Em mais uma de
suas medidas protecionistas, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, deixa o mundo globalizado em estado de alerta
com essa medida de barreiras tarifárias para o aço; pois ela tem escala global
e altera o equilíbrio entre países importadores, como os próprios Estados
Unidos, e os países exportadores globais do aço.
Como efeito
imediato haverá uma relativa sobra de aço nos principais centros produtores, o
que trará, certamente, uma queda nos preços internacionais produto,
prejudicando assim, todo o complexo de aço, principalmente, aqueles que
dependem diretamente da exportação para os Estados Unidos.
Por outro lado, governos mundo afora tentam se mexer para
contrapor às medidas protecionistas de Trump e o Brasil tenta o mesmo através
da Organização Mundial do Comércio.
Toda essa movimentação faz sentido neste momento, porém, é
algo que leva tempo para uma resolução mais definitiva já que o mundo da
negociação, muitas vezes, se apresenta excessivamente burocrático.
Assim, cabe às empresas, de um modo geral, tomar as suas
próprias decisões que devam ir de encontro à produtividade; pois neste momento,
ganhos de produtividade podem minorar as possíveis quedas de preço do produto.
O Brasil está entre os países que devem ser mais afetados
pela medida que intensifica a política da "América em primeiro lugar"
que elegeu Trump em 2016; pois um terço do aço exportado no Brasil tem como
destino o mercado dos EUA com receita de US$ 3 bilhões, o que faz do Brasil o segundo maior fornecedor do produto para os Estados
Unidos, atrás apenas do Canadá.
Por enquanto, o Brasil ficou fora das exceções das
taxas, que, neste momento, só beneficiou México e Canadá, os parceiros dos EUA
no NAFTA, o Tratado de Livre Comércio da América do Norte.
Para a agência de risco Moody’s, a medida afeta, mas
não dramaticamente, as três principais siderúrgicas do país: Usiminas, CSN e
Gerdau sendo que a principal consequência pode ser a de forçar as siderúrgicas
a venderem para mercados alternativos, com lucros menores.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a
decisão norte-americana de impor sobretaxas ao aço e alumínio vão afetar US$ 3
bilhões em exportações brasileiras de ferro e aço e US$ 144 milhões em
exportações de alumínio. Isso equivale a uma massa salarial de quase R$ 350
milhões e impostos da ordem de R$ 200 milhões.
Diante dessas imposições tarifárias cabe à siderurgia
uma reflexão sobre o rumo desse segmento, trazendo o foco também para o atual modelo
de gestão, assim como para o próprio modelo de produção do aço, já que
modificações importantes no consumo estão por vir; haja vista, as mudanças
previstas para o seguimento automobilístico que passará por uma revolução, o
que, certamente, exigirá um novo redirecionamento dos produtores de aço no
mundo, enquanto a China continua sendo uma ameaça permanente.
Além disso,
estudos com o grafeno mostram que chegou a vez dos materiais dobráveis. Pois é.
O grafeno é duzentas vezes mais resistente que o aço, sete vezes
mais leve que
o ar, é um excelente condutor de eletricidade e calor, e pode ser transparente e flexível. Trata-se
de uma folha plana de moléculas de carbono que está deixando
pesquisadores da indústria de tecnologia maravilhados. Com ele, seria possível
criar produtos mais finos, flexíveis e com baterias mais poderosas. Isso pode revolucionar a
indústria eletrônica, assim como outras mais.
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