quarta-feira, 26 de junho de 2013

Vox populi, vox dei

Os jovens brasileiros saíram do “Facebook” e vieram às ruas simplesmente para dizerem basta! Estamos com o “saco cheio” com este estado de coisas que vem acontecendo em nosso país!
Assim, a panela de pressão se abriu, o gigante acordou! E sobrou para todos, principalmente, para a classe política, se é que se pode chamar isto de classe de alguma coisa, senão de uma classe de balcão de negócios com o dinheiro do povo.
Abaixo o puxão de orelhas das ruas, retirados dos cartazes exibidos nas passeatas legitimamente democráticas.
Dilma chama a educação de Neymar e investe nela! Odeio bala de borracha joga Tic Tac!  Não é por vinte centavos é por direitos! Queremos cura para a fome! Fora Dilma! O povo é o dono do Brasil! O Gigante acordou! Ou para a roubalheira ou paramos o Brasil! A educação merece respeito, não salário de fome! Da copa abro mão para investir em educação!
Se estádios são construídos em tempo recorde, por que a duplicação da BR 381 demora tanto? #oBrasilacordou.
Educação padrão FIFA. Em 10 anos a passagem aumentou 60% e o salário aumentou 20%, e aí Dilma? Haddad, Alckmin e Dilma, eu não ando de “busão” pelo mesmo motivo que vocês não usam o SUS (ciclista em SP). Não ando de ônibus, mas quero respeito! Corrupção se cura com educação! CUIDADO! País em manutenção! Hei, fardado, você também é explorado! Vem pra Rua Brasil, mostre a sua cara!
Brasil um país de roubos! Queremos escolas e hospitais padrão FIFA! R$ 0,10 não me compra! R$ 33 bilhões na Copa e R$ 0,50 para estudar na rede pública.
Foram os disparos em São Paulo que acordou o povo em todo o Brasil! Plano de cultura já! Antes puta que submissa! Afasta de mim este “cala-se”! Sexo é amor, sacanagem é o que fazem com o povo! Terrorismo derruba prédios, nós derrubamos máscaras!
Na Arábia Saudita os ladrões são amputados, no Brasil são os deputados! Gleise Roitman a vilã da vida real! Errar é humano, permanecer no erro é infeliciano! Ministro Joaquim Barbosa o Brasil precisa de pessoas como você! Desculpe o transtorno, estamos mudando o país! Césio 137 nós vitimas pedimos socorro está faltando medicamento! Não contavam com nossa astúcia! O gigante acordou! – Isso é uma rebelião? – Não políticos brasileiros, é uma revolução! Mais saúde e educação! Se você não está lutando por uma solução então você é parte do problema! Agora é a nossa vez gerações dos anos 80 e 90 mostrando a nossa cara! Tem tanta coisa errada que nem cabe no cartaz! Não gosto de bala de borracha, manda um “halls”! Estão querendo a cura gay e a cura da corrupção? Não estou deitada em berço esplêndido! Nosso sangue Sr. Pelé é o que escorre nas filas do SUS! Pela redução da tarifa, passe livre já! Fora PEC 37! (atendida pelo Congresso acuado).  
Paz sem voz não é paz, é medo! Eu amo Recife, mas não sou correspondida! Preciso de um OUTDOOR urgente, é tanta bronca que um cartaz é pouco! Muda Brasil Pátriamada! # Vem pra rua! # Corrupção não! # O gigante acordou!
Filho, vim escrever as páginas do seu livro de história! Vamos formatar o Brasil! Remoções forçadas, “maraca” privatizado! Copa das Manifestações! “We don’t need World Cup”. Estamos todos juntos por um Brasil sem corrupção! Paz por favor!
Mudamos o mundo com a mudança da mente! Ideais são à prova de bala!!! Jogaram mentos na geração coca-cola! Somos jovens não temos tempo a perder! Professor eu desejo a você um salário de um deputado e o prestígio de um jogador de futebol. Militares fiquem na caserna! Eles que lesam a pátria e eu é que sou marginal! Voto facultativo! Queremos R$ 30 bilhões na saúde e na educação!. A vida sempre em primeiro lugar! Bem vindos à Santa Maria onde a vida de jovens não tem valor nenhum!
Vou cobrar com juros todo esse amor reprimido, esse grito contido! Apoiamos as manifestações por um Brasil melhor! Não mais deveres sem direitos! A Globo não me representa! Famintos por mudanças, não vamos tolerar mais! O povo acordou, o povo decidiu, ou para a roubalheira ou vamos parar o Brasil! Povo que não tem virtudes acaba por ser escravo! Primavera Brasileira! Quando seu filho adoecer leve-o a um estádio! Vândalo, você não nos representa! Já vi uma crise econômica mundial, uma revolução, uma ditadura, uma guerra mundial, um golpe militar e um impeachement! ... vale a pena lutar! (Sra. Espedita – 84 anos). Meus avós venceram a ditadura, meus pais conquistaram as diretas já, agora vamos vencer a corrupção! Quero ver se a bola ou a trave vai ensinar o seu filho amanhã!!! Entre outras mil és tu Brasil, a mais roubada! Dilma me chama de copa e investe em mim! (estudante). O Brasil é nosso! Ordem e Progresso, fachinha no congresso! Verás que um filho teu não foge a luta, vem pra rua! Viva brava gente brasileira! Começou com R$ 0,20 agora vamos buscar os bilhões roubados do povo brasileiro pela corrupção! Catraca livre já! Não é só os R$ 0,20 centavos, mais saúde, mais educação e melhores salários!    

