Em
economia consideramos inflação a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro. Porém, popularmente a
inflação caracteriza-se por refletir o aumento geral dos preços. Já o oposto de
inflação, chamamos de deflação a qual se caracteriza pela queda no nível de
preços.
Assim,
a teoria econômica considera os índices de preços dentro da estabilidade em uma
faixa de variação dos preços que vai de 2 a 4,5% ao ano. Coisa que há décadas
não acontece no Brasil, o qual tende ao estouro do teto da meta de inflação de
6,5% agora em maio. Ou seja, o índice ultrapassará o altíssimo teto da meta de 6,5%,
o que será péssimo para os brasileiros.
Outra distinção é quando analisamos os
efeitos internos e externos da inflação. Externamente, a inflação se traduz
mais por uma desvalorização da moeda local frente a outras moedas, e
internamente ela se exprime mais pelo aumento do volume de dinheiro em
circulação e pelo o aumento dos preços.
Um exemplo clássico de inflação foi o
aumento de preços no Império Romano, causado pela desvalorização dos “denários”
(moeda da época) que, antes confeccionados em ouro puro,
passaram a ser fabricados com todo tipo de impurezas. O imperador Diocleciano, ao
invés de perceber essa causa, já que a ciência econômica ainda não existia,
culpou a avareza dos mercadores pela alta dos preços, promulgando no ano 301 o “Edito Máximo”,
que punia com a morte qualquer um que praticasse preços acima dos fixados.
Aqui no Brasil, a
medição da inflação é feita através de uma cesta de consumo média da população.
Geralmente é realizada uma Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) para determinar
a cesta de consumo média dessas famílias. Ou seja, é realizada uma média
ponderada das cestas de produtos consumidos por estas mesmas famílias e o índice calcula o
gasto com o mesmo consumo em dois períodos diferentes, fazendo com que não
ocorra substituição no consumo.
O IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE é que determina as metas de inflação
governamental. O IPCA apura a variação de preços nos bens consumidos por
famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, em nove regiões metropolitanas
(Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de
Janeiro, Salvador e São Paulo), no Distrito Federal e no município de Goiânia.
A inflação é responsável por diversas
distorções na economia de qualquer país.
Assim, na Distribuição de Renda da
população os
assalariados
não têm a mesma capacidade de repassar os aumentos de seus custos, como fazem
empresários e governos, ficando seus orçamentos cada vez mais reduzidos até a
chegada do próximo reajuste salarial.
Na Balança de Pagamentos (contabilidade
governamental) a inflação interna do país, maior que a inflação externa (mundial),
causa encarecimento do produto nacional com relação ao importado o que provoca
aumento nas importações e redução nas exportações.
Na Formação de Expectativas diante da
imprevisibilidade da economia, o empresariado reduz seus investimentos.
No Mercado de Capitais, causa migração de
aplicações monetárias para aplicações em bens como terra,
imóveis e títulos governamentais atrelados a inflação.
A inflação causa ainda, a chamada Ilusão
Monetária, que seria a interpretação errônea da relação de reajuste do salário
nominal (valor em moeda) com o salário real (poder de compra) gerando por sua vez
a percepção equivocada de maior renda, traduzindo em decisões fora da realidade
do poder de compra das pessoas, que se julgando às vezes mais ricas, demandam
mais bens e serviços equivocadamente.
Os bancos
centrais sérios costumam definir a estabilidade de preços como um objetivo
primordial de suas políticas, com uma inflação perceptível, mas baixa, como
ideal.
Por outro lado, o
teto do sistema de metas de inflação brasileiro é um dos mais altos do mundo. Entre
38 países pesquisados pelo site “Central Bank News”, especializado em política
monetária, somente três nações (Jamaica, Nigéria e Uganda) têm um sistema que
permite que a inflação fique acima de 6,5% – que é o "teto" do
sistema vigente no Brasil.
Para 2014 e 2015, a meta central na qual
teoricamente o BC estaria mirando ao fixar os juros básicos da economia é de
4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para
cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta
seja formalmente descumprida.
No Brasil, apesar
de haver uma meta central de 4,5%, a banda é amplamente utilizada. Em 2011,
2012 e 2013, respectivamente, o IPCA somou 6,5% (no teto e limite da banda),
5,84% e 5,91%. Mesmo com a inflação próxima de 6% em 2013, mais perto do teto
de 6,5% do que do objetivo central de 4,5%, a presidente Dilma Rousseff ironicamente
comemorou a "inflação dentro na meta".
Os sistemas de
metas de inflação não são exatamente iguais em todos os países. Grande parte
das nações indica apenas a meta central na qual a autoridade monetária do país
está mirando ao fixar os juros básicos.
Dos 38 países
pesquisados, 20 trabalham com uma "faixa" de acerto para que a meta
seja considerada cumprida. Em nenhum deles, porém, a banda de acerto da meta de
inflação é tão ampla quanto no Brasil, que é de quatro pontos, ou seja, entre
2,5% e 6,5%. Com isso, há uma "folga maior" para que a meta seja
considerada cumprida pelo Banco Central brasileiro, por meio da fixação
dos juros básicos da economia - atualmente em 11% ao ano.
Do ponto de vista
do consumidor, a atual escalada de preços, já afeta o orçamento familiar o que
exige adaptações por parte desse mesmo consumidor. Assim, colocar os gastos no
papel e calcular a inflação doméstica pode ajudar ao consumidor final a não
perder o controle de seu orçamento familiar.
Muito bom, Sérgio. Gostei muito e vou arquivá-lo para releituras posteriores.
ResponderExcluirUm grande abraço.
João Alves
Olá João Alves, obrigado pelo incentivo e continue prestigiando o blog. Grande abraço!
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