Fomos
surpreendidos, nesta última sexta-feira, com o estardalhaço da “Operação Carne
Fraca”, da Polícia Federal. Porém, todos os profissionais envolvidos nos
programas de qualidade dentro das empresas sabem que é preciso segregar, inspecionar,
rastrear lotes e todo o processo de produção para identificar onde está o
problema e estabelecer os pontos de correções e de melhoria.
Longe de defender
os empreendimentos citados pela PF, é preciso dizer que fora, inapropriada, o
modo de divulgação da comercialização de produtos estragados, vencidos,
maquiados, etc., de forma generalizada. Ao fazer isso, acabou-se por atingir toda
essa cadeia produtiva do agronegócio. Certamente, isso não ocorre na totalidade da produção brasileira de
proteína animal, cuja participação no mercado internacional é intensa, como
intensa também são as inspeções de qualidade dos produtos consumidos
internamente e aos produtos destinados à exportação.
É preciso notar ainda que durante a longa investigação da Policia
Federal deva ter sido constatado também as boas práticas do setor, o que, essencialmente,
deveria também vir a público.
Outro ponto
importante é que a comercialização de carnes, tanto no mercado interno quanto
no mercado externo é de fundamental importância para a economia brasileira; o
que coloca em cheque não somente a credibilidade das unidades frigoríficas, como
também de todo o trabalho desenvolvido da porteira para dentro das fazendas,
uma vez que um crime dessa proporção pode fechar mercados internacionais
diminuindo os índices de consumo da carne brasileira.
Por outro lado, será preciso que a Polícia Federal vá à fundo nas
investigações, pois, a indústria brasileira de carnes atingiu nas últimas
décadas elevado nível de segurança e qualidade em suas operações, sendo admirada
e reconhecida internacionalmente.
Os padrões de biosseguridade (cuidados sanitários), os avanços genéticos
e a atenção extrema à sanidade e ao manejo fizeram de nossa produção
agropecuária uma das mais seguras de todas as cadeias produtivas, graças ao
empenho e profissionalização dos produtores rurais e aos intensos e contínuos
investimentos das agroindústrias.
As indústrias brasileiras de carnes, principalmente as de aves e suínos,
adotam o que há de mais avançado em máquinas, equipamentos, processos e
recursos tecnológicos, assegurando alimentos cárneos confiáveis e de alta
qualidade.
Problemas existem
e o país não estará livre deles no curtíssimo prazo sendo que muitos deles se
apresentam escamoteados.
Assim, a JBS ocupa o centro do noticiário por razões
óbvias, sendo a gigante, nacional e internacional do setor e um dos grupos que
mais fizeram doações para as campanhas eleitorais, portanto, íntima das linhas de
financiamento do BNDES nos governos passados.
Dentro deste
quadro pode-se verificar um destino sombrio aos gigantes criados na era
petista, que teve como prática a ajuda estatal.
Neste sentido a Odebrecht,
que já era grande, assumiu essa dimensão;
a OI, recebeu recursos do BNDES para que a Telemar comprasse a Brasil
Telecon de Daniel Dantas, e, portanto, criasse a OI, e todos sabemos como anda
a OI. E
o caso mais espetacular de todos: a injeção de recursos do BNDES ao empresário Eike
Batista, que deu no que deu e todos sabem o que aconteceu com ele.
Assim não da para
ignorar que as evidencias de relações não republicanas vieram se multiplicando,
desde 2003, com a criação do chamado Capitalismo
de Estado, com suas múltiplas faces distintas e combinadas onde as empresas
estatais, obviamente, fazem parte e estão no centro do escândalo do “petrolão”
com investigação serrada pela Operação Lava-jato.
Estudiosos sabem
que este modelo de Capitalismo de Estado com a eleição de amigos do rei e a
participação de conglomerados em sociedade com o poder político está muito mais
para economias de regime fascista do que para um regime liberal. Desse modo,
repudia-se o estado regulador (liberal), para se tornar o estado, sócio do
capital privado com seus anéis burocráticos onde os fiscais formam um deles,
criando seus próprios círculos de burla e interesse.
Desta maneira, as
corporações vão se fechando dentro do estado tornando os empreendedores
dependentes das tetas do governo e vice versa.
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