultrapassa o PIB anual do Mato Grosso do Sul, ou seja, tudo o que o estado produz de bens e serviços em um ano.
Comparativamente, 27 bilhões de dólares foi o custo da Usina Hidro-droelétrica de Itaipu; 11 bilhões de dólares é o custo do Trem Bala; e 2,1 bilhões de dólares é o custo de 12,8 km de metrô em São Paulo.
Ainda estão sendo estudados os modelos de Trem Bala de vários países. O japonês N700, um dos mais modernos em operação, tem média de velocidade de 270 km/h. Mas os planos do governo são ambiciosos: fala-se em pelo menos 285 km/h em média.
Dependendo do tipo de trem escolhido pelo governo, e, tomando como exemplo o modelo japonês, o N700, cada trem seria capaz de levar 546 passageiros em oito vagões, três vezes a capacidade do avião mais usado no Brasil.
Quanto ao preço da passagem, por enquanto, só dá para estimar usando um projeto – da empresa Italplan – aprovado pelo Ministério dos Transportes em 2004, mas depois deixado de lado. Por esse projeto, a passagem sairia por 120 reais, o que não é ainda realidade.
O cronograma do projeto tinha como previsão o primeiro trimestre de 2009 para final dos estudos técnicos; em abril de 2009 – divulgação do projeto definitivo; segundo semestre de 2009 – licitação da obra; início das obras em 2010 e conclusão da primeira fase da obra em 2014.
Interessante para o leitor compreender é que o Trem Bala, não é estratégico para um governo sério. Aeroportos, mobilidade humana com a expansão de metrôs nas grandes cidades brasileiras, modernização dos portos, implantação de ferrovias setoriais para escoamento dos produtos de nosso agronegócio e a recuperação permanente de nossas estradas são mais importantes e criaria alinhamentos modais no curto e médio prazo. Portanto, o Trem Bala atualmente só faria concorrência com a Ponte Aérea Rio x São Paulo, já existente, o que de fato não chega a ser estratégico.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Custo Brasil ou Lucro Brasil?
Certamente o leitor já deve ter ouvido alguém falar sobre Custo Brasil - aquele que encarece o produto brasileiro por meio, não somente da falta, como também da inadequação da infra-estrutura e logística para que os produtos produzidos no país circulem normalmente pelos estados e municípios, chegando até aos compradores locais ou até mesmo aos portos brasileiros e daí direcionados a outros países.
Pois bem: este nome bonito sintetiza na linguagem dos economistas o que seja a penúria das estradas brasileiras, a precariedade de nossos portos e aeroportos, assim como toda a inadequação de nossa estrutura viária para atender um país continental como o Brasil que deveria transportar seus produtos até os consumidores finais através de meios mais baratos como os trens, o transporte de cabotagem (via mares e rios), dentre outros.
Porém, estudos revelam que existe, no caso dos automóveis, o então chamado Lucro Brasil.
O Lucro Brasil, é aquele que registra lucros exorbitantes no segmento automotivo, onde o mesmo carro fabricado aqui no Brasil e vendido internamente é, em certos casos, de até doze vezes mais caros que os vendidos em outros países, como Argentina, México, Estados Unidos, e outros países.
Consultores registram vários motivos para tal discrepância de preços. O Custo Brasil, que não explica tudo, a carga tributária brasileira, a mais cara do mundo e a falta de competitividade no segmento automotivo.
Na formação do preço: ao lançar um carro, o fabricante verifica a concorrência. Caso não tenha referência no mercado, posiciona o preço num patamar superior. Se colar, colou. Caso contrário passa a dar bônus para a concessionária até re-posicionar o produto num preço que o consumidor está disposto a pagar. É o que dita a estratégia de Marketing e na realidade, vale para qualquer produto, de qualquer setor.
As fábricas automotivas, de um modo geral, reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas e o governo reduz impostos como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado consumidor e o sexto maior produtor. E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.
O Lucro Brasil não fica somente na montadora, mas em toda a cadeia produtiva. Estudos feitos pela ACARA, (Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina), divulgou no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos, em São Francisco, em fevereiro deste ano, os valores comercializados do Corolla em três países: no Brasil o carro custa US$ 37.636,00, na Argentina US$ 21.658,00 e nos EUA US$ 15.450,00. Outro exemplo de causar inquietude: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil e no Brasil por R$ 65,7 mil.
