As primeiras
tentativas de organização da Amazônia aconteceram no governo brasileiro de 1953,
com a criação do conceito de Amazônia Legal com o objetivo de promover e planejar
o desenvolvimento social e econômico da região.
Assim, a Amazônia
Legal é uma área que engloba nove estados brasileiros, pertencentes
à chamada Bacia Amazônica incluindo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do estado do Maranhão,
equivalente a cinco milhões de quilômetros quadrados, correspondente, a cerca
de 61% do território brasileiro, com uma população aproximada de vinte e cinco
milhões de habitantes, distribuídos em setecentos e setenta e cinco municípios.
A Amazônia, corresponde
ao mais extenso dos biomas brasileiros, equivalente a 1/3 das florestas
tropicais úmidas do planeta, a qual detém a mais elevada biodiversidade,
o maior banco genético da humanidade e 1/5 da disponibilidade mundial de água
potável.
Nos nove estados
da Amazônia Legal, residem 55,9% da população indígena brasileira, ou
seja, cerca de 250 mil pessoas, segundo dados do Sistema de Informação da
Atenção à Saúde Indígena (SIASI). A região abrange vinte e quatro dos chamados distritos
sanitários especiais indígenas mantidos pela FUNASA (Fundação Nacional da
Saúde) onde abriga grande diversidade étnica, com oitenta etnias.
Treze anos depois,
em 1966 veio a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia –
SUDAM, com o intuito de dinamizar a economia amazônica, coordenando, supervisionando,
elaborando e executando programas e planos de órgãos federais; além de
estabelecer incentivos fiscais e financeiros especiais para atrair investidores
privados, nacionais e internacionais à região.
Um ano depois, em
1967, visando contemplar a ideia de desenvolver a Região Norte, foi criada a
Zona Franca de Manaus: uma área de livre comércio caracterizada por
isenção fiscal, a qual acolhe diversas empresas incentivadas, formando o Polo
Industrial de Manaus, onde as principais empresas são a Cal Comp, empresa de
tecnologia com sede em Taiwan; a fabricante de eletrônicos brasileira CCE,
subsidiária da chinesa Lenovo; a fabricante de eletrônicos brasileira Terra
Amazônia; a gigante sul-coreana do setor de eletrônicos LG; a empresa americana
Microsoft, gigante do setor de tecnologia; a fabricante de eletrônicos japonesa
Panasonic; a empresa norte-americana Philco; a Pioneer, fabricante de
eletrônicos norte-americana; a gigante de tecnologia sul-coreana Samsung; a
Semp Toshiba, fabricante de eletrônicos e a gigante do setor de
eletrônicos Sony, ambas com sede no
Japão; e a Philips, gigante holandesa do setor de eletrônicos.
A Amazônia sempre
teve um olhar predatório. Na época que os exploradores chegaram ao Brasil, eles
ficaram admirados pela grandiosidade da Floresta Amazônica, denominando-a “Inferno Verde”, por causa do calor
proveniente da mata e os perigos que seus expedidores encontraram durante a
exploração, onde haviam riquezas e povos de culturas diferentes.
No século XVII,
os portugueses foram os primeiros a se interessarem pela região, por causa da
cobiça de outros países. Na época, a exploração de frutos como o cacau e a
castanha representaram ganhos impactantes nas vendas internacionais.
Nesta primeira
fase destaca-se esse interesse derivado da exploração dos recursos naturais
amazônicos como frutos e madeiras consideradas nobres pela Corte, como o
Pau-Brasil.
Especialistas
entendem que a Amazônia tem sido, paradoxalmente, vítima daquilo que ela tem de
mais especial como sua magia, sua exuberância e sua riqueza.
Ao longo do
século XX, outros mitos, equívocos e preconceitos juntaram-se àqueles dos
primeiros séculos. Assim, a Amazônia foi considerada como a terra da
superabundância e o celeiro do mundo. Estrangeiros e brasileiros imaginaram que
uma floresta tão exuberante devia estar sustentada por um solo igualmente
fértil, e seria, no futuro, o celeiro mundial. Posteriormente, fizeram-nos acreditar
que a Amazônia seria o pulmão do mundo, o que não se confirma
cientificamente.
Em realidade, o extrativismo
vegetal, considerado primitivo e antieconômico, muito utilizado na Amazônia, deve
dar lugar à modernização e ao aperfeiçoamento de técnicas e de gestões
adequadas para o melhor aproveitamento da região.
Desse modo, o
trato econômico da região amazônica deveria ser múltiplo, utilizando-se de atividades
econômicas mais modernas e com a priorização
da floresta em si; balanceando o manejo de espécies de baixo valor comercial com
outras de elevado valor comercial e de mercado; modulando a forma de extração,
conservação e aproveitamento da madeira, de maneira sustentável; desenvolvendo
oportunidades de geração de emprego e renda na própria região para que a
Amazônia seja, não apenas um lugar de abundância natural, mas também um lugar
de justiça e de bem-estar social, buscando a integração do amazônico ao
desenvolvimento regional através de um Plano de Ocupação mais humanizado. Além
disso, deveríamos disseminar, através de políticas tecnicamente bem orientadas
e financeiramente viáveis, viveiros de espécies florestais para desenvolver bancos
de células de espécies com risco de extinção, com criatório de espécies animais
naturais da região com o devido respeito a biodiversidade local.
