O Brasil entrou em
crise. Agora é hora de pagar a conta de tanta gastança desordenada dos últimos
treze anos. Assim, a falta de critério com os gastos do dinheiro público, a
falta de gestão pública e administrativa e a irresponsabilidade ideológica de
um esquerdismo perdido no tempo, algo que não existe mais em nenhum canto do
mundo nos levou a esta situação de calamidade.
A situação por si
é grave. O país está em recessão profunda, a dívida pública é acentuada, as empresas
estatais de grande porte estão falidas, os governos federal, estaduais e
municipais também estão todos falidos e com os fundos de pensões das grandes
empresas estatais não é diferente.
Dentro deste
contexto assistimos a agonia da esquerda fracassada nas urnas em, praticamente,
todo o país a qual agora tenta um suspiro com a invasão de escolas e
universidades prejudicando ainda mais a já combalida educação brasileira e a
grande massa de estudantes que deseja estudar com tranquilidade.
Mais qual é o
álibi de agora? O álibi de agora é ser contra a PEC 241 que se refere ao Teto
dos Gastos Públicos e a Reforma do Ensino Médio do atual governo. Mas, por que
nos treze anos de poder petista não se fez uma educação à moda ultrapassada da
esquerda para reclamar agora?
Cabe então a
pergunta: a chamada ocupação (invasão) das escolas e das universidades é contra
a reforma do Ensino Médio ou é a favor da sabotagem às medidas governamentais para
a educação?
Nos anos oitentas
exatamente pela falta de critério de gastos com a educação brasileira se
vinculou 13% do orçamento público aos gastos com educação. Portanto, já se
passaram 36 anos e a educação brasileira não teve nenhum avanço significativo
neste período. Todavia, não é a vinculação de gastos com a educação que trará
os benefícios sonhados para a educação brasileira.
A má gestão, o
inchaço da máquina, as dificuldades de se ter uma gestão séria na área dos
recursos humanos para a educação é flagrante. Tudo isto vem impedindo que a
educação possa avançar. Não se vê progresso na educação por causa da vinculação
de recursos. Onde se vê progresso na educação é com professores bem formados, com
escola bem administrada, etc.
O Senador
Cristovam Buarque que tem sido uma voz lúcida nessa discussão disse uma frase
interessante: “O Brasil não escolheu na sua origem priorizar a educação”. A
despeito das dificuldades, o senador tem tido um discurso de prioridade para a
educação. Porém, é interessante notar que existem aqueles que quanto mais falam
em educação rigorosamente são os que menos fazem pela educação.
Desse modo, a
máxima de Nelson Rodrigues que diz: “que toda unanimidade é burra”, acaba por ser
verdadeira. Assim, falar de educação é tão unanimidade que acaba por nada
acontecer a ela.
Em realidade o
Brasil escolheu não dar prioridade à educação, o que está provado pela nossa
historia. Veja que o Brasil começou o seu sistema de ensino pela Universidade
ao contrário de outras nações. O Brasil não começou o ensino alfabetizando o
índio ou o escravo. Ele começou seu sistema de ensino para satisfazer aos
nobres que vieram com a família de Don João Sexto para o Brasil. Assim nasceu a
educação brasileira.
Por outro lado, num
momento que o país precisa limitar os gastos públicos não está dado que vai haver
corte na educação, na saúde ou mesmo em outra área qualquer. Apenas está dado que
existe um teto, um limite para os gastos e cada unidade da federação, cada
município terá que discutir as suas prioridades, assim como na vida real cada
família discute as suas prioridades com os seus. Não podemos é embarcar mais
uma vez nas demagogias de sempre, pois o Brasil precisa focar naquilo que é
fundamental para a educação. O detalhe é que se o Brasil continuar não dando
prioridade, na prática, à educação, com vinculação ou sem vinculação, não
teremos futuro!
A mudança no
sistema de ensino é necessária. O desenho em potencial para melhorar e
organizar o ensino médio e a educação fundamental como um todo é algo para
ontem e grande parte da população brasileira quer e precisa de um ensino médio
concomitante a educação profissional.
A Reforma do
Ensino Médio se apresenta com flexibilidade, com mais escolhas de matérias de
estudo pelos estudantes, com a possibilidade de se estudar em tempo integral e
com a possibilidade de se fazer um curso profissionalizante. Caso seja dito isso
em qualquer país do mundo que os estudantes brasileiros são contra isso, as
pessoas perguntarão o que está acontecendo no Brasil? Estão voltando pra trás?
O mundo vem caminhando na direção da flexibilização escolar e os nossos alunos
são contra?
Infelizmente o
Ensino Médio brasileiro tal como ele existe hoje, não existe mais, está falido!
Portanto, é um modelo que o país não poderá mais manter.
A realidade do
ensino brasileiro é dura. As estatísticas mostram que, infelizmente, mais de
80% dos jovens que saem do Ensino Médio, simplesmente, não conseguem entrar na
Faculdade e não conseguem se encaixar no mercado de trabalho porque o ensino
médio não prepara o aluno para nada, o que é um desastre.
País nenhum do
mundo mantem um ensino médio igual para todo o país, com um monte de
disciplinas que não seria necessária ao currículo escolar, mas, que as escolas insistem
coloca-las em prática, o que está ligado a um problema de cabeça dos educadores
e dos próprios alunos que não conhecem alternativas para o ensino.
Fala-se muito
sobre uma medida provisória para as mudanças do Ensino Médio. Porém, a única
coisa que a Medida Provisória fez foi tirar a obrigatoriedade daquilo que já
não era obrigatório na LDB (Lei de Diretrizes e Bases).
Segundo
especialistas em educação o que passou a ser obrigatório pela LDB é fruto de lobby
de sociólogos e filósofos que forçaram em colocar na Lei filosofia e sociologia
como obrigatórias, o que acorreu no Governo Lula.
É preciso
entender que a Lei de Diretrizes e Bases não diz que Português e Matemática sejam
matérias obrigatórias, no entanto todas as escolas têm essas matérias em seus currículos
escolares.
Em realidade, o
que está em jogo nesta reforma do Ensino Médio é o aluno e pasmem, é a primeira
vez que se pensa no aluno como centro das reformas.
Desse modo é
preciso dizer que não existe uma justificativa real e sincera para a histeria
das invasões escolares, o que é uma pena!
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