O teto de gastos
do governo federal vem com o intuito de estabilizar a economia limitando a
expansão indesejada das despesas públicas.
A medida foi
votada e aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados nesta terça feira para
depois seguir para o Senado Federal e ser votada também em duas sessões, uma ao
final de novembro e a segunda em dezembro. Depois segue para sanção da
Presidência da República.
O quórum para
aprovação da medida é de três quintos dos deputados, correspondente a 308 votos
e de três quintos dos senadores correspondente a 49 votos. A aprovação pela Câmara dos Deputados teve
366 votos no primeiro turno e 359 no segundo turno de votação.
É importante dizer que essa medida, é determinante para que o Brasil
volte a crescer e a gerar emprego e renda a sua população. Com ela, o governo
reduzirá a emissão de títulos da dívida pública brasileira, com isso, toma menos
recursos da sociedade para se financiar o que gera sobra de recursos para as
demandas do País.
Os efeitos dessa medida serão sentidos no bolso do consumidor no médio e
longo prazo, com repercussões positivas, na redução dos juros básicos da
economia, na redução da inflação e no aumento dos investimentos produtivos.
A PEC do Teto foi apresentada pelo governo como Proposta de Emenda à
Constituição com a intensão de ter mais credibilidade e força constitucional,
uma vez que algumas despesas têm regras ditadas pela
Constituição, como saúde e educação e, para alterá-las, é preciso fazer uma
proposta de emenda constitucional, a chamada PEC.
Com a aprovação da medida na Câmara dos Deputados e caso passe no Senado,
as despesas públicas poderão crescer apenas o percentual equivalente à inflação
do ano anterior não promovendo aumento real dos gastos públicos.
Com as contas do País em ordem, aumenta a confiança dos investidores na
sustentabilidade da dívida pública e da economia como um todo, trazendo um novo
cenário para o país, com diminuição das despesas com juros e com menor inflação
a partir do menor gasto público.
Interessante notar que a medida é abrangente e tem como caráter
principal limitar o crescimento dos gastos públicos da União estendida aos
Poderes Legislativo e Judiciário.
O trâmite da medida nas duas Casas Congressuais traz alguns detalhes:
caso o texto seja alterado no Senado ele volta para a Câmara dos Deputados,
onde deve ser votado novamente em dois turnos. Desta maneira, a proposta somente
se tornará lei quando o mesmo texto, sem qualquer alteração, seja aprovado nas
duas Casas legislativas.
O prazo de
vigência da medida é por vinte anos sendo possível uma revisão da regra de
fixação do limite de gastos a partir do décimo ano. Segundo economistas, o
prazo dilatado é importante para sintonizar o ritmo das despesas com os das
receitas sem recorrer em mais impostos ou a um corte drástico de gastos.
Os valores
mínimos com saúde e educação permanecerão como estão hoje podendo ser revisados
daqui a um ano, podendo a partir daí também obedecer aos limites de crescimento
dos gastos a partir da variação da inflação do ano anterior.
As vantagens da
medida são a queda dos gastos
públicos que ajudará na formação de superávits primários (economia para pagar
os juros da divida) e, consequentemente, na redução da divida bruta do setor
público, o que trará a retomada do crescimento e da confiança na economia.
Mas o ocorreu para chegarmos a essas dificuldades?
Os gastos do
governo cresceram mais do que o PIB nestas duas últimas décadas, repetidas
vezes. O buraco foi tapado com aumento de impostos, ou seja, com criação de
tributos como a extinta CPMF ou a CID (contribuição de intervenção no domínio
econômico incidente sobre as operações realizadas com combustíveis), que incide
sobre a gasolina. Outra forma foi aumentar a dívida pública, que chegou a 70%
do PIB neste ano, bem acima da média dos países com o mesmo estágio de
desenvolvimento do Brasil que é de 45% do PIB.
Por outro lado, a
recessão, iniciada em 2014, piorou tudo: fez cair as receitas públicas e gerou
desconfiança com o futuro do Brasil, o que se traduziu em aumento das taxas de
juros cobrada pelos investidores para financiar o governo brasileiro. Com isso,
a dívida assumiu uma trajetória insustentável no longo prazo.
Assim, com o teto dos gastos, o aumento das despesas do governo seria limitado à
correção pela inflação e elas deixariam de crescer acima do PIB. E as receitas do governo acompanhariam
o ritmo de crescimento da economia após 2020, ou seja, sem aumento da carga
tributária, descontadas transferências obrigatórias a estados e municípios, sem
contar o pagamento de juros e encargos da dívida pública.
Nesse sentido, para
funcionar, o Teto dos gastos públicos, depende de mudanças na previdência que
limitem o aumento de gastos com benefícios e pensões. Por isso a reforma da
Previdência é importante.
Os gastos com a
Previdência representam 45% das receitas públicas e crescem atualmente 4% acima
da inflação por ano. Analistas de mercado comentam que sem a reforma da
Previdência o teto somente contribuiria para o equilíbrio das contas públicas
até o ano de 2019.
Para termos
uma ideia, a Previdência Social hoje tem despesas com benefícios que chegam a 8,12% do PIB e as contribuições dos empregados representam
5,74% do PIB.
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