A melhora dos
indicadores econômicos está ajudando na recuperação da confiança dos mercados e
na retomada do crescimento do país, mas a estabilidade econômica pode ser
prejudicada pela incerteza no campo político.
Em seis meses de
Governo de Michel Temer os juros caíram de 14,25%, os mais altos nos últimos 10
anos, para os atuais 12,25%, o menor patamar desde 2015.
Alguns analistas
apostam que a Celic (taxa básica de juros da economia) continuará caindo nos
próximos meses e que ela alcançará um dígito até o final do ano, chegando a
9,3% ao ano, algo que não acontece desde 2013. A expectativa é que a redução da
Celic contribua para estimular a economia, que passa por recessão e alta do
desemprego.
Outras notícias
que vêm agradando mercados, empresários e consumidores é a taxa de inflação que
deve fechar o ano em 4,43%, portanto, abaixo do centro da meta que é de 4,5%, e
a estabilidade no câmbio (relação entre o Real e as demais moedas
estrangeiras).
O resultado dessa
combinação de fatores é a confiança do mercado trazida pelos indicadores, o que
não se traduziu ainda na melhora da atividade econômica como um todo, o que
deverá acontecer no segundo semestre de 2017, ou mesmo, em 2018.
Por outro lado,
para que o país volte aos trilhos de vez, ainda será preciso resolver as
intrincadas questões políticas, incluindo aí, os desdobramentos da Operação
Lava Jato.
Como as
investigações correm em sigilo de justiça, tem havido vazamentos que,
provavelmente, poderão não corresponder à verdade dos fatos e, por isso mesmo,
tecnicamente, o que se tem noticiado não possui ainda nenhum efeito legal; o
que tem trazido mais confusão do que luz.
Voltando à
economia, podemos dizer que ela não caminha por si somente, o país não caminha
por si somente, é preciso haver uma liderança para fazer as coisas andarem.
Porém, quando essa liderança se torna alvo de questionamentos jurídicos
criminais, mesmo que não confirmados tecnicamente, a crise política se instala
e pode engolir a melhoria da economia.
Especialistas admitem
que a situação política poderá comprometer totalmente a economia pelo fato de não
se saber o teor de qualquer acusação, de qualquer processo adicional da Operação
Lava Jato ou de qualquer dessas operações em curso e essa incerteza, essa
intranquilidade quanto ao rumo político do país coloca em risco a recuperação
econômica que vem se mostrando firme e sustentada.
A queda da
inflação, principal elemento de medição da temperatura da estabilidade
econômica, é superpositiva, e vem permitindo a redução da taxa de juros. Embora
a taxa de juros real, ainda seja muito alta, uma das maiores do mundo, essa
redução vem trazendo a possibilidade de financiamentos e de investimentos
produtivos na economia.
Desse modo, aumentando
os financiamentos e os investimentos, há possibilidade de melhoria na geração de
empregos, que deve ser o último a se normalizar.
A dificuldade
mesmo fica por conta das reformas prioritárias do governo que precisam caminhar.
A Reforma da Previdência; a Reforma Trabalhista e Terceirização; a Reforma Política;
as Concessões e Privatizações, etc., cujo
objetivo é entregar um país mais moderno e arrumado do ponto de vista econômico
e político para o próximo presidente a ser eleito em 2018.
A conclusão é
simples. A perspectiva econômica é positiva, porém, estamos em risco constante colocada pela
instabilidade política.
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