Bem vindo Brasil às Ruas que te pertencem!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Pânico em Ipatinga?

Recentemente a revista Exame publicou uma matéria com o título “Pânico em Ipatinga”, a matéria foi interessante, mas merece alguns reparos.
Eu não diria que a cidade está em pânico, nem que as coisas estão difíceis especificamente por causa das dificuldades que o setor do aço passa no Brasil e em boa parte do mundo por um momento de retração do consumo de aço por motivos diversos.
A queda do IPTU da cidade pode ter, dentre outras causas, o reflexo da paralisia do mercado imobiliário na cidade, fruto de um Plano Diretor mal concebido e mal divulgado para a população. O IPTU somente cai se o ente público decretar queda da alíquota do imposto, se toda a população, por exemplo, se mudar da cidade ou se um ente importante que paga muito esse imposto deixar de paga-lo por algum motivo específico.
O que tem sufocado a arrecadação das prefeituras em todo o país é o fundo de participação dos municípios que depende do IPI (imposto de produtos industrializados), imposto que vem equivocadamente e sistematicamente sendo subtraído em forma de isenção, principalmente para a indústria automobilística, o que faz reduzir significativamente o repasse do Fundo de Participação aos Municípios.
A Usiminas nasceu na gestão de Juscelino Kubscheck de Oliveira e a região escolhida para a sua implantação, hoje conhecida como Ipatinga, teve a preferência do projeto através de um estudo de viabilidade econômica por parte do estado brasileiro à época.
Os projetos de grande porte como o do aço em nossa região, são viabilizados economicamente e seguem um padrão de instalação que opera a implantação do empreendimento próximo à matéria prima (minério de ferro), que é o nosso caso, próximo do mercado consumidor, ou ainda, pode se adotar um modelo intermediário de localização que fica entre o centro consumidor e a localização de matéria prima.
Coube então, de acordo com os japoneses, cuja característica de instalação de seus projetos a proximidade da matéria prima ocorrer aqui em Ipatinga.
O projeto Usiminas colocou no decorrer do tempo a cidade de Ipatinga como uma das principais cidades do estado de Minas Gerais a qual ainda continua tendo este status. Isto ainda não mudou.
Seguindo as práticas de instalação da companhia dentro do aspecto econômico, era preciso fixar as pessoas que iriam trabalhar no empreendimento aqui em nossa região. Lembremos que nos idos dos anos sessentas a nossa região era completamente tribal. Portanto uma região inóspita.  Assim o estado brasileiro da época utilizou-se de técnicas de incentivo para a fixação de pessoal para tocar, não somente a obra de instalação da empresa, como também tocar o empreendimento. Vieram então os bairros da Usiminas, que foram construídos e habitados de acordo com o grau de importância dos funcionários da empresa, e que teve como principal mote, a aculturação da cidade, diminuindo os conflitos de escolaridade, digamos assim, entre os novos habitantes, e que por sua vez, atendeu ao modelo japonês de hierarquização do espaço.