É preciso que os
brasileiros e, principalmente, os governantes levem, seriamente, em conta que a
Amazônia constitui-se do maior banco genético do mundo e do maior reservatório
de espécies florestais para o desenvolvimento e a produção de medicamentos os
mais variados; de inseticidas orgânicos; de cosméticos; de perfumes; de novos
alimentos; de novas frutas e essências, fazendo valer a produção de produtos
acabados, em detrimento a produtos semielaborados ou da simples extração
florestal. E que a Amazônia pode produzir
e desenvolver numerosos tipos de madeiras, com características as mais
diversas; assim como de uma variedade de peixes de água doce e salgada, com diversidade
de sabores, tamanho e aparência; de uma enorme quantidade de essências vegetais,
sendo que toda essa diversidade deva ser conhecida nos diversos mercados
nacionais e internacionais.
Dessa forma, para
um aproveitamento economicamente viável da floresta há necessidade de
investimentos continuados em pesquisa e desenvolvimento e de uma produção
industrial, sustentável.
Portanto, há que
se intensificar a pesquisa e o desenvolvimento, através de estudos de
aproveitamento de espécies florestais e animais da Amazônia, reforçando as
equipes de pesquisa e os laboratórios de universidades e institutos da região,
especialmente, nas áreas de biotecnologia, integrando-os com equipes e
laboratórios dos centros mais desenvolvidos do país.
A Floresta
Amazônica revela belezas da natureza e segredos da fauna e da flora, que cercada
de paraísos naturais e de povos diversificados, pode beneficiar-se do
ecoturismo que é visto como uma forma de geração de empregos diretos e
indiretos para a população local, com preservação da fauna e da flora, reduzindo
os impactos ambientais da Amazônia.
Berço da maior
biodiversidade em uma floresta tropical no mundo, a Amazônia com quase sete
milhões de quilômetros quadrados forma a Amazônia Total, em nove países
sul-americanos: Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana,
Suriname e Guiana Francesa, por isso, atrai turistas de todo o planeta,
oferecendo encantos que só a natureza pode revelar como milhares de espécies da
fauna e da flora, o que pode ser conferido neste pedaço especial do planeta terra.
Por outro lado, cresce o contrabando de
produtos florestais para o exterior, tal como ocorreu com a borracha no
passado. Em função disso, torna-se necessário desenvolver um Sistema de
Vigilância Permanente para desestimular os abusos e as reincidências de
práticas ilegais na região.
A exploração
excessiva da madeira causa desmatamentos, enquanto a extração racional da
madeira com certificação florestal não esgota o recurso, reduz desperdícios,
geram empregos e traz benefícios ao ambiente.
Já a pecuária
predatória, responsável por 80% do desmatamento, ao mesmo tempo que é capaz de
fortalecer o desenvolvimento econômico da região, ela traz também sérios danos
ambientais. Assim, o investimento sustentável da pecuária pode ser uma boa
opção contra a destruição da floresta.
Se bem utilizadas, as áreas agricultáveis da Amazônia podem fornecer
alimentos em abundância. A existência de diversas espécies comercializáveis em
estado selvagem, como o cacau, o palmito, o açaí, e a castanha do Pará, faz da
região um rico banco genético para futuros estudos de melhoramento de
características, através de cruzamento e seleção de exemplares mais apropriados
ao cultivo sustentável.
A domesticação de
animais amazônicos como a capivara, o jacaré, a tartaruga, o peixe boi, o mutum
e a paca trazem novas alternativas de produção de alimentos. Também a pesca, se
realizada com técnicas adequadas, pode ser uma rica e perene fonte de
proteínas.
Inúmeras são as
espécies de plantas com valor medicinal na floresta amazônica, sendo utilizadas
apenas 1300 delas. Com isso, menos de 5% das espécies foram pesquisadas para a
verificação de possíveis usos medicinais, porém, substâncias importantes já
foram descobertas, como o curare, um potente anestésico, e o quinino, o mais
precioso remédio contra a malária.
Dentre as
numerosas espécies fornecedoras de madeira, apenas o mogno e a cerejeira, são
aproveitadas em larga escala. Possuindo 30 bilhões de m3 de madeira, a floresta
apresenta grande quantidade de espécies utilizáveis, porém, pouco exploradas.
Quanto a produção de energia e as jazidas minerais, pode-se dizer que algumas
plantas são adequadas à produção de energia, tanto pela combustão direta da
madeira, quanto pelo fornecimento de óleos vegetais. O óleo de copaíba, por
exemplo, vem sendo apontado pelos pesquisadores como o possível substituto do
diesel. E do babaçu, por sua vez, pode-se produzir álcool, carvão siderúrgico,
óleo vegetal e biogás.
Excelente documentario
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