Caso você seja um liberal e tenha
discutido sobre política com algum amigo de esquerda, certamente já deva ter
ouvido algumas das frases ditas como chavões do esquerdismo.
Nestes tempos em que os
discursos políticos se acentuam, os esteriótipos são inescapáveis seja por mera
ignorância a respeito das coisas que a pessoa defenda, seja por puro cinismo
mesmo.
Vamos entender alguns dos
clichês que os liberais costumam ouvir de quem é de esquerda. É preciso
pontuar que as visões são estereotipadas (generalizadas), afinal nossa
identificação por grupos é construída a partir de clichês, os quais os liberais
também não se escapam disso. Acalme-se, não será preciso ir a Cuba para
saber um pouco sobre isto.
Assim diria um
esquerdista: “Você não se importa com os mais pobres.”
Será que por alguma razão
desconexa da realidade não é possível conciliar a defesa do liberalismo com o
cuidado aos mais pobres? Infelizmente, para um esquerdista, não. No
inconsciente coletivo político, quem combate medidas de esquerda, indiretamente
ataca os mais vulneráveis – como se houvesse um monopólio ao cuidado deles,
devidamente preenchido por um único lado do espectro político. Mas vamos
combinar o seguinte? Esse monopólio não existe. Não é verdade que somente os
esquerdistas se interessam pelos mais pobres.
Os liberais, na verdade,
costumam torcer o nariz a direitos trabalhistas como o salário mínimo, o décimo
terceiro e o FGTS. Mas isso não acontece por mera mesquinharia. Não é como se
os liberais formassem uma associação maquiavélica
dos adoradores dos patrões e dos inimigos dos trabalhadores, como os
clichês buscam apresentar. A descrença nos direitos trabalhistas
normalmente se justifica porque os liberais não costumam enxergá-los como um
benefício real aos trabalhadores e cada um desses motivos é acompanhado por
argumentos econômicos, onde há vasta literatura a respeito.
Quem comenta que existem muitos
pobres no país e que esse é um sério problema atesta o óbvio. A diferença aqui está
nos modelos defendidos para que essa pobreza seja atenuada. Os liberais
acreditam que ela só será combatida de fato com políticas que reduzam o tamanho
do Estado brasileiro, ou seja, menos burocracia, menos impostos, mais
concorrência, mais liberdade econômica. Dessa forma, não apenas quem empreende,
mas que é empregado conseguirá alcançar uma melhor qualidade de vida.
E esse não é um discurso vazio,
desencontrado com a realidade. Na prática, longe das discussões políticas,
quanto menos livre economicamente um país, mais pobre ele é.
Os liberais enxergam
os entraves à liberdade na economia como barreiras ao desenvolvimento dos mais
pobres. Até porque excesso de burocracia e impostos escorchantes doe mais no
bolso dos pobres, não é mesmo? Ainda assim, a idéia de que a esquerda
estatizante monopoliza os cuidados dos pobres, apenas faz ludibriar o senso
comum. É algo falso, como dizer que existe chifre na cabeça de cavalo.
Pense nisso!
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