Lembremos também, que por absoluta falta de atuação do poder público da época, incapaz de compreender a envergadura do investimento que se estava iniciando na cidade, a empresa através do estado brasileiro, teve que tomar a iniciativa do projeto como um todo e se desdobrou para colocar um mínimo de estrutura física na cidade, daí as escolas, o aeroporto, hospitais, criação de cooperativas de crédito e de consumo, operadoras de saúde, zoológico e os clubes nos bairros como meio de facilitar a vida por aqui, e dar um mínimo de dignidade aos funcionários que se dispusessem a vir para a empresa, assim como, para uma população flutuante que permeava a cidade, advindas de outros estados para atender as constantes expansões pela qual a siderúrgica passava para atender a crescente demanda por aço no país. Portanto, era uma prática que iria terminar com o tempo. O que ocorreu. Lentamente a empresa foi retirando os benefícios, a partir do momento que a cidade passava a oferecer melhores condições de vida à população.
O projeto Usiminas em conjunto com os japoneses teve conotações internacionais. Este projeto foi o primeiro empreendimento japonês de grande porte fora do Japão e tinha como objetivo principal mostrar ao mundo que os japoneses detinham essa tecnologia, portanto, tinham capacidade de produção dos chamados bens de capital para empresas de grande porte.
A dívida atual da empresa é realmente elevada. Representa cinco vezes a sua geração de caixa, o que é, naturalmente, desconfortável para qualquer empreendimento.
Com um quadro de pressão nos custos, dificuldades com a concorrência do aço Chinês, baixa produtividade, associada à queda dos níveis de investimentos da empresa, o caminho de demissões e de reavaliação de ativos da empresa para possível alienação (venda) são inevitáveis nestas circunstâncias. Ninguém defende demissões, longe disto, porém é o quadro que se impõe no momento.
Dentro deste contexto lamentável por que passa a Usiminas hoje, e por tabela a cidade de Ipatinga, cabe lembrar que mais do que nunca a cidade e a região depende do poder público constituído, que ainda hoje continua ausente, e vem se mostrando incapaz de mudar o quadro vigente.
Neste contexto a junção de Usiminas, CSN e Gerdau, caminho natural para se combater a entrada feroz da China em nosso mercado, bateu de frente com a ideologia do governo federal de não entender o processo de privatizações ou de junções de empresas como um meio eficaz de se combater o dragão chinês.
É preciso perceber que o baixo grau de representatividade política de nossa região tem feito mais do mesmo, ou seja, apenas reproduzir por aqui tudo o que acontece no planalto central.
Seguindo um processo natural da região, temos a propensão de crescimento do setor metal mecânico com vistas ao atendimento do setor de petróleo e gás que vem se mobilizando e firmando parcerias internacionais para se alavancar na região. Desta forma, os empresários locais vem se mobilizando e se desenvolvendo quase que por conta própria, se lançaram num processo vitorioso de incrementar esse nicho de mercado para a indústria do vale do aço que certamente trará melhores dias para a toda a região.

