Quando olhamos para o passado do estado brasileiro e agora tentando olhar para o futuro, vemos que os discursos não correspondem a realidade e com esse populismo barato não vamos chegar a lugar algum. O discurso é outro. O caminho é outro. Portanto as soluções também são outras.
O baixo nível de escolaridade do brasileiro ainda é muito baixo e, portanto, deixa muito a desejar, e por isso mesmo, não o deixa encontrar e refletir a própria realidade.
Podemos dizer que em quinhentos anos, os EUA saltaram à frente da América Latina ao conjugar capitalismo e democracia e que nesse mundo pós-crise, começa a ficar cada vez mais claro que esse binômio se constrói mais na política do que no mercado. E tão pobre é a política brasileira para o pleno entendimento disto!
Enquanto nos Estados Unidos se deu o surgimento simultâneo da democracia e do capitalismo, a América Latina teve relação conflituosa com esses conceitos, nunca corretamente entendidos por seus líderes.
Para ilustrar o nosso presente vou buscar uma história do passado que mostra bem o que pretendo dizer:
Durante sua primeira e única visita aos Estados Unidos, entre abril e julho de 1876, o imperador Dom Pedro II registrou em seu diário um feito que lhe chamou a atenção: o trem que ligava Nova York a São Francisco completara o percurso “em 84 horas e 26 minutos”. Três dias e meio apenas.
No Brasil de 1876, a estrada de ferro mais movimentada, cuja extensão era uma fração da ferrovia americana, fazia a ligação entre as plantações de café e os portos do Rio de Janeiro e Santos, em muito mais tempo. Além disso, vinha a pergunta: por que os Estados Unidos, que então comemoravam o primeiro centenário de sua independência, já tinham trens rasgando o país do Atlântico ao Pacífico, enquanto no Brasil a maioria das viagens era mesmo feita em lombo de mula?
A questão que se apresentou ao imperador estava no seu nascedouro e, de lá para cá, ficou ainda mais pertinente e intrigante: por que os Estados Unidos, que largaram atrás de tantos países da América Latina, inclusive do Brasil, conseguiram tamanho sucesso, enquanto a maioria da população da América Latina só agora começa a experimentar a vida em padrões pouco acima da linha de pobreza?
Por que o “grande irmão do norte” se notabilizou por dois séculos de estabilidade política e social, enquanto os países ao sul das Américas tiveram sua história entrecortada por golpes de estado e experimentalismos econômicos, resultando em um nível de desigualdade obsceno que só rivaliza com o da África?
Pois bem, dentre tantos fatores explicativos da natureza do distanciamento entre as duas nações, podemos destacar, algumas, ou as mais impactantes, a saber: a primeira operação de comércio internacional – Brasil: 1502 – EUA: 1608; começo efetivo da colonização – Brasil: 1530 – EUA em 1607; declaração de independência – EUA: 1776 – Brasil: 1822; promulgação da constituição em vigor – EUA: 1787 – Brasil: 1988; instalação do regime democrático em vigor – EUA: 1789 – Brasil: 1985; instalação da mais alta corte de justiça – EUA: 1790 – Brasil: 1808; primeira proteção legal ao direito de propriedade – EUA: 1791 – Brasil: 1824; criação legal da atual unidade monetária – EUA: 1792 – Brasil: 1994; término do mandato do primeiro dirigente eleito – EUA: 1793 – Brasil: 1898; começo da disciplina fiscal dos estados – EUA: 1840 – Brasil: 2000; última ruptura do sistema político – EUA: 1861 – Brasil: 1964; abolição da escravatura – EUA: 1865 – Brasil: 1888; redução do analfabetismo a 20% - EUA: 1879 – Brasil: 1991; criação do Banco Central – EUA: 1913 – Brasil: 1964; última modificação nas regras da eleição presidencial – EUA: 1951 – Brasil: 1997; universalização do voto: EUA: 1965 – Brasil: 1988.
Bem, essa é uma pequena explicação do fosso entre Brasil e EUA e que nos mostra o quanto ainda precisamos aprender e caminhar para sermos chamados, dignamente, de um país justo, ou mesmo, de um país de primeiro mundo.
Pense nisso!
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