O sindicalismo,
de um modo geral, é mesmo um tremendo fiasco, não somente aqui no Brasil como
também em outras partes do mundo.
Na vizinha
Argentina foi o sindicalismo peronista que levou a Argentina a três décadas de
decadência e até hoje turva o panorama político de uma nação que deveria ser a
potência hegemônica da América do Sul, a esta altura do século 21.
Por aqui não é
diferente, analogamente, foi o sindicalismo que garantiu e, que ao mesmo tempo,
avalizou o suicídio de Getúlio Vargas. E, logo adiante, segundo historiadores, os
sindicalistas pelegos se tornaram os responsáveis pela deformação da imagem de
Jango e, portanto, os corresponsáveis pela deposição de um presidente eleito
democraticamente, que fora arruinado pelo golpismo udenista – a UDN (União
Democrática Nacional) que era um partido que se dizia democrático, mas que, na
prática mesmo, vivia insuflando ideias golpistas para chegar ao poder.
Depois da
quartelada dos militares em 1964, a UDN chega ao poder, mas com os seus
melhores quadros na condição de agentes políticos e administrativos dos
generais presidentes, um destino que não estava nos planos deles.
Com Lula, os
sindicalistas, sempre ávidos de poder, voltaram com suas artimanhas. O ministro
do Trabalho de Lula – com a plena aquiescência do presidente – acabou com a
ideia democrática do pluralismo sindical, fazendo prevalecer a unicidade que em
seguida impediu que a contribuição sindical se tornasse facultativa, como em
qualquer lugar civilizado no mundo, continuou obrigatória com o feitio de
obrigação tributária com dispêndio de um dia de trabalho por ano do membro da
categoria, seja ele sindicalizado ou não.
Outro desserviço
do sindicalismo consistiu na legalização das chamadas “centrais sindicais” com
o agravante de não se submeterem à fiscalização do Tribunal de Contas da União
(TCU). Ora, se o poder de arrecadar tributos foi repassado do Estado aos
sindicatos, o dinheiro arrecadado tem que passar pelo crivo do Legislativo e,
consequentemente, pelo exame técnico e rigoroso, neste caso, do TCU. Tão
desmesurada “autonomia sindical” vale para as centrais sindicais algo por volta
de R$120 milhões anualmente. Para que tanto dinheiro? Onde são aplicados esses
recursos? Prestam contas a quem? A notícia que se tem é que esses recursos vão
abastecer os partidos políticos da esquerda. Lembremos que o dinheiro que
sustenta as centrais sindicais é meu, é seu, é nosso.
Uma pesquisa do
Centro de Pesquisas e Documentação da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro
identificou um crescimento de 400% de pessoas ligadas aos movimentos sindicais
durante o governo Lula. Essas pessoas ocuparam ou ainda ocupam os cargos DAS
(de direção e assessoramento superior), sendo que 45% deles estão nas mãos dos
sindicalistas.
As pesquisas não adentraram
as empresas estatais, aquelas em que a União é acionista majoritária, sem levar
em conta a intromissão sindicalista nos gigantescos fundos de Pensão como Previ
(BB), Funcef (CEF), Funcesp (UnB), Petros (Sistema Petrobrás), Valia (VALE),
Centrus (Banco Central), Real Grandeza (Furnas), dentre outros. Perceba que os quinze
maiores fundos de pensão administram mais de R$277 bilhões, ou seja, 70% do
patrimônio dos 243 fundos de pensão do país. Pois é, some-se a tudo isso o
desastre econômico, fiscal e moral ao qual o sindicalismo de estado nos meteu.
Lembremos ainda,
que na republica sindicalista, inexistem regras, apenas acordo de cavalheiros
onde o lema é o vale tudo em nome do poder e do dinheiro. E no Brasil de hoje o
poder do dinheiro faz governos. E os governos controlam muito dinheiro.
“Robert Michels”
sociólogo Alemão radicado na Itália que influenciou Max Weber, já alertava
quanto à conduta de líderes sindicais. Em seu livro Political Paties (A
Sociologia dos Partidos Políticos) publicado em 1911, que se tornou um clássico
da Sociologia Moderna diz que traição e pusilanimidade (traição, covardia) não
são os únicos fatores determinantes aos sindicalistas. Nesse livro há um
capítulo particularmente interessante sobre líderes sindicais com origem na
classe trabalhadora. A principal tese de Michels é que esses líderes são tão ou
menos confiáveis, para a classe trabalhadora, do que os líderes provenientes de
outras classes ou grupos sociais. E mais, que os indivíduos que controlam determinadas
organizações, os burocratas, os líderes sindicais, etc., definem objetivos e
implantam medidas que atendem, em primeiro lugar, aos seus próprios interesses.
Assim, em sua
análise dos traços característicos do padrão de conduta dos líderes sindicais, Michels
considera que o que sobressai e se manifesta com maior intensidade é o amor ao
poder e tendo sido bem sucedido em livrar-se das correntes que usava como
trabalhador assalariado e vassalo do capital, ele (o sindicalista), assim como
todo homem liberto, ele tem uma tendência de abusar da liberdade recentemente
conquistada, tendendo à passividade.
Michels comenta
ainda, que em todos os países são conhecidas histórias de algum líder da classe
trabalhadora de origem proletária que se tornou errático e despótico (regime
político em que o governante ou grupo governante não responde à Lei), e que
eles têm grande aversão a ser contrariado. Essa característica é, sem dúvida,
parcialmente dependente da sua condição de “parvenu” (pessoa que atingiu súbita
ou recentemente riqueza e/ou posição social de proeminência, sem, no entanto,
ter adquirido os modos convencionais adequados), pois está na natureza do
parvenu manter sua autoridade com ciúme extremo e de olhar toda crítica como
uma tentativa de humilhá-lo e diminuir sua importância, como uma alusão
deliberada e mal-intencionada ao seu passado, sendo extremamente sensíveis à
bajulação, mas isso parece o menor entre os seus defeitos. Em muitos casos eles
não passam de serviçais pagos pelo capital. Deste modo podemos concluir que não
é mera coincidência o que acontece no Brasil de hoje.
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