Finalizando eu diria que Ipatinga não está em crise. O que está em crise por aqui e no Brasil é a falência do setor público brasileiro.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Os Desafios do Empreendedorismo

Empreender, não é algo fácil. Aqueles que buscam o caminho de seu próprio negócio devem ter paixão e estar ciente de que os riscos são muitos, mas o retorno de um modo geral, sempre vale à pena.
Especialistas aconselham a quem procura abrir o seu próprio negócio a ter um bom plano de negócios. Antes de qualquer passo que se pretenda dar é importante ter um estudo muito bem detalhado do mercado ao qual se queira atuar.  Descobrir um nicho de mercado livre é super importante.
Através de uma pesquisa bem embasada de informações de mercado dentre outras informações, é possível ser mais assertivo e correr menos riscos com o investimento. Quanto melhor a preparação, melhor os resultados.
Outro passo importante é a gestão. Conhecer os custos do produto ao qual se vai trabalhar é primordial.
Procure ver os números como os seus melhores aliados na hora de avaliar e viabilizar um investimento e veja também, como isso poderá afetar o seu negócio no longo prazo.
Empreendedores de sucesso preconizam que é preciso muita coragem para tal empreitada, além de buscar objetivos claros e suficientes para transformar a sua idéia em uma empresa de sucesso e, claro, ganhar dinheiro. Pense ainda, que não há limites para o sonho de se melhorar no decorrer do percurso, de se aperfeiçoar ao máximo, de se conquistar uma bela experiência e buscar a confiança e o carinho dos consumidores no futuro.
Lembre-se, empreender é correr riscos e que o ideal seria sempre ter em mãos todas as informações possíveis, mas isso às vezes pode não ser possível. Assim, mesmo não tendo todas as respostas do mundo empresarial nas mãos no tempo certo, será preciso ter coragem de sair do plano à prática e isso se chama, literalmente, correr riscos.
Será necessário ter muito claro em sua mente aonde se quer chegar com a sua empresa. Deste modo, o empreendedor que deseja crescer não pode ver o seu negócio apenas, como ganha pão, mas trabalhar sempre com metas e objetivos claros para crescer e se desenvolver infinitamente.
Outros acreditam que empreender é como se fosse um verdadeiro ginasta que precisa se contorcer para passar pelos obstáculos. Mas, esses momentos são os que fazem as pessoas se amadurecerem e se transformarem em lideres. A sugestão é a de que não se deve nunca pensar em encurtar o caminho da prosperidade. Ela vem com a experiência e a maturidade e não são construídas de uma hora para outra. É preciso ter capacidade de transpor as adversidades, sacudir a poeira e dar a volta por cima, sempre que for necessário.
É preciso acreditar no negócio, naquilo que você está se empenhando e se propondo a fazer, além de se dedicar completamente a ele.
Durante a administração do negócio, certamente o empreendedor vai se deparar com inúmeros desafios e situações de pressão com as demandas características do seu empreendimento. Lembre-se que você irá lidar com um universo de acontecimentos muito grandes, com fornecedores, clientes, funcionários e agentes externos que podem dificultar ou favorecer a situação de momento ou de futuro do negócio. A persistência é uma virtude extremamente importante e é o pilar de sustentação do empreendedor.
Além disso, um empreendedor deve ter práticas arrojadas e criativas, que transcendam limites e ampliem horizontes, possibilitando a exploração de novas idéias, em um compromisso com seu consumidor, colaboradores e fornecedores. É necessário ter perseverança, acreditar em seu trabalho e ter o risco como pressuposto. É preciso ser feliz no seu dia a dia. Acordar com vontade de trabalhar e gostar muito do que se faz.
É imprescindível a preocupação com a qualidade do produto ou serviço prestado pela empresa e com o bom relacionamento com os clientes. Manter um relacionamento duradouro com os consumidores, respeitando suas diferenças, entendendo suas expectativas e antecipando os seus desejos são premissas constantes na evolução da empresa. Lembrando sempre que por meio deles, consumidores, será o caminho onde o empresário alcançará o seu sucesso definitivo.