O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil, fica por não menos de R$ 46 mil por aqui.
O Corolla não é exceção. O Kia Soul, fabricado na Coréia, custa US$ 18 mil no Paraguai e US$ 33 mil no Brasil. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.
Especialistas comentam que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de vendas e na lealdade do consumidor à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.
O que faz uma fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultores, é o fato de o México ter um mercado mais competitivo.
E por que o consumidor brasileiro paga mais pelo carro que em outros países?
A realidade é que o Brasil tem um custo de vida muito elevado. Comparativamente, os sanduíches do McDonalds aqui são os mais caros do mundo. O sanduíche custa US$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui.
Outro comparativo é a China onde o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística e os salários dos engenheiros e dos operários chineses não são menores do que os dos brasileiros.
Há algo errado no Brasil, não somente o preço do carro é mais elevado. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil o metro quadrado custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai a Pequim custa US$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.
As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência “fora de estrada”. São os derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva, onde o vendedor puxa exageradamente no preço.
Pois bem: este nome bonito sintetiza na linguagem dos economistas o que seja a penúria das estradas brasileiras, a precariedade de nossos portos e aeroportos, assim como toda a inadequação de nossa estrutura viária para atender um país continental como o Brasil que deveria transportar seus produtos até os consumidores finais através de meios mais baratos como os trens, o transporte de cabotagem (via mares e rios), dentre outros.
Porém, estudos revelam que existe, no caso dos automóveis, o então chamado Lucro Brasil.
O Lucro Brasil, é aquele que registra lucros exorbitantes no segmento automotivo, onde o mesmo carro fabricado aqui no Brasil e vendido internamente é, em certos casos, de até doze vezes mais caros que os vendidos em outros países, como Argentina, México, Estados Unidos, e outros países.
Consultores registram vários motivos para tal discrepância de preços. O Custo Brasil, que não explica tudo, a carga tributária brasileira, a mais cara do mundo e a falta de competitividade no segmento automotivo.
Na formação do preço: ao lançar um carro, o fabricante verifica a concorrência. Caso não tenha referência no mercado, posiciona o preço num patamar superior. Se colar, colou. Caso contrário passa a dar bônus para a concessionária até re-posicionar o produto num preço que o consumidor está disposto a pagar. É o que dita a estratégia de Marketing e na realidade, vale para qualquer produto, de qualquer setor.
As fábricas automotivas, de um modo geral, reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas e o governo reduz impostos como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado consumidor e o sexto maior produtor. E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.
O Lucro Brasil não fica somente na montadora, mas em toda a cadeia produtiva. Estudos feitos pela ACARA, (Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina), divulgou no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos, em São Francisco, em fevereiro deste ano, os valores comercializados do Corolla em três países: no Brasil o carro custa US$ 37.636,00, na Argentina US$ 21.658,00 e nos EUA US$ 15.450,00. Outro exemplo de causar inquietude: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil e no Brasil por R$ 65,7 mil.
O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil, fica por não menos de R$ 46 mil por aqui.
O Corolla não é exceção. O Kia Soul, fabricado na Coréia, custa US$ 18 mil no Paraguai e US$ 33 mil no Brasil. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.
Especialistas comentam que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de vendas e na lealdade do consumidor à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.
O que faz uma fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultores, é o fato de o México ter um mercado mais competitivo.
E por que o consumidor brasileiro paga mais pelo carro que em outros países?
A realidade é que o Brasil tem um custo de vida muito elevado. Comparativamente, os sanduíches do McDonalds aqui são os mais caros do mundo. O sanduíche custa US$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui.
Outro comparativo é a China onde o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística e os salários dos engenheiros e dos operários chineses não são menores do que os dos brasileiros.
Há algo errado no Brasil, não somente o preço do carro é mais elevado. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil o metro quadrado custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai a Pequim custa US$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.
As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência “fora de estrada”. São os derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva, onde o vendedor puxa exageradamente no preço.
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