A Venezuela governada pelo chavista Nicolás
Maduro enfrenta uma grave crise legal, política e econômica, que já vem de
longe.
Assim, em meio à dramática crise político
institucional, a qual se encontra as instituições democráticas, a Venezuela deu
um gigantesco passo atrás, em 2016, quando o Supremo Tribunal de Justiça, o TSJ
deles decidiu assumir as funções do Congresso; anulando todas as decisões da Assembleia Nacional, fato
esse que levou a oposição denunciar a existência de
uma “ditadura velada” em seu país. Lembremos sempre, que o Congresso
venezuelano era controlado pela oposição ao governo de Nicolás Maduro e,
portanto, eleito democraticamente pelo seu povo.
Na ocasião, países como o Brasil, o Peru e a Organização dos Estados
Americanos (OEA), repudiaram, veementemente, a medida, porém, sem sucesso.
Como não bastasse a crise política, o país
enfrenta ainda, uma gravíssima crise econômica, acentuada pela alta dependência
da Venezuela à importação de bens, à
queda do preço do petróleo – maior fonte de divisas do país - e ao controle
estatal na produção e distribuição de produtos básicos.
Segundo especialistas, a cada dia há menos
empresas, menos postos de trabalho e menos salários dignos na Venezuela.
Além disso, a emissão descontrolada de
dinheiro por parte do Banco Central venezuelano, bem como a destruição da
indústria nacional e a queda das importações, reduziram, drasticamente, o
número de bens disponíveis no mercado venezuelano; o que trouxe à tona a
realidade patente do país, o que se considera as causas crônicas da elevada
inflação.
Para estabilizar a economia e sair da
crise, o parlamento venezuelano tem pedido a eliminação dos controles de
câmbio, já que, desde 2003, o Estado tem
tido o monopólio da venda de moedas e da determinação dos preços na economia.
Pede-se ainda, o respeito absoluto à propriedade privada no país, algo que
também se deteriorou.
Dados do Fundo Monetário Internacional
(FMI) sobre as projeções mundiais, apontou que a Venezuela teve a maior inflação do mundo em 2015, ao redor de 160%
ao ano; porém, em 2017, a inflação atingiu o índice recorde de 2.000%, levando
a Venezuela à maior crise política, social e econômica de sua história
contemporânea. Afora a queda do PIB venezuelano em 34% nos últimos 4 anos, a
Venezuela vive, na realidade, uma crise humanitária sem precedentes, marcada
pela escassez de alimentos, remédios e outros produtos básicos e o aumento
quase diário dos preços ao sabor do descalabro do bolívar, a moeda nacional venezuelana,
que se derrete em relação ao dólar no mercado paralelo.
A petroleira estatal PDVSA que é a fonte de
mais de 90% da moeda arrecadada pelo Estado venezuelano, passa por graves
dificuldades financeiras e sua produção caiu, pela primeira vez em 28 anos,
para abaixo dos 2 milhões de barris diários.
Por outro lado, Maduro anuncia uma série de
medidas econômicas populistas, entre elas o aumento de 20% no salário mínimo
(de 9.600 para 11.520 bolívares); aumento do preço da gasolina, pela primeira
vez em 20 anos; a desvalorização de 37% do bolívar, reservada à importação de
alimentos e medicamentos; e um novo regime de câmbio, que passa de três a duas
taxas de cambiais.
O governo anuncia ainda, o racionamento no fornecimento de energia
elétrica nos 10 estados mais populosos e industrializados do país, incluindo a
região de Caracas, com cortes de energia, de quatro horas diárias, pois, o reservatório
da Hidroelétrica Guri, que gera 70% da eletricidade do país, está colapsado.
O desespero é tanto, que Maduro ordena estender de uma (sexta-feira)
para três dias por semana (quarta, quinta e sexta-feira) a folga do setor
público, para enfrentar a severa crise de eletricidade. Além de determinar que
as escolas do ensino fundamental e médio não funcionem às sextas-feiras, e de
estabelecer aumento de 30% no salário mínimo, incluindo funcionalismo público,
aposentados e militares, abrangendo também os pensionistas.
O Alto-Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) estima que mais de 1
milhão de venezuelanos já deixaram o país e 110 mil pediram refúgio, segundo informe
elaborado após levantamento dos dados entre 2014 a 2017, sendo que os
venezuelanos aportam também em refúgio no estado brasileiro de Roraima.,
trazendo dificuldades ao Brasil.
Como o desempenho
de Maduro está abaixo das funções constitucionais da presidência, a oposição
venezuelana, o responsabiliza pela grave ruptura da ordem constitucional; pela
violação de direitos humanos; e pela devastação das bases econômicas e sociais
do país, dado o cenário de recessão e aumento da pobreza, com inflação
galopante (hiperinflação) e falta de produtos básicos nos supermercados como
alimentos, produtos de higiene e remédios.
O caos esquerdista e populista é tanto que
as ruas das cidades são marcadas pelos mercados negros e a
violência, onde os números são comparáveis a estados em regime de guerra.
A democracia
venezuelana, por muito tempo um motivo de orgulho, foi a mais atingida se
descambando para o autoritarismo inútil, onde as cúpulas partidárias
concordavam e ainda condordam em dividir o poder entre eles e as receitas do
petróleo entre seus eleitorados.
O pacto firmado,
cujo objetivo era o de preservar a democracia, passou a dominá-la. Elites dos
partidos escolhem os candidatos e bloqueiam os estranhos, tornando a política
menos receptiva; e o acordo de divisão da riqueza fomentou a corrupção,
adotando um estilo de governo que consolida o poder nas mãos de um único líder.
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