Bons negócios!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Entendendo o Mercado de Câmbio e seu impacto na economia

Nos últimos meses a economia norte-americana vem dando sinais de melhora. Dados do mercado de trabalho, o chamado “payroll”, vem mostrando um crescimento na criação de empregos no mercado formal de trabalho. Assim o nível de emprego vem rodando num nível mais alto, mais consistente com a recuperação da economia nos Estados Unidos.
Essa melhora faz com que alguns integrantes do Comitê de Política Monetária do FED (Banco Central dos Estados Unidos) comessem a sinalizar que o comitê pode diminuir o ritmo de estímulos monetários na economia norte-americana.
Atualmente, o FED compra por mês US$ 85 bilhões em títulos da dívida americana e a indicação é que nos próximos trimestres, se a economia continuar melhorando, eles poderiam reduzir esse ritmo de compra de ativos, diminuindo o volume de dólar em circulação no país e, consequentemente, no mundo.
Agências de acompanhamento das políticas mundiais começam a projetar qual o período mais adequado para que o Banco Central Americano comece a fazer este movimento de compra de ativos. Agências apostavam que este início deveria ser no finalzinho de dezembro, porém o “call” tem sido alterado para setembro, como uma data mais provável para a redução dos estímulos monetários pelo FED, caso a economia consiga evoluir em linha com o mercado.
Essa indicação do FED de reduzir o estímulo monetário já apresentou um impacto bastante relevante nas moedas ao redor do mundo. Assim, se o FED faz menos estímulos monetários isso provoca um fortalecimento do dólar, fazendo depreciar todas as outras moedas do planeta.
As moedas de mercados emergentes e todos os países da América latina depreciaram bem as suas moedas ante ao dólar, no último mês.
Se a gente olhar a moeda da economia brasileira, o real, ela já se depreciou de cerca de R$2,00 por dólar no início do mês passado para este mês e agora está rodando entre R$2,10 e R$2,15 por dólar, que é uma depreciação significativa do real. E ontem dia 10/06 a moeda americana fechou em R$2,148, após chegar a C$2,16 por dólar e fazer com que o Banco Central brasileiro entrasse operando em mercado vendendo dólar.
Mesmo assim, a moeda norte-americana continuou pressionada, a partir da decisão da agência de classificação de risco “Standard & Poor's” de melhorar a perspectiva da nota de crédito dos Estados Unidos, alimentando expectativas ainda maiores de que o banco central do país comece a diminuir seu estímulo monetário.
Qual é o problema da moeda brasileira se depreciar (desvalorizar)? O problema é na inflação. A inflação brasileira está, rodando num nível alto, já faz algum tempo, perto da meta do teto da banda do banco central em torno de 6,5%. Isso quer dizer que tem pouco espaço para a depreciação do câmbio. Quando a taxa de câmbio se deprecia, isso coloca mais pressão na inflação, elevam-se os preços de produtos importados pela economia brasileira, baixa preços das “comodities brasileiras” em reais destinadas ao exterior, sobem os custos na economia brasileira como um todo colocando mais pressão na inflação que já está alta.
Por causa desse pouco espaço que o governo tem para a taxa de cambio se depreciar analistas, acreditam que o banco Central e o governo vão fazer intervenções no mercado de cambio para trazer o real de novo a um nível mais baixo, procurando justamente o inverso, apreciar (valorizar) a moeda brasileira artificialmente.
Projeções de analistas dão conta de que a taxa de cambio vai terminar este ano e evoluir no ano que vem em torno de R$2,05 e R$2,10 por dólar ou com um nível um pouco mais apreciado que diminua um pouco mais os riscos inflacionários.
Esse risco de inflação, esse problema de não ter espaço para depreciar a taxa de cambio não acontece em todos os países emergentes. Olhando, por exemplo, para outros países na América Latina como México, Chile, Colômbia e Peru. Esses países estão com inflação um pouco mais baixa nos últimos anos e nos últimos meses a inflação nestes países vem caindo, portanto, deixando este conjunto de países com uma situação bastante confortável do lado da inflação e, portanto, permitindo, pelo menos, no curto prazo uma depreciação maior na taxa de câmbio, ao contrário do que o Brasil poderia permitir.
O governo tem mostrado uma preocupação tardia com a inflação, o Banco Central acelerou o ritmo de alta dos juros na ultima reunião do COPON com aumento de 50 pontos base, justamente para lutar contra estas pressões inflacionárias.

Com esta intervenção do Banco Central ontem dia 10, ficou claro que essa atual taxa (do dólar) não interessa ao governo, porque ela anularia o esforço do aumento na taxa de juros (a taxa selic) para 8% na intenção de controlar a inflação.
O xadrez do mundo globalizado é assim mesmo mexem por lá prejudica pelo lado de cá. Portanto, é preciso mais competência governamental para dirigir a economia brasileira.


domingo, 2 de junho de 2013

Ambiente Siderúrgico Brasileiro

O setor siderúrgico vem sendo muito penalizado nos últimos anos. Assim, Gerdau, CSN e Usiminas, as principais empresas brasileiras no setor sofrem com a atual conjuntura, principalmente, as empresas cujo principal produto de comercialização é a de aços planos, CSN e Usiminas. Mais particularmente a Usiminas, com desempenho econômico-financeiro muito fraco nos dois últimos anos, apresentando neste primeiro trimestre do ano prejuízo, mesmo que seja, numa tendência progressiva de menores resultados ruins.
A CSN é um pouco mais protegida e preservada porque tem uma atuação mais abrangente. Trabalha um bom volume de vendas de minério de ferro que vem ajudando a conservar margens ainda satisfatórias, se desdobra em área de cimento e alguns outros segmentos com maior volume de valor agregado.
Por outro lado a CSN tem sido impactada por alguns fatores extra-empresa como um anúncio nesta semana do consórcio de japoneses que pretende deixar o negócio onde atua, o qual possui 40% da Namisa, uma empresa de mineração de ferro que pertence ao grupo, o que faz com que a direção da CSN se movimente para evitar que isto aconteça. Perder um conjunto de sócios japoneses, não seria um bom negócio empresarialmente, além disto, a notícia trás turbulência para a ação da empresa.
Outra questão para a CSN, que vem se arrastando, é a participação, não se sabe em que proporção, na CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), com instalações muito próximas ao porto da MMX, onde CSN e Usiminas possuem porto e abriga várias atividades ligadas a área portuária de empresas siderúrgicas, em uma região costeira do Rio de Janeiro.
A compra pela CSN ou entrada na CSA, não é vista com bons olhos pelo mercado, pois implicaria para a CSN se alavancar mais, contraindo dívidas, supostamente ao BNDES. Em banho-maria, fica esta questão pendente, o que não tem feito muito bem para as ações da CSN, que perdem mais de 30% no acumulado deste ano de 2013.
Já a Gerdau que é uma empresa que se diferencia das demais pelo seu próprio segmento de atuação em aços não planos é focada na construção civil dentre outros segmentos. É, portanto, a maior empresa no setor no Brasil com atividade nos Estados Unidos. Como a economia americana tem mostrado recuperação ficam então as expectativas positivas para a Gerdau.
A Gerdau é incontestavelmente uma multinacional brasileira e tem uma boa geração de valor, embora tenha também passado por algumas situações de fragilidade por conta direta do setor siderúrgico como um todo, com produção industrial muito fraca no ano passado e ainda no primeiro trimestre deste ano.
Voltando um pouco mais para a Usiminas que tem sido realmente muito penalizada, cabe dizer que além das turbulências dos mercados a empresa teve também como distorção a falta de um planejamento adequado e competente para nortear as mudanças de gerações no comando da empresa, acrescido de uma obsolescência significativa dos equipamentos de produção e de uma alteração de gerações também em seu corpo de trabalhadores desde o chamado chão de fábrica até os cargos executivos de destaque.
Cabe dizer ainda que a entrada fulminante da China no mercado de aço brasileiro poderia ter sido combatida atuando no caminho natural de junção de Gerdau, CSN e Usiminas, mesmo agora com o comando da Usiminas, majoritariamente, com os Argentinos.
Pelo menos, esta é a minha